quinta-feira, 19 de setembro de 2019

O #Portoaocolo do VAR

"Vasco Santos, árbitro do EstorilGate e actual VAR ao serviço do FC Porto, veio a público assumir o erro na avaliação do penalty mal assinalado no jogo de Portimão, com um conjunto de explicações que apenas atestam toda a sua incompetência e incapacidade para a função. No entanto, será apenas isso?
Os dados mostram categoricamente que não. Várias curiosidades:
- É o árbitro mais vezes chamado (lista mais à frente) para assumir o VAR nos jogos do #Portoaocolo; Qual a razão?
- É um registo 100% vitorioso (8J | 8V) do FC Porto com Vasco Santos como VAR;
- Em 8 Jogos, contabilizamos 9 erros graves e todos eles em benefício do #Portoaocolo.
Época 2018/2019
J1 FC Porto x GD Chaves - Expulsões perdoadas 
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J5 Vitória FC x FC Porto - Expulsão perdoada 
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J8 FC Porto x CD Feirense - Golo em fora-de-jogo e penalty contra não assinalado 
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J25 CD Feirense x FC Porto - Golo ilegal (Filipe amortece bola com a mão) e expulsão perdoada 
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J32 FC Porto x CD Aves - Expulsão perdoada 
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Época 2019/2020
J5 Portimonense x FC Porto - Penalty a favor inexistente
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Será por tudo isto que Vasco Santos foi o mais escolhido como VAR para o Portoaocolo? Qual o critério para ter sido escolhido em 2 dos 5 jogos do FC Porto esta época?
Lista de VAR em jogos do Portoaocolo:
18/19
Vasco Santos - 6
Luís Ferreira - 6
Bruno Esteves - 4
Jorge Sousa - 3
Hélder Malheiro - 2
Tiago Martins- 2
Luís Godinho - 2
Rui Oliveira - 2
António Nobre - 2
João Capela - 1
Bruno Paixão - 1
Fábio Verissimo - 1
João Pinheiro - 1
Carlos Xistra - 1

19/20
Vasco Santos - 2
Carlos Xistra - 1
Nuno Almeida - 1
António Nobre - 1"

Hóquei em Patins 19/20

"O Hóquei em Patins recomeçou os treinos nas últimas semanas. O plantel teve algumas saídas e entradas. Está na altura de fazer uma avaliação do que aconteceu neste verão.

Guarda-Redes
Atletas: Pedro Henriques e Marco Barros
Saídas: -
Nada mudou aqui. Pedro Henriques pode ser o melhor guarda-redes do mundo. O ano passado ficou a sensação que podia ter feito melhor. Não estou a dizer que sofreu golos de propósito ou que não trabalhou o suficiente. Mas acho que quando lutava com Trabal por um lugar, a competição pela titularidades punha-o ao ponto de questionarmos se era ou não o melhor guarda-redes do mundo. Ao passo que Marco Barros não é capaz de oferecer essa competição pela titularidade. Se o Pedro Henriques volta aos níveis de 16/17 e 17/18, vamos de certeza estar melhores do que no ano passado. 

Defesa/Médio
Atletas: Valter Neves, Albert Casanovas, Diogo Rafael, Vieirinha e Edu Lamas (ex-Liceo)
Saídas: -
Não saiu ninguém, mas entrou um internacional espanhol. Logo inevitavelmente estamos melhores nesta posição. Edu Lamas é um namoro antigo. É um dos melhores defesas do mundo e é o reforço bomba desta equipa. A lenda viva do Hóquei Benfiquista Valter Neves deve ir para a última época de águia ao peito. Diogo Rafael se der continuidade aos últimos anos vai voltar a ter uma grande época. Foi dos poucos que manteve o nível na temporada passada em relação aos anos anteriores. Miguel Vieira foi o atleta que melhor respondeu à troca de treinador a meio da época passada. É hoje um internacional português e campeão mundial. Albert Casanovas tem a última oportunidade para se afirmar na nossa equipa. A ideia de não ir buscar Matias Platero para ir buscar Casanovas no ano a seguir foi das piores decisões do Hóquei Benfiquista. Ainda assim, é presença regular na selecção espanhola (o seleccionador exercia ao mesmo tempo o cargo de treinador do Benfica). Alejandro Domínguez deve ver alguma coisa nele. Vamos ver se este ano nós vemos também.

Avançados
Atletas: Carlos Nicolia, Jordi Adroher, Lucas Ordoñez e Gonçalo Pinto (reg. emp. Valongo)
Saídas: Miguel Rocha (OC Barcelos)
Miguel Rocha nunca contou para nenhum treinador. Quer para Pedro Nunes, quer para o Alejandro, ficava sempre com o “garbage time”. Sempre foi algo que me intrigou, visto que tenho memória de vários golos épicos dele. Principalmente devido aquela meia-distância poderosa. Lucas Ordoñez foi o nosso melhor avançado na época passada. É um craque. Carlos Nicolia e Jordi Adroher, para mim, são os dois jogadores decisivos da próxima época. O Benfica o ano passado teve muitas dificuldades em ambas as partes do campo. Na defesa se calhar havia mesmo falta de qualidade e fomos buscar o Lamas. Mas aqui não há. Houve foi jogadores a ter as suas piores temporadas das suas carreiras. Se Nicolia e Adroher conseguirem recuperar os índices de outros anos, vamos ser um forte candidato a tudo. Se continuarem na mesma, prevejo que haja uma revolução no plantel no verão de 2020. Gonçalo Pinto acaba por ser o reforço possível num Benfica com limitações orçamentais. A verdade é que dos outros dez elementos, nove são jogadores de selecção e inevitavelmente dos melhores jogadores do mundo. Não fazia sentido ter dez jogadores de grande nível. O Gonçalo Pinto é um jovem com grande potencial formado no Benfica. O ano passado a época não correu bem no Valongo. Não teve minutos. Mas há dois anos marcou 30 golos no Campeonato Italiano. Pode ser uma surpresa.

O ano passado foi uma confusão autêntica. Até tivemos bem nos jogos com os outros grandes mas depois tivemos vários resultados chocantes. A saída do treinador veio com meses de atraso e Alejandro nunca teve oportunidade de relançar a equipa. Este ano já não haverá a desculpa do treinador. Se jogadores como Pedro Henrique, Casanovas, Nicolia ou Adroher não mostrarem qualidade, acho muito difícil que para o ano dois ou três deles não estejam de saída. Vamos ver o que acontece. Talento há. Alguma idade nas pernas também. Mas ainda assim, esta equipa deveria fazer muito mais."

Benfica: reflectir...

"Opinião sobre o quê e porquê. Plantel tão de meninos (salve TT, que estreia!), quebra de maturidade e de afirmada classe

Directo ao assunto (sobre o qual, creio, o Benfica deveria meditar e extrair conclusões): 2 confrontos mais a doer, daqueles em que, de facto, se avalia quem é quem, 2 derrotas - e ambas na Luz... Sem espinhas: FC Porto foi massacrante, RB Leipzig foi claramente superior.
Não me passa pela cabeça que Bruno Lage, à entrada na Champions, tenha poupado jogadores a pensar na visita ao Moreirense. Impensável! Fez poupanças destas na Liga Europa, mas, então, o renhido sprint pelo título nacional estava em fase decisiva. Agora, importância mor, apetece dizer que crucial (prestígio, dinheiro, limpeza de fraquíssimos resultados europeus nos últimos anos, contrapondo, afirmação de forte capacidade), deveria centrar-se no regresso à Champions.
Portanto, zero de dúvidas: foram problemas físicos - soma e segue aos de Florentino, Gabriel, Gedson, Chiquinho, Vinícius! - que afastaram André Almeida e Samaris (ambos nem no banco) e atiraram Rafa para suplente... (logo que entrou, houve, enfim, velocidade... acutilante). Questão bem diferente: eram o dia e o adversário certos para trocar titularidade de Seferovic pela do miúdo Jota, dando a Tomas hipótese de jogar na sua dita posição ideal (ponta de lança mais presente na grande área)? Neste caso, quanto a mim, o desfecho foi... dois falhanços. Estrondoso, o de Jota (anunciado grande talento, continuo a nele ver egocêntrico - arrogante? - individualismo, com muito escassa noção de que a base de bom futebol tem de ser colectiva). E, quanto a Raul de Tomas, não melhorou o rendimento que vinha mostrando - ainda nem peixe nem carne; saltar de secundárias equipas espanholas (consecutivos empréstimos do Real Madrid, tendo este preferido pagar €60 milhões por Jovic....) para a responsabilidade de ser titular no campeão português... tem muito que se lhe diga.

Tomás Tavares. Única consolação benfiquista em entrada na Champions feita com o pé esquerdo (não o de Grimaldo, pois esse é muito bom): a personalidade, com consistência competitiva, do miúdo Tomás Tavares, estreando-se, e a este nível!, aos 18 aninhos. Dele eu retivera muito boa ideia nos jogos da selecção sub-19, mesmo adaptado a defesa-esquerdo. Agra, no outro flanco, sua posição ideal, plena confirmação de que não dá para enganar... Claro que, lançado frente ao líder do campeonato alemão, retraiu a característica atacante, nele bem vincada; tirando isso, nenhuma inibição: segurança defensiva, com sabedoria táctica a fechar por dentro, firmeza no corpo a corpo, estampa atlética (1,87 metros; já jogou como central) e, repito, grande afirmação de personalidade numa estria tão exigente.

