quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Profecia!

"Corro o risco de me enganar. O que pode acontecer a qualquer mortal que se atreva a sondar o poço onde se misturam as águas da justiça e da comunicação. Quando a TVI diz que o juiz relator do Acórdão é muito crítico relativamente à não acusação do Benfica no processo e-toupeira está, indirectamente, a dizer que se confirmará a não pronúncia, ou seja a não submissão a julgamento. Fosse outro o sentido do Acórdão e já estaria noticiado com foguetes para que não fosse modificado. 
À mesma hora o carteiro da correspondência roubada divulgava mais um documento insinuando que a investigação fora malfeita e que o Benfica tinha de ser condenado, ou melhor já estava condenado aos olhos de quem é pessoa de bem. Uns e outros sabem as mesmas coisas: a investigação não tem factos para acusar o Benfica; o Benfica jamais seria condenado neste processo; a imagem nacional e internacional, os resultados financeiros e desportivos do Benfica saem robustecidos no final destas campanhas (e ainda não acabou o processo do Hacker).
E nós sabemos que os pêndulos da justiça desportiva e da disciplina continuam a produzir imparidades, entre o que é e devia ser. O seu funcionamento requer descrição. Logo, os próximos dias serão de intensa pressão para que o inquérito na parte arquivada seja reaberto, para continuarem a obscurecer os feitos do Benfica, para continuarem a fazer provas de vida e, também, a ganhá-la diariamente com o nome do Benfica.
De caminho temos as revelações das contas anuais, as nossas e as deles... Amanhã é apenas mais um dia. Eles continuarão e nós também. Afinal, o Benfica é o Benfica. E o resto são reacções."

Drinkwater

"1. Outra bebedeira, agora com direito a sova. É hora de o médio Drinkwater mudar o nome para Drinkbeer.
2. Varandas diz que ser presidente do Sporting é mais difícil do que ser primeiro-ministro. Tem mais oposição, é certo, mas também ganha bem mais e até vai ser aumentado.
3. Na entrevista à Sporting TV, nem o melodioso som do martelo pneumático o salvou. Jesé não é avançado-centro (embora possa jogar ali) e Fernando não foi renovação do Brasileirão (só um jogo pelo Palmeiras e apenas 45 minutos). Só faltou dizer que Bolasie é um príncipe dinamarquês.
4. Jorge Jesus está a provar mais uma vez a sua qualidade e a brindar o Brasil com um Carnaval de bom futebol. Não precisa do samba da bazófia.
5. Sérgio Ramos viu amarelo por festejar golo fazendo gesto de óculos porque o sobrinho precisa de os usar. E se o sobrinho tivesse sido circuncidado? Os árbitros não adivinham.
6. «O Famalicão pode ser campeão», disse o avançado Anderson. Depois de os livros do Capuchinho Vermelho e Bela Adormecia terem sido retirados de uma escola de Barcelona por serem sexista já acredito em tudo.
7. Maradona prometeu algo mais difícil do que títulos na apresentação pelo Gimnasia: «Não vou faltar a um único treino». É um bom princípio.
8. Pedro Proença diz que estão a ser tomadas medidas em relação aos horários dos jogos. No entretanto: V. Guimarães - Aves, 21.30 horas.
9. O Papa Francisco visitou Moçambique e recordou Eusébio. Para Francisco J. Marques deve estar metido no caso dos emails.
10. Uma mulher indiana teve gémeas aos 73 anos. Não há fertilização in vitro para o sucesso mas há esperança para o Sporting.
11. No França - Albânia trocaram o hino de Andorra em vez do albanês e o speaker pediu desculpa aos adeptos... da Arménia. Não sei o que beberam, mas Drinkwater ia gostar."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Presença importante

