domingo, 15 de setembro de 2019
RDT vs Ferreyra
"Ao sexto jogo pelo Benfica, Raul de Tomas continua em branco. Para qualquer treinador, a preocupação maior é sempre a equipa e, como Bruno Lage já o disse, mau para os encarnados seria se ninguém marcasse golos ou criasse oportunidades para o fazer. Mas nenhum jogador é cego ou surdo. RDT sabe o que custou, sabe para que clube veio, sabe as expectativas que gera. Ficar seis jogos em branco, sendo o homem de quem se espera mais golos, está a afectá-lo. E a reacção espontânea que teve ao autogolo de Nogueira, que impediu a bola de lhe chegar, mostra isso. Nesta altura, precisa de um golo que o liberte.
Os números individuais de RDT são piores do que os de Ferreyra na época passada. Na altura com Rui Vitória, o argentino foi titular em cinco dos seis primeiros jogos pelo Benfica e marcou um golo. Mas era sobretudo falado pelo seu salário. A percepção dos adeptos sobre ambos os reforços é totalmente diferente, já que RDT tem ainda uma margem de tolerância junto dos adeptos que Ferreyra nunca teve, apesar de ter custado bem mais. Mérito de Bruno Lage, pela forma como tem comunicado sobre a seca do camisola 9, aproveitando também a credibilidade quase infindável que tem junto dos adeptos após o título da época passada."
Adel merece que nos unamos contra os poderes instituídos. Isto não pode ser só Pizzi e Bruno Fernandes
"Vlachodimos
Duas situações de perigo no seu raio de acção e uma taxa de concretização de 100%. Um dia, se Deus quiser, conseguiremos dizer algo semelhante acerca de um avançado do nosso plantel.
André Almeida
Depois de anos a assistir Jonas na área adversária, é normal que precise de tempo para voltar a encontrar o amor. Tempo ou uma nova referência na área. Deixa ver. Candidatos ao seu coração não lhe faltam.
Rúben Dias
Elaborou um relatório detalhado sobre o avançado búlgaro do Gil Vicente. Agora é acertar valores. Talvez possamos pagar em porcos e garrafões. Eu ia escrever "de vinho", mas que outro garrafão existe? Não me lixem.
Ferro
Já o vi mais rijo, o que no caso de Ferro significa que já o vi mais gracioso nas tarefas defensivas, mas o grande teste no pós-FCP acontece esta terça-feira. Veremos como reage ao futebol curto-circuitado com pilhas Duracell praticado pelos alemães.
Grimaldo
Esta época já aconteceu por duas vezes eu esquecer-me de escrever sobre o Grimaldo, o que poderemos interpretar como um alerta de que nem tudo vai bem na minha actividade cerebral, ou, por outra, um sinal de que Grimaldo não tem feito borradas monumentais mas também não tem enchido as medidas.
Fejsa
O que mais surpreende no regresso de Fejsa não é o seu nível exibicional, que foi muito aceitável. Já a longevidade daquele corte de cabelo não deixa de causar perplexidade. Houve um momento - corria o ano de 2016 - em que foi aceitável usar aquele penteado e desempenhar altos cargos na nossa sociedade como é o de líder do meio-campo defensivo do Benfica. Hoje em dia só a nossa tolerância enquanto massa adepto e profundo amor por Ljubomir Fejsa explicam que não tenha sido corrido do relvado assim que se apresentou ostentando.
Taarabt
Numa altura em que tanto se fala de justiça, acho que o Benfica devia pedir à sua equipa legal para contestar a decisão da Liga de Clubes ao não atribuir o golo a Taarabt no lance que, dizem alguns auto-proclamados "peritos" em leis do jogo, resultou num auto-golo do Gil Vicente. Chega deste favorecimento em detrimento do marroquino. A visão de jogo de Adel merece que nos unamos contra os poderes instituídos. Isto não pode ser só Pizzi e Bruno Fernandes.
Pizzi
Mais um sábado produtivo para o melhor jogador da Liga. Se continuar a produzir golos e assistências a este ritmo, arrisca-se a ser também o melhor centrocampista.
