segunda-feira, 22 de julho de 2019
A montanha russa da pré-época encarnada
"A pré-época do SL Benfica é como uma montanha russa que só sobe! Após o primeiro jogo frente aos belgas do Anderlecht, a equipa encarnada começou a subir e nunca mais parou.
A turma de Bruno Lage tem vindo a demonstrar um futebol de grande qualidade nas últimas partidas amigáveis. Depois do desaire no jogo de apresentação, em que perdeu por 2-1, a equipa vermelha e branca só sabe ganhar. E com qualidade!
A apresentação aos sócios não correu de feição aos encarnados, que perderam no seu próprio reduto, apresentando um futebol fraco e que pecava não só na construção, mas também na finalização.
Os pupilos de Lage sofreram dois golos em seis minutos num período de desatenção colectiva, que foram suficientes para que a equipa que se apresentava na condição de visitante tomasse conta do jogo. Ao passar do minuto 68, Chiquinho ainda fez levantar o Estádio da Luz, que já não se fazia ouvir em alto e bom som desde os dez minutos de jogo, altura em que Jonas, uma das maiores figuras do plantel, realizava os seus últimos minutos como profissional de futebol.
A primeira partida fazia com que os adeptos temessem o futuro, contudo, o facto de defrontar uma equipa fisicamente mais capacitada nesta altura da temporada e o facto de haver muita rotatividade na formação concederam às águias o benefício da dúvida. E bem!
No segundo jogo de pré-época, o SL Benfica defrontou a Académica de Coimbra e, simplesmente, mostrou todo o seu poderio ofensivo.
A equipa aproveitava os erros do adversário, jogava com as linhas mais subidas, sem medo. Era notória a maior sinergia entre os jogadores, os passes eram acertados. Os remates, esses, na direcção do alvo. Os adeptos mostravam-se tranquilos. O Benfica estava a jogar. O Benfica era o Benfica!
Resultado final, 8-0… Oito golos sem resposta, sem hipótese, frente a um adversário que aspira à subida na temporada que se avizinha. A partir daqui os adeptos só podiam pedir mais e o Benfica respondeu dentro de campo.
O Chivas Gualadajara foi o terceiro adversário do glorioso e saiu derrotado por 3-0 em jogo a contar para a International Champions Cup, nos Estados Unidos da América.
Raul de Tomas, Haris Seferovic e Rafa Silva fizeram os golos para a equipa encarnada numa vitória que convenceu pelo estilo de jogo apresentado. O ataque feroz visto pela última vez em Coimbra, frente à Académica, atravessou o Atlântico e fez mossa na equipa mexicana do Chivas.
Destaque para Caio Lucas, que tem conseguido imprimir a velocidade de jogo que lhe é característica e mostra a razão da titularidade. Também Raul de Tomas tem justificado, com golos, o valor pago pelo Benfica neste defeso.
No geral, os encarnados têm convencido, mas será que esta montanha russa vai continuar sempre a subir? Esperemos que sim e que seja com exibições tão convincentes como estas.
O entrosamento entre os jogadores tem melhorado significativamente e é de esperar que a equipa melhore, ainda mais, o seu estilo de jogo."
Cadomblé do Vata (Curtas do lamaçal...)
"1. Então e a ventania que está a assolar o norte do país hoje? Calma, não é tempestade, são só os portistas a suspirarem de alívio ao verem que o Brahimi não vai para o Benfica.
2. Está difícil a venda do Bruno Fernandes. O Sporting CP quer 70 milhões, mas o Man. United não parece inclinado a pagar tanto... dizem que não têm perspectivas de beneficiar de tantas grandes penalidades que justifiquem tamanho investimento no capitão lagarto.
3. Afinal, Perín que era para vir em Julho e não veio por ter chumbado nos exames médicos, e que ficou de vir em Janeiro é bem capaz de não vir porque terá ficado amuado com o Glorioso... isto era uma situação que podia facilmente ter sido evitada, se tivéssemos guardado em formol, as peças que tiramos ao Mantorras.
4. Só foram precisos 3 jogos, para Jorge Jesus começar a ser apertado pelos adeptos do Flamengo... sempre me disseram que o Mengão era o Benfica do Brasil, mas aquelas riscas horizontais nunca me enganaram.
5. Ao que consta a Copa Ibérica que teve como representantes portugueses o FC Porto e o Portimonense, é organizada pela Liga de Clubes... vou repetir para ver se todos entendem: a Liga de Clubes, organizou um torneio amigável, com FC Porto e Portimonense."
Rei do Cashball !!!
"Setembro vai ser escaldante. Sem euforias porque deve haver notificações para todos… O Sport Lisboa e Benfica tem de se preparar para respostas imediatas à pressão que os batoteiros de sempre vão intensificar, junto das suas associações FPF e Liga. Está a ser manipulada informação processual, em clara violação do segredo de justiça, usando e abusando do triste mediatismo deste antigo aliado. Transformado em arguido útil permitir-lhes-á consolidar a estratégia de "um grande em cada cidade"."
Brahimi trocou uma carreira por dinheiro
"A opção é legítima, mas não me peçam para aceitar que se desrespeite assim o talento
Ponto prévio: a opção de Brahimi pelo Al-Rayyan, do Qatar, é absolutamente legítima.
Mas não me peçam para a compreender.
Brahimi foi durante muitos anos o jogador mais talentoso do FC Porto e um dos craques mais evidentes do futebol português. Fez jogos fantásticos na Liga dos Campeões, por exemplo.
Por isso era natural que tivesse ambições maiores. Querer o campeonato inglês ou alemão, querer uma equipa que lutasse pela Liga dos Campeões, querer escrever o nome nas estrelas.
Tudo isso era natural, lá está, e torna coerente a decisão de deixar o FC Porto.
