quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Cova da Piedade e Jamor ficam perto, mas o caminho é longo e incerto

"O sorteio da terceira eliminatória da Taça de Portugal ditou a deslocação do SL Benfica ao terreno do Clube Desportivo da Cova da Piedade. A curta deslocação ao concelho de Almada terá lugar a 19 ou a 20 de Outubro, sendo o primeiro encontro dos encarnados após a pausa para os compromissos de selecções e o primeiro passo em direcção ao Jamor.
Militante da Segunda Liga, a turma de Setúbal ocupa, ao cabo de seis jornadas, a 14ª posição na tabela classificativa. Soma duas vitórias, quatro derrotas, sete golos marcados e dez sofridos. Defronta o campeão nacional na condição de visitado, precisamente a condição na qual amealhou os seis pontos alcançados no campeonato.
Na eliminatória já disputada para a prova-rainha, o grupo de Jorge Casquilha venceu, em Sines, o Vasco da Gama AC, por contundentes quatro golos sem resposta algarvia. Além do resultado, destaque para a “folha limpa” do CD Cova da Piedade: foi o terceiro jogo – em oito realizados – sem conceder golos. Havia sucedido em Matosinhos, numa partida a contar para a Taça da Liga (0-0, com vitória do Leixões SC nas grandes penalidades), e em Almada na recepção a Benfica B (vitória por 2-0).
O clube dirigido por Paulo Veiga, cuja SAD está nas mãos do investidor chinês Kuong Chun Long, tem na sua equipa principal um conjunto jovem (média de idades de 26,14 anos), na qual apenas Edinho (37), Robson (31), Sami (30) e André Carvalhas (30) são “trintões”. Além de jovem, o plantel à disposição de Casquilha é também bastante diversificado, com dez nacionalidades representadas – os nove brasileiros do plantel fazem do país sul-americano o mais representado. Assim, apesar da juventude, trata-se de um grupo, se não com experiência, com experiências bem distintas – além de Brasil e Portugal, também a China tem três representantes, bem como jogadores de sete países africanos.
Como transparece em alguns dados estatísticos, a defesa é o ponto fraco da turma de Almada. É no sector defensivo que o CD Cova da Piedade apresenta mais juventude e nomes menos consagrados e conhecidos pelo público nacional. 28 anos é a idade do mais velho jogador da linha recuada dos setubalenses, o ugandês Alex Kakuba. Do meio-campo em diante já proliferam futebolistas mais experientes: Sérgio Marakis, ex-CD Nacional, Sami, ex-Marítimo, Femi Balogun, nigeriano que passou pela Académica OAF e pelo CD Aves, e Edinho, internacional português por seis ocasiões, com um total de dois golos. 
Antes de receber o SL Benfica, a equipa de Almada recebe, no fim-de-semana precedente, o SC Farense, para a Segunda Liga. Já o campeão nacional e segundo classificado da Primeira Liga não joga até lá, mas defronta imediatamente a seguir – a 23 de outubro – o Lyon, no Estádio da Luz, num jogo fulcral para a sobrevivência encarnada na Liga dos Campeões. São, assim, esperadas mudanças nas águias, que, a julgar pelas mais recentes exibições, podem ser suficientes para que o CD Cova da Piedade se superiorize e leve de vencida o SL Benfica. Todavia, claro, o favoritismo teórico está do lado norte do Tejo.
Será já na nova legislatura que vamos descobrir se a má fase benfiquista não passa disso mesmo – uma fase – ou se o SL Benfica está, no que a esta época diz respeito, a caminhar para a Cova."

Zivkovic, um apagão na Luz

"Apontado pelos analistas como uma das grandes promessas do futebol sérvio, Andrija Zivkovic tem vindo a perder, gradualmente, espaço no clube da Luz.

De vento em popa
Chegou ao Benfica no verão de 2016, proveniente do Partizan, após um longo “braço de ferro” entre os encarnados e os crno-beli. Zivkovic era visto como um jogador importante para o plano desportivo das “águias”, tendo a sua contratação sido definida como prioritária pelo treinador, Rui Vitória. O sérvio protagonizou uma boa primeira época em Portugal, somando 1583 minutos (24 jogos) em todas as competições, aos quais juntou um golo e 11 assistências. A época seguinte seria de afirmação.

A afirmação
Foi no dia 21 de Janeiro de 2018 que Filip Krovinovic, à data o jogador mais influente das “águias”, sofreu uma lesão grave, colocando-o no boletim clínico dos encarnados até ao fim da temporada. Com o mercado de inverno prestes a encerrar e sem soluções óbvias para substituir o centrocampista, o pânico começava a instalar-se entre os adeptos benfiquistas.
Depois de uma primeira fase da temporada difícil para o emblema da Luz, com a eliminação da fase de grupos da Champions League após somar zero pontos e alguma inconsistência no que à qualidade de futebol praticado diz respeito, o Benfica ganhava agora um novo fôlego com a entrada de Zivkovic no onze titular.
Dotado de um fino recorte técnico e de uma excelente capacidade de condução de bola, Zivkovic fez com que as bancadas da Luz se esquecessem rapidamente do seu antecessor. O sérvio imprimia uma excelente capacidade de pressão sem bola, permitindo à equipa jogar com um bloco alto e recuperar o esférico mais perto do último terço do terreno. Aliado à intensidade que colocava em campo, Andrija também demonstrava uma excelente qualidade de passe e visão de jogo, desmarcando os colegas com passes milimétricos.
No final da época, Zivkovic já era visto por muitos como um titular indiscutível. Tinha somado 2063 minutos (30 jogos), marcando três golos e assistindo outros seis. O sérvio aparentava estar de pedra e cal no clube da Luz.