Rafa
Não meteu a sexta muitas vezes, talvez em gestão de esforço para terça-feira, ocasião em que se espera que deixe algumas famílias alemãs sem pai.
RDT
Tal como a maioria dos adeptos, também eu o aplaudi na hora da substituição. Cada clube tem a Susana Torres que entende ou merece. Os benfiquistas devem ser a confiança de que um virtuoso matador espanhol precisa para rapidamente chegar aos golos. Que uns quantos iluminados decidam assobiar um jogador no momento em que este abandona o relvado - e com isso fazer notícia - é algo que eu jamais conseguirei compreender. É nestas alturas que sinto falta de um bom regime autoritário..
Seferovic
Foi pai há 2 semanas e nota-se. O suíço continua a trabalhar, mas há ali uma ferrugem, uma visão turva, aquela bebedeira de quem anda a mudar as fraldas ou a dar o biberão a meio da madrugada. Compreendo que ele queira ser solidário com a esposa, mas é nestes momentos que devemos perguntar: o que é mais importante? A família de sangue ou a família benfiquista? Fica a reflexão. Cada um tire as suas conclusões.
Jota
Já se percebeu que o seu Kapa poderia ser RDT, mas vamos aguardar por uma conclusão semelhante do mister (teimoso do caraças).
Caio
Apresenta argumentos sólidos para ser o Carcela da presente temporada.
Jardel
A não ser que a memória e o Ravasqueira Sauvignon Blanc me traiam, só fizemos duas substituições, por isso vou aproveitar para dizer que, do sítio onde me encontrava, foi Jardel quem protagonizou o momento mais emocionante da noite, aquele que verdadeiramente incendiou os adeptos no bom sentido. Um pontapé certeiro já depois do apito final colocou uma daquelas bolas-brinde no piso 3 e deixou a multidão em polvorosa. Obrigado, Jardel."
Cadomblé do Vata
"1. Surpresa no 11 titular, com Fejsa a assumir a titularidade... Benfica, Benfica, Benfica, dá-me o 39.
2. Entendo que foi jogo pós selecções, antes de Champions contra adversário que veio da terceira divisão, mas... o meu puto ada a acordar às 5h30 cheio de estrica para brincar e com este ritmo de jogo é difícil ficar acordado até ao fim.
3. Vamos na quinta jornada e já anda circular a mala do dinheiro a circular por Portugal... andam a pagar aos defesas que nos defrontam para fazerem tudo o que puderem para o Raúl não marcar.
4. De Tomás está tão desesperado por marcar um golo que até já começou a enlouquecer... aplaude maus passes dos colegas e reclama dos auto golos adversários.
5. Tenho a superstição de não comer durante os jogos do Benfica, mas está cada vez mais difícil cumprir com isto... é que o André Almeida não se cansa de distribuir bacalhaus para toda a gente."
SL Benfica - Gil Vicente FC
"Primeiro jogo depois da paragem para seleções. Apresentamos apenas uma mudança no onze em relação ao jogo com o Braga. Fejsa entrou para o lugar do Florentino e fez dupla com o Taarabt no meio campo. Fizemos o que tínhamos a fazer e vencemos o jogo, mas tem que se pedir mais a esta equipa. Não existiu jogo depois do segundo golo, talvez estivessem já a pensar no jogo de terça-feira. Umas notas sobre o jogo.
1. Adel Taarabt. Mais uma vez o melhor jogador em campo. É ele que descobre Pizzi que na sequência é derrubado na área, conquistando um pénalti. No final da primeira parte faz um passe incrível para a direita que vai dar origem ao primeiro golo depois de um cruzamento de André Almeida. Parece estar a afirma-se de vez neste meio campo. Vamos ver o que acontece quando Gabriel regressar à equipa. Têm aproveitado as oportunidades que o treinador lhe tem dado.