"Mais do que o Benfica continuar a ser o único clube português a integrar a direcção da Associação Europeia de Clubes (ECA), a eleição ontem de Miguel Moreira é o garante de que o futebol português continuará a ter um representante para defender os seus interesses, enquanto país, no principal órgão representativo da defesa dos interesses dos clubes europeus, que ontem reelegeu Andrea Agnelli, líder da Juventus, no cargo de presidente para o quadriénio 2019-2023.
Mas esta eleição é muito significativa por diversos factores.
Desde logo pela crescente influência da Associação Europeia de Clubes na forma como o futebol, e em particular as competições europeias sob a égide da UEFA, é organizado. Por exemplo, a acção desta associação impulsionou fortemente o elevado incremento, verificado nos últimos anos, na distribuição de receitas provenientes das competições organizadas pela UEFA.
Também por atestar o reconhecimento ao contributo valioso do anterior representante benfiquista, Domingos Soares de Oliveira, ao longo do mandato recentemente terminado.
Paralelamente, existir um representante português, no caso o Benfica, é sinónimo de maior capacidade de defesa dos interesses dos clubes portugueses ao nível europeu. O Benfica não enjeita essa responsabilidade, pelo contrário assume-a e será com empenho que continuará a fazê-lo.
E, finalmente, porque se trata do reconhecimento, em diversos níveis, do percurso do nosso Clube nos últimos anos, em que a presença em lugares cimeiros dos mais variados rankings demonstra inequivocamente a capacidade que o Benfica tem tido de figurar entre os maiores clubes europeus, mesmo tendo em conta as distâncias, nomeadamente no potencial de obtenção de receitas, entre o futebol português e aqueles dos considerados cinco campeonatos mais importantes: Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália.
O Benfica vive um período em que aposta forte na internacionalização da sua marca. No plano institucional, este é o sinal da boa implementação dessa estratégia.
Aposta que ficou bem visível na forma como foi organizada a deslocação aos Estados Unidos na pré-época e agora a recente visita a Cabo Verde.
E a propósito desta visita, uma última nota pelo absurdo da situação. Lamentável a forma como ontem o porta-voz da instituição FC Porto veio denegrir a recente viagem do Benfica a Cabo Verde. Uma presença que contou, em diversos momentos, com a participação natural e normal de adeptos do próprio Sporting CP e FC Porto, como aconteceria em situação inversa porque qualquer grande clube português é sempre embaixador de Portugal, ainda mais nos países da lusofonia, bem como na diáspora portuguesa.
A ignorância, a falta de mundo, o desconhecimento total do que representam os clubes nacionais para as nossas comunidades e para o mundo da lusofonia em particular, explicam muito sobre a rivalidade e a obsessão doentia e complexada sobre os outros, que cada vez mais importa mitigar.

P.S.: Saudamos mais uma importante vitória da Selecção Nacional, desta feita na Lituânia, por 1-5. Neste importante passo dado rumo à qualificação para o Europeu, o seleccionador Fernando Santos utilizou Pizzi, Rafa e Rúben Dias, além das quatro pérolas do Seixal: Bernardo Silva, Gonçalo Guedes, João Cancelo e João Félix. De realçar também a importante vitória dos Sub-21, por 0-2, na difícil deslocação à Bielorrússia."

Um mundo sem pedras da calçada

"Voltemos às Terras do Desembargador, ao Campo da Feiteira, ao Campo de Sete Rios ou mesmo ao Estádio das Amoreiras. Voltemos aos tempos de António Rosa Rodrigues, Cândido Rosa Rodrigues, José Rosa Rodrigues, Daniel Brito, Eduardo Corga, Henrique Teixeira, Carlos França, Abílio Meirelles, Amadeu Rocha e Manuel Gourlade, António Severino, Francisco Calisto, Francisco dos Reis Gonçalves, João Gomes, João Goulão, Joaquim Almeida, Joaquim Ribeiro, Jorge Augusto Sousa, Jorge da Costa Afra, José Linhares, Manuel França, Raul Empis, Virgílio Cunha e Cosme Damião. Voltemos a uma equipa de amigos e desportistas. Voltemos ao Sport Lisboa.
11 de Setembro de 2019: a bola bateu na barra. Ficamos com meio mundo a culpar as regras do jogo, o árbitro (como é hábito), o sistema e tudo mais, pelo que os departamentos de comunicação trabalharão bastante nos próximos dias. Outra metade suspira de alívio, afinal tudo não passou de um grande nada. Os outros departamentos de comunicação também trabalharão bastante nos próximos dias. É assim o mundo a preto e branco do futebol.
Este pode não ser o dia mais negro da nossa história. Mas teremos sempre uma sombra a pairar sobre nós. Tal como outros, em Portugal ou no estrangeiro, inocentes ou culpados, teremos sempre uma sombra a pairar sobre nós. E somos os únicos responsáveis por isto. Tínhamos uma ferramenta poderosa para garantir que a honra, o bom nome e a memória do Sport Lisboa e Benfica não eram traídas: o voto. Tínhamos e temos. As Assembleias Gerais e as eleições são o momento mais importante de um clube porque são elas que legitimam as acções individuais e colectivas. Não podemos continuar a votar em quem não respeita o nosso passado, em quem despreza o nosso presente e consporca o nosso futuro.
O Sport Lisboa e Benfica foi pensado e criado por quem deu mais do que recebeu, por quem tomou banhos de água fria e por quem andou de malas às costas. O meu Benfica era isto e acredito que, felizmente, ainda há muitos que lutam por este Benfica (mas com água quente, pelo menos). Pelo contrário, esta nova marca global apenas quer saber de cimento, euros e reconhecimento empresarial interpares. Compreendo, mas desprezo. Querem uma marca valiosa? Façam-na, mas, por favor, não sujem o nosso nome. Deixem-nos o Sport Lisboa e Benfica e fiquem com o "B", com o Farol, com o fogo de artifício para cliente ver, com as músicas da moda e com as famosas pedras da calçada, que mais não são do que pirite, um verdadeiro ouro dos tolos."