Voltando às reflexões que o Benfica deve fazer após, no seu estádio, sucumbir face ao FC Porto e ao RB Leipzig (pelo meio, no 4-0 em Braga, jogou bem, mas recebeu inusitados brindes em série: penálti e 2 autogolos; e não foi propriamente convincente no 2-0 ao Gil Vicente, na Luz). Que reflexões?
- É muito importante apostar forte na formação e ir projectando talentos. Porém, na alta competição, a curto e médio prazos, tem custos... O Benfica, sem Gabriel (verdade que muito bem rendido por Taarabt), está com equipa, e plantel, exageradamente de meninos. Tomás Tavares (18 anos), Rùben Dias (22), Ferro(22) - defesa amiúde acusa falta de firme/experiente líder -, Florentino (20), Jota (20). Mais os muito prometedores Gedson (20), Nuno Tavares (19), David Tavares (20), bem como os guarda-redes suplentes: Zlobin (22), Svilar (20). Acresce: Chiquinho (24), para mim potencialmente a melhor aquisição do Benfica nesta época, só um ano fez na Liga (Moreirense); Tomás (24) com dificuldade vai apalpando terreno; Caio Lucas (25) vem de 3 anos numa equipa árabe; Vinícius (24), alternativa a Tomas/Seferovic, é incógnita. Oxalá esta repetição de fraco estofo europeu, seja rapidamente desmentida.
- Evidente: sem Jonas, Félix e Salvio, forte quebra nos níveis de maturidade e de afirmada classe.
- Porte atlético: no meio-campo e no ataque, o Benfica praticamente não ganha despiques aéreos e no corpo a corpo. Daí resulta, além do mais, bola logo na posse do adversário.

Liga Europa. Mais fácil (para FC Porto), ou mais bicudo (para Sporting, SC Braga e V. Guimarães), a palavra de ordem é... ganhar. Mínimo, nos 3 casos complicados: arranque sem perder. Como dizia o grande Raul Solnado, façam o favor de ser felizes!"

Santos Neves, in A Bola

O alerta

"Quando os jornais noticiaram no final de Julho que o Benfica estava a tentar contratar o avançado alemão Luca o ao Friburgo foi um sinal a que muitos não deram a devida importância: apesar dos €20 M pagos por Raul de Tomas e dos €17 M por Carlos Vinícius, havia na Luz quem defendesse que João Félix ainda não tinha substituto. O perfil do germânico tem muito mais a ver com o jogador do Atl. Madrid do que o espanhol ou o brasileiro (nesta época, Waldschmidt tem jogado em 4x4x2 e em 4x3x3, aqui descaíndo para uma das alas, e já fez dois golos em quatro jogos que ajudaram a colocar a equipa no 3.º lugar da Bundesliga, com os mesmos um que o líder, RB Leipzig). Ou seja, as águias tinham gastado €37 milhões e não resolveram um problema (o negócio entretanto não avançou, por questões financeiras e por considerar o Benfica que tinha soluções dentro do plantel). O tempo e os jogos a doer (dois: FC Porto e RB Leipzig) mostraram dinâmica sofrível das duplas de avançados (e Chiquinho, que se perfilava para ser o tal que pensa como um 10 e define como um 9, lesionou-se e só deverá voltar a jogar em 2020; quanto a Jota, ainda pensa como extremo). Atenuante de Bruno Lage: os problemas no meio-campo, a zona onde tudo se cria. Tivesse a dupla Gabriel-Florentino ou Gabriel-Samaris (depois de Matic-Enzo Pérez, a melhor que vi em acção nas águias) a equipa poderia jogar com linhas mais juntas, com mais soluções na hora de sair da pressão (uma pressão a sério, não aquela que se vê nos jogos da Liga) e não desgastar tanto os avançados em movimentos de recuo. Mas o Benfica está longe de ser uma referência nos defesos basta recordar épocas de extremos a mais e laterais a menos ou Rui Vitória a planear um plantel para um 4x3x3 e as contratações a serem feitas para um 4x4x2. Neste verão houve dinheiro mas terá faltado olho clínico nos escritórios. E insistir na mesma receita sem os jogadores certos não parece ser o melhor caminho no campo."

Fernando Urbano, in A Bola

PS: O Waldschmidt não veio para o Benfica, porque o próprio jogador não quis vir jogar para o Tugão, é falso que o Benfica tenha recusado pagar o valor pedido pelo Friburgo.

O dinheiro conta

"E se não fosse necessário disputar a fase de grupos da Champions? Escrito assim, pode soar estranho. Afinal a competição que hoje se inicia gera enorme atenção e é vista como muito disputada. Acontece que talvez não o seja.
Recuo à temporada passada. Terminada a fase de grupo fiz um exercício simples: com base nos valores de mercado de cada equipa, tal como calculados pelo Transfermarkt, reordenei as classificações de cada grupo. Reerdenei, mas, com alguma surpresa, constatei que, em todos os grupos, sem excepção, as duas equipas primeiras classificadas eram invariavelmente as com mais valor. Ou seja, o dinheiro fora determinante para passar aos oitavos-de-final. Aliás, só em três dois oito grupos é que ocorrera uma mudança de posição entre 1.º e 2.º classificados, com a equipa com mais valor de mercado e ficarem em 2.º.
Agora, antes do início da competição, repeti o exercício. Há, desde logo, um aspecto que salta à vista: há desigualdades brutais mesmo nas equipas de elite. Entre as 32 que disputam a fase de grupos, temos seis com valores de mercado superiores ou a rondar os mil milhões de euros (sintomaticamente, metade deles da Premier League) e 11 com valor inferior a 200 milhões. Tal como sucedeu no ano passado, o grupo mais equilibrado tem uma equipa portuguesa. Tendo em conta este exercício, se o padrão se repetir, o destino do Benfica pode estar traçado rumo à Liga Europa. Porém, considerando a diferença de valor entre 2.º e 3.º, é também o Benfica - juntamente com o Inter, Ajax e Shakhtar - a equipa que, realisticamente, tem maiores possibilidades de superar as suas circunstâncias de partida.
O aspecto mais relevante deste exercício vai, contudo, bem para além das perspectivas que, hoje, se abrem ao Benfica. Fica um retrato pessimista do futebol europeu. Um desporto em que o dinheiro conta mesmo e em que as possibilidades de vitória estão, crescentemente, circunscritas a um grupo reduzido de clubes. Se nada for feito, longe ficará a memoria de uma competição mais igualitária e com vencedores potenciais provenientes de muitos países europeus.

Classificação Expectável por Valor de Mercado
Grupo A
Real Madrid - 1190 M€
PSG - 1060 M€
Galatasaray - 136 M€
Brugge - 108 M€

Grupo B
Tottenham - 984 M€
Bayern Munique - 867 M€
Olympiakos - 83 M€
Estrela Vermelha - 58 M€

Grupo C
Manchester City - 1280 M€
Atalanta - 252 M€
Shakhtar - 137 M€
Dínamo Zagreb - 73 M€

Grupo D
Atlético Madrid - 873 M€
Juventus - 864 M€
Bayer Leverkusen - 413 M€
Lokomotiv Moscovo - 135 M€

Grupo E
Liverpool - 1070 M€
Nápoles - 626 M€
Genk - 118 M€
Salzburgo - 95 M€

Grupo F
Barcelona - 1180 M€
Borussia Dortmund - 634 M€
Inter Milão - 536 M€
Slavia Praga - 37 M€

Grupo G
Leipzig - 521 M€
Lyon - 340 M€
Benfica - 311 M€
Zenit - 208 M€

Grupo H
Chelsea - 807 M€
Valencia - 496 M€
Ajax - 352 M€
Lille - 180 M€"