2. Pizzi. Mais um golo. Desta vez desperdiçou um penalti que ele mesmo tinha ganho logo aos 10 minutos. Mesmo assim partiu para mais uma exibição muito segura e acabou por fazer o segundo golo na sequência de um canto batido pelo Grimaldo. É uma peça fundamental no 11 e tem tido um início de época extraordinário. Já leva 6 golos e 2 assistências no campeonato.
3. RdT e Seferovic. Mais um jogo sem golos para eles. Hoje a bola mal apareceu dentro da área mas têm que fazer mais. Até quando Lage vai insistir nesta dupla? Não podem estar jogo após jogo sem qualquer golo. Vamos ver o que vai acontecer com a gestão que vai ser feita para a Liga dos Campeões.
4. Odysseas. Quando o resultado já estava em 2-0 nega o golo a Kraev com uma grande defesa a encurtar o ângulo. Jogo seguro do grego.
5. Kraev. Cuidado com este búlgaro. Fez o golo da vitória do Gil Vicente sobre o Porto e hoje também jogou bastante bem. Há que ficar atentos.
6. Tomás Tavares. Estava pronto para se estrear com a camisola principal do Benfica no estádio da luz mas infelizmente não teve tempo. Vai chegar a sua hora.
Exibição já a pensar no que aí vem, contam os 3 pontos. De recordar que este Gil Vicente já ganhou ao Porto e empatou com o Braga. Têm um excelente treinador e podem vir a fazer um bom campeonato. Ficamos à espera do que vão fazer os nossos rivais amanhã, o Porto joga em Portimão e o Sporting vai ao Bessa.
Terça-feira voltamos à luz para a primeira jornada da fase de grupos da Champions contra o Leipzig que hoje empatou com o Bayern Munich a 1 golo. Vamos esperar para ver."
SL Benfica 2-0 Gil Vicente FC: Encarnados sem ideias vencem em lances capitais
"Em mais uma ronda da Primeira Liga, o SL Benfica venceu na sua casa o Gil Vicente FC por 2-0. Após a pausa para os compromissos internacionais, as “Águias” voltavam ao seu terreno e queriam garantir mais um triunfo, mas tinham de ter cuidado com os “Galos de Barcelos”, uma vez que já haviam travado o FC Porto e SC Braga nas jornadas anteriores – uma vitória e um empate a um golo, respectivamente.
O Benfica entrou pressionante e a querer assumir o controlo de jogo, com os elementos do ataque a trocar a bola no último terço do campo e o Gil Vicente estava a ter dificuldades em estancar as ofensivas encarnadas. O primeiro lance de perigo surgiu aos nove minutos: Pizzi foi derrubado dentro de área pelo estreante no campeonato Ygor Nogueira e o árbitro João Pinheiro assinalou de pronto grande penalidade. O médio benfiquista tinha uma oportunidade soberana para colocar o actual campeão nacional em vantagem, mas viu Denis “voar” para impedir o golo inaugural.
O penálti falhado fez aumentar a confiança dos visitantes que começaram a subir mais no terreno, criando assim dificuldades aos comandados de Bruno Lage. A partida foi-se desenrolando e não surgiam oportunidades para o marcador se alterar. Algum tempo depois sem qualquer ação, Pizzi, aos 39’, voltou a estar perto de facturar a cruzamento de Grimaldo, contudo Denis levou a melhor novamente.
No instante a seguir, o Gil Vicente também ameaçou a baliza de Vlachodimos, por intermédio de Sandro Lima, com o remate do avançado brasileiro a ser desviado pelo guardião grego. Antes do intervalo, o marcador foi inaugurado a favor da equipa da casa: aos 45’, Taarabt descobriu André Almeida que cruzou rasteiro para dentro da área gilista à procura de um desvio dos seus colegas de equipa, mas foi o central Nogueira que tocou a bola e colocou-a dentro da baliza. Mesmo sem fazer uma boa exibição durante grande parte do primeiro tempo, o Benfica chegava ao descanso na frente pela margem mínima.