Mas não foi isso que aconteceu. O argelino deixou o FC Porto a custo zero e virou as costas ao clube para assinar pelo Al-Rayyan. O que é totalmente incompreensível para mim.
Brahimi trocou uma carreira por dinheiro. Podia construir uma história bonita, criar um legado, tornar-se um herói: quem joga futebol a um alto nível está sempre perto de o fazer.
Podia fazer isso tudo e, ainda assim, ser rico. Mas Brahimi trocou-o por apenas uma coisa: ser muito rico. Por dinheiro o argelino escolheu abdicar, aos 29 anos, de jogar as grandes competições, nos melhores estádios, frente aos adversários mais mediáticos.
Preferiu um campeonato marginal e sem adeptos.
A estima que sempre tive por Brahimi autoriza-me a dizer que não se desrespeita assim o talento."
PS: A azia é tanta, que nem sequer consegue reconhecer que nenhum tubarão Europeu esteve disposto a pagar balúrdios pelo jogador!!! Quando se faz parte de uma máquina de propaganda, que valoriza tudo o que espirra, vestido do azul e branco da corrupção, quando os factos reais não encaixam nas alucinações alternativas, ficam desorientados!!!
Desporto para mulheres
"Como pode uma mulher sentir-se motivada e valorizada se na remuneração, no desempenho e no reconhecimento de algumas modalidades desportivas fica a perder?
Telma Monteiro, Patrícia Mamona, Billie Jean, Jéssica Augusto, Serena Williams e Kathrine Switzer: estes são os nomes de algumas atletas nacionais e internacionais que ganharam destaque na sua modalidade desportiva. Referências que nos fazem sentir um orgulho imensurável. Mas quão duro terá sido o percurso? Quão desafiante? Quão (in)justo?
Falar de Kathrine Switzer, por exemplo, é não ter mãos a medir: a primeira mulher a participar na Maratona de Boston, uma prova só para homens, em 1967. Serena Williams? A tenista impulsiva, sempre com sede de mais — possivelmente uma das seguidoras do legado de Billie Jean. Sabemos bem que ser mulher foi — e ainda é — um entrave para algumas realizações.
No desporto não é diferente. Há rótulos, actividades específicas para cada género, estereótipos de corpo que têm de ser seguidos. Mulheres com músculos? Pouco feminino. Mulheres que arrancam na partida só com homens? É uma vergonha. Mulheres que fazem provas OCR (Obstacle Course Racing)? Inconscientes. O mesmo poderá aplicar-se aos homens que gostam de ioga, pilates ou zumba.
Preconceito não combate preconceito. Desporto é desporto. É união. É para todos. Os estereótipos sexistas têm uma importância descomunal no desporto e continuam a anular o papel da mulher no mesmo. O problema? O problema é que até podemos justificar algumas acções como sendo retrógradas e passadas, mas a verdade é que, em pleno ano de 2019, mesmo as gerações mais novas continuam com este tipo de preconceitos enraizados e formatados.
Como pode uma mulher sentir-se motivada e valorizada se na remuneração, no desempenho e no reconhecimento de algumas modalidades fica a perder?
Vejamos os factos: a selecção alemã de futebol masculino ganhou 338 milhões de euros por conquistar o Mundial de 2014. Um ano mais tarde, os EUA conquistaram o Mundial feminino. O prémio foi de 14,1 milhões de euros. Alex Morgan é a jogadora de futebol norte-americana mais bem paga do mundo, com um ganho anual de 2,8 milhões de euros, somados contratos e patrocínios. Cristiano Ronaldo foi o atleta que mais recebeu em 2016, com rendimento de 83,1 milhões de euros. Sem mencionar a abismal diferença entre Roger Federer — 64 milhões de euros — e Serena Williams — 27,3 milhões de euros. São apenas números. Mas números, efectivamente, ditados pelo género.
Não é uma questão de modernidade, mas sim de mentalidade. A mesma que nos educa. Voltando a mencionar Kathrine Switzer, que várias vezes refere o papel preponderante do pai na sua carreira. “Tu não queres ser cheerleader. Queres que gritem por ti. A vida é participar, não assistir.” Foram estas as palavras do pai de Switzer, no primeiro dia da atleta na escola secundário. Ora, este homem soube moldar bem o ponto forte da filha. Sem medo. Sem vergonha. Por isso, não falem em modernidades, evolução dos tempos. O papel deste pai fez toda a diferença, por defender aquilo em que realmente acreditava. Vivemos ainda num mundo onde ser homem tem as suas vantagens. Mas não nos agarremos só a esta premissa. Convém salientar que o papel da mulher para com outras mulheres é crucial para o desenvolvimento deste processo de conquista. As mulheres também precisam de se credibilizar mais — e entre si.
Tudo o que desafia, que é diferente e ambicioso, assusta. Assusta-nos. Mas acredito que, na maioria dos casos, as pessoas defendam certos preconceitos porque é mais fácil. E porque lhes falta a coragem necessária para arriscar. Ao deixarmos na penumbra as nossas vontades — por sermos mulheres ou não —, o processo de conquista de todos nós morre mais um bocadinho. Por isso “faz-te homem” ou “faz-te mulher”, mas vai à luta."
Europeu de Matosinhos: como se fez mais uma bonita página no basquetebol português
"Selecção Nacional masculina de sub-20 conquistou o Campeonato da Europa do escalão (Divisão B), fazendo a festa em casa, diante milhares de pessoas
A primeira pessoa que me fez acreditar no valor do nosso basquetebol chama-se Valentyn Melnychuck. Em 2006 e 2007, todas as conversas e palestras que tive a felicidade de presenciar foram deveras inspiradoras para mim... Ao ponto de me sentir envergonhado por ver um treinador ucraniano a acreditar mais em Portugal e nos jogadores portugueses do que eu próprio. Hoje, olhando para trás, não duvido que essa força e confiança que nos transmitiu a todos foi decisiva para a bonita página que então se escreveu no basquetebol português, em 2007.