O apagão
No entanto, as boas exibições que tinha protagonizado na época passada, por lá tinham ficado. Zivkovic tinha agora um papel secundário no plantel encarnado e a chegada de jogadores como Gedson e Gabriel vieram retirar espaço ao astro sérvio. A entrada de Bruno Lage no comando técnico das “Águias” também não veio ajudar Zivkovic, visto que as características do sérvio não encaixam no modelo de jogo idealizado pelo técnico português.
Andrija Zivkovic ainda não somou nenhum minuto em jogos oficiais pelo Benfica na presente temporada, sendo já uma ausência regular dos convocados da equipa. Uma situação insólita, tendo em conta o valor do jogador e o que este já demonstrou poder dar à equipa num passado recente.
De titular indiscutível a reserva, o caso de Zivkovic é um exemplo claro do quão efémero pode ser o sucesso no mundo do futebol."

Uma equipa em sub-rendimento

"O Benfica revela dificuldade frente a equipas bem estruturadas

Gerir expectativas
1. Com a derrota na jornada inicial e face à exigência, anseios e expectativas dos seus adeptos que exigem uma equipa com dimensão europeia que prestigie a história e grandeza do clube nas competições internacionais, o jogo tinha para o Benfica um carácter decisivo e uma oportunidade única para a equipa entrar na discussão pelo apuramento. Bruno Lage procedeu a algumas alterações na equipa: entrada de Jardel para o eixo da defesa com a intenção de combater o poderio atlético e o jogo aéreo da linha ofensiva do Zenit; regresso de Gabriel, pretendendo tirar partido da sua qualidade na construção, visão e qualidade de passe nas saídas para o ataque.

Apatia e falta de agressividade
2. O Zenit iniciou o jogo exercendo muita pressão nas zonas da bola, a equipa do Benfica não conseguia fazer circulação e tinha muitas dificuldades em tirar a bola das zonas de pressão, cometendo muitos erros e errando passes em zonas perigosas. A equipa do Zenit, por sua vez, procurava fechar os espaços através de uma grande concentração de jogadores e quando recuperava a bola procurava queimar linhas rapidamente com passes directos para as referências ofensivas (Azmoun e Dzyuba). Taarabt procurou pegar no jogo, assumindo a construção e tentando fazer a ligação com os sector ofensivo, mas depois tinha dificuldade em chegar às zonas de finalização. Face à organização defensiva do adversário, com duas linhas muito compactas e a não conceder espaços entrelinhas, o Benfica procurava circular a bola para atrair o adversário e tentar encontrar espaços na estrutura defensiva do Zenit, mas fazia tudo de forma previsível e lenta e com dificuldade em entrar no último terço ofensivo do adversário optou por explorar os remates de meia distância, única forma de chegar à baliza de Lunev. Faltou sobretudo imprevisibilidade, velocidade e mobilidade dos seus jogadores mais ofensivos e intensidade nas acções.

Sem argumentos
3. O Benfica procurou reforçar a sua organização ofensiva com as entradas de Caio Lucas e Vinícius. Com um maior envolvimento dos laterais, procurou combinações nos corredores com cruzamentos para beneficiar a entrada de Seferovic/Vinícius. Em vantagem no marcador, a equipa do Zenit ficou confortável no jogo e não permitiu situações de desequilíbrio na sua estrutura defensiva. Com a desorganização e balanceamento ofensivo da equipa do Benfica, com muitos jogadores e não recuperarem as posições, o Zenit, com jogadores muito rápidos, aproveitou os espaços e em transições ofensivas rápidas dilatar o resultado. O golo tardio de Raul de Tomas atenuou o resultado, numa exibição pálida da equipa com muitos jogadores em sub-rendimento. O Benfica perante equipas bem estruturadas defensivamente e com grande densidade de jogadores no corredor central revela dificuldades notórias em criar desequilíbrios, faltam jogadores com capacidade de acelerar o jogo, os alas procuram muitas vezes espaços interiores, não permitindo que haja combinações tácticas nos corredores laterais para criar situações de superioridade numérica."

Lázaro Oliveira, in A Bola

(...) está de mau humor. Este Benfica europeu joga para evitar a descida de divisão. Somos o Carcavelinhos da Liga dos Campeões

"Vlachodimos 
Todos os adeptos sabem que será difícil o Benfica europeu levantar a taça, mas espera-se, no mínimo, que apresente a atitude de quem deseja vencer a prova. Este Benfica europeu joga para evitar a descida de divisão. Serve a introdução mal-humorada para dizer que, apesar do jogo de pés assustador, Vlachodimos foi capaz de evitar males maiores, ainda que não conseguisse impedir o maior dos males, neste caso o compromisso por mim assumido de assistir ao jogo de hoje e escrever acerca do mesmo para a Tribuna. Houve momentos em que o guarda-redes do Benfica foi um futebolista profissional a tentar reagir pragmaticamente à hecatombe, outros em que pareceu um cidadão assaltado pela barbárie, incapaz de saber a quem acudir primeiro, e ainda alguns instantes em que fez lembrar aquele meme do homem munido de uma vassoura a tentar remover a água da praia. 