Ídolos

"Tenho alguns ídolos no desporto, mas aceito e respeito que as pessoas se revejam noutros da sua simpatia. Um dos meus ídolos é Valentino Rossi. O que se passou nos treinos de qualificação MotoGP em Misano, mostra-nos que a rivalidade Valentino Rossi – Marc Márquez prevalece e vai existir para além das corridas.
Marc Márquez escusava de se picar com Rossi. Marc Márquez é um menino mimado e queria humilhar Rossi quando o ultrapassou na última volta para tentar melhorar o seu tempo.
Ser campeão, é também saber estar e respeitar os outros. Rossi é um ídolo das motos e quando abandonar, o Moto GP vai ficar mais pobre e sem tanto interesse. Tenho pena que a sua idade não lhe permita estar sempre na frente. Mas ainda é um corredor fantástico.
Os piques ultimamente não têm sido tão intensos porque a Yamaha não tem estado ao nível da Honda. Pode passar o tempo, podem fazer as pazes e apertar as mãos, ter olhares de simpatia, respeitarem-se publicamente, mas nunca serão amigos.
A rivalidade com algum rancor depois de Marc Márquez ter feito com que Rossi não ganhasse um Mundial, que seria o décimo, nunca acabará.
No futebol tenho alguns ídolos sem os idolatrar e com algum sentido critico. Um dos maiores ídolos da minha vida foi Eusébio, actualmente, é Cristiano Ronaldo pelo que representa para Portugal e pela capacidade de bater recordes, mas por vezes, devia ser mais discreto. Mas como se costuma dizer não somos perfeitos
Aprecio de sobremaneira Zlatan Ibrahimovic, tirando a sua mania que é o maior e mais importante do Mundo. Esta semana vi Ansu Fati a jogar pelo Barcelona e achei uma delícia. Este puto com 16 anos da Guiné-Bissau tem que ser trazido para a nossa selecção nacional rapidamente.
No ténis sou fã de Roger Federer, faz magia e lances fantásticos, em que quando perde nunca sai humilhado. Rafael Nadal assemelha-se a Ronaldo, muito treino, muita dedicação e uma força mental inexcedível. Novak Djokovic parece um relógio a jogar até enerva pela sua regularidade e naturalidade de vencer.
No ciclismo aprecio Chris Froome que esteve ausente do Tour por uma queda extremamente aparatosa, mas tenho fé que volte. Froome é impressionante quando sofre ataques de outros ciclistas mantém a calma e segue no seu ritmo, recuperando tempo e até contra-atacando.
Que será de nós quando estes atletas e ídolos de muita gente abandonarem? Tenho a felicidade de viver numa geração em que há muitos ídolos por onde escolher em diversas modalidades."

E agora uma Bola de Ouro só para guarda-redes. Quem será o próximo Lev Yashin?

"Inédito. Na próxima Gala da Bola de Ouro, que terá lugar no próximo dia 2 de dezembro, no Teatro Châtelet, em Paris, o melhor guarda-redes do mundo terá direito a troféu próprio, criado pelo France Football. A nova Bola de Ouro para guardiões leva o nome do mítico guardião russo Lev Yashin, o único vencedor do mais cobiçado galardão da história do futebol

Pela primeira vez na história, os guarda-redes vão concorrer em lista autónoma à conquista da Bola de Ouro, elevando para quatro os troféus a entregar na sempre esperada cerimónia conjunta do L'Équipe e do France Football. Além do galardão que irá coroar o sucessor de Luka Modric, eleito o melhor futebolista do mundo na gala de 2018, dos troféus para o melhor jogador sub 21 e melhor jogadora feminina, na próxima cerimónia dos 'oscares' do futebol o posto específico de guarda-redes será também premiado, carregando o inédito troféu o nome do internacional da antiga URSS Lev Yashin, vencedor da Bola de Ouro em 1963.
A lista de nomeados aos quatro prémios irá ser divulgada em simultâneo pelos organizadores da gala, a 21 de Outubro, que este ano terá por embaixador Didier Drogba, Bola de Ouro em 2004. Sobre o prémio para guarda-redes, o director da revista France Football, Pascal Ferré, adianta que o vencedor será eleito pelo mesmo júri de especialistas internacionais da Bola de Ouro original - 180 jornalistas de todo o mundo.
Na edição do ano passado, a lista de 30 candidatos à Bola de Ouro integrava quatro guarda-redes de topo: Thibaut Courtois (Chelsea), Alisson Becker (Liverpool), Jan Oblak (Atlético de Madrid) e Hugo Lloris (Tottenham), um número recorde nos nomeados deste século, o que revela a importância crescente e decisiva dos patrões da baliza no sucesso das equipas.
Ao prémio criado em 1995 concorrem futebolistas de todas as nacionalidades, embora só tenham erguido o troféu futebolistas de equipas europeias. Luka Modric quebrou em 2018 a hegemonia imposta por Cristiano Ronaldo e Leo Messi, os pentacampeões do galardão desde 2008. Mas CR7 já confidenciou que acredita que terminar a carreira à frente do rival do Barça, neste duelo.
“Messi está na história do futebol, mas penso que devo ter seis, sete ou oito Bolas de Ouro para ficar acima dele”, disse Ronaldo na recente entrevista ao canal de televisão britânico ITV."

A Filosofia de uma política de Educação através do Desporto


"As pessoas escolhidas para dirigir a Educação Nacional não entendem o que é, e para que serve, uma Formação Desportiva integrada na Educação Geral A casa mais senhorial da terra, a Quinta da Passagem, está num abandono que ainda pode ser remediado, mas quanto antes.

Temos para nós, como nos ensinou a Gestalt, que o Homem é um todo, uno e indivisível, e por isso a educação do ser humano, deve referir-se, também, a um todo que ele é, em si mesmo, não havendo lugar a uma educação espiritual, intelectual, moral e física.
Uma verdadeira Educação tem uma amplitude que abrange, numa só, todas as vertentes enunciadas e são elas, no seu conjunto, que formam o Homem Moderno, pronto a enfrentar os mais diversos desafios, inclusive, o da necessidade de um dia, não muito longe, ter de mudar de Planeta, para preservar o Homem, sob o ponto de vista Filogenético.
A Educação do Ser Humano decorre da ideia, do Mundo e da Vida, que os mais avisados, na matéria, têm acerca desta problemática, só que, por vezes, a Democracia Ocidental coloca em posições de responsabilidade pessoas que não estão preparadas para perceberem qual o seu papel na Sociedade, confundindo Interesse Nacional com os seus próprios interesses privados, incluindo a vaidade pessoal e a pertença a “Comunidades”, que se acham predestinadas e legitimadas, para imporem a terceiros, as suas Ideias Políticas, em nome do Interesse Nacional.
Em Portugal, até hoje, as pessoas escolhidas para dirigir a Educação Nacional, não atingiram um nível de Desenvolvimento Humano que lhes tenha permitido entender o que é, e para que serve, uma Formação Desportiva integrada na Educação Geral.
O auge desta “Filosofia da Miséria”, ou talvez melhor, “Miséria de Filosofia”, foi caracterizada na Reforma do Ensino de Veiga Simão, um homem míope, em relação ao papel do Desporto na Educação enquanto Ministro da Educação, de tal forma que na sua “Reforma” publicada só admitia, para os Estudos Superiores de “Educação Física” o grau de bacharel.
Para ele era suficiente, ou seja, era a sua visão para a Reforma Educação através do Movimento.
O Desenvolvimento e Adaptação Motora do Ser humano, enquanto Fenómeno Educativo, obedece, estritamente, às suas características Anatómicas e Fisiológicas e tem que ver com a sua vida de relação com o Meio Ambiente, levando em conta o Desenvolvimento Tecnológico da Sociedade actual, que evoluiu, rapidamente, depois da 1ª e 2ª Revoluções Industriais (1780/1850 e 1850/1914), do Carvão e do Ferro, para a Electricidade e o Aço, depois, 1945, com a Energia Atómica, para depois iniciar a disputa Cósmica, com o seu apogeu, em 1969, com a chegada à Lua. O Homem Moderno veste-se de acordo com a tecnologia da época, come de acordo com o desenvolvimento da Ciência, nesta área, habita hoje, em casas adaptadas ao seu bem-estar, etc., etc.
Tudo isto determina necessidades educativas que têm que acompanhar as necessidades sociais de cada época, mas estão sempre a evoluir, é um processo dinâmico. Assim a “Pedagogia dos Comportamentos em Situação” determinam um tipo de respostas a novas situações a que o organismo humano tem que dar resposta, atendendo também à evolução da Raça Humana que tende sempre para um aperfeiçoamento e uma simplificação, atendendo ao Princípio de Eliminar aquilo que já não é necessário. Só que, por vezes, é um caminho irreversível, e por isso as decisões a tomar têm que ser muito bem ponderadas. Assim, traçar uma Política de Educação, que contenha também uma Educação Através do Movimento, exige uma equipa multidisciplinar, com pessoas muito qualificadas, interessadas no Processo Educativo e muito pouco, ou quase nada, no Processo Político. “À Política o que é da Política, À Ciência o que é da Ciência”, como diria o Dr. António Costa. “É preciso já saber alguma coisa para se perceber que não se sabe nada” (Max Cunha)."