Sem ter tido nenhum contacto com a recém campeoníssima Selecção Nacional de sub-20, para além de ter sido fervoroso adepto e comentador, estou convencido que a receita voltou a funcionar. Quando um grupo de jovens, cujos antepassados entraram em caravelas para descobrir o mundo, compram um sonho e perseguem-no de forma abnegada e resiliente, podem mesmo concretizá-lo.
Não sendo propriamente um "Velho do Restelo", voltei a sentir-me envergonhado por pensar que íamos perder com a Geórgia... E com a Rússia então temi mesmo um forte rombo no casco que nos levasse a naufragar. Mas, de forma altamente competente, este grupo voltou a elevar bem alto o nome de Portugal e do basquetebol português.
Todos sabemos que as equipas podem ser mais que a soma das suas individualidades. Numa selecção não é tanto assim, principalmente por dois motivos. Primeiro, não há orçamentos nem jogadores caros e baratos, quando muito o campo de recrutamento e a experiência competitiva dos jogadores pode fazer alguma diferença. Depois, é muito difícil num mês de preparação fazer o que se faz nos clubes em nove meses.
Mas, felizmente, a nossa selecção foi a excepção a esta tendência e conseguiu ser, de longe, a melhor equipa. Como se explica? Provavelmente os treinadores tinham ideias claras do que pretendiam, os dirigentes criaram as condições de trabalho e os jogadores comprometeram-se sem reservas.
Quando ouvirem discussões acerca do perfil do jogador português, das debilidades disto e daquilo, lembrem-se da forma como esta selecção defendeu cada posse de bola. Comecemos por aí. Vamos ensinar os nossos jogadores a defender em vez de defenderem-se. E, ainda sobre individualidades, se Portugal fosse o Neemias, tal como a República Checa foi o Vit Krejci, não tínhamos conseguido dobrar o cabo das tormentas.
Ainda no limpar dos confetis da festa, há já quem pergunte: e para o ano como vai ser competir com as 15 melhores selecções europeias? Bem, para o ano vai ser muito duro e difícil. Guerreiro, Teixeira, Amarante, Banora e Correia ainda terão idade para competir neste escalão e são, sem qualquer dúvida, guardiões do espírito que levou a esta fantástica conquista. Mas, se correr mal e não conseguirmos ficar pelo menos em 13º lugar, então não seremos diferentes de Sérvias, Itálias e Rússias... Bem, mas lá estou eu novamente a pensar a medo, porque quem sabe se até não nos metemos na luta pelo pódio?
Não consigo terminar sem dedicar umas linhas ao "fenómeno Matosinhos". Nenhuma cidade europeia conseguiu organizar seis campeonatos europeus jovens, muito menos de forma quase ininterrupta (em 7 anos). A FIBA não brinca em serviço e esta benesse não se deve a lobbys, jogos de poder ou politiquices... É sim a expressão da competência da Federação Portuguesa de Basquetebol e da comissão organizadora dos europeus em particular. E quanto ao público que lotou o CDC de Matosinhos, deixo a sugestão de recordarmos o momento do jogo da final em que entoámos juntos o hino nacional com o jogo ainda a decorrer... Ainda arrepia, não é?"
Os malucos do scouting
"Quase sem se dar por isso, a geração dos jogadores de Football Manager atingiu a idade adulta e transformou o futebol real num jogo virtual de doidos. Saíram das telas de computador para os escritórios de agentes, depois alguns chegaram também ao empresariado e estão agora a aparecer nos clubes. O que eles dizem, por mais estranho ou inverosímil, tornou-se lei.
Os “scouters” são uma casta superior no mundo da boleiragem, capazes de transformar batatas em botas de cristal, até ao momento da cruel realidade em que o balneário dourado se transforma em abóbora, quando acaba o encantamento do “mercado” e é preciso jogar futebol.
Quando acontecem contratações mirabolantes como a de Nakajima ou a de Carlos Vinicius, não pela qualidade relativa dos atletas, mas pelos valores absurdos envolvidos, imagino que os relatórios de “scouting” sejam extraordinariamente ricos em ângulos cegos da trajectória dos jogadores. Os “scouters”, embora recusem ser chamados de olheiros, vêem o que ninguém mais vê e esmagam as dúvidas ao apresentarem argumentos com uma assertividade que não admite réplica.
Das últimas semanas, ouvi uma mão cheia de observações técnicas em comentários de futebol em directo nas diversas televisões que me reduziram à insignificância. Esmagadoras! E não falo de absurdos como “ainda me lembro de como Seferovic jogava nos juniores do Servette”, mas de pérolas verdadeiras como estas duas ouvidas na recente Taça de África:
- sobre como o extraordinário Brahim Suleymane, guarda-redes do Tevragh Zeina, joga normalmente com os pés no campeonato da Mauritania;
- sobre como o fantástico queniano Michael Olunga se movimenta no ataque do Kashiwa da 2.ª divisão japonesa, pelo qual alinhou apenas uma dúzia de vezes.
Cito estes dois casos, não por duvidar dos conhecimentos de quem os proferiu, mas para mostrar como é necessária enorme credibilidade profissional para um dirigente aceitar colocar milhões de euros em cima de uma informação tão rebuscada. Ou será o contrário? Estas é que são as informações que valem o tal milhão de dólares? Gostava de ver um presidente de clube confrontado com a possibilidade de contratar o guarda-redes da Mauritânia ou o avançado do Quénia: acreditar no instinto, decidir à sorte ou confiar num olheiro maluco!