Tomás Tavares
Fala-se muito em jogadores saídos do Seixal. É uma forma de descrever a sua deslocação no espaço e assim consagrar uma ideia de evolução profissional expressa através de um caminho. Há quem tenha saído do Seixal e hoje resida em Manchester, há quem já esteja em Madrid, e há quem, apesar do potencial, ainda não tenha passado de Corroios mas subitamente dê por si no fogo cruzado de uma noite de realismo mágico, perdão, trágico, em São Petersburgo.

Rúben Dias
Aos 52 minutos de jogo vi Rúben Dias gritar furiosamente “Vamos!” para os colegas em seu redor, que olharam para ele angustiados e perguntaram “Para Onde?”. Rúben percebeu então que ele próprio não sabia bem, mas indicou um caminho que parecia levar ao meio-campo adversário, até ele próprio se perder e acabar a fazer pontaria à própria baliza.

Jardel
Este Vicentino Syrah Tinto 2016 deixa-se beber muito bem. Aromas bem definidos de frutos silvestres e falhas de marcação. Muito equilibrado, pelo menos até ao primeiro gole. Acompanha lindamente carnes vermelhas e sonhos destruídos. Final persistente.

Grimaldo
A candidata do Livre Joacine Katar Moreira é autora de uma das melhores frases desta campanha eleitoral. A propósito da sua gaguez, Joacine argumentou de forma brilhante, explicando que gagueja quando fala mas não quando pensa. O que me leva a indagar: suponhamos, por breves instantes, que alguém gagueja violentamente em ambas as circunstâncias e tem ainda a agravante de apenas falar com os pés. Imaginem que tinham de passar uma hora e meia a tentar perceber o que essa pessoa diz. 

Fejsa
quem diga que o jogador do Zenit faz falta sobre Fejsa no lance do primeiro golo, mas não é verdade. O que eu vi foi o corpo do próprio Fejsa a pedir-lhe que desista. Enquanto o cérebro do sérvio tenta acompanhar o lance consciente do erro potencialmente fatal, o corpo de Ljubomir resiste à tentação de disputar a bola, sucumbindo propositadamente à gravidade enquanto suplica por uma viagem rápida até à residência sénior mais próxima.

Gabriel
O que causa maior perplexidade ou preocupação não é o facto de Gabriel ter regressado aparentemente mais pesado da sua passagem pelo departamento médico. O que assusta é que, mesmo com peso a mais, Gabriel tenha sido o membro mais esclarecido e agressivo do coletivo de Amélias que hoje embaraçou o Sport Lisboa e Benfica.

Taarabt
Adel passou o último ano a trabalhar arduamente para reconquistar treinadores, colegas e adeptos. Não fará dele Bola de Ouro, mas permitiu recuperar um homem hoje grato pelas oportunidades que a vida lhe concedeu e disposto a devolver em futebol. As recepções orientadas procuram o outro, para com ele partilhar a alegria de ali estarem, enfim, juntos. A forma como guarda a bola é uma tentativa quase infantil de prolongar os bons momentos, é o brinquedo que não quer devolver. A sua progressão no terreno não é feita em corrida. É uma coisa meio eléctrica e sôfrega, relâmpago de uma criança saltitante que já decorou o caminho para casa. Até os passes errados se aceitam. São a ânsia de quem percebeu que todos merecem uma nova oportunidade, mas que só se vive uma vez e o tempo é curto para chegar à baliza adversária. E tudo isto, pergunto eu, para quê? Para de repente dar por si em São Petersburgo, rodeado de uma floresta de pés urbano-depressivos que parecem jogar contra ele? Escondam o vodka, por favor. Temo o pior.

Pizzi
Os amantes dos fenómenos naturais podem ficar descansados. Em breve terão nova oportunidade de viver este momento. Basta consultarem o calendário de eclipses lunares, solares e de Pizzi até final do ano.

Rafa
Houve um ou outro lance em que o confundi com o Pizzi. Não há maior humilhação numa noite europeia. Seferovic Se tem marcado naquele cabeceamento aos 4 minutos, talvez a história deste jogo tivesse sido diferente. Talvez, quem sabe, estivéssemos agora a insultar os jogadores por terem desperdiçado a vantagem inicial. O quê, alguém acredita que era possível ganhar a jogar assim? Juízo.

Caio Lucas
Algures entre um craque brasileiro de marca branca e um daqueles tipos que encontramos no paredão da Caparica a dar toques com uma bola de voleibol. Vi-o benzer-se antes de entrar no relvado. É importante. Deus encontra-nos nestes momentos e oferece conforto. Só não lhe peçam novas ideias de jogo.

Vinicius
Não dava para esperar muito de um futebolista que está tão habituado a ganhar jogos da Champions como eu.

RdT
Fosse tudo tão fácil como mudar o nome na camisola para desatarmos a ganhar jogos na Champions. RdT estreou-se a marcar com um petardão colocadíssimo e nem sequer pôde celebrar, tal era a vergonha que ia acontecendo no relvado. Benfica europeu? Bem dizem alguns jogadores quando explicam que as equipas se transformam nos grandes jogos. De acordo. A jogar assim somos o Carcavelinhos da Liga dos Campeões."

