sexta-feira, 16 de agosto de 2019
Bom começo
"Desde 1964 que o Benfica não marcava pelo menos dez golos nos dois primeiros jogos oficiais da temporada (considerando todas as competições, incluindo as regionais). Com as goleadas, ambas por -0, a Sporting e Paços de Ferreira, foi apenas a sexta vez que este feito aconteceu (11 - 1941/42; 1944/45; 10 - 1937/38; 1943/44; 1964/65; 2019/20). Acresce que o Benfica marcou, em toda a sua história, pelo menos cinco golos em pouco menos de 14% dos seus jogos oficiais, percentagem que desce para cerca de 7,8% desde 2009/10...
Significa isto que se justifica, para já, algum grau de euforia em torno da nossa equipa de futebol? Decididamente, não! E algum optimismo? É evidente que sim! É benéfico para a saúde mental, motiva, agrega e, diga-se de passagem, é realista. Entrámos tão bem na temporada como havíamos saído da anterior A nossa equipa está sólida, consistente, focada e alegre, além de se manter ambiciosa.
Bruno Lage, após a partida frente ao Paços de Ferreira, reafirmou o objectivo de aproximar os níveis exibicionais dos alcançados na época passada. Do meu ponto de vista, falta ainda, apesar de torrente de golos conseguida e evidente potencial, do nosso plantel, para readquiri-la, alguma da fluidez ofensiva que vimos há uns meses.
Talvez por isso se tenha referido tantas vezes que os 5-0 infligidos ao Sporting e Paços de Ferreira tenham sido exagerados face ao que se passara em campo. 'O resultado foi melhor que a exibição' parece ser o mantra de benfiquistas pessimistas ou cautelosos e de adversários desdenhosos. E talvez tenham sido mesmo. Mas o que conta verdadeiramente, uma Supertaça e três pontos a abrir o campeonato, já ninguém nos tira."
João Tomaz, in O Benfica
Belíssimos Sons
"O café A Tonita, na aldeia de Cem Soldos, concelho de Tomar, foi demasiado pequeno para tanto benfiquismo na estreia do Glorioso no campeonato 2019/20. E ainda teve espaço para sportinguistas e portistas 'mandarem as suas bocas' sem que alguém tenha sofrido na pele por isso. O futebol podia ser sempre assim, mas não é.
As mesas estavam todas cheias, na sua maioria de copos vazios. As cadeiras, repletas de habitantes locais e de portugueses de cada canto do país. O Eduardo de Aveiro, era um deles. Vestido a rigor com um T-shirt do 37, não escondia ao que ia. Já tinha sido assim dois dias antes, quando nos conhecemos numa das ruas desta aldeia que recebe anualmente o festival Bons Sons. Perguntou-me onde é que eu iria ver o jogo, e ficou ali combinado, entre dois desconhecidos, que seria naquele café da praça. E assim foi. À hora marcada, tinha uma cadeira à espera dele, que teve de abandonar antes do primeiro golo (e que golo de Nuno Tavares), porque a lotação do café impedia que pudesse haver tanta gente sentada. A sala transformou-se num peão de antigo estádio, e a cantoria já não parou até ao fim. com direito a 'Glorioso SLB', 'Nós só queremos o Benfica Campeão' e 'Ser Benfiquista'. Sabem o que é que não se ouviu no café de Cem Soldos? Insultos à equipa derrotada pelo Gil Vicente. Nem um só regozijo pelos três pontos que não ganharam. E sobre os que, no dia seguinte, empataram na Madeira, nem uma palavra ou comentário. Foi benfiquismo puro o que se viveu ali. De adeptos e sócios que sofrem à distância, que nem sempre podem ir à Catedral, mas que defendem o nosso emblema onde quer que seja, sem benficómetros. Só ganhámos um jogo, mas já ninguém para a onda vermelha. Começou ali para os lados de Tomar e, jogo a jogo, será renovada todas as semanas."