O segundo tempo começou com uma substituição do lado visitante: Romário Baldé foi lançado para o lugar de Lino, fazendo assim a sua estreia na Liga pelo Gil Vicente. A primeira oportunidade foi para os visitantes: Kraev, bem isolado por Baldé, tirou bem Ferro do caminho e ao tentar colocar a bola no canto superior, atirou para fora. Na resposta, André Almeida fez um bom cruzamento e Pizzi cabeceou à malha lateral, dando a sensação de golo, que acabaria mesmo por acontecer.
Aos 53’, um canto batido por Grimaldo do lado direito foi ter aos pés de Pizzi, que, à terceira tentativa, conseguiu bater Denis e aproveitou para cimentar a sua liderança na lista de melhores marcadores do campeonato. O segundo tento ajudou o Benfica a acalmar a tentativa de reacção gilista.
Raúl de Tomás tentou a sua sorte aos 68’, após uma boa aceleração do lado esquerdo de Rafa, mas o seu remate foi desviado na defesa adversária, dando origem a um canto sem qualquer perigo. Logo a seguir, Kraev esteve outra vez perto de marcar na Luz e na cara de Vlachodimos voltou a desperdiçar uma excelente ocasião para reduzir diferenças.
A partida voltou a cair num ritmo de desinteresse, muito por culpa do jogo estar (praticamente) resolvido a favor das “Águias”, mas ainda houve tempo um pequeno calafrio: Sandro Lima ainda colocou o esférico na baliza de Odysseas, mas o fiscal de linha anulou o tento do Gil Vicente.
O jogo chegou mesmo ao fim e o Benfica venceu por 2-0. Num jogo em que não se exibiram a um alto nível como noutros encontros, os “encarnados” conseguiram triunfar e continuam assim a um ponto do surpreendente líder Famalicão. Já o Gil Vicente continua sem vencer fora de portas, depois de ter perdido com o Moreirense na segunda jornada da Primeira Liga.
Onzes Iniciais e Substituições
SL Benfica: Odysseas Vlachodimos, André Almeida, Ferro, Rúben Dias, Álex Grimaldo, Fejsa, Adel Taarabt, Pizzi, Rafa Silva (Caio Lucas, 71’), Raúl de Tomás (Jota, 78’) e Haris Seferovic.
Gil Vicente FC: Denis, Fernando Fonseca, Rodrigão, Ygor Nogueira, Rúben Fernandes, Soares, João Afonso (Leonardo Cordeiro, 82’), Bozhidar Kraev, Yves Baraye, Lino (Romário Baldé, 45’) e Sandro Lima.
Figura
Adel Taarabt – O médio marroquino está num excelente momento de forma. Após ter tido um papel decisivo no triunfo em Braga na jornada anterior, Taarabt voltou a ser importante no meio-campo benfiquista com inúmeros passes a rasgar a defesa contrária e a reagir rapidamente à perda de bola.
Fora de Jogo
Dupla R.D.T/Seferovic – Uma dupla que não parece dar “frutos”, isto é, golos. A insistência de cinco jornadas a apostar na mesma frente de ataque continua sem dar grandes resultados, apesar da consistência defensiva no primeiro momento da transição ataque-defesa. Bruno Lage terá de repensar seriamente sobre o futuro desta parceria entre o espanhol e suíço, ainda para mais com a Liga dos Campeões à porta.
BnR na Conferência de Imprensa
SL Benfica
Não foi possível fazer pergunta ao treinador do SL Benfica, Bruno Lage.
Gil Vicente FC
BnR: Teve muitos jogadores a fazer sua estreia na Liga pelo Gil Vicente, como por exemplo Fernando Fonseca e Ygor Nogueira. O que achou da estreia destes jogadores? E sente que já se enquadram naquilo que é a sua filosofia de jogo?
Vítor Oliveira: “A entrada dos jogadores nestas partidas é sempre difícil. Entrar no Estádio da Luz perante 50 mil adeptos é sempre algo complicado para qualquer jogador. De qualquer das formas, os atletas foram empenhados, trabalharam, tentaram fazer o seu melhor e quando assim é, há que continuar apoiá-los porque acreditámos que estes jogadores têm qualidade mais que suficiente para jogar na Primeira Liga e é com eles que vamos conseguir atingir os nossos objectivos. E com um ou outro erro, uma ou outra situação da qual gostámos menos, mas temos confiança nos jogadores, e com certeza iremos ser mais fortes no futuro.”"