Cadomblé do Vata

"1. A partir de hoje vou baixar a exigência nos jogos de Champions... não vou pedir vitórias, apenas que ganhem uma bola dividida, um lance de cabeça, um sprint a dois ou um drible.
2. Hoje era o dia para levantar a cabeça na Liga dos Campeões... tendo em conta os últimos acontecimentos na AG, os jogadores devem ter tido medo de desproteger o pescoço ao erguer o queixo.
3. Os nossos rivais deviam de aprender a ver futebol com os dirigentes do RB Leipzig e do O. Lyon .. o Zenit ganhou com um golo oferecido pelo Fejsa e um auto golo do Rúben e nenhum dos outros dois candidatos aos oitavos de final, colocou em causa a honestidade dos nossos atletas.
4. Quando perdemos é fácil dizer que faltou atitude, agressividade ou intensidade, mas neste caso isto ficou bem evidente... basta ver que em 95 minutos de bola, os 14 benfiquistas em campo só fizeram um "carrinho"... que por acaso deu auto golo.
5. O prestígio do SL Benfica continua a ser sucessivamente espezinhado pelos nossos jogadores na Champions... está tão mau que se o golo do Ronaldo de Tomás for o melhor da jornada, eu vou contar como título europeu."

Um Benfica sem soluções

"Benfica Europeu é apenas uma miragem, e na antevisão ao grupo feita pelo Maldini (aqui) já havia sido referido que para poder entrar nas contas do apuramento, o Benfica necessitaria de alterações quer à forma de jogar, quer às opções técnicas.
- Também a presença ou não de Seferovic na equipa poderá trazer um Benfica diferente. Numa competição onde se paga muito caro a eficácia, será importante que Raul de Tomas assuma um papel de menor serviço e maior finalização.
- Há potencial individual e principalmente colectivo para enfrentar o grupo com a expectativa de o superar, mas decisões importantes terão de ser tomadas – Quer nas escolhas inicias quer no equilíbrio defensivo da equipa quer nos momentos de transição defensiva, quer sobretudo na opção pelo pressing, que é sempre mais facilmente contornável quanto melhor forem os adversários. 
Naturalmente que nada é garantido quanto à eficácia de possíveis trocas – Nada garantia que fosse um melhor Benfica. A questão de fundo é perceber-se que aquele Benfica que joga por Portugal muito dificilmente poderia aspirar a triunfar num grupo competitivo.
O que se seguirá na temporada muito provavelmente exigirá mudanças a Bruno Lage. O nível do onze inicial do Benfica é baixo – Pizzi é o caso mais visível: Um jogador que porque surge em vários momentos com notoriedade – Golo e Assistência, é tido como um dos melhores da equipa, mas que já desde o jogo da Supertaça vem somando um número de perdas (segundo indicador mais importante do jogo, logo a seguir ao de golos) inacreditável para quem quer jogar no Benfica, bem como uma percentagem de passe baíxissima – Em cima da inépcia nos momentos defensivos! Regra geral, só mesmo muito golo poderá compensar tal “emperramento” da fluidez de jogo e ausência do processo defensivo.
Mas também Seferovic é sempre um elemento com imensa dificuldade para acrescentar ofensivamente. Não consegue devolver uma bola em boas condições, e isso é tão grave e limitativo do processo ofensivo quanto a sua incapacidade em zonas de finalização. E ainda nem se chegou à inexistência (depois da lesão de Chiquinho) de alguém que possa ser eficiente e eficaz no espaço central, entre linhas, na posição de segundo avançado…
Os encarnados não têm nível individual para a prova milionária (onde até vários dos jogadores que se apresentam bem na Liga NOS cedem – Grimaldo, à cabeça), mas têm alguns jogadores com mais potencial de fora do que alguns dos que vêm sendo chamados a jogo – E mesmo para um possível sucesso dentro de portas, parece que será necessário tomar algumas decisões diferentes e difíceis! sobretudo entre os jogadores mais avançados. Embora de momento o cenário não pareça nada animador, quando do banco a primeira opção para a ala é um ineficaz Caio, há dois caminhos a tomar, e um deles Bruno Lage já seguiu um deles na temporada passada, logo que pegou na equipa: 
a) Manter tudo tal como está e acreditar que é apenas uma má fase de uma série de jogadores (que verdadeiramente só tiveram uma / duas épocas de nível alto nas suas carreiras)
b) Inovar, procurando retirar rendimento de novos elementos, deixando cair quem não está a render 
Embora o problema deste Benfica seja bastante mais de natureza individual, e não causado pelo seu treinador, este não tem tempo para lamentos e terá de ser sempre solução. Depois da “noite de núpcias” entre treinador e plantel, surge o momento para o primeiro “rompimento”."

O Benfica e as noites brancas na Europa

"Continua difícil a vida do Benfica, que depois da derrota em casa na estreia, voltou a perder na Liga dos Campeões, em casa do Zenit por 3-1. Se nas Noites Brancas de Dostoiévski, o jovem e sonhador narrador se apaixonava por Nastenka, o Benfica parece ter-se apaixonado por um discurso vão sobre uma tal de “dimensão europeia”. Só que esta demora a chegar