Ricardo Santos, in O Benfica
Reagir ao mau arranque já amanhã
"Não estava nada à espera deste começo de campeonato. Para mim foi uma desilusão. Ainda não conseguiu digerir aqueles 5-0 ao Paços de Ferreira, 5-0? Faz algum sentido? O jogo disputou-se no dia 10 de Agosto, portanto eu não esperava outro resultado a não ser um 10-0, de acordo com aquele belíssimo hábito de construir os números das vitórias com base no dia assinalado no calendário. Não foi isso que aconteceu, e desejo uma reacção rápida por parte da equipa. Espero que amanhã, dia 17, tudo regresse à normalidade no duelo com o Belenenses.
Os jogos com os azuis do Restelo fazem-me despertar uma memória particularmente especial - apesar de me sentir envelhecido ao relembrá-la. O leitor recorda-se daquela sensacional arrancada do Saviola em Belém na semana passada? Pois, não foi na semana passada, foi há 10 anos. 10 anos! Parece impossível. Como é que já lá vai assim tanto tempo? Há 10 anos estavam o Florentino e o Nuno Tavares a acabar o ensino primário. Há 10 anos o Bruno Lage estava a treinar o Ederson nos juvenis do Benfica. Há 10 anos o Sporting ainda só tinha conquistado 18 campeonatos nacionais. Enfim, quase tudo evoluiu ao longo da última década. O tempo corre à velocidade do Rafa, mas eu ficaria mais feliz se corresse à velocidade do Bas Dost.
Olhando para o jogo de amanhã em concreto, de certeza que a tarefa do Benfica não será fácil. Pela frente estará um adversário contra quem foram perdidos 5 pontos na época passada. Aliás, até ao momento só a equipa do Belenenses conseguiu travar Bruno Lage no campeonato. Se tudo correr bem, quando Bruno Lage terminar a carreira, terá sido a única."
Pedro Soares, in O Benfica
Títulos e mais títulos
"Com a conquista da Supertaça, Luís Filipe Vieira alcançou o 22.º título oficial no futebol profissional do Benfica.
É, pois, de longe, o presidente mais titulado da história do Clube.
Em segundo lugar da lista aparece Borges Coutinho, com oito troféus, seguido de Fernando Martins e dos irmãos Vieira de Brito, com seis cada. Mais dez presidentes conseguiram títulos no Benfica, como João Santos, Fezas Vital, Ferreira Bogalho e outros nomes sonantes do longo historial encarnado. Considerando todos os títulos (e entre Campeonatos, Taças, Supertaças, Taças da Liga e provas internacionais, somamos oitenta e um), Vieira tem, à sua conta, a impressionante percentagem de 27%. Ou seja, mais de um quarto do palmarés do nosso futebol foi construído pelo actual presidente, o que diz muito daquilo que têm sido os anos mais recentes.
Pode alegar-se que antigamente não havia Taças da Liga nem Supertaças. É verdade. Mas também é verdade que até aos anos oitenta praticamente não havia FC Porto. Não reste a menor dúvida de que é hoje muito mais difícil conquistar competições nacionais do que outrora - internacionais nem se fala, pois com a mercantilização do futebol mundial os meios ficaram concentrados em cinco países. Fosse o nosso adversário apenas o Sporting, como aconteceu durante décadas, e o futebol português era agora uma doce monotonia de conquistas benfiquistas. Note-se que há dez anos consecutivos que terminamos o Campeonato à frente dos vizinhos.
Há ainda as modalidades, o património, a gestão. Mas o que se ganha no relvado é um bom espelho do Benfica que hoje temos. Saibamos valorizá-lo."
Luís Fialho, in O Benfica
Mais um!