Mais uma vitória no bucho, no conforto do lar
"Sem Florentino e com Fejsa - e com um grande Taarabt - o Benfica de Bruno Lage venceu o Gil Vicente, por 2-0, na Luz, na 5ª jornada da Liga
Mesmo sendo adepto de um clube rival, é difícil desgostar de Bruno Lage. O treinador setubalense tem um jeito genuíno de falar e nem mesmo quando se senta para as conferências de imprensa parece particularmente ansioso com aquilo a que tem de responder. Fala um pouco de tudo, sem grandes reservas, e foi assim que, antes do Benfica-Gil Vicente, ficámos a saber por que razão é que a equipa, agora, já não faz estágios antes dos jogos na Luz:
"Temos de ir ao encontro do conforto para os nossos jogadores. Entendemos que o repouso e a recuperação é melhor assim. Não tirar os jogadores de casa seria mais fácil para eles e para nós. Preferimos que os jogadores se mantenham no conforto do lar antes de um jogo em casa. Existe uma hora de recolher, às 19h, e em vez de fazermos a concentração, o jogador está em casa. Se for caso disso, proporcionamos a refeição para o jogador e para a sua família. Todos eles, de véspera, usam a pulseira para controlo do sono e damos a oportunidade para estarem com a família, para dormirem em casa.
Todos nós já ouvimos histórias de estágios, os jogadores contam-nas. Há treinadores que deixavam os jogadores beber um copo de vinho. Às vezes trazem o mais velho ou o mais novo e bebe vinho. Depois vai uma chávena com um cafezinho. E vem um licor na chávena e não um café. De repente estamos em estágio e temos dois copos de vinho e outro de whisky no bucho."
Foi assim, entre risos, que Lage explicou a lógica por trás do descanso caseiro, assim como já tinha explicado por que razão não estava preocupado com a falta de golos de RDT e Seferovic: eles até têm estado lá para marcar, mas os adversários marcam autogolo primeiro... tal e qual como aconteceu esta noite.
Com uma entrada menos fulgurante do que é habitual em casa, o Benfica - hoje sem Florentino, por lesão, e com Fejsa - demorou a conseguir ultrapassar a boa organização defensiva do Gil de Vítor Oliveira, equipa compacta que, além disso, também procurava sair rapidamente para o contra ataque - mesmo não tendo hoje o desequilibrador Lourency, por lesão.
As coisas podiam ter sido bem mais fáceis se, aos 10 minutos, Pizzi tivesse conseguido concretizar o penálti que foi cometido precisamente sobre ele, por Nogueira. Contudo, desta vez, o médio que já leva cinco golos permitiu a defesa do guardião Denis.
Foi assim que o empate se foi arrastando, com Denis novamente a surgir a impedir o golo de Pizzi, num remate já dentro da área, perto do intervalo. Quando já tudo indicava que os primeiros 45 minutos iam terminar sem golos, Taarabt - fantástico a distribuir jogo no meio-campo - solicitou André Almeida pela direita e o capitão cruzou para a área.
A bola parecia endereçada aos pés de RDT, mas, antes, surgiu Nogueira, com um carrinho, a desviar... para dentro da própria baliza. O Benfica marcava, finalmente, mas RDT até esbracejava com a situação: mais uma vez, como já tinha dito antes Lage, o avançado até estava lá para marcar, mas a bola não lhe chegou.
Na segunda parte, foi o Gil - já com Romário Baldé em campo, por troca com Lino - a ameaçar primeiro. O búlgaro Kraev, claramente um dos destaques gilistas, entrou na área com a bola controlada e quase fazia o 1-1.
Não houve 1-1, houve 2-0. Pouco depois de enviar uma bola às malhas laterais da baliza, que até provocou alguns festejos erróneos, Pizzi finalmente acertou com as redes: Grimaldo marcou o canto com um arco bem puxado ao 2º poste e o médio português surgiu a rematar para o segundo golo - o seu sexto na Liga NOS esta época.