É possível que São Petersburgo seja um dos mais bonitos locais do planeta para observar certo fenómeno astronómico. Aquele que faz com que nos meses de verão raramente se veja a escuridão. Que permite que um jantar se prolongue até à meia-noite e que mesmo assim ainda haja claridade a acompanhar-nos até casa. Que castiga aqueles que querem dormir e não o conseguem fazer sem o breu da noite alta e que maravilha aqueles que, pelo contrário, encontram magia em acordar a meio da noite, abrirem a cortina e tudo estar resplandecente.
Sei que pouco interessa, mas sou deste último campeonato.
Por esta altura já há menos luz em São Petersburgo do que nos meses de Junho e Julho mas, no que à Europa diz respeito, as noites continuam brancas, ou em branco, para o Benfica, que depois da derrota em casa na estreia, voltou a perder na Liga dos Campeões, em casa do Zenit por 3-1. Se nas Noites Brancas de Dostoiévski, o jovem e sonhador narrador se apaixonava por Nastenka, o Benfica parece ter-se apaixonado por um discurso vão sobre uma tal de “dimensão europeia” que demora a chegar. No Estádio Krestovsky, o Benfica foi quase sempre uma equipa de baixo perfil, subjugada e dominada, muito longe da equipa “mandona” que Bruno Lage quis assumir na antevisão ao segundo jogo dos encarnados nesta edição da Liga dos Campeões. E a anos-luz daquilo que nos gabinetes da Luz se sonha.
São Petersburgo, que os locais gostam de tratar por “janela para a Europa”, talvez por ser a mais ocidental das cidades russas, pode muito bem ter sido a janela para fora da Europa deste Benfica, a atravessar uma crise de identidade, a maior desde que Bruno Lage chegou ao comando técnico da equipa.
Benfica que começou cedo a transpirar intranquilidade: logo aos 2’, o Zenit apareceu na área dos encarnados com três homens, depois de Azmoun ultrapassar Jardel com a maior das facilidades. O brasileiro foi titular para fazer frente ao grandalhão Dzyuba, mas o ataque dos russos não é só Dzyuba, apesar de até ter sido dele o primeiro golo da equipa da casa. Aos 22’, um erro na saída de bola de Fejsa permitiu a Ozdoev seguir para o ataque e deixar a jogada para internacional russo que, sozinho, rematou fora do alcance de Vlachodimos.
A reacção não apareceu. Durante toda a 1.ª parte o Benfica lutou contra uma saída de bola sempre atabalhoada, com muitas bolas perdidas e uma permanente desorganização a meio-campo. O Zenit ia aproveitando a deficiente ocupação de espaços dos encarnados para cavalgar para a área do Benfica, ainda que nem sempre com perigo. No final dos primeiros 45 minutos, a diferença de remates nem era assim tão grande, nove para o Zenit e sete para o Benfica, mas este é um daqueles casos em que a estatística diz muito pouco sobre o que realmente se passou em campo.
O início da 2.ª parte como que exacerbou as dificuldades que o Benfica vinha a sentir e logo na primeira jogada Vlachodimos salvou o 2-0, ao afastar um remate perigoso de Azmoun, após uma jogada rápida do Zenit.
Até aos 60 minutos, só existiu Zenit e para isso muito contribuiu o eclipse de Pizzi e um Gabriel que, apesar da qualidade, ainda luta por chegar a um ritmo que lhe permita uma corridinha de vez em quando.
A entrada de Vinicius e Caio Lucas vieram em boa altura e Benfica entrou então no seu melhor momento, ainda que o melhor momento, na verdade, não tenha sido assim tão bom, ficando na retina o remate perigoso de Caio Lucas aos 69 minutos. Acontece que logo a seguir, o Zenit fez o 2-0, um auto-golo de Rúben Dias, azarado no corte a uma bola que seguia direitinha para Azmoun. E se não foi ali que o iraniano colocou o seu nome na lista de marcadores, seria oito minutos depois, numa jogada em que a defesa do Benfica foi completamente ludibriada por um livre marcado de forma rápida, seguido de uma simulação de Dzyuba, que permitiu que Azmoun ficasse isolado. Foi só contornar Vlachodimos e estava feito o 3-0.
Com o resultado já mais que feito, com a 2.ª derrota em outros tantos jogos na Champions só à espera de acontecer, o Benfica ainda conseguiu reduzir, aos 85’, num fantástico remate de Raul de Tomas, que em boa hora parece ter abdicado do RDT na camisola. O golo do espanhol alavancou os encarnados para o ataque, mas era tarde demais.
A noite, essa, será em branco para quem não dorme bem após desilusões. A Champions continua a magoar o Benfica como Nastenka magoava o narrador. Porque na Liga dos Campeões não chega sonhar, é preciso saber de bater de frente com os melhores da Europa. E este apático Benfica nem sequer está em condições de sonhar acordado."