"Nuno Tavares é mais um dos talentos do Sport Lisboa e Benfica Campus que chega onde chegaram os melhores. Quem analisar a convocatória de Bruno Lage para o primeiro jogo da Liga 2019/20 facilmente dá pela presença de sete jogadores 'made in Benfica' - Zlobin, João Ferreira, Rúben Dias, Ferro, Nuno Tavares, Florentino e Jota. E só não estavam dez porque Gedson e David Tavars recuperam de lesões, e Tomás Tavares ainda se encontrava a cumprir um período de férias, após as belas prestações no Campeonato da Europa de Sub-19, na Arménia. Ou seja, o plante da nossa equipa principal tem, nesse momento, dez atletas formados na nossa academia! O número impressiona apenas os mais distraídos. Desde 2006, ano da inauguração do Caixa Futebol Campus, o futebol do SL Benfica sofreu uma revolução. Luís Filipe Vieira traçou um novo paradigma - a principal aposta passaria a ser a formação. É verdade que esta política desportiva do nosso presidente nem sempre foi bem estendida pelos próprios benfiquistas, e os nossos adversários levaram anos a gozar. Passados 13 anos, os números falam por si - o SL Benfica passou a dominar o futebol português não só nos escalões da formação, mas também na equipa principal. A actual hegemonia do SL Benfica é fruto de um trabalho metódico, planeado e com uma visão de futuro.
Neste momento, a gestão do SL Benfica é um verdadeiro modelo. A todos os níveis! Desportivamente, conquistámos 18 títulos nas últimas dez épocas. Conquistámos 14 títulos nas últimas seus épocas. E nas últimas seis temporadas, festejámos por cinco vezes a conquista do Campeonato."
Pedro Guerra, in O Benfica
Muitos especiais
"Já se vulgarizaram pelas redes sociais as fotos de jovens atletas portugueses carregados de medalhas em competições internacionais de variadíssimas modalidades do desporto adaptado. É verdadeiramente fantástico e um orgulho para todos nós ver o profissionalismo e a dedicação destes atletas amadores que verdadeira e inequivocamente amam o que fazem. Mais importante ainda: vivem sentidamente todos os altos valores que o desporto proclama, e fazem-no sem alterar o sentido competitivo. São capazes de não ganha e admirar os vencedores, de ficar em segundo e celebrar a conquista que significa ser batido apenas pelo primeiro, admiravelmente mais forte ou bafejado pela sorte ou até presenteado pelo erro adversário. E, claro, desta competição sai autoestima, amizade e respeito pelo outro. Um prémio igualmente valioso para quem o quiser e souber merecer.
Jogadores de um lado, torcedores do outro, estes jovens ainda tiveram tempo para apoiar na bancada a equipa sub-16 do SLB que no mesmo complexo desportivo disputava a Helvetia U16, onde conquistou de forma igualmente honrosa e desportista um segundo lugar competindo contra Bolonha, Liverpool, Estugarda, Werder Bremen, Lugano e muitos outros. Foi tudo isto que fizeram os nossos jovens atletas na edição deste ano da Special Needs European Cup e ficaram em segundo.
Tiveram pena e vão melhorar-se e corrigir-se, isto é certo, mas não deixaram de honrar o adversário com o seu reconhecimento e a sua amizade. Afinal, suaram juntos e bateram-se lealmente! De um e de outro lado da linha central, estão todos de parabéns pelo futebol jogado e pelas lições de desportivismo que repetidamente nos dão. Eles são uma inspiração para todos e são, sem dúvida, especiais.
Mesmo muito especiais!"
Jorge Miranda, in O Benfica
Uma no cravo e outra na ferradura
"1. Na semana passada referi aqui que, a viver o conforto e a euforia após cada vitória, é essencial sabermos conservar a reserva de serenidade que nos prepara melhor para cada próximo desafio. A moderação é própria de quem sabe vencer e confere ao vencedor o devido respeito pelo valor do adversário vencido. Mas o reconhecimento pelas virtudes da contenção dos vencedores também acaba por transceder as nossas cores e irá inevitavelmente alastrar ao campo dos restantes competidores: gradualmente, todos eles aprenderão a saber perder melhor.