Quando surge um nome novo no mercado, a reacção é ir ao Youtube ver clips e resumos que, obviamente, nunca nos mostram os pontos fracos dos jogadores, mas garantem dois ou três parágrafos de conhecimento avulso e pronto a servir. É com base neste conhecimento de pantalha que nos chegam craques cada vez mais exóticos.
Pelo que percebo, já ninguém segue os métodos clássicos, uma enorme trabalheira que consistia em ver, tirar notas, acumular observações e formar uma opinião, durante um período relativamente alargado. Talvez seja uma forma menos esperta de agir neste tempo em que a velocidade informativa é muito mais importante do que o conteúdo. Mas é assim que gosto de me actualizar há décadas, tendo começado alguns anos antes da criação da primeira página regular sobre futebol internacional na imprensa portuguesa e quando as fontes eram toneladas de papel de revistas como Don Balon, France Football, Guerin Sportivo, Kicker e Placar, que chegavam com mais ou menos atrasos, acompanhadas de investimentos casuísticos no Times ou no Guardian, para sentir o ambiente da Liga inglesa só com ingleses, e no Globo, que trazia o ritmo do fascinante futebol carioca dos anos 80."
Todos contam
"No nosso plantel de futebol todos contam, todos são titulares. A competitividade da nossa equipa é estimulada internamente, definindo-se um plantel curto, muito competitivo, onde imperam elevados níveis de exigência.
Bruno Lage foi claro nas suas afirmações na antevisão da partida com o Chivas Guadalajara: “Queremos ter um plantel equilibrado e muito competitivo para que os jogadores possam sentir, em cada posição, que estão dois a lutar por um lugar.”
E realçou a diferença, neste âmbito, entre o papel da estrutura do futebol benfiquista e o seu: enquanto a primeira se dedica a criar todas as condições para que os jogadores se sintam confortáveis e se preocupem apenas em treinar e jogar, Lage estimula a incerteza entre os jogadores quanto à titularidade de cada um.
Quanto maior for a competitividade interna, maior será também a competitividade em relação aos adversários, reflectindo a máxima, unanimemente aceite no desporto, de que se joga como se treina.
Entretanto, a digressão pelos Estados Unidos da América começou bem em termos futebolísticos, aliás à semelhança das restantes dimensões. Trata-se ainda da fase de preparação, pelo que os resultados têm uma importância reduzida. No entanto, a vitória, por 3-0, ante os mexicanos, deixou sinais muito interessantes e que contribuirão certamente para a incerteza desejada pelo nosso treinador.
Já as fortes recepções à nossa equipa – no treino aberto, no jogo e, mais recentemente, na acção empreendida da loja da Adidas em plena 5.ª Avenida, em Nova York – não deixam margem para dúvidas quanto ao entusiasmo e mobilização dos Benfiquistas. Tem sido entusiasmante e gratificante constatar novamente a pujança da diáspora benfiquista!
E, em mais um sinal da forte mobilização em torno da nossa equipa de futebol para a temporada que se avizinha, já esgotaram os bilhetes afectos ao Benfica para a Supertaça Cândido de Oliveira, que será disputada, com o Sporting, no dia 4 de Agosto, no Estádio Algarve.
P.S.: Hoje decorre o arranque dos trabalhos do plantel feminino de futebol, ao qual daremos destaque amanhã."
Campeões, Canoagem...
Vários títulos de Campeões Nacionais, foram conquistados este fim-de-semana, em Montemor-o-Velho, este fim-de-semana:
K1 1000m: Fernando Pimenta
K1 500m: João Ribeiro (com o Pimenta em 2.º, e o Messias em 3.º)
K1 200m: Messias Baptista (em Seniores e em sub-23) (João Ribeiro foi 2.º)
K1 500m: Joana Vasconcelos
K1 200m: (Portela em 2.º, e a Joana em 3.º)
K2 500m: Teresa Portela e Joana Vasconcelos
PS1: Decorreu este fim-de-semana o Campeonato Nacional Individual de Atletismo ao Ar Livre, com vários atletas ausentes, mesmo assim, 5 Benfiquistas tornaram-se Campeões Nacionais: Raidel Arcea (400m), Diogo Antunes (100m), Tsanko Arnaudov (Peso), André Pereira (3000m obstáculos) e o Diogo Ferreira (Vara). O destaque vai todo para o Raidel que bateu o recorde nacional dos 400m com 46,33s. Recordo que o Raidel, neste momento já é considerado para todos os efeitos Português, mas a IAAF ainda irá permitir a sua participação no Campeonato do Mundo que se irá realizar este Verão!
PS2: Continuando no Atletismo, nos Campeonatos da Europa de sub-20, o nosso Etson Barros, conquistou a medalha de Bronze nos 3000m obstáculos. O Etson, é na minha opinião, a 'grande' esperança do meio-fundo e fundo português, para os próximos anos...
PS3: Parabéns à selecção nacional de Basquetebol, sub-20, que esta noite conquistou o título Europeu, da II Divisão (!!!), vencendo a República Checa na Final, com o nosso Rafael Lisboa em grande, durante todo o torneio... acabando como MVP do Torneio!
Em Nápoles, decorreu nos últimos dias as Universíadas, e o grande destaque nacional, tem que ir para o 3.º lugar da Selecção Nacional Feminina de Basquetebol, histórico!!!
PS4: Não foi um lugar no pódio, mas o 15.º lugar do Vasco Vilaça, na primeira prova da Elite do Trialto que ele participou, é um resultado que nos deixa esperança para o futuro do nosso jovem atleta!
PS1: Decorreu este fim-de-semana o Campeonato Nacional Individual de Atletismo ao Ar Livre, com vários atletas ausentes, mesmo assim, 5 Benfiquistas tornaram-se Campeões Nacionais: Raidel Arcea (400m), Diogo Antunes (100m), Tsanko Arnaudov (Peso), André Pereira (3000m obstáculos) e o Diogo Ferreira (Vara). O destaque vai todo para o Raidel que bateu o recorde nacional dos 400m com 46,33s. Recordo que o Raidel, neste momento já é considerado para todos os efeitos Português, mas a IAAF ainda irá permitir a sua participação no Campeonato do Mundo que se irá realizar este Verão!
