sexta-feira, 28 de junho de 2019

Contratar pouco e bem

"Benfica só poderá ficar no ponto que os adeptos e administração querem com entradas de igual ou superior qualidade dos que saíram

A aparente tranquilidade do