Mulheres que arriscam a vida todos os dias para jogar futebol

"Kelly Lindsey é a selecionadora feminina do Afeganistão. Não hesita em afirmar que as suas jogadoras põe a vida em risco para jogar e relata os abusos sexuais sistemáticos

Lindsey nasceu em Omaha, no Nebraska, em 1979. Muito longe do Afeganistão, percorreu os EUA como jogadora profissional. De acordo com o artigo publicado pelo jornal espanhol “El País”, foram os estudos de antropologia na Universidade de Notre Dame que lhe despertaram a curiosidade e a vontade de explorar. Tinha acabado de tirar a licença de treinadora quando uma sucessão de acontecimentos a colocou à frente da selecção feminina do Afeganistão. Na altura, não lhe passava pela cabeça que iria estar mais ligada à defesa dos direitos humanos do que ao futebol.
“As minhas primeiras perguntas à equipa foram: ‘Porque estamos aqui? O que significa para vocês representar o vosso país?’ A primeira resposta foi que jogavam por todas as mulheres afegãs que não tinham voz. Naquela altura, não percebi exactamente o que significava. Tinha uma ideia, sim, mas não conhecia a realidade. Demorei anos a entender”, conta a americana.
No fim de 2018, tanto Lindsey como a sua equipa técnica tinham compreendido. Em dezembro desse ano, com o grupo de jogadoras criadas fora do Afeganistão, conseguiram fazer com que a FIFA desse atenção às denúncias que desde 2016 se perdiam nos labirintos burocráticos da federação asiática. No seio da federação afegã existia aquilo que Lindsey define como “uma cultura” da chantagem, da intimidação e da perseguição sexual das atletas pelos dirigentes. À cabeça destes, o próprio presidente Keramuudin Karim.
Acusado de cometer violentos abusos sexuais a pelo menos cinco jogadoras por uma denúncia publicada pelo jornal inglês “The Guardian”, Karim foi suspenso. No próximo dia 24 de Setembro, o World Football Summit, evento anual que decorre em Madrid, irá premiar as jogadoras da selecção afegã pelo contributo para a luta pelos direitos humanos no Afeganistão e noutros países, onde a vida das mulheres continua a ser um inferno.
Lindsey e as suas jogadoras explicam que, apesar de ter sido criada uma selecção feminina oficial e reconhecida, a equipa, financiada por fundos da FIFA e o apoio da Hummel e de algumas ONGs, nunca disputou um jogo em solo afegão. “Por motivos de segurança”, esclarece a seleccionadora.
Os torneios de clubes femininos são praticamente inexistentes no Afeganistão. É por isso que Lindsey se vê obrigada a formar a base da equipa com jogadoras nascidas no exílio, às quais se juntam atletas seleccionadas no Afeganistão por técnicos com os quais se coordena através da internet. “Com sorte, uma vez por ano, juntam-se quatro ou cinco equipas de raparigas em Kabul para disputar um torneio. Isso não aconteceu mais de quatro vezes em toda a história, pelo que me dizem as minhas jogadoras. E não acontece desde 2014”, lamenta.
O governo afegão apoia a prática do futebol, tanto masculino como feminino. Se o jogo for entre homens, a lei afegã permite a presença de mulheres desde que estejam num canto específico do recinto. Na prática, a pressão social conservadora é mais dissuasora para quem assiste ao jogo do que as autoridades.
Lindsey vive em Hong Kong, longe dos fundamentalistas, embora não o suficiente. “Sem dúvida, sinto-me em perigo”, confessa. Ser americana e seleccionadora de um país com um poderoso núcleo extremista que se opõe a que as mulheres pratiquem desporto tirou-lhe a vontade de pisar solo afegão. A selecção concentra-se e joga em países como a Índia, a Jordânia ou a China.
“Gostaria de ir ao Afeganistão”, lamenta a treinadora. “Precisamos de trabalhar no terreno para ajudar os clubes a desenvolver o projecto. É lá que podes marcar a diferença. Estou convencida de que, ao viajar para lá, arrisco a vida, mas tento não pensar muito nisso porque não tenho o direito, uma vez que as jogadoras correm mais riscos do que eu. A nossa relação não é justa. Elas arriscam a vida todos os dias apenas para jogar futebol.”
“Estas são as mulheres mais fortes que conheci”, observa. “Não o diria quando as vi pela primeira vez. Pareciam frágeis, amáveis e carinhosas. Mas quando ouves a luta quotidiana a que se submetem… Só a ida de casa ao treino é como atravessar um campo de batalha. Estão dispostas a arriscar a vida para estar num campo de futebol.”
“Não acredito que as pessoas que não conhecem o Afeganistão calculem a batalha diária destas raparigas. Fazemos testes a raparigas que vem treinar connosco à federação e as famílias não sabem. Têm tanta vontade de jogar futebol que, ainda que os familiares não aprovem, elas arriscam. Elas acreditam que o futebol pode mudar a cultura no seu país. Para elas, o futebol é a vida”, afirma.

O papel da FIFA
Através da luta pelas suas jogaras, Lindsey tornou-se uma activista contra a burocracia da FIFA. “O sistema de gestão do futebol nestes momentos defende, antes de mais, o próprio sistema”, afirma a seleccionadora, desiludida com o comportamento da federação asiática e da FIFA quando se sucediam as denúncias por abusos. “Creio que o sistema foi tão longe na sua própria defesa que não fomos suficientemente lestos na defesa do ser humano.”
“Frequentemente acreditamos que o dinheiro é algo tão positivo que basta investir para resolver qualquer problema. Não podemos deixar que o sistema nos meta a todos numa caixa e nos diga: ‘Limitem-se a jogar futebol’. O futebol é poderoso e dá voz a muita gente. É importante que as pessoas que participam neste jogo compreendam que podem usá-lo para praticar o bem,” remata Kelly Lindsey."

Nasci fora? Não há problema, dizem 138 jogadores que vão estar no Mundial

"Os critérios da World Rugby para aceitar alguém que jogue por uma selecção que não a do país de nascimento são mais levianas do que, por exemplo, o futebol. É por isso que poucas são as nações que não levarão alguém naturalizado ao Japão e continuam a aproveitar uma faceta do râguebi que começará a ser apertada já em 2020

Manu Tuilagi estava habituado ao caloroso clima do Pacífico Sul, que o fazia ansiar por sair da escola, chegar a casa, despir o uniforme, descalçar os pés ir raiar tempo livre fora, bastando que “a mãe e o pai soubessem, mais ou menos, onde estavas”.
Vinha da vida despreocupada da Samoa, dos cocos, das palmeiras, dos troncos de árvores no chão, das garrafas cheias com folhas para brincar ao futebol e das corridas na areia da praia. Manu forçava-se a ser um atinado menino, esperava pelas sexta-feiras, último dia de escola, único quotidianamente autorizado para as crianças jogarem râguebi. Se apanhadas antes, garantiu ao "Daily Telegraph", levavam “um tareia, com paus e tudo”.
Quando chegou a Leicester era dezembro, um frio de rachar os ossos, pessoas com o mínimo de pele possível à mostra, gente encasacada e o céu acinzentado por nuvens. Tinha 13 anos e foi com um visto de seis meses para Inglaterra, directo à cidade onde já moravam Anitelea, Alesana, Henry, Sanele e Freddie.
Manu cresceu, os genes polinésios armaram-lhe o corpo aos músculos, ficou com condições físicas invulgares no meio britânico, virou uma potência de râguebi, mas contrariou o que os cincos irmãos mais velhos tinham feito.
Escolheu jogar por Inglaterra.
O actual Manu está a treinar no Japão com a única selecção europeia a ganhar um Mundial, mais adulto, maduro e ponderado. Ele já mergulhou de cabeça de um ferryboat e ser detido pela polícia, como em Auckland, pleno Mundial de 2011, ou esteve perto de não ser convocado antes do mundial de 2015, por agredir duas agentes da polícia e um taxista.
Acalmando a vida e excluindo os desvarios enquanto cidadão, Manu Tuilagi conseguiu ser um dos 138 jogadores deste Campeonato do Mundo a representarem selecções que não a do país onde nasceram. Beneficiam das regras não tão rígidas quanto isso da World Rugby, que criaram condições para apenas a Argentina, o Uruguai e a Namíbia não terem naturalizados entre 20 selecções.
A 31 de dezembro de 2020, o prazo mínimo de residência aumentará para cinco anos e com efeito retroactivo. Portanto, um jogador com ideias de jogar por outra selecção já terá fixado arraiais nesse país desde dezembro de 2017, para respeitar as novas regras que aí vêm.
Manu Tuilagi está há 15 anos a habituar os ossos ao gélido inverno inglês, é mais do que cumpridor numérico dos critérios. O pais deram-lhe o nome de um lendário guerreiro samoano, por sinal o mesmo pelo qual se trata a selecção da (Manu) Samoa, porque ele nasceu em 1991 e esse foi o ano em que um dos irmãos foi convocado para jogar um Mundial.
Se mexerem no que vai dentro de Tuilagi, talvez ele diga algo parecido ao que disse, há dias, ao “Daily Telegraph”, confessando que Inglaterra lhe é “especial”, mas que tem “a casa e o coração em Samoa”, onde “toda a gente o vai estar a ver” tentar “ganhar o Mundial” com a selecção inglesa, que tem mais cinco jogadores ‘estrangeiros’.
Dois são os manos Billy e Maku Vunipola, personificadores da miscelânea de opções que o sangue lhes dá e as regras do World Rugby apimentam: Tonga é país dos pais, Austrália é onde Billy nasceu, o parto de Maku aconteceu na Nova Zelândia e ambos podiam ter escolhido Gales ou Inglaterra pelos vários anos em que lá viveram quando rumaram à Europa.
Como eles, há exemplos vários e espalhados por toda a parte, como o ponta Sevu Reece (Fiji) na Nova Zelândia, o também ponta ou centro Virmi Vakatawa (Fiji) na França, o formação Will Genia (Papua Nova Guiné) na Austrália, o flanqueador CJ Stander (África do Sul), na Irlanda, e o formação Willi Heinz (Nova Zelândia), que ficou com a vaga de Danny Care e fez o inglês de gema opinar sobre o assunto: "Não tenho nada contra o Willi, é um tipo simpático. Não sabia que tinha aspirações de jogar por Inglaterra, nem sabia que o podia fazer. Quando isto te acontece, de facto, dói".
A selecção inglesa, contudo, não é a Escócia, que tem 14 jogadores nascidos fora de fronteiras (sobretudo britânicos), nem a Austrália, com a maior parte dos 12 ‘estrangeiros’ vindos das ilhas do Pacífico Sul, ou Gales e Itália, ambos com oito tipos vindos, originalmente, de outras nações.
Só mesmo os argentinos, os uruguaios e os namibianos podem olhar para o lado quando ouvirem o hino nacional e saberem que todos nasceram no mesmo sítio."