O que nos leva a desconfiar dos árbitros? (,,,) conta a história dos patinhos feios do futebol

"Já pararam para pensar de onde vem toda esta raiva, esta desconfiança permanente sobre o trabalho dos árbitros? Sobre as suas intenções e agenda? Sobre eventuais estratégias e decisões dúbias?
De onde virá tamanha descrença e insatisfação, que subsiste aos tempos? Aos mesmos tempos que evoluíram em tanta coisa menos na forma como se olha, analisa e escrutina o trabalho dos homens do apito?
Estranho? Talvez não.
Para reflectirmos um pouco sobre isto, convido-vos a uma curta viagem ao passado. Quando não havia juízes de campo a zelar - e houve momentos em que não houve - o jogo era mais... prazeroso. 
As coisas aconteciam como ainda hoje acontecem nos recreios das escolas ou nas ruas lá ao pé de casa: eram os jogadores que decidiam quando era falta ou não, quando se parava ou não o jogo. Corria tudo bem menos quando não corria.
O crescente entusiasmo pelo futebol trouxe mais e mais adeptos, mais e mais interesses. A dada altura, o "pára tudo" deixou de ser suficiente. Havia mais barulho que consenso, mais discussão que bola a rolar. Havia mais zaragata que golos. Era preciso alguém que pusesse aquilo em ordem. Alguém independente, que mediasse os conflitos que cresciam em campo.
A figura do árbitro surgiu aí, nesse contexto. Como uma espécie de "desmancha-prazeres".
O árbitro era o tipo que estava completamente "fora dela" e que interrompia a diversão quando o pessoal tanto se divertia. O árbitro era o chato que mandava parar tudo quando ninguém queria parar. 
Desde cedo, foram vistos assim: como os patinhos feios do futebol.
Os primeiros que surgiram nem iam para dentro de campo. Ficavam cá fora, na tribuna, sentados num palanque construído ao alto, onde davam a sua douta opinião sobre situações de jogo... mas apenas quando uma das equipas (ou as duas) iam lá reclamar.
Sim! Não ia só um lá cima! Iam todos aos mesmo tempo, bancada fora, protestar!
Dizem alguns analistas que, não raras vezes, o palanque veio abaixo, tal a fúria momentânea de jogadores, staff e adeptos.
A coisa não correu bem. E como não correu bem, decidiram mudar.
O passo seguinte foi retirá-los das bancadas e manda-los para dentro de campo, para perto das incidências, para junto das equipas.
Por esta altura, há muito que já existiam campeonatos, clubes e competições bem organizadas. O desporto-rei crescia a olhos vistos.
O árbitro passou então a estar no terreno de jogo e, para evitar confusões, passou a ter como interlocutor apenas um e não todos os jogadores. Ficou então decidido que ele falaria apenas com o representante máximo da equipa, que seria reconhecido por usar boné (cap, em inglês). O "cap" passou então a ser o capitão, tal como hoje o conhecemos (sem o boné mas com braçadeira no ombro).
A coisa continuou a não melhorar grande coisa. O jogo continuava a crescer e os problemas continuavam a aumentar.
O aumento do ruído levou ao aparecimento do apito (gritar "falta" já não era eficaz face ao volume de decibéis que vinham das bancadas) e estar sozinho deixou de ser opção: os "bandeirinhas" surgiram como uma espécie de ajuda ao homem que andava sozinho, lá dentro.
Já os cartões amarelo e vermelho (literalmente pensados a partir da cor dos semáforos) surgiram bem depois, como forma de evitar confusões nas sanções.
No célebre Mundial de 1966, um jogador argentino foi expulso por um juíz alemão e fez de conta que não percebeu. Uma questão de tradução, alegou. Demorou meia hora até ir para a rua e a confusão gigantesca (e planetária) fez soar o alarme da FIFA. Em 1970 surgiram então os cartões, pensados como uma espécie de linguagem universal, que todos viam e percebiam. Sem tradução nem explicação. Problema resolvido. Ou não.
Chegamos ao presente. Aos dias de hoje.
E lá está, mudou tanta coisa... menos a forma como a maioria de nós ainda olha para o ladrão, para o boi preto, para o malandro do costume que só "vem cá para nos prejudicar".
É cultural? Sim, claro que sim. É cultural, está enraízado há décadas e é transversal. Acontece por cá, nas Américas, em África. Acontece em todo o lado.
Nós, que somos dotados de uma inteligência superior (sem ironia), descobrimos como levar homens para o espaço e como fazer flutuar toneladas de aço em cima de água. Descobrimos a cura para doenças incuráveis que, no passado, dizimaram povoações, assassinando milhões. Descobrimos que o nosso planeta é uma ínfima parte de um universo infinito, bem maior do que pensamos e conhecemos... mas ainda não percebemos que os erros de quem tem que tomar decisões serão sempre inevitáveis. Porque quem toma decisões erra e acerta.
É assim com os árbitros, jogadores e treinadores, com os médicos e pilotos, com os cientistas e pensadores e com todos aqueles que têm por missão a tomada de decisão.
É cultural? Sim, claro que é... mas é mais intencional. Acontece porque é permitido. Bate quem pode em quem deixa.
Um dia isto muda. Até lá, com palanque abaixo ou com VAR em sala... está tudo igual.
Dá que pensar, não dá?"