Com o 2-0, o ritmo do jogo baixou consideravelmente - o Gil ainda marcou, mas havia fora de jogo de Sandro Lima; e Seferovic voltou a desaproveitar uma oportunidade de golo. A fechar, Kraev apareceu novamente dentro da área, mas o remate saiu ao lado.
O Benfica foi controlando a partida e acabou por vencer tranquilamente, no conforto do lar."
Vermelhão: Vitória molengona!!!
Benfica 2 - 0 Gil Vicente
O bafo quente, dos quase 30º graus do início de noite em Lisboa, pode explicar alguma coisa, mas não explica tudo! Os jogos pré-Champions às vezes também '(des)motivam' os jogadores; as jornadas pós-Selecção também costumam ser complicadas (veja-se o Man City...): o facto dos jogadores andarem por 'fora' quase 10 dias, com rotinas alteradas, juntando-se muitas vezes 48 horas antes do jogo: não ajuda... No nosso caso, ainda temos mais uma onde de lesões (mais uma...), em jogadores fundamentais!!! Tudo isto, até podemos atribuir as 'culpas' ao destino, mas a insistência na dupla R.d.T/Seferovic: é culpa nossa!!!
Até começamos com alguma dinâmica, mas após o penalty desperdiçado, a velocidade baixou... era realmente impossível manter um ritmo alto, com o calor... Sendo que também houve algum mérito da forma como o Gil 'encaixou' na nossa equipa... e o 'truque' até foi fácil de verificar: marcação individual ao Taarabt, com uma agressividade muito acima do normal, com faltas e faltinhas constantes, com a total condescendência do apitador, que só no final da primeira parte lá assinalou uma falta sobre o Adel... a muito custo!!!
A estratégia do Vítor Oliveira não resultou, porque o Taarabt mesmo com toda a pressão (faltas...),lá conseguiu descobriu linhas de passe que só ele conseguiria ver...; o Kraev desperdiçou três boas oportunidades; e após o 2-0, não foi só o Benfica que estava fisicamente 'rebentado', os jogadores do Gil, também estavam como se costuma dizer: todos rotos!!!
O Lage tem razão, as equipas para serem Campeãs, tem que conquistar os 3 pontos, mesmo quando a falta 'inspiração', mas prefiro a 'outra' forma de conquistar 3 pontos: goleada ao intervalo!!! Se calhar é uma questão de (bons) hábitos!!!
O Lage tem razão, as equipas para serem Campeãs, tem que conquistar os 3 pontos, mesmo quando a falta 'inspiração', mas prefiro a 'outra' forma de conquistar 3 pontos: goleada ao intervalo!!! Se calhar é uma questão de (bons) hábitos!!!
Incrível como o Taarabt é neste momento o nosso melhor jogador!!! Quem diria!!! Importante nos equilíbrios defensivos, no Tugão tem 'caparro' para todos... e demolidor no passe! É verdade que houve momentos onde exagerou no passe vertical, mas o impacto que o Adel no jogo foi tão grande, que está perdoado!!!
Talvez, o melhor jogo do Grimaldo esta temporada... O Pizzi falhou um penalty e marcou um golo, é verdade que foi um dos 'rotos' que defensivamente não ajudou a defesa, mas acabou por ser bastante importante, principalmente na 2.ª parte, quando alterou o posicionamento com bola: provavelmente por indicação do Lage, para 'contornar' a marcação individual ao Taarabt, era importante ter outro jogador, no 'meio' com capacidade de 'organizar'!
O Fejsa teve um jogo ingrato: sem ritmo, o primeiro jogo oficial da época, e foi 'usado' pelo Gil, explico: com a marcação ao Taarabt, a intenção era colocar o Fejsa a 'organizar' o jogo ofensivo do Benfica, e isso como é óbvio correu mal...!!! Defensivamente, até começou algo 'perro', mas com o tempo, rectificou, e foi possível verificar o 'velhinho' Fejsa a recuperar bolas, como só ele sabe!!! O problema é que contra o Leipzig por exemplo, a 'vantagem' física que ainda tem no Tugão, não a terá contra os Alemães!!!