Resultados históricos

"A temporada 2018/19 ficou marcada por várias reconquistas!
As desportivas, com os títulos nacionais de Futebol, Futsal e Voleibol (além da revalidação de outros e da aposta bem-sucedida no Futebol Feminino).
A patrimonial, tendo em conta a passagem do Estádio, restantes infra-estruturas e da BTV para a esfera do Clube, passando a ser detidos a 100% pelo Sport Lisboa e Benfica.
E, finalmente, a financeira, em que, pela primeira vez desde que a SAD foi constituída, há cerca de vinte anos, os capitais próprios são superiores ao capital social, o que contrasta com a situação patrimonial passada (e a dos nossos rivais).
Normalmente, as duas principais componentes do Capital Próprio de uma organização, caso não se tenham efectuado operações de recapitalização utilizando instrumentos financeiros como, por exemplo, VMOC, são o capital social e os resultados transitados.
Desde a constituição da SAD do Benfica que os capitais próprios foram inferiores ao Capital Social devido ao forte investimento (plantel, Estádio, centro de estágio, museu, Benfica TV, modernização e profissionalização, etc) que teve de ser feito ao longo dos anos, nomeadamente na primeira década de existência da SAD, com recurso obrigatório, por necessidade, a terceiros, nomeadamente a banca. A situação herdada há quase duas décadas era calamitosa a vários níveis, sobretudo, além do desportivo, o patrimonial e o financeiro, incluindo uma tesouraria depauperada que asfixiava o Clube. O esforço empreendido para, simultaneamente, devolver a credibilidade perdida, recuperar financeiramente e investir fortemente em várias áreas foi colossal.
No presente, o lucro verificado pelo sexto ano consecutivo permitiu a inversão da situação descrita acima. Em 2018/19, o resultado líquido foi positivo em 29,4M€, o segundo maior de sempre.
Para tal muito contribuiu a faturação recorde de 263,3M€ conseguida pela SL Benfica, SAD. Note-se que este montante não inclui a transferência, por 126M€, de João Félix para o Atlético Madrid, a qual ocorreu já em 2019/20. O Grupo Benfica, do qual a SAD faz parte, obteve também uma marca histórica, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 300M€ nos rendimentos (301,2M€).
O activo da SAD cresceu 3,2% e o passivo baixou 3,4%. Relativamente ao passivo, que se trata das responsabilidades presentes e futuras, ou seja, dívidas no presente e compromissos assumidos no futuro, prossegue a política de redução.
O endividamento financeiro foi reduzido em 162,3M€ nos últimos três anos. A dívida à banca é agora residual. Os 13,2M€ resultam de uma conta caucionada, usada para a gestão de tesouraria, pouco ou nada significante face aos rendimentos obtidos (cerca de 5% dos rendimentos). As parcelas do passivo mais relevantes são os empréstimos obrigacionistas (131M€), mas que foram reduzidos em 22M€ comparativamente ao ano anterior; os fornecedores, que totalizam menos de metade do que se tem a receber de clientes; e a rubrica “outros passivos” que, como é bem conhecido, é composta sobretudo pelo adiantamento de receitas da NOS (118,5M€ de direitos televisivos), utilizada para reestruturar o passivo financeiro (a taxa de juro média ronda agora os 5%, o valor mais baixo em largos anos) e que é meramente contabilística (será reduzida consoante a realização dos jogos e a respectiva transmissão televisiva, não envolvendo qualquer pagamento em dinheiro).
Estes e outros dados reflectem o acerto da aposta na formação que tem possibilitado em simultâneo, nos últimos anos, sucesso nas vertentes desportiva e financeira. O futuro só pode ser encarado com confiança e optimismo!

P.S.: O pior que pode existir para quem tudo aposta nas ameaças e coação é verificar que alguém possa assumir publicamente os seus erros, em que eventualmente os tenha beneficiado. Será sempre visto como um falhanço e um forte revés na sua estratégia de permanente intimidação.
Pelo contrário, achamos que é sempre uma atitude digna e que importa realçar como contributo para a transparência das competições.
E falamos à vontade porque quando, na sequência do último Belenenses SAD – Benfica, o vice-presidente do Conselho da arbitragem foi ao novo canal televisivo 11 tentar justificar dois erros de arbitragem que nos penalizaram, não concordando com as explicações, encarámos de forma positiva tal iniciativa e nada comentámos publicamente."

Dar o corpo às balas, em defesa do 'outro'!!!

"Vamos lá descodificar esta porcaria enquanto se reflecte sobre outros assuntos bem mais sérios. O Conselho de Arbitragem está sob pressão. Não são apenas as nomeações de árbitros amigáveis para o FC Porto após a derrota em Barcelos (Jorge Sousa, Xistra, Rui Costa). Somam -se as exibições a condizer com influência directa de erros arbitrais nos resultados. O escândalo de Portimão até pode ter motivado esta ridicularizaçao de Vasco Santos. Mas já é um caso singular. À costumeira protecção pelo silêncio e esquecimento sucede esta auto-crítica que visa tão somente legitimar mais nomeações destas. Porquê? Porque a protecção do Conselho de Arbitragem foi substituída pela protecção do Porto. O que em termos práticos acaba por ser a mesma coisa em termos de benefícios com a obtenção ilícita de pontos. E Ainda se evita uma mais que necessária acção disciplinar. Afinal, errar é humano desde que se prejudique o Benfica e beneficie o Porto. O contrário é impossível mesmo que seja por mera hipótese. É o que diz o oficial de serviço com as mentiras e ladainhas do costume sobre lances que foram bem escrutinados e ajuizados. Sabendo que conta com o critério ameno da não menos incoerente justiça desportiva. O que interessa reter é que o Conselho de Arbitragem está a baixar do seu Olimpo e até já sente a necessidade de expor um dos seus, um árbitro da escola do Porto. Logo aquele que mais nos faz recordar Martins dos Santos. Mas enquanto um se desnuda, o outro, da mesma escola, escapa ao foco com o cronómetro debaixo do braço. A figurinha do costume, F.J. Marques, apenas serve de sinalizador para o mote de tantos anos: vale tudo, mesmo tudo, para o Porto não continuar a perder. Apreciemos, pois, a autenticidade do futebol português. Daqui a uns dias há mais."

Em cada clube (e canal) vive um tribunal

"Será que a sempre invocada presunção de inocência só o é para uns, transformando-se em 'presunção de culpa' para outros?

1. «Confiamos na justiça!» é o que, urbi et orbi, ouvimos em qualquer declaração prévia a uma decisão dos tribunais, seja na política, seja na economia, seja no futebol. Depois, face ao sentenciamento judicial, é que a coisa pode virar. Basta não ser do agrado de quem proferiu aquela expressão. No futebol, o assunto assume contornos do mais enviesado proselitismo, de tal modo que se discute como se de um resultado desportivo se tratasse.
O Benfica não foi pronunciado em primeira instância instrutória, pois que venha o recurso para a douta Relação que reverta a decisão da juíza porque «nós confiamos na justiça»! Os rivais assim declaram o seu amor à verdade do sistema judicial. Mas, eis que a Relação não altera a decisão de a Benfica SAD ir a julgamento. Caiu o Carmo e a Trindade! Que justiça é esta? Que incompetência por lá grassa? Para que serve o Ministério Público que acusa mal? «Incompreensível», desabafam com desânimo e indisfarçável decepção, dirigentes, funcionários, comentadores alinhados e jornalistas encarreirados em alguns canais televisivos que ficaram manifestamente de luto e que, no dia anterior, usaram as suas fontes para pressionar a decisão da Relação. Dos imaculados rivais houve comunicados-foguetão que caíram nas redacções, mal houve tempo para ler umas poucas linhas da decisão do Tribunal. A FC Porto SAD proclamou que «a SL Benfica Futebol SAD não foi pronunciada em consequência de uma 'guerra' entre o Ministério Público e a Magistratura». A Sporting SAD, numa visão profética, «comunga da perplexidade geral face ao Acórdão, conhecido hoje», ela que, certamente por mera distracção, não havia recorrido da decisão da juíza de instrução, como prometera («a Sporting SAD analisará os fundamentos da decisão, reservando o direito de recorrer do teor da mesma, sempre com o objectivo de repor a verdade desportiva»).
Mas, afinal, qual a surpresa da decisão da Relação? O Estado de Direito - sempre discursivamente aclamado - é só para uns, que não para outros? Será que a produção de prova pode ser substituída por achismos opinativos de quem quer confundir o desejo com a condenação sumária? Será que a sempre invocada presunção de inocência só o é, de facto, para uns, transformado-se em presunção de culpa para outros? Será - como sugerem os comunicados atrás citados - que o nexo de causalidade (fantasioso e labiríntico) entre supostos crimes (não pronunciados) e «a reposição da verdade desportiva» é assunto de carregar pela boca, disfarçando insuficiência próprias? Que pena não poderem apelar para o Tribunal Constitucional!
Conclusões que não carecem de prova e demonstração, sim, mas só para o Benfica! Será que quem, num dos processos relacionados com o chamado caso dos emails, defendeu em tribunal (e não só) que a FC Porto SAD nada teve a ver com a divulgação criminosa dos mesmos, durante meses a fio deita por um seu funcionário no canal do seu clube, agora pode sentenciar a responsabilidade da administração da Benfica SAD nos alegados crimes imputados a um seu colaborador? Já nada me surpreende no despudor e no ar pretensamente angélico de provedores do interesse público e extremosos paladinos da verdade desportiva e da moral, com uma inusitada amnésia dos fartos anos e que os métodos usados era do piorio. E será que, no Sporting, os escribas do comunicado tiveram um súbito ataque de falta de memória e não se recordam do modo como desligaram a Sporting SAD de uma acção corruptiva a um árbitro, não por um funcionário do clube, mas por um seu vice-presidente (sim, vice-presidente, coisa pouca).
Tudo boa gente, que, no fundo, não consegue digerir o que está à vista de todos: o Benfica neste século XXI, certamente com muita coisa para melhorar, mas cada vez mais à frente na organização, na estrutura patrimonial, na qualificação de jovens talentos, na consistência estratégica e, the last but not the least, no excelente desempenho desportivo.
Há, porém, um aspecto que não posso deixar de assinalar, agora que mais um processo judicial (e já são vários) derem provimento às posições do meu clube. Não nego que estas situações me incomodam, eu que jamais abdicarei de defender um Benfica exemplarmente ético e ecléctico. Tenho a consciência de que algum mal-estar de natureza reputacional não desaparece, como que por magia, de um dia para o outro. É necessário tirar algumas ilações e prevenir certos procedimentos. É imperativo juntar ao notável salto qualitativo da estrutura e organização do clube, uma irrepreensível clareza dos procedimentos e a escolha absolutamente impoluta de quem está no Benfica com o dever de o servir de um modo intransigentemente correcto.