PS2: Continuando no Atletismo, nos Campeonatos da Europa de sub-20, o nosso Etson Barros, conquistou a medalha de Bronze nos 3000m obstáculos. O Etson, é na minha opinião, a 'grande' esperança do meio-fundo e fundo português, para os próximos anos...
PS3: Parabéns à selecção nacional de Basquetebol, sub-20, que esta noite conquistou o título Europeu, da II Divisão (!!!), vencendo a República Checa na Final, com o nosso Rafael Lisboa em grande, durante todo o torneio... acabando como MVP do Torneio!
Em Nápoles, decorreu nos últimos dias as Universíadas, e o grande destaque nacional, tem que ir para o 3.º lugar da Selecção Nacional Feminina de Basquetebol, histórico!!!
PS4: Não foi um lugar no pódio, mas o 15.º lugar do Vasco Vilaça, na primeira prova da Elite do Trialto que ele participou, é um resultado que nos deixa esperança para o futuro do nosso jovem atleta!
Adel, a arma (nada) secreta
"Entre quem vê futebol há muitos anos a expressão “arma secreta” é muito habitual. Refere-se geralmente a um avançado que parte por norma do banco e tem o condão de fazer aquele golinho precioso que desbloqueia o marcador.
O Benfica de Bruno Lage parte para a nova época com uma arma secreta bem menos convencional.
Porque defensivamente não tem a velocidade de passada, a capacidade do raio de acção que pretende o Benfica no momento da perda da posse, Taarabt parte como segunda opção. Contudo, o seu nível técnico e capacidade para nas suas decisões alimentar de forma excepcional as zonas de criação, tornam o marroquino quem sabe a primeira opção para os jogos que tardem em abrir-se.
Mais do que um avançado e muita fezada, quando o tempo escasseia é necessário critério e qualidade a chegar ao último terço, em detrimento do habitual bombear quando o coração está nas mãos.
Taarabt é um tratado em posse, quando se impõe fazer a bola chegar redonda às zonas de criação para ai então os colegas chegarem às oportunidades de golo.
Na hora do aperto – Alimentar com ainda mais critério. Assim se mostrou o homem que saindo do banco poderá ser determinante nas partidas mais complicadas dos encarnados:
"
A importância estratégica do treino na pré-temporada
"Estamos em fase de pré-temporada, onde são lançadas muitas discussões sobre qual será a melhor forma de preparar uma equipa para uma época longa e dura.
Longe vão os tempos em que se privilegiava a preparação física na pré-temporada. Era comum as equipas de futebol irem correr para a mata sem porem os olhos na bola. Isto numa altura em que a preparação física era vista como a base das componentes técnicas e tácticas.
No Benfica, foram célebres os treinos do Jimmy Hagan. O técnico inglês, que representou o clube encarnado entre 1970 e 1973, era um treinador que dava mais importância à preparação física do que à organização da equipa, ficando particularmente conhecido por mandar os jogadores irem correr nas bancadas do velhinho estádio da Luz. Só a chegada de Sven Goran Eriksson, em 1982, ditou uma revolução nos métodos de treino no Benfica e no futebol português. Com o técnico sueco, a bola era um elemento indispensável nos treinos, mesmo nos de preparação física.
Actualmente, vivemos numa era em que há uma nova mentalidade na forma de pensar o treino que pode ser designada de Periodização Táctica, existindo várias metodologias de treino aplicadas no futebol com o objectivo de desenvolver um modelo de jogo. Mas dentro destas metodologias de treino existem vários parâmetros a ser analisados na altura de avaliar quais os métodos de treino que são mais apropriados para a equipa e para a sua forma de jogar.
Primeiro que tudo, há-que ter em conta que a componente física, apesar de deixar de estar em primeiro plano, não deixa de ter a sua importância. Isto porque uma metodologia de treino assente do desenvolvimento de processos de jogo requer capacidade para pensar o jogo e tomar a decisão certa na hora exacta, sendo que a falta de condição física pode condicionar a capacidade de tomada de decisão.
Sendo assim, trabalhando com um treinador como Bruno Lage, que privilegia o futebol positivo, aquilo que se propõe nos treinos de pré-temporada é que se prepare a equipa para a forma como esta joga, ou seja, que se treinem exercícios que privilegiem o modelo de jogo que se pretende implementar: a forma como a equipa ataca, como a equipa defende, como se organiza em campo, etc.
Neste sentido, a preparação física deve ser ajustada ao modelo de jogo. Por exemplo, uma equipa que pressione alto e tenha uma reacção agressiva à perda da bola exige uma preparação física diferente de uma equipa que baixe as linhas em organização defensiva. Posto isto, os jogos na pré-temporada servirão para o treinador avaliar como os jogadores se estão a adaptar ao modelo de jogo que pretende.
Com isto, as conclusões a que se podem chegar é que a importância do treino na pré-temporada é servirá para os jogadores assimilarem os processos do modelo de jogo, ao mesmo tempo que ganham os índices físicos necessários para as exigências da época e dentro daquilo que as suas funções e dinâmicas exigem dentro do modelo de jogo."
Há cinquenta anos: homem na Luz
"As imagens, nuas, do solo lunar não se esquecem. Perduram. Estão vivas
1. (...)