FC Zenit 3-1 SL Benfica: Apatia europeia em noite russa

"O Sport Lisboa e Benfica deslocou-se a São Petersburgo com a obrigatoriedade de conquistar os 3 pontos e manter a possibilidade de crescer enquanto “Benfica Europeu”. Na abordagem inicial ao jogo, Bruno Lage fez três alterações: optou pela força e experiência de Jardel, em prol da maior capacidade técnica e de antecipação do Ferro, lançou Tomás Tavares para o lugar do lesionado André Almeida e, principalmente, alterou a composição do meio-campo, favorecendo o jogo mais posicional com Gabriel em prol da maior capacidade do Gedson de pressionar alto.
Já Sergey Semak optou pelo usual 4-4-2, dando grande foco ao preenchimento dos espaços interiores e à superioridade nas acções no centro do terreno.
A primeira parte foi toda muito morna, apesar de um maior ascendente da equipa da casa. Sem forçar muito, o FC Zenit conseguia ir expondo as fragilidades do futebol deste SL Benfica. A equipa de Lage continuava sem conseguir ter jogo interior e apresentava uma tremenda falta de criatividade na zona de construção: três médios que nunca se aproximaram de Seferovic, deixando o avançado perdido entre os defesas rivais. Além disso, a pressão ao portador da bola continua a ser inócua e a defesa apresenta-se permeável a qualquer ataque adversário.
Muito por acção de Barrios, o FC Zenit conseguiu ir controlando os jogadores mais ofensivos do SL Benfica, ao preencher os espaços defensivos e por não permitir qualquer rasgo encarnado. Com bola, sempre que aceleravam, os russos criavam possibilidades de se aproximarem com perigo da baliza de Odysseas.
Foi uma primeira parte pálida do Sport Lisboa e Benfica e o russos, sem forçarem muito, foram controlando o jogo, criando algumas aproximações à baliza adversária, acabando coroados com o 1-0 em mais uma desatenção encarnada.
Nos primeiros 45 minutos destaca-se o posicionamento dos médios encarnados. Fejsa e Gabriel mais posicionais e Taarabt a vir buscar jogo nas costas destes, mantendo a criatividade e os apoios frontais bem longe dos jogadores de ataque.
O segundo tempo trouxe-nos um jogo com mais história. Os russos entraram melhor, mais afoitos e na procura de chegar ao segundo golo. Contudo, foi no primeiro momento de maior ascendente encarnado que este apareceu.
Por volta do minuto 60, Bruno Lage resolveu abanar o futebol da sua equipa. Fez duas substituições, abdicando do 4-3-3 e apostando num clássico 4-4-2, com dois extremos mais abertos e dois pontas de lança na área adversária. Assim, saíram Pizzi e Fejsa e entraram Caio Lucas e Vinícius. Foi neste período, enquanto o Zenit se ia adaptando a estas mexidas nas marcações, que o Benfica conseguiu ter mais bola, aproximando-se aos poucos da baliza de A. Lunev, obrigando o adversário a recuar. Porém, um contra-ataque russo culminou num auto-golo de Rúben Dias – uma finalização fortuita, que não pode esconder a facilidade com que a defesa encarnada se desconstrói.
A partir desse momento, a equipa portuguesa perdeu totalmente o norte. Os russos chegaram ao 3-0, e ao 4-0, num golo com cheirinho a Basileia, mas que acabou por ser anulado.
Foi já com R.D.T. em campo que o Benfica ganhou um novo ânimo. Um tiro de fora da área fez Raúl De Tomás estrear-se a marcar de águia ao peito e deu novo fôlego aos jogadores encarnados. Contudo, faltava tempo e, principalmente, futebol.
Foi uma vitória justa dos russos e mais um pobre desempenho da Equipa das Águias. Além dos problemas tácticos já anteriormente identificados, foi assustador ver a fraca exibição individual da maioria dos jogadores do Glorioso.

Onzes Iniciais e Substituições:
FC Zenit: A. Lunev, Smolnikov (Osorio, 63′), Ivanovic, Rakitskiy, D. Santos, Ozdoev, Barrios, Driussi, Shatov (Karavaev, 68′), Azmoun (Yerokhin, 81′), Dzyuba.
SL Benfica: Odysseas, T. Tavares, R. Dias, Jardel, Grimaldo, Fejsa (Vinícius, 60′), Gabriel, Taarabt, Pizzi (Caio Lucas ,60′), Rafa e Seferovic (Raúl de Tomás, 81′)."

SL Benfica na Youth League

"Três reforços séniores de primeiro ano de nível elevado (Tiago Dantas, Pedro Álvaro e Celton) juntam-se a uma das mais promissores gerações de todo o Caixa Futebol Campus. A equipa de 2001, que venceu sucessivamente jogos, campeonatos e torneios internacionais da sua geração.
Sobre uma geração há muito aclamada no Seixal, recai a expectativa de poder suceder a um FC Porto campeão Europeu da categoria.
A entrada na edição 2019 / 2020 não poderia ter sido melhor. Depois de batido o Leipzig, uma goleada na Rússia perante o Zenit duma equipa que reúne uma série de jogadores com tremendo potencial para chegar à equipa principal encarnada… e mais além!
Pedro Álvaro. Sénior de 1º ano, já fez a pré-temporada com a equipa principal, e já vem somando jogos há algumas temporadas na 2ª Liga. Rápido, concentrado, forte fisicamente e capaz com bola, é o líder do sector, e brevemente chegará à equipa principal dos encarnados.
Morato. Ainda júnior, chegou recentemente ao Benfica e já ficou bastante claro o potencial que tem. Fisicamente e tecnicamente de eleição, apenas precisará de perceber conceitos defensivos específicos relacionados com posicionamentos e orientação corporal para chegar à equipa principal e por lá ter impacto.
Rafael Brito. Júnior de primeiro mas já a jogar na 2ª Liga. Completo em todos os factores de rendimento, do táctico ao físico, sem esquecer o técnico e até na mentalidade, Brito é um dos maiores projectos do Caixa Futebol Campus. A médio defensivo, ou em qualquer posição da linha defensiva (embora muito melhor no corredor central), Rafa está “condenado” a ser um dos miúdos do futuro em Portugal. E isto tudo em quem já teve um tempo grande de paragem por lesão, que lhe impediu até de chegar ainda mais cedo!
Ronaldo. Criatividade, qualidade técnica e muita muita muita inteligência. O médio é o tipo de jogador que cada vez mais se torna difícil de encontrar. Um dez à antiga, mas com a agressividade defensiva de um oito. Tem melhorado no temperamento, o que o torna desde logo um candidato a um futuro importante no jogo.
Tiago Dantas. Sénior de 1º por apenas uma semana, Dantas é o jogador que nunca perde a bola – Não apenas pela forma criteriosa como gere cada posse, mas pela qualidade de passe / recepção de nível estratosférico. Com Ronaldo forma uma dupla que faria os adversários “cheirar” o jogo todo. 
Gonçalo Ramos. Médio de origem, tem encontrado na posição nove o espaço para poder vir a triunfar. Passada larga, fisicamente muito forte e com apetência para em zona de finalização deixar marca, Ramos procura nos últimos anos de formação encontrar um espaço noutra posição que lhe permita a chegada ao futebol profissional de alto nível.
Tiago Gouveia. Ainda júnior, Gouveia já havia deixado marca na Youth League da temporada passada quando marcou em Montepellier. Na Rússia voltou a marcar, desta feita por duas vezes. O extremo encarnado tem o condão de resolver jogos em cima de jogos com uma invulgar apetência para finalizar os seus inteligentes movimentos que aproveitam também todo o poderio físico. Já foi a revelação do Campeonato Sub23 da temporada passada, somando vários golos, e na presente época promete bastante mais.
Outras figuras: Úmaro Embaló (Extremo canhoto, muito veloz); Paulo Bernardo (júnior de 1º – Médio “pensador”); Henrique Jocu (médio defensivo, recuperador); João Ferreira (lateral forte fisicamente)"