2. Não pude ver, nem ouvir em directo o jogo Benfica - Gil Vicente, o que, para mim, foi um suplício porque estou completamente nas mãos de uma app do meu telemóvel aguardando que me dê boas notícias e que não me traga o seu contrário. No meio de uma festa de casamento, o primeiro alerta até foi decepcionante: Pizzi, o nosso melhor marcador, não converteu uma penalidade. Foi com o relógio a passar demasiado depressa que fiquei mais entusiasmado, na festa entre bons amigos, quando veio a notícia do primeiro golo e, pouco depois, mas antes dos doces na mesa, o descansativo golo do Pizzi. Já noite dentro, e em casa, pude rever a partida. Apesar de um nível exibicional menos conseguido, o importante foram os três pontos perante um adversário competente. Por norma, não são nada fáceis os jogos depois da debandada para as várias selecções de Portugal. Já no ano passado, e nas mesmas circunstâncias, arrancámos uma vitória ao cair do pano face ao Tondela. Este ano, além das arreliadoras lesões de jogadores que seriam titulares, 8 atletas do onze inicial andaram pelo mundo jogando pelas selecções. As excepções foram André Almeida (um mal-amado dos seleccionadores), Fejsa e Raul de Tomas. Lá fora, Atlético de Madrid, Manchester City, Juventus sofreram do mesmo problema e... perderam ou empataram.
Uma palavra para o notável início de época do primodivisionário Famalicão e actual líder isolado do campeonato. 13 pontos em 15 possíveis, única equipa sem derrotas, 10 pontos acima da linha de água, 9 pontos distanciado do Sp. Braga e 5 do Sporting.

3. São coincidências a mais. Xistra & Veríssimo expulsam forçadamente um vimaranense no minuto 1. Rui Costa ou não tinha relógio, ou tinha vontade a mais, e o Porto garantiu a vitória em Portimão no tempo de compensações sobre compensações das compensações. Vejamos: aos 90m 9s, jogo interrompido para o VAR aconselhar (nem perdeu tempo com o árbitro a ir ao monitor) a expulsão de Alex Telles aos 91m 54s (isto é 1m 45s após) é mostrado o vermelho ao portista. Antes, tinham sido dados 5 generosos minutos de compensação. O 3-2 surgiu aos 97m 47s. Mesmo considerando uma substituição do lado do FCP, feita evidentemente sem qualquer perda de tempo, o golo excedeu claramente a contagem justa. À noite na televisão, analistas houve que foram tudo menos rigorosos (por exemplo Rui Pedro Braz disse que «foram para aí uns 3 ou 4 minutos» por causa do VAR). Pergunto como fiz com Xistra: e se fosse ao contrário? Já na 1.ª parte, a bem sucedida sociedade Costa & Vasco Santos assinalou o penálti que inaugurou o marcador, que todos - todos mesmo - ex-árbitros, que na imprensa desportiva analisam os casos polémicos, consideraram não ser falta. No fim, Folha, entre a razão e o coração, sorria na flash interview. Para ele esteve tudo bem. Final feliz, portanto.

Contraluz
- Clareza: Bruno Lage. Continua na boa senda de uma comunicada clara, assertiva, sem refúgios inconsequentes. Desta vez, falou da questão das falhadas contratações de mais um guarda-redes, sem os habituais rodriguinhos e segredos dos treinadores. E esclareceu o seu critério relativo aos estádios (ou não) que precedem os jogos. Assim, sim, vale a pena haver conferências de imprensa.
- Centenário: No meio de um lamentável cisma entre o Clube de Futebol os Belenenses e a chamada Belenenses SAD, associo-me ao centenário do histórico e valoroso clube, enquanto meu segundo clube do coração e seu sócio n.º 1689.
- (In)disciplina: A lona que cobriu uma parte significativa do Dragão, insinuando favores ao Benfica por parte de árbitros, do primeiro-ministro e da juíza de instrução Ana Peres, foi uma coisa insignificante para o venerável Conselho de Disciplina. E, claro está, na direcção do clube de nada se sabia, até porque tal lona cabia num bolso de qualquer figurante. Assim, se estabeleceu uma multa de uns desprezíveis euros, por generoso enquadramento benigno numa das alíneas a la carte perdidas nos regulamentos. Nada de grave, pois estão, a insinuação corruptiva da lona. Grave, grave, é só o que se passa para as bandas da Luz, seja o que for. Já agora, e perante tanta bonomia disciplinar, que tal uma segunda lona, mais actualizada e incluindo (retroactivamente) os juízes da Relação e uma quermesse para ajudar o FCP a pagar a segunda multinha?"

Bagão Félix, in A Bola

Cadomblé do Vata (definições...!)

"Benfica - Paços de Ferreira - 63.000 espectadores; Benfica - FC Porto - 63.000 espectadores; Benfica - Gil Vicente - 55.000 espectadores; Benfica - RB Leipzig - 46.000 espectadores. Poderão indicar a data do jogo, a hora do pontapé de saída ou o nome do adversário. Tudo isso será válido, mas a verdadeira razão de termos as bancadas mais compostas contra o Paços de Ferreira ou Gil Vicente do que na primeira jornada da Liga dos Campeões, reside no facto dos adeptos do SL Benfica não terem nascido para serem braguistas *(ver final do texto).
A história repete-se ano após ano: define-se uma participação épica na Champions, mas qualquer equipa da competição é um bicho de sete cabeças para um Benfica, que invariavelmente dá iniciativa de jogo ao adversário, tem menos posse, menos oportunidades e menos futebol. No final falamos de eficácia, de orçamentos, de ritmo e salvo um ou outro brilharete, empochamos mais um mau resultado em casa e seguimos a vidinha. Os adeptos, sem necessitarem de grandes dotes de adivinhos, prevêem o descalabro que aí vem e desmobilizam cedo da maior competição inter clubes do Mundo. Exceptuando resultados extraordinários nos jogos fora, as perspectivas para as recepções ao Lyon e ao Zenit são ainda menos animadoras. O hino da Champions que é o sonho de todos os clubes europeus, não é mais que uma marcha fúnebre na Catedral.
O conceito de clube formador com sucesso europeu só funciona se a relva da Luz não for uma imensa vitrine para os formandos. Estrear rapazes de 18 anos em jogos de máximo grau de exigência justifica-se se daqui a 4 anos, esses atletas disputarem a competição pelo Benfica. Se ontem tivermos entrado em campo com uma defesa com média de 21 anos, porque daqui a 3 ou 4 anos, pelo menos 3 dos elementos estiverem cá, digo já que apoio, força nisso. Pelo contrário se na 1ª jornada da Champions 20/21 estivermos, por exemplo, a baptizar João Ferreira e Pedro Álvaro na Europa porque Tavares e Ferro já foram vendidos, então meus amigos, não vale a pena. Vamos andar anos seguidos a correr 6 vezes para a agonia.
O Benfica tem que definir definitivamente o que quer ser: um golfinho que faz 2 graçolas em 10 anos de Champions com prata da casa ou um tubarão que faz 5 ou 6 no mesmo período, com homens a transpirar experiência. Qualquer das duas opções é válida e eu não me importo da primeira opção, desde que seja assumida. Reclamar direito a ser a segunda dando apenas condições para a primeira é que é gorar expectativas todos os anos e massacrar o prestígio do Clube consecutivamente. Dêem-nos o que prometem e prometam apenas o que nos podem dar. Porque tudo o que vier a mais, é lucro.