2. Ontem, na costa do Pacifico, o Benfica iniciou a sua participação na International Champions Cup. Já é a mais expressiva competição da pré-temporada e recebe alguns dos grandes emblemas - e marcas - da Europa. Depois dos mexicanos do Chivas o Benfica defrontará a Fiorentina e o Milão. Ou seja, já na costa atlântica, e contando com Carlos Vinícius, o Benfica de Bruno Lage aproveitará a sagacidade italiana para as primeiras escolhas finais de um plantel que terá um triplo desafio: reconquistar a Liga NOS, chegar o mais longe possível na Liga dos Campeões (e, se for o caso, bem longe na Liga Europa) e, permitam-me, reconquistar a Taça de Portugal e a Taça da Liga. Parece haver opções para uma rotação sem dramas. Mais: parece haver condições para uma saudável competição em diferentes lugares da equipa, qualquer que seja o sistema e o modelo de jogo adoptados. Apenas na baliza, e após o rotundo chumbo médico de Perin, haverá necessidade, e urgência, de avaliar se, segundo Bruno Lage, importa acelerar o sentido de desconforto. Também, aqui, as suas palavras - «queremos criar desconforto nos jogadores» - parecem ser sábias e motivantes.
3. Foi aprovada na Assembleia da República uma significativa alteração ao regime jurídico da segurança e combate ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espectáculos desportivos. Em rigor a lei da violência e dos grupos organizados de adeptos, envolvendo as «deslocações de adeptos e agentes desportivos ou complexo desportivo e locais de treino». A alteração, que se centraliza institucionalmente na Autoridade para a Prevenção e o Combate à violência no desporto (APCVD) determinará, pouco tempo após a sua publicação - sim trinta dias! - determinantes consequências, quer ao nível dos enquadramentos das claques, dos deveres dos promotores, organizadores e proprietários dos recintos e complexos desportivos e, obviamente, no quadro sancionatório dos múltiplos casos de não cumprimento das vinculações legalmente estabelecidas. Importa dizer que a alteração não ignora situações existentes ou fatos ocorridos e, para estes casos, densifica consequências. Acredito que alguns irão ler a futura Lei neste Domingo. Outros um dia explicarão o que fizeram para a construir e, outros, o que, por incapacidade, não conseguiram minimizar. E, acreditem, a chegada à Lua foi, de verdade, há cinquenta anos. Mas há gente, hoje, que vive numa alucinação de poder que perturba e que suscita uma alienação que pode gerar e provocar sérias consequências. Ler a Lei. Ler mesmo. Um bom TPC. Sim um bom trabalho para casa! Antes que o calor aperte!
4. Duas notas finais. Que são dois momentos deste jornal de há cinquenta anos. Desde logo só havia três edições por semana. No jornal de 24 de Julho - o primeiro depois do momento histórico - ficámos a saber que por causa da Lua os nossos queridos Toni e Humberto Coelho chegaram tarde ao primeiro treino do Benfica. Deixo-lhes as palavras de Toni, um Amigo do coração, a este jornal: «Pedimos para nos acordarem a tempo de estarmos presentes à hora do treino. Mas... esqueceram-se. Tinhamos-nos deitado tarde. Às sete horas. Mas não foi paródia. Quisemos assistir ao maior espectáculo do Mundo, a conquista da Luz pelo Homem»! Tal como eu!
5. (...)"
Fernando Seara, in A Bola
Clara evolução na continuidade
"Muito interessante, de prometedora, a exibição do Benfica, na Califórnia, num teste exigente com uma equipa mexicana já em estado adiantado de forma, muito agressiva e muito competitiva, apesar de, por vezes, ingénua e tacticamente frágil.
Bruno Lage parece ter conseguido uma importante linha de continuidade da época passada, que não apenas mantém como fez evoluir princípios de jogo que tornam a equipa princípios de jogo que tornam a equipa muito eficaz, principalmente na espantosa diversidade de soluções atacantes, fabricadas pela qualidade técnica de um meio campo dinâmico e interactivo e pela versatilidade dos seus jogadores mais avançados, onde Raul de Tomas deixa marcas contraditórias, entre um jogador com indiscutível faro de golo e um jogador que, por enquanto, parece olhar mais para si do que para a equipa. É algo que nem sempre pode ser entendido como defeito num ponta de lança, mas, neste Benfica, que tem um futebol de contacto e de interligação pode tornar-se um factor de descontinuidade e, por isso, a trabalhar.
Outro dado importante, que ressalta, é o da confirmação do desejo de Bruno Lage em encontrar pontos de concorrência em cada lugar no onze. Parece a caminho de o conseguir. Num jogo em que era permitido mudar o onze, o treinador do Benfica conseguiu a proeza de ter duas equipas a jogar o mesmo futebol, apenas com as alterações provocadas pelas naturais diferenças das individualidades. E já que falamos em individualidades, nota assinalável para um extraordinário primeiro quarto de hora de Jota, a perspectivar o crescimento rápido de um jovem com enorme potencialidade."
Vítor Serpa, in A Bola
Negócios no deserto e objectivos (diálogo entre duas excelências)
"Se quer comprar água verdadeira no deserto, e não água que é apenas uma miragem leve um camelo
Miragem
1. - Como começar a trabalhar, excelência? Com que métodos, com que objectivo.
- Já alguma vez viu uma miragem?
- Sim.
- É impressionante, não é?
- Prefiro, apesar de tudo, coisas em que possa tocar.
- Pois. Mas deixe-me falar de coisas visíveis, mas em que não se pode tocar. A miragem.
- Ok.
- À medida que vossa excelência se aproxima da miragem, com a água claramente ali à sua frente, logo percebe que não. Que ela afinal não está ali. Era uma espécie de cinema privado, uma alucinação qualquer, uma imagem na sua cabeça que não existe na realidade. Que coisa estranha, não lhe parece, excelência?
- Sim, sim.
- Mas o mais terrível é que quando alguém se aproxima, a imagem da água que se via ao longe vai desaparecendo, mas vai aparecendo outra imagem de água, noutro lado, mais afastada. Isso é terrível.