A defesa cometeu alguns erros, mas quase sempre por fala de apoio, principalmente por parte do Rafa e do Pizzi! Os desequilíbrios começaram quase sempre, com jogadores a serem obrigados a 'tapar' os buracos deixados pelos nossos Alas... Duas notas: o Ferro esta época tem tido algumas 'brancas' estranhas; o Almeidinhos 'rebentou' completamente, não sei se o facto de não ter feito a pré-época normal, tem alguma influência, mas não é nada habitual ver o André sem força para recuperar!!!
Deixei para o fim a 'estória' dos avançados: não vale a pena muitas palavras, não são compatíveis em conjunto, não podemos continuar a jogar com o R.d.T e o Seferovic, nenhum deles tem características de jogar 'entre-linhas'! O Jota sem fazer nada de especial, em poucos minutos, mudou completamente a forma como o Benfica atacou... Podem disser que quando o Jota entrou o jogo estava decidido, e estava tudo 'roto', e os 'espaços' eram maiores, mas o facto, é que começamos a 'meter' a bola 'entra-linhas', com o avançado a receber a bola, a virar e a colocá-la nas Alas: fácil!!!
Não houve grandes Casos de arbitragem, mas a atitude nojenta do Gil na 1.ª parte, com 0-0 no marcador, fazendo anti-jogo constante, com o Pinheiro a colocar lenha na fogueira, foi muito difícil de entender!!!
O primeiro passo é admitir que a equipa não está bem! O Leipzig tem uma equipa muito mecanizada: fortes fisicamente, rápidos no 'contra' e muita intensidade nos jogos! Têm fragilidades na defesa, mas temos que ser melhores. Na Terça, temos que ter um Benfica muito diferente, na atitude e na disposição táctica... Ainda por cima com a tradição do Benfica contra equipas Alemãs a pairar no ar...!!!
Na minha opinião o Jota tem que jogar... Em relação ao Taarabt, ouvi muitos 'pedidos' para o Adel passar a jogar como 2.º avançado! Errado!!! O Taarabt faz a 'diferença', exactamente onde está a jogar: com 4 ou 5 colegas, à frente dele, onde ele possa escolher a melhor linha de passe... metê-lo perto dos Centrais, não o irá beneficiar!
Vitória... do 'Peter'!!!
Desculpem-me falar de coisas sérias...
"Domingos Soares de Oliveira fala da urgência da internacionalização do Benfica. A questão é se o poderá conseguir sozinho em Portugal...
Nas entrevistas: há pessoas que dizem coisas e outras que transmitem ideias. Uma entrevista para dizer coisas é uma perda de tempo. Para o jornalista e para o entrevistado. Mas há muitas assim. Ou porque o jornalista não tem nada de interessante para perguntar ou porque o entrevistado não tem nada de interessante para dizer. Uma entrevista para transmitir ideias é um exercício saudável de jornalismo, que tem efeitos didácticos e que respeita a inteligência de quem a lê ou de quem a ouve.
Dois exemplos muito recentes, ou do Sporting e outro do Benfica, de gente que não se limita a dizer coisas e que transmite ideias: Aurélio Pereira, que concedeu uma excelente entrevista a este jornal e que merece ser liga e analisada, porque acrescenta conhecimento, soma saber e prova que a união do saber com a experiência é um valor absoluto, que não se pode substituir por qualquer outro.
A outra entrevista de que vale a pena falar é a de Domingos Soares de Oliveira à agência Efe, na qual o administrador do Benfica coloca a pertinente questão na necessidade de se internacionalizar o futebol português, provavelmente, o desafio mais urgente e mais complexo dos nossos principais clubes, a curto e a médio prazo.