* - com todo o respeito pelo SC Braga e adeptos, prometer todos os anos aproximação aos grandes e muito raramente lhes ganhar, é marca registada na cidade dos Arcebispos."

Regresso à normalidade

"O caminho é só um: denunciar. Expor. Criticar. Fazer barulho. Doa a quem doer.

A última jornada do Campeonato de Portugal ficou marcada por incidentes graves no final do Sanjoanense-Canelas. Felizmente para nós, as imagens do que aconteceu dentro e fora do Estádio Conde Dias Garcia vieram parar ao mundo virtual. Vêm sempre e é bom que os malandros se habituem a isso.
Para esta reflexão, a que hoje volto a propor, pouco importa quem começou, como eu porquê. A gravidade dos factos será analisada, por quem de direito, de forma que, não duvido, será justa, célere e eficaz.
Mais importante é centrarmos a discussão na base. Nas premissas habituais:
- Porque é que o desporto português continua a ser ensombrado por situações destas? Porque é que, de vez em quando, somos surpreendidos com vídeos que mostram agressões, ameaças e ofensas em locais onde tinha que imperar exactamente o oposto, alegria, diversão e entretenimento? Porque é que a rivalidade com o opositor tem que ser vista como um ataque a um inimigo? Porque é que um adversário não pode ser simplesmente... um adversário? Porque é que maltratar, perseguir e agredir parece ser mais importante do que aceitar, tolerar e respeitar? Porque é que se continua a permitir que agressores e crianças coabitem no mesmo espaço, quando a influência (e perigo real) dos primeiros pode ter consequências devastadoras a curto/longo prazo sobre os segundos? Porque é que ninguém consegue descobrir uma forma eficaz de evitar que imagens como as que vimos em São João da Madeira se repitam constantemente? Porque é que, por muito que se insista, somos incapazes de mudar regularmente no sentido de penalizar exemplarmente quem incorre em crimes lesa-futebol/desporto? Porque é que continua a haver escassez de legislação que puna severamente quem comprovadamente não pode entrar num recinto desportivo? Porque é que a percepção pública - a que existe cá fora - é a de que este tipo de assuntos são, para quem pode verdadeiramente mudar o rumo das coisas, um verdadeiro pain in the ass, um tema chato e incómodo que pouco importa resolver a atacar de vez? Porque é que não são (nos casos em que isso se justifique) os próprios clubes a condenar actos dos seus adeptos, como recorrentemente se faz em Inglaterra e até em Itália (exemplo: Juventus)? Porque é que todos nós sabemos que situações destas (e piores) irão repetir-se ao longo desta época, sem que nada de efectivo surja para melhorar estruturalmente o rumo das coisas= Porque é que continuamos a ser pequeninos quando temos que agir com convicção e grandes quando auto-elogiamos os nossos feitos desportivos? Porque é que a opinião pública acha que há receio em tomar decisões que possam afectar estruturas com poder? Quem/como lhes foi incutida essa ideia de descrença? Porque é que a burocracia inerente às grandes mudanças é, quase sempre, a justificação repetida para as não mudanças?
Estamos tão mal habituados, meus amigos. Tão mal habituados. O caminho é só um, não tenham dúvidas: denunciar. Expor. Criticar. Fazer barulho quando o barulho se justifica. Doa a quem doer."

Duarte Gomes, in A Bola

Um 11 de estrelas do SL Benfica


"Para mim sempre foi um prazer ver o Sport Lisboa e Benfica a jogar! O estádio cheio, os adeptos ao rubro, os jogadores a entrar em campo. Tudo isso…
Desde que me lembro que vejo jogo do Benfica e claro, uns jogadores marcam-nos mais que outros. O glorioso sempre teve grandes jogadores nos seus plantéis e hoje escrevo sobre os melhores que vi jogar. Este é o meu onze ideal de jogadores que vi jogar no Sport Lisboa e Benfica.
1. Ederson Moraes Que guarda-redes incrível! Do melhor que já vi, não só no SL Benfica, mas em Portugal. Ederson é hoje um dos grandes nomes do futebol mundial. 
O guardião brasileiro distinguia-se pela frieza mostrada entre os postes, pela rapidez na saída à bola e, sobretudo, pela sua exímia capacidade de passe longo. Simplesmente fantástico.
É, sem qualquer dúvida, o guarda-redes que escolhia para defender os nossos postes.
2. Nélson Semedo Actualmente ao serviço do FC Barcelona, Semedo é uma das jóias da formação do Benfica.
Um Lateral direito muito capaz tanto na defesa como no ataque, distingue-se pela sua velocidade e pela capacidade de acelerar todo o corredor direito do terreno de jogo.
É um daqueles que espero ver regressar ao clube que o fez jogador. Semedo teve um início a meio-gás nos Blaugrana, mas já se vai impondo no clube espanhol.
3. Ezequiel Garay O meu defesa central de eleição só podia ser o argentino. Muito seguro e potente no jogo aéreo, Garay, saía de situações muito complicadas. E saía a jogar.
Um verdadeiro central, que só não era o patrão da defesa, não fosse o seu companheiro do lado o Luisão.
No tempo que esteve no SL Benfica, o argentino era também o titular da selecção albiceleste.
4. David Luiz Seria o outro central do meu onze ideal. Dotado de uma capacidade técnica bastante apreciável, útil no início processo ofensivo da equipa e muito astuto na defesa. Tudo isto a juntar à sua velocidade, agilidade e força, levam a que este brasileiro seja um dos meus centrais de eleição. 
Após a sua saída da Luz, já representou o Chelsea, o Paris Saint Germain e actualmente, o Arsenal. Seria bom tê-lo de volta futuramente.
5. Fábio CoentrãoUm nome que causa muita polémica! O jogador que em Portugal não jogava noutro clube sem ser o Benfica e que, entretanto, já conta com passagens pelo Sporting CP e pelo Rio Ave FC, mas não podia estar de fora da convocatória.
O miúdo proveniente das Caxinas chegou à Primeira Liga para representar o SL Benfica, o “seu clube do coração”. Na primeira passagem pela equipa (viria a ser emprestado) Coentrão não encantou. Já na era de Jorge Jesus, o então extremo foi adaptado a defesa-esquerdo e aí sim, ganhou grande protagonismo nos encarnados.
De drible fácil e veloz, Fábio Coentrão ganhou espaço na equipa dos encarnados até sair para o Real Madrid FC. Um grande jogador, mas com muito pouco carácter. Até nunca, Fábio.
6. Nemanja Matic O sérvio esteve no SL Benfica por duas temporadas e meia, até sair para o Chelsea por 25 milhões de euros.
Possante fisicamente e com uma capacidade de passe fora do comum, Matic era um dos motores do meio campo encarnado. Demonstrava uma capacidade incrível de fazer a equipa subir no terreno e, ao mesmo tempo, capaz de “estancar” as ofensivas adversárias. Que jogador!
7. Pablo AimarNascido e criado na Luz, Rui Manuel César Costa foi um dos melhores médios que já vi a actuar pelo Sport Lisboa e Benfica.
Este senhor, já retirado (infelizmente!) do futebol, tratava a bola por “tu”. A bola dançava nos seus pés e ia, como por magia, sempre para o sítio certo. Mas não era magia, era apenas Rui Costa num dia banal.
Um verdadeiro capitão, aquele que seria o capitão deste onze ideal!
8. Pablo AimarHá aqueles que têm ídolos, e há outros, casos mais raros, que são os ídolos. Ora então, Pablo César Aimar Giordano é o ídolo de, nada mais, nada menos, que Lionel Messi.
Se isto não chegar para comprovar o jogador que foi Pablito, basta recordar as exibições deste mago do futebol.
De técnica apurada, deixava adversários pregados ao relvado com uma facilidade incrível e isso, a juntar à sua velocidade, faziam de Pablo Aimar um dos melhores médios que já vi em Portugal.
9. Ángel Di MaríaRapidíssmo, com e sem bola, Di María transpirava futebol dos pés. Dono de uma capacidade técnica fora do comum, era um extremo capaz não só de marcar como assistir, aquilo que se espera de um jogador da classe de Angelito.
No Benfica foi um dos destaques da era Jorge Jesus ao realizar 118 jogos, apontando 15 golos e feito 27 assistências.
10. Jonas Gonçalves Se há avançado que sempre vou recordar de ver no SL Benfica será Jonas! O pistoleiro é uma lenda viva do clube.
Sem clube, dispensado do Valência, o brasileiro viu no Sport Lisboa e Benfica uma oportunidade de prosseguir a sua carreira. E foi aí que o conto de fadas começou. 182 jogos, 137 golos e 35 assistências depois, o avançado construiu a sua própria história, deixou a sua marca.
E que bem jogava Jonas! Marcava de qualquer lado, com o pé que estava mais à mão! Obrigado Jonas! Estás convocado.
11. Simão Sabrosa A fechar o meu onze ideal de jogadores que já vi no Sport Lisboa e Benfica está Simão Sabrosa. 
Simão foi um dos melhores jogadores portugueses a actuar pelo glorioso.
Especialista na cobrança de livres directos, o internacional português tinha um pé direito sensacional. As diagonais que desenhava em campo desfaziam defesas e originavam jogadas incríveis."