A Liga dos Clubes e o lucro que deu. Afinal, serve para que?

"A Liga de Clubes apresentou, ontem, um resultado positivo superior a 2 milhões de euros. A ajudar a chegar a este montante, esteve um lucro de 1 milhão e 207 mil euros referentes a proventos de associados e 817 mil euros de lucros comerciais.
Um resultado de excelência, mas...
Será que a Liga de Clubes é uma entidade comercial cujo único escopo é o lucro?
Não cremos...cremos, aliás, que se a grande parte dos seus proventos advêm de pagamentos de associados, o mais lógico seria utilizar esse dinheiro na promoção destes e das competições em que se inserem!
Em acções de sensibilização para o fair play...
Em eventos que se aproximem os craques dos adeptos.... Em acções para encher os estádios vazios das ligas profissionais...
Em mediadores profissionais, que com engenho e arte, resolvessem questões como as do Belenenses...
Em programas próprios, como as grandes Ligas possuem, para nas televisões divulgarem as suas competições...
Na reformulação da inusitada Taça de Liga ...
Num investimento que aproximasse os campeonatos não profissionais dos profissionais...
Num apoio aos clubes, através de empréstimos a longo prazo, para reformularem os seus estádios e darem conforto aos adeptos...
Em acções que demonstrassem a valia da da centralização dos direitos televisivos...
Afinal, para que serve uma Liga, se apenas olha para a vertente financeira, como se fosse uma empresa, ao invés de apostar no desenvolvimento do futebol profissional?"

Muito difícil

"O nosso histórico na Rússia e a qualidade demonstrada pelo Zenit na deslocação a Lyon já nos colocara de sobreaviso para as dificuldades que poderiam surgir no jogo disputado ontem à noite em São Petersburgo.
Ainda assim, tendo em conta a qualidade da nossa equipa, acreditávamos que seria possível pontuarmos e colocarmo-nos numa posição mais confortável para lutarmos pelo apuramento para os oitavos de final num grupo considerado, pela generalidade dos analistas, o mais equilibrado e, por isso, em que impera a imprevisibilidade relativamente ao desfecho de cada jogo.
Tal não sucedeu. A derrota, por 3-1, entristece-nos. É justa face ao que se passou em campo, não obstante deixar-nos um sabor amargo, também pelo jogo ter sido, de certa forma, ingrato. Nada faria prever a desvantagem por volta dos 20 minutos. A nossa equipa entrou bem, personalizada e à procura do controlo do jogo, mas a realidade é que o Zenit adiantou-se no marcador. A meio da segunda parte, num período do jogo em que a nossa equipa se encontrava a tentar chegar ao empate, sofremos o segundo. O desânimo dos nossos jogadores talvez tenha possibilitado o terceiro e, sem merecer tão pesada desvantagem, a nossa equipa fez o que pôde até final para honrar o nosso emblema.
Pouco haverá a enaltecer numa noite como a que vivemos ontem, mas há aspectos positivos a realçar, como o golo de Raul de Tomas, sem dúvida excelente, e a reacção positiva e aguerrida da equipa, que não desistiu de procurar reduzir a desvantagem, conseguindo-o em parte, mas insuficientemente, dispondo ainda de três oportunidades para chegar ao segundo golo.
As contas do grupo estão agora mais difíceis, a margem de erro diminuiu, mas assim como, conforme lhes disse o Presidente após o jogo, os nossos jogadores estão proibidos de desistir, pois têm qualidade e nada está perdido, também nós, adeptos, temos de continuar a apoiá-los. É nos momentos mais difíceis que esse apoio mais conta. Há ainda 12 pontos em disputa e a nossa equipa já demonstrou em diversos momentos capacidade de recuperar e sobretudo que sabe e pode fazer muito melhor.