Há, no caso de Aurélio Pereira, uma visão de futuro com base na experiência do passado. Já não se trata de uma aposta visionária, mas de um registo científico, na medida em que nos propõe um caminho que a experiência já provou: investimento na qualidade de técnicos e de toda uma estrutura de apoio à formação do jovem jogador (formação desportiva, sim, mas, acima de tudo, formação humana) como base essencial ao crescimento do futebol profissional.
Quanto a Domingos Soares de Oliveira, a sua perspectiva é mais futurista e contém uma adversidade, a qual, aliás, não é abordada na entrevista: a necessária internacionalização do Benfica poderá depender, apenas, de um trajecto nacional de sucesso?
Este é o problema maior. Dificilmente um clube, mesmo com a dimensão do Benfica, que Domingos Soares de Oliveira considera, sem exibicionismo, demasiado grande para Portugal, pode ascender a um patamar de grande clube mundial sem ter, na base, uma competição nacional forte, equilibrada, organizada, moderna.
E esse é obstáculo maior que se coloca ao objectivo proposto pelo dirigente do Benfica. Em Portugal, mesmo ao nível dos seus principais rivais, o Sporting ainda está num patamar abaixo, onde a luta é pela sobrevivência do espaço e da dimensão; e o FC Porto, não tendo sabido tirar proveito do sucesso desportivo, nacional e internacional, que obteve no bom tempo, prolonga sem novidade ou rasgo o final de ciclo do pintismo, com a sua visão tradicionalista de um regionalismo exacerbado que, desde logo, condena a perspectiva de uma estratégia internacional, mesmo com a afirmação de traços culturais e identitários fortes, como acontece, por exemplo, com o Barcelona e a Catalunha.
Sem parceiro nacional, o Benfica, ainda assim, procura a proeza histórica de navegar os oceanos e chegar à América e à China. Algo que, provavelmente, já aconteceu com velejadores solitários, mas com resultados mais ao nível do pitoresco do que da consagração.
No entanto, percebe-se que Domingos Soares de Oliveira sabe que não há futuro numa ideia de dimensão maior de um clube de futebol - qualquer clube e em qualquer lugar - sem conquistar um lugar como parceiro privilegiado de uma nova indústria mundial que não apenas transformará o futebol, como se libertará, num futuro mais ou menos próximo, das últimas veias de romantismo que ainda une esse futebol ao coração de um conceito desportivo.
(...)"
Vítor Serpa, in A Bola
Se não foi na América - efeito VAR, parte I
"Um adepto do Schalke interpôs esta semana uma acção por fraude contra o árbitro Marco Fritz e contra o videoárbitro Bastian Danker por alegados penáltis não assinalados no 0-3 com o Bayern. Entende o adepto que as decisões de arbitragem têm agora requisitos para uma validação técnica superior, por força do VAR, e que podem ser contestadas com alicerces que, no tempo de uma mera humanidade, eram mais difíceis. Antes errava-se porque não se via, agora erra-se porque se vê mal.
O adepto irá, claro, perder a acção. Por mais que o VAR torne as decisões mais técnicas e ponderadas, ou torne os erros mais injustificados, o futebol continua submetido às leis do jogo e das competições que o organizam, aceitando os tribunais esse espaço próprio que sustenta o espírito das provas. Ponto 6 da Lei 5: «Um árbitro não pode ser responsável por qualquer prejuízo causado a pessoa física, empresa, associação ou organismo, e que seja imputado ou possa ser imputado a decisão tomada em conformidade com as Leis do Jogo ou relativa aos processos requeridos para organizar um jogo, disputá-lo ou controlá-lo». É simples, o VAR parece ter fortalecido uma consciência de que esta lei pode ser agora questionada. Não pode.
Não só no futebol: também nesta semana um advogado adepto dos New Orleans Saints desistiu do processo que movera contra a NFL a respeito de uma decisão de arbitragem que levou os LA Rams, e não os Saints, ao Superbowl. O Supremo Tribunal do Luisiana clarificou que uma decisão num jogo, se dentro das leis do jogo, fica ali, no jogo. Se não aconteceu na América ainda não pode acontecer noutro lado. Nem na Alemanha."
Miguel Cardoso Pereira, in A Bola