O alerta (...): à margem do jogo, há muita nobreza e carácter. Mas também há gente gananciosa, pequenina e deslumbrada

"É muito fácil analisar o mundo que gira em torno do futebol.
Ele é jogado, arbitrado, treinado, aplaudido, assobiado, narrado, analisado, comentado e dirigido por pessoas. Por milhões de pessoas. Pessoas como eu e você. Pessoas como nós. Como qualquer um de nós. Jogadores, dirigentes, adeptos, jornalistas, árbitros, comentadores, treinadores... são todos de carne e osso. Gente igual à gente. Gente igual a mim e a si.
Se dividirmos toda essa multidão pelas suas zonas de acção, pelo lugar que cabe a cada um, chegamos a uma conclusão óbvia:
- Dentro de campo estão jogadores e árbitros. Só eles e apenas eles.
Ali perto mas já do lado de fora, estão treinadores, suplentes, adjuntos, delegados, fisioterapeutas, médicos, directores desportivos e outros. Muitos outros.
Mais para trás mas ainda no anfiteatro maior, estão os adeptos. As claques. E, claro, jornalistas, radialistas, repórteres fotográficos, convidados, etc.
Bem mais longe, longe do local onde tudo acontece, está a maioria. Estão milhões de outros adeptos, sinpatizantes e curiosos, mais jornalistas, comentadores, analistas, etc.
Três grupos de pessoas em posições distintas mas vivendo a mesma realidade: a que se vive dentro do relvado, naqueles escassos metros de relva.
As que escolheram ir ao estádio são sortudas. Vêem tudo in loco. Em tempo real. Ao vivo e a cores. É um privilégio raro. Único. Merecido. Todos os que ficaram nos seus locais de trabalho, em casa ou no café, não. Vêem o que as imagens mostram. Dependem dos frames, dos ângulos, das linhas e dos replays. Dependem do delays, da qualidade do sinal e até do tamanho do écran.
No meio deste mar de almas, é importante que cada um saiba qual o seu papel, qual a sua parte no espectáculo. Os imprescindíveis - jogadores e árbitros - têm sobre si todos os holofotes.
São eles que ligam o jogo à corrente. São os autores exclusivos da obra-prima que todos os outros testemunham sem sentir. Jogadores e árbitros são os fazedores de histórias. Uns como artistas geniais e protagonistas máximos. Outros como justos zeladores das leis e das regras.
É sobre eles que recai toda a pressão, porque são eles que tomam as grandes decisões. São eles que fazem os passes, as interseções e os remates, são eles que analisam intensidades, contactos e maldades, são eles que correm quilómetros, que sentem o suor, o frio e o calor, que ouvem os aplausos e os apupos, o elogio e o assobio. Cabe-lhes a tarefa mais nobre quando a tarefa mais nobre é a mais difícil de todas as tarefas. Merecem respeito. Muito respeito.
Logo ao lado estão os treinadores. E, meus amigos, acreditem quando vos digo: os treinadores também sofrem. Sofrem muito. Não correm, não apitam nem fazem cortes milimétricos, mas têm a frequência cardíaca em alta porque a sua intensidade é outra. Não sai do físico, sai do coração e da cabeça. Sai da mente e da alma.
Sentem o jogo como se estivessem a jogá-lo. Vibram e saltam de alegria. Têm sentimentos intermitentes. São os timoneiros, os comandantes, os responsáveis de tudo. Têm a sua reputação, dignidade e trabalho em jogo, a cada jogo. A cada táctica. A cada vitória ou derrota. Moram perto do céu mas com vista frontal para o inferno. Todos os dias de cada dia dos seus contratos.
Depois, bem... depois há todo um mundo de gente do lado de fora: muitos e muitos (outros) adeptos, mais jornalistas, analistas e comentadores e, claro, vários "adeptos-comentadores", achistas e tudólogos. Na verdade, deste lado, há de tudo um pouco.
É preciso que se diga que, à margem do jogo, há muita nobreza e carácter. Há muita seriedade e dignidade. Há muito mérito e qualidade. Há gente a sério, que trabalha afincadamente e que se dedica ao limite. Há excelentes pessoas e grandes profissionais.
Mas há também uma pequena franja de gente gananciosa, pequenina e deslumbrada, que sucumbe à gula da exposição. Gente que se refugia no emblema que defende ou no cargo que pretende. Gente que usa a imagem pretensiosa e a palavra prodigiosa para esconder a sua verdadeira ambição.
O apelo é forte e não cabem todos. Para esses, vale tudo na luta pela sobrevivência. São perigosos e maquiavélicos. Ou então burros e ignorantes. Regra geral, a coisa dura pouco... mas enquanto dura, deforma opinião e faz danos no carácter e na reputação. Porque eles são assim. Não olham a meios para atingir o seu fim.
O importante, no entanto, é que, no final do dia, ganha sempre o melhor. Dentro e fora de campo. No futebol como na vida.
A vitória é sempre de quem é honesto naquilo que faz, pensa e diz. É de quem trabalha mais e melhor, de quem mais se empenha e de quem reage melhor à adversidade. De quem sabe que depois de cada pancada vem o abraço apertado. Com humildade, com os pés bem assentes no chão e com a noção clara que tuda, mas tudo na vida é efémero. Momentâneo. Um dia acaba.
Até a vida em si."

Perder na Taça e seguir em frente? É possível, mas não devia

"A técnica da força

O Eléctrico não foi feliz na primeira eliminatória da Taça de Portugal. A equipa de Ponte de Sor foi cilindrada de forma implacável em casa pelo Benfica de Castelo Branco: 7-0. Este foi o resultado mais pesado dos 55 jogos da ronda inaugural, vida difícil para os alentejanos.
Mas, por incrível que pareça, o Eléctrico seguiu para a segunda eliminatória, e vai ter novo desafio complicado, desta vez com o Arouca. Explique-se: o clube foi um dos repescados para a fase seguinte, de forma a acertar o número de clubes em prova. Imperativos matemáticos, portanto. Mas nem foi preciso ter assim tanta sorte, porque além do Eléctrico, mais 20 equipas que perderam o primeiro jogo vão ter mais uma oportunidade na Taça. Ou seja, dos 55 clubes «eliminados», 21 continuam na competição (e agradecem ao sorteio). Significa isto que quase 40 por cento dos clubes derrotados são apurados juntamente com os vencedores. Na minha opinião, esse modelo não é justo nem lógico. Retira emoção. E não é feliz do ponto de vista do mérito competitivo e desportivo.
O cenário não é novo: em 2016, a Naval foi esmagada por 8-0 pelo Benfica de Castelo Branco na estreia, mas graças às necessidades de repescagem, defrontou e venceu o Fafe na segunda eliminatória! Acabaria por perder por 4-0 com o Marítimo no jogo seguinte. Penso que todos concordam: é uma situação inusitada e evitável...
Como dizia acima, os imperativos matemáticos são impossíveis de contornar, e portanto este cenário reflecte uma necessidade. Não se trata de desorientação por parte da entidade que organiza a Taça - a FPF. Isso é claro. Na minha opinião, também é claro que, apesar disso, os responsáveis devem olhar com ponderação para este cenário e talvez encontrar uma solução distinta.
Equipas que perderam por 7-0 ou 8-0 não podem continuar na Taça de Portugal. Não dignifica a competição, na minha opinião. Por outras palavras, e sublinho que estou no campo da mera visão pessoal: não faz sentido um clube perder no mata-mata e manter-se na prova. Admito que, por força da tal matemática, possam existir excepções esporádicas. Mas repescar quase metade dos derrotados ultrapassa os limites do razoável.
A solução? Teria que se estudar, naturalmente. Introduzir uma fase pré-eliminatória para acertar previamente o número de clubes - como na Taça da Alemanha? Criar vagas para mais emblemas dos Distritais? Colocar as equipas da Segunda Liga a entrar mais cedo em prova? Não sou um especialista nestas matérias, mas é importante encontrar uma saída para impedir (e repito) que cerca de 40% dos derrotados tenham o privilégio de seguir em competição. Pode dar-se até o caso improvável de uma equipa chegar ao Jamor com uma derrota no percurso. Difícil de conceber, claro. 
O Eléctrico tem a segunda oportunidade a 29 de Setembro. Toda a sorte para os homens de Ponte de Sor - e para todas as equipas envolvidas nesta 2ª Eliminatória. A Taça de Portugal é uma grande competição, cheia de magia e muita história. E, também por isso, é preciso acarinhá-la e protegê-la, melhorando-a e tornando-a cada vez mais competitiva e emocionante. Da 1ª Eliminatória à Final do Jamor.

PS - Obrigado aos camaradas e amigos do Maisfutebol pelo simpático convite. É verdadeiramente uma honra escrever aqui."