A favor desta unanimidade dos comentadores dependentes e independentes, de todo o arco cromático, que hoje enxameiam o espaço mediático e, até, a própria barafunda das redes sociais, ao fim dos dois primeiros jogos oficiais do Benfica de elite, já não hesita em tecer convictamente os maiores encómios, seja aos jogadores mais experientes e aos mais jovens da equipa; seja, afinal, ao consistente desempenho colectivo deles (agora retroactivamente, desde a pré-época); seja, ainda mais, às excelentes capacidades e méritos da personalidade do treinador; seja, mesmo (mirabile visu!) aos milagres da visionária e coerente gestão do Sport Lisboa e Benfica, personificada em Luís Filipe Vieira.
Isso deve-se, senão, a quê? A meu ver, deve-se, evidentemente, a que, sempre cada vez mais felizes e mais acostumados com a sequência de vitórias e de objectivos sucessivamente atingidos, temos sem dúvida vindo a apurar o registo das nossas celebrações. Hoje comemoramos as nossas vitórias e conquistas muito mais frequentemente do que os outros. As alegrias que os nossos melhores nos franqueiam são cada vez maiores e mais intensas. E as tristezas dos que nos perseguem acentuam-se progressivamente.
A nós, para já, basta-nos competir e manter as cadências de esforço. A eles, competir também. Mas, ao mesmo tempo, como já fazem, apenas reconhecer que não conseguem vencer-nos lealmente.
2. Os dirigentes eleitos do Sport Lisboa e Benfica têm responsabilidades acrescidas no que respeita às ideias expendidas no espaço público. Um deles, o vice-presidente da Direcção do Clube e da SAD, José Eduardo Moniz, persiste em empreender sentenças singulares e não devidamente fundamentadas, fora dos lugares convenientes e, sobretudo, excêntricas a ocasiões adequadas.
Evidentemente que, numa instituição de raiz e praxis profundamente democráticas, aqui, até 'a asneira é livre' ... Sendo que, no nosso contexto, o usufruto do conceito possa até ser mais tolerável, se aproveitado por quem, talvez, não disponha do conhecimento profundo de tudo quanto realmente seja e de como se estará já a desenvolver o futuro do Benfica.
Mas, precisamente quando, no Benfica, estamos a viver as presentes circunstâncias casuísticas e históricas, certamente não é aceitável para os sócios benfiquistas que um vice-presidente da Direcção do Clube e da SAD se ponha, por exemplo, a questionar daquelas maneiras os Estatutos que estão em vigor.
Mesmo que, com algum cuidado, pareça pretender dar, como os ferreiros, uma no cravo e outra na ferradura."
José Nuno Martins, in O Benfica
Bruno Lage merece todos os elogios, menos um
"O Benfica de Bruno Lage vive dias de louvor por força dos resultados alcançados neste início como treinador do Benfica. Olha-se para as análises e Lage é constantemente exaltado pela astúcia táctica, pela abordagem estratégica, por não ter vergonha de atirar miúdos para dentro do campo, e pelo discurso apaziguador que acalma adeptos, jornalista, e conquista inclusivamente os rivais. Sim, Bruno Lage pode ser elogiado por tudo isso, e é justo que se realcem os méritos que tem.
Afinal, a mudança de dinâmica no Benfica muito deve a ele. Foi ele que acreditou que havia uma combinação muito forte entre jogadores vindos do Seixal (que não tiveram a devida oportunidade) e alguns veteranos (que pareciam ter encerrada a carreira no Benfica), foi ele que trabalhou a equipa para ser agressiva nos momentos que perde e ganha a bola; e mais do que isso, foi ele que voltou a focar os jogadores nas tarefas a cumprir dentro de campo.
Porém, o Benfica, como equipa grande que é, continua a não ser brilhante em ataque posicional. Tem soluções para jogar nesse momento, tem dinâmicas e movimentos trabalhados para auxiliarem o portador da bola na sua tomada de decisão; mas, não tem uma ideia de jogo ofensivo, de como furar, de que espaços procurar, de como entrar na área, que ligue todos os seus elementos. É tudo, cada vez que um jogador tem a bola, muito individual.