Caixa Futebol Campus: Uma fábrica de talentos

"O SL Benfica vive, por estes tempos, uma das melhores fases a nível de formação. Nomes como Rúben Dias, Ferro e Florentino já integram o lote de jogadores que têm lugar no plantel sénior encarnado. Estes, a juntar a nomes que, actualmente, andam na alta roda do futebol mundial, tais como Bernardo Silva, João Cancelo e Nélson Semedo, só vem provar que o Caixa Futebol Campus é uma das melhores escolas de formação do mundo. Podemos até tomar como exemplo João Félix, que rendeu, neste defeso, mais 126 milhões de euros aos cofres da Luz.
No entanto, na academia do Seixal começam a despontar pequenos novos talentos que já estão rotulados como jovens promessas da academia benfiquista.
Tiago Dantas, um menino “made in Benfica”, ingressou nos quadros da Luz com apenas quatro anos de idade. Percorrendo todos os escalões de formação do clube, teve, no início desta temporada, a sua oportunidade de vestir o manto sagrado, enquanto sénior, ao substituir Jonas na sua última aparição no Estádio da Luz.
Premonição ou não, a verdade é que são depositadas em Dantas muitas expectativas e entrar para o lugar de um ícone como Jonas só pode ser um bom indício para o jovem de 19 anos que transborda futebol nos pés.
Pedro Álvaro é outro jovem jogador que tem dado nas vistas no Seixal. O central de 19 anos certamente pensará em seguir o mesmo caminho que os seus homónimos Rúben Dias e Ferro e chegar ao plantel principal dos encarnados. Desde os escalões de formação que o jovem jogador português se destaca pela sua capacidade de roubo de bola e por ser forte no jogo aéreo, além de ser um central muito rápido.
Nuno Tavares, ainda que já se tenha estreado nesta temporada de águia ao peito, ainda não se afirmou totalmente no plantel do Benfica. Sendo defesa-esquerdo, tem a forte concorrência de Grimaldo e foi com a ausência de André Almeida no lado direito do eixo defensivo do glorioso que se estreou. Uma adaptação via Bruno Lage que parece estar a correr bem. Ainda assim, o internacional português André Almeida está de volta e pronto a ocupar novamente o seu lugar.
Assim, Nuno Tavares deverá permanecer à espreita de uma nova oportunidade para ingressar no onze titular. Uma promessa que já não é promessa, uma vez que já provou o seu valor ao mais alto nível. 
Ainda que já esteja a treinar com a equipa A do Benfica, Tomás Tavares, defesa-direito de raiz, é, também, uma das grandes esperanças do Benfica. Muito veloz no drible, é quando sobe no terreno de jogo que se torna mais preponderante, uma vez que desequilibra por completo a equipa adversária. Uma verdadeira pérola em desenvolvimento na academia encarnada e, por ainda ter 18 anos, espera-se uma enorme progressão.
Depois de Nuno e Tomás, não podia faltar o David. Uma “fornada” de Tavares a sair do Caixa Futebol Campus. O médio de 20 anos já tinha tido uma oportunidade de integrar o plantel dos campeões nacionais, mas lesionou-se com gravidade no início da temporada passada.
Conhecido como “rasta”, David Tavares é um médio possante, não lhe valesse a sua envergadura (1.90 m) e reage muito bem à perda de bola. Muito capaz a nível técnico, David é um dos jogadores a ter em atenção na formação secundária encarnada.
Não se podia terminar esta lista de verdadeiras promessas sem falar em Umaró Embaló. O extremo direito é incrivelmente rápido, com e sem bola, e isso, aliado à sua capacidade técnica indiscutível e ao seu incrível faro de golo, confere-lhe um lugar de destaque no Caixa Futebol Campus. Será, talvez, o jogador mais promissor desta lista.
O Benfica está saudável e recomenda-se. A formação tem vindo a dar frutos e o constante investimento na mesma está a ser recompensado. Agora resta acompanhar a evolução destes jovens jogadores e esperar que confirmem o seu talento."