P.S.: Parabéns aos nossos Sub-19 pelo magnífico triunfo obtido ontem na segunda jornada da fase de grupos da UEFA Youth League. A goleada, por 1-7, no terreno do Zenit, junta-se à vitória conseguida na jornada anterior, ante o Leipzig, proporcionando a liderança do grupo à nossa equipa."

Vermelhão: Pé frio...!!!

Zenit 3 - 1 Benfica


Esta sequência negativa do Benfica na Europa é difícil de digerir! Por exemplo o ano passado, discutimos os dois jogos com o Ajax; ultrapassámos o Dinamo Zagreb e o Galatasaray 'rodando' o plantel...; e hoje temos essas equipas, na 'luta' na Champions, ganhando ou perdendo, mas na 'luta', e o Benfica a jogar muito abaixo do nosso potencial... com resultados nada condizentes com as nossas aspirações! Até porque independentemente das falhas, incapacidades, más decisões ou azares, esta situação já começa a afectar a equipa no ponto de vista anímico, na preparação para estes jogos!!!

A última 'grande' vitória na Champions, foi na Luz, contra o Dortmund, com um golo do Mitroglou, num jogo onde de facto tivemos bastante 'sorte', mas desde então, parece que estamos a 'pagar' com juros a fortuna dessa noite: não se pode 'oferecer' 3 golos, num jogo, em qualquer competição, muito menos na Champions!!! O primeiro, era uma questão de saber qual seria o jogo onde iria acontecer, porque os 'sustos' com o Fejsa, naquela situação são recorrentes... ainda por cima com um relvado 'complicado'; no segundo, não é 'fácil' fazer um auto-golo com o braço (e parece que havia mesmo fora-de-jogo no início da jogada); no terceiro, tudo a dormir... o facto do 2.º golo ter 'matado' a equipa tem que se manter concentrada!
O jogo foi dividido, os russos mais agressivos, mas o jogo estava completamente repartido com 0-0, mas depois do 1-0, o jogo ficou exactamente como o Zenit queria! A dupla substituição dos 60 minutos, parecia que ia resultar, mas o tal 2.º golo 'matou' a recuperação!!! A partir ficámos expostos ao contra-ataque, mas na parte final, principalmente em Cantos, com um bocadinho de sorte até podiamos ter 'empatado'!!!!

Defensivamente, por incrível que pareça não temos mal posicionalmente, mas fisicamente somos pouco agressivos. Por isso mesmo, a ausência do Florentino está-se a fazer sentir muito! A quantidade de vezes que o nosso meio-campo 'deixar passar' os adversários com bola controlada, 'destrói' qualquer organização defensiva!!! Na estatística final, o Benfica acabou com mais remates, mas o Zenit foi mais perigoso na 'área', isto porque os nossos avançados tiveram sempre muita dificuldade em aproximar-se da área...

Ofensivamente, o problema não é 'novo': falta de qualidade nos últimos 15 metros, na decisão e no passe! Exactamente aquilo que o Jonas e o Félix faziam (além dos golos!) Um dos problemas das mudanças de 'esquema' nos jogos grandes, são a 'falta de rotina'. Nos últimos jogos temos mudado quase sempre a dupla ofensiva... hoje, a tripla Fejsa/Gabriel/Taarabt nunca tinha jogado junta, e isso nota-se!!! E com a falta de 'automatismos' os problemas aumentam... A 'solução', para mim, infelizmente está lesionado: Chiquinho!
Apesar dos 3 golos, destaco mais uma vez as melhorias do Ody... desta vez, até 'exagerou' em algumas saídas!!! Mas para quem quase não 'saia' da pequena área, está de facto melhor!!!
A titularidade do Jardel era esperada, pelo menos para mim. O Ferro tem 'tremido' em alguns jogos, e o Jardel fisicamente é mais agressivo, mas...
O Gabriel precisa de mais ritmo...  mesmo assim as mudanças de flanco são 'assinatura' bem-vinda... O Taarabt continua a ser o nosso melhor jogador... O Rafa anda a jogar 'condicionado' desde que regressou da Selecção!!!
A única 'boa' coisa da noite, foi mesmo o disparo do R.d.T!!! Finalmente um golo... e que grande golo!!! Que não contou para muito neste jogo, mas pode 'contar' para alguma coisa no futuro próximo!

Com a derrota do Leipzig, por incrível que parece está tudo em aberto, até o 1.º lugar... mas temos que melhorar muito!

Esta 'paragem' acaba por vir numa boa altura, porque estamos a jogar mal!!! O problema é que a maioria dos jogadores vão para a Selecção, e vamos ter pouco tempo para melhorar a 'mecânica' da equipa! Vamos ver se o Tino está em condições no regresso dos jogos oficiais... E parece que o Chiquinho já corre (muito antes do inicialmente previsto)...!!!

Vitória clara...

Benfica 6 - 0 Belenenses

Nas últimas duas épocas estes jogos com o Belenenses tem sido estranhamente muito complicados, hoje não foi...!!!


Esclarecedores!

Zenit 1 - 7 Benfica


Uma goleada não 'faz' uma equipa, mas muito sinceramente, temos a melhor equipa nesta competição, desde da última vez que fomos à Final... Creio que em termos de potencial vs. maturidade, temos mesmo a melhor equipa de todas as participações na Youth League... e com mais opções! E ainda temos um treinador mais ofensivo...!!!
Será muito importante garantir o 1.º lugar... os dois confrontos com o Lyon serão decisivos!