O seu treinador já nos disse por diversas vezes que não iria “matar” as decisões dos seus jogadores com bola porque era importante que cada um deles tivesse espaço para decidir sem a pressão do treinador. No fundo, Bruno Lage parece querer libertar os seus jogadores de um constrangimento na decisão por acreditar que um jogador dá tanto mais quanto mais liberdade tiver para decidir. Por isso, do ponto de vista colectivo, há muito mérito na agressividade com a equipa recupera e consegue em poucos passes atacar. Há mérito na forma como os seus jogadores interpretam esses momentos de jogo, e como individualmente os conseguem definir. Há mérito na agressividade com que a equipa ataca quando tem a posse, mas as dificuldades em ataque posicional costumam ser muitas por falta de criatividade colectiva.
No 1x4x4x2 de Bruno Lage, já se viu uma novidade: laterais por dentro, alas na largura. E sendo um dos laterais Grimaldo e o ala Rafa, vejo essa troca posicional com bons olhos. Contra a equipa de Silas uma das maiores dificuldades que deverá enfrentar é a pressão que o Belenenses SAD poderá exercer desde o momento de saída de bola.
Os jogadores da frente, que são referências para atacar e para defender (Kikas e Licá), fecham o campo, e apertam. Permitem por isso que a linha média suba, para apertar e fechar linhas de passe, e que a linha defensiva dê uns passos em frente. Isso resultará, se a abordagem for essa, em espaço atrás da linha defensiva – que pode ser um problema maior ou menor tendo em conta a forma como o guarda-redes participa na defesa desse espaço, e na agressividade e assertividade com que os jogadores da frente pressionam.
Como o próprio treinador confidenciou, recentemente, tenta sempre olhar para o adversário por forma a perceber por onde o deve atacar. Por onde consegue sair melhor a jogar. É muito por aí que Silas se distingue, e por consequência dessa forma de olhar para o jogo conseguiu formar a equipa mais criativa do ponto de vista posicional da época passada.
Há algumas referências que ele quer manter: dois jogadores no meio, à frente da linha defensiva adversária, que depois se podem movimentar em profundidade, e para os corredores laterais sempre que a situação se justifique. Mas Silas quer dois homens na frente. Licá e Kikas. Em Portimão, começou por sair à 3: com laterais projectados e três no meio. Ao intervalo mudou, e vimos um 1x4x4x2 losango.
O que esperar da estratégia de Silas contra o Benfica de Bruno Lage? Veremos… E como o Belenenses SAD quererá ter bola, o outro grande desafio da equipa de Bruno Lage será o de travar o domínio de jogo que o adversário tentará exercer, e não sucumbir, novamente, perante o único treinador que na época passada não perdeu contra o Benfica."
Muda o que for preciso para chegares onde queres
"Abrem a cortina. O preto que estava à tua frente transforma-se numa imensidão de cores, numa nova dimensão de emoções. A primeira coisa em que os teus olhos "veem" é a direcção de onde vêm as vozes familiares…. Boom, família, namorada e amigos atravessaram o oceano para ver a tua estreia nos Jogos Olímpicos e gritam a plenos pulmões! E uma energia que vai dos pés à cabeça 10 000 vezes por segundo aparece. Depois o combate começa, o mundo desaparece e com ele todas as emoções. A cabeça fica calma, só existe o adversário, o nosso treinador e o árbitro.
Aquilo era o teu sonho. Ou pelo menos num momento da tua vida foi o teu sonho. Não sabes bem o que é, só podes dizer que foi mudando. De algo impensável e inatingível, passou a ser uma miragem, um sonho… Depois uma luz ao fundo do túnel, um objectivo. E algures na tua vida, passou a ser um dado adquirido e naquele momento tu só queres mais e mais e mais! E as coisas vão a teu favor. Ganhaste o 1.º combate por gap, já estavas tão confortável que já tinhas voltado a ouvir a tua família a gritar por ti. Todo o pavilhão a gritar por Portugal. Consegues desfrutar por momentos e depois voltas à tua missão. O 2.º combate, o combate que daria acesso à meia-final, vai completamente ao contrário. Fizeste tudo que tinhas planeado mas simplesmente não deu. Foi falta de sorte? Foi azar? Foi falta de trabalho? Foi o que tinha de ser?