- Sim, terrível, excelência.
- Imagine alguém sedento no deserto. Que armadilha os seus olhos lhe pregam. É um labirinto trágico. Ele pode ficar dias e dias a correr atrás de miragens. Sempre a pensar: agora sim, estou a ver água, agora é verdadeira!
- E assim morrem de sede.
- Morrem de sede a poucos metros de água abundante, mas que está apenas na sua cabeça, na sua imaginação. Uma água mental.
- Uma água mental?
- Água mental, belo termo, excelência.
- E sabe de um outro pormenor, caríssimo? Contaram-me e é factual.
- Diga?
- Os animais não são enganados pelas miragens.
- Não? Que estranho!
- Exactamente. Dizem que se os humanos puxarem um camelo em direcção à água de uma miragem, o camelo se recusa, não vai.
- É um detector de miragens.
- Isso, excelência, isso... Em suma, se vossa excelência vai para um deserto, leve um camelo.
- Ok, vou apontar no caderno, excelência.
- Os camelos sentem a água a quilómetros de distância, e é nessa direcção que seguem. Eles sabem.
- Sentem a água?
- Sim, não me pergunte como. Não estudei camelos o tempo suficiente.
- A água que dizem que não cheira, que é neutra, etc. etc. A água é detectada a muitos quilómetros pelos camelos?
- Sim. Portanto...
- Portanto, se vossa excelência quer comprar água verdadeira no deserto e não água que é apenas uma miragem, leve um camelo.
- Um camelo para fazer negócios no deserto.
- Claro, excelência, claro.
Linha do horizonte
2. - Mas repare, excelência, miragem e linha do horizonte não são o mesmo.
- Claro que não, claro que não.
- Miragem é algo falso, algo que não existe na realidade, uma alucinação.
- Sim.
- A linha do horizonte também não existe no mundo enquanto linha concreta, mas existe individualmente e é algo que, no limite, vossa excelência pode localizar no espaço.
- Um objectivo, a linha do horizonte!
- Mas vossa excelência pode também ver o efeito benéfico das miragens.
- Por exemplo?
- Uma miragem faz sair um sujeito do mesmo sítio, provoca aceleração na vida do sujeito.
- Sim, isso é certo, excelência, até talvez mais do que um horizonte.
- Exactamente. Uma miragem acelera as nossas acções muito mais do que a linha do horizonte.
- A linha do horizonte define uma espécie de futuro, mais ou menos longínquo. A miragem, essa, atira logo para o presente. A miragem está sempre mais próxima do que a linha do horizonte.
- Assim, excelência, diga-me: o que podemos aconselhar um ou outro? A definição de uma linha de horizonte ou a multiplicação artificial de miragens?
- Eu diria, caríssimo, se vossa excelência quer caminhar, se o seu objectivo é avançar rapidamente, então, multiplique as miragens artificiais ao longo do seu dia. Mas, claro, na direcção da sua linha de horizonte.
- Eis, portanto, um método de trabalho, na vida, no treino e etc.: linha do horizonte bem definida e múltiplas miragens no caminho para acelerar o percurso. Vou seguir o seu conselho, excelência.
- Vai ver que não vai parar um minuto. E na direcção certa.
- Parece bem, excelência, parece-me muito bem."
Gonçalo M. Tavares, in A Bola
Mais uma decisão do CAS
"O Tribunal Arbitral do Desporto de Lausanne (CAS) proferiu, na passada semana, decisão referente ao caso que opõe o Presidente da Federação da Palestina de Futebol, Jibril Rajoub, à FIFA.
Em causa estava a sanção aplicada pela federação internacional de multa e suspensão do dirigente por 12 meses, por declarações de incitamento ao ódio e à violência.
Em Maio de 2018, a FIFA aprovou um pedido apresentado pela Federação de Futebol de Israel para disputar um jogo amigável entre as selecções masculinas A de Israel e da Argentina em 9 de Junho de 2018, em Jerusalém.
Poucos dias antes do encontro, a 3 de Junho de 2018, Jibril Rajoub expressou opiniões negativas na comunicação social sobre tal jogo e incitou ao ataque ao jogador Lionel Messi e a que fossem queimadas camisolas com o seu nome. Em consequência, a selecção argentina não viajou para Israel e o jogo nunca aconteceu.
Após abertura e condução de um processo disciplinar, os órgãos disciplinares da FIFA entenderam que a conduta de Jibril Rajoub consubstanciava uma infracção prevista no artigo 53 do Código Disciplinar da FIFA, por incitar ao ódio e à violência e sancionaram o dirigente nos termos acima descritos.
Depois de levar em consideração todas as provas e todos os argumentos apresentados, o CAS constatou que, não havendo razões formais nem materiais que levassem à alteração das sanções aplicadas as mesmas deveriam ser confirmadas por não se revelarem em desproporcionais face à gravidade dos actos cometidos por Jibril Rajoub.
Mais uma decisão que comprava que no desporto ou a propósito dele não há - não pode haver - lugar a manifestações políticas e muito menos de incitamento ao ódio ou à violência."
Marta Vieira da Cruz, in A Bola
O SôrAurélio!
"Foram o centro da minha paixão por um jornalismo que já não há nem voltará a existir. Por isso foram únicos e inimitáveis, por muito que alguns, pobres de nós, lambam as poeiras das carpetes para não ficarmos a uma distância impossível da sua eternidade.