Na tua caminhada até aos Jogos, disseram-te que os quatro anos de preparação são para aquele momento, mas tu sabes que foi muito mais do que isso. Foi uma vida a preparares-te. Todos os treinos, todas as viagens, todas as lesões, todas as dietas, todos os sacrifícios… Os teus sacrifícios e os dos que estão perto de ti foram para aquele momento. E apesar de saber que deste tudo ficas angustiado por não ter corrido tudo na perfeição.
O teu sonho acabou de se desmoronar, e agora? Agora que parece que ficaste sem tapete?
Agora paras e desfrutas do que acabaste de conseguir. Tu querias mais, tu trabalhaste para mais e lá no fundo tu não estás satisfeito. Mas, quando paras e olhas para trás, percebes que tu e os teus fizeram algo completamente incrível! E depois do regozijo, começas a planear. Novas metas, novos objectivos, um novo rumo! Tu já viste o que consegues fazer, tu sabes que consegues sempre evoluir! Então agora sonha mais alto, trabalha ainda mais para os novos sonhos se tornarem em objectivos e mais tarde em conquistas. Analisa o passado e muda o que for preciso para chegares onde queres. Sem medos, sabendo que vais acertar muita coisa e falhar ainda mais. Mas sempre a andar para a frente, na direcção daquilo que tu queres!"
Todos ao Jamor
"Se existe adversário que nos tem criado muitas dificuldades é o Belenenses SAD. Por isso, amanhã toda a concentração será pouca para começar a ultrapassar este ciclo tremendo das próximas três jornadas com Jamor, recepção ao FC Porto e deslocação a Braga que, ano a ano, se vai afirmando como equipa candidata ao título.
Mas vamos por partes. Amanhã fica o apelo para a total mobilização de todos os benfiquistas no apoio à equipa. Importa não confundir entusiasmo e satisfação com euforia. É natural que todos estejamos contentes com o início de temporada da nossa equipa de futebol, mas sabemos muito bem que os dez golos marcados a Sporting e Paços de Ferreira já só fazem parte dos almanaques.
E não será só a atitude da equipa – focada, intensa e ambiciosa – relativamente a cada obstáculo que se lhe coloque, a ser essencial nesta longa caminhada rumo ao 38.
O apoio dos benfiquistas é, também e como sempre, imprescindível e fundamental. Não nos esquecemos das dificuldades impostas pelo Belenenses SAD à nossa equipa na época passada e nós, enquanto adeptos, poderemos ter um papel preponderante na superação das dificuldades que o nosso adversário tentará criar novamente.
Por isso relembramos que ainda há bilhetes à venda para a deslocação ao Jamor, onde entraremos em campo amanhã, sábado, às 19h00. As bilheteiras, no Estádio da Luz, estarão abertas hoje até às 21h00.
Noutra frente, é de realçar que, por força da eliminação do FC Porto, pelos russos do Krasnodar, na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, ascendemos ao pote 2 do sorteio da fase de grupos da prova. Teoricamente, é vantajoso, evitando o confronto com clubes como o Real Madrid ou o Atlético Madrid, entre outros.
Importa registar que o Benfica marcará presença nessa fase da competição pela décima temporada consecutiva, um feito que poucos clubes conseguiram. Actualmente, só Barcelona, Bayern e Real Madrid, além do Benfica, fazem o pleno de participações no último decénio. E, considerando a prova desde o seu início, em 1955/56, será a 39.ª participação benfiquista. Mais presenças só mesmo o Real Madrid, com 50.
Números que dizem tudo sobre a dimensão europeia do nosso Clube e o contributo dado para o prestígio do futebol português. São factos e números que falam por si e pelo Benfica!"