Vou começar por escrever de cor até porque sei que isso lhe daria um gozo particular, sobretudo a ele que gostava de falar de cor, misturando a memória com o esquecimento, a realidade com o fantasma de uma realidade que já tinha vivido e, entretanto, se fora apagando devagarinho. Batia com força nas teclas de uma máquina de ferro forte como o seu Saab que deixava estacionado em qualquer aberta de beco ou viela do Bairro Alto, cheio de jornais antigos e pastas com recortes de jornais sem data. Adorava pegar no L’Équipe, na Gazzetta dello Sport, na Marca, em tudo o que fosse periódico desportivo do mundo e, com a tesoura, zás-pás-trás, coluna aqui, página ali, na brincadeira chamávamos-lhe um ‘recórter’, guardava pilhas de papel nas estantes que ficavam por detrás da sua secretária, era uma espécie de parede de arquivo, pastas aos montes, volta e meia o Vítor Hugo, que chegava tarde à redacção, vindo do treino do basquetebol das miúdas e das novidades do Benfica e se sentava na cadeira dele, que saía sempre cedo, pegava em duas ou três pastas e punha no caixote do lixo, irritado, e ainda desabafava: «Nem dá por falta delas!».
Os recortes do Aurélio Márcio iam parar à ‘cesta secção’, como lhe chamava o Pinhão, homem com um jeito danado para dar nomes a coisas e a artigos de jornais, inventor dos célebres Hoje Jogo Eu e do Ai Que Saudades, ai, Ai, uma habilidade do quilé para brincar com as palavras que, para o Aurélio Márcio eram só e apenas palavras, tirava o papel da máquina e distribuía umas virgulas com a caneta, meio à vontade do freguês, e se alguém lhe perguntava a opinião sobre algo que acabara de escrever limitava-se ao: «É comprar A Bola amanhã. Por 5 escudos explico tudo».
Quando subi pela primeira vez as escadas de madeira do n.º 23 da Travessa da Queimada, chamado pelo Joaquim Rita para uma conversa com o grande chefe Vítor Santos, entrei na estrada de tijolos amarelos do Feiticeiro de Oz. Já lá vão mais de trinta anos, o Aurélio (que na semana passada teria feito 100, nem 70 tinha), havia algo de imponente naquela sala dos telexes e dos contínuos onde, em cinco minutos, ele me disse: «O Rita, que é como meu irmão mais novo, diz que podes vir a ser um grande jornalista. A Bola abre as suas páginas para que consigas provar isso mesmo».
Provei ou não, pouco importa. Nunca envergonhei as cinco letras mágicas, como o Vítor Santos chamava àquele título esplêndido, e nunca envergonhei o nome de uma família que teve, em todos os Afonsos, um juiz do Supremo Tribunal. Em todos menos em mim, que nunca fui capaz de ditar uma sentença e só quero escrever, escrever, escrever sempre, sendo útil, sendo sério, sendo capaz de interessar aqueles que continuam, ao fim destes anos todos, a ter a infinita paciência de ler a minha visão do mundo.
Há mais de trinta anos, a Bola explodia de nomes como aranhas entre as estrelas, para usar a expressão de Jack Kerouac. Deram-me uma mesa modesta, que dividia a meia com o o Pedro Roriz, o rapaz dos automóveis, e que ficava mesmo em frente da mesa do Sôraurélio que era assim que o tratavam os outros senhores daquela casa encantada, os contínuos como o Neres, o Rodrigues, o Cunha, o Calheiros, o Joãozinho da sovela, gente pela qual continuo a ter uma ternura quase familiar. Não era fácil ser garoto por entre a selva dos nomes: Vítor Santos, Carlos Pinhão, Alfredo Farinha, Carlos Miranda, Aurélio Márcio, Homero Serpa, Cruz dos Santos na frente da elite; Joaquim Rita, Vítor Serpa, Santos Neves, João Alves da Costa, Leonor Pinhão...
Houve uns que fizeram o enorme favor de me ensinar, como o Pinhão, que me deixava fotocópias dos meus artigos sobre a mesa com uma ou outra expressão sublinhada com a frase «a gente depois conversa», ou como o Farinha que me pegava pelo cotovelo e dizia: «Tens jeito para escrever em imagens, escreve sempre em imagens».
Morreram todos. Para toda a gente menos para mim. Foram o centro da minha paixão por um jornalismo que já não há nem voltará a existir. Por isso foram únicos e inimitáveis, por muito que alguns, pobres de nós, lambam as poeiras das carpetes para não ficarmos a uma distância impossível da sua eternidade.
Volto ao de cor. O Aurélio ia a caminho do México para o Mundial de 86 (fez todos de 1962 a 2002) e eu, que estava a editar, recebi a sua coluna, ‘De domingo a Quinta-feira’. Continuo a recitá-lo de cor: «A meu lado uma mulher lindíssima (ele dividia-as em lindas e lindíssimas), diz-me que é israelita. Espanto-me! que faz uma senhora deslumbrante, israelita, num voo entre Madrid e a Cidade do México? Mantém-se misteriosa, evita a conversa, conta que vai em trabalho, coisa oficial, e contra-ataca; que faz um português num avião de Madrid para o México? Falei-lhe baixinho. E não digo mais nada». Nem ele nem eu. Era estragar-lhe a prosa."
Cadomblé do Vata
"1. Caro Trump, aprende com o Glorioso... se queres parar os mexicanos, planta postes e barras na fronteira.
2. Jogo que trouxe à memória o mítico Mundial 94, com o sol tão a pino que os jogadores nem tinham sombra... o telespectador quase tem uma insolação só de olhar para a TV.
3. Há que saudar o regresso do Ebuehi aos relvados... e destacar o facto de ter sido o único que foi a jogo com um guarda sol na cabeça.
4. Lage diz que o conforto é o pior que pode existir no futebol e por isso quer aumentar a concorrência no plantel... más notícias Bruno, estou muito confortável com o desconforto latente no nosso ataque.
5. Caso os sportinguistas se questionem sobre a razão do Sporting não ser convidado para a ICC... o lema da competição é "Champions meet here", não é "Champions every 18 years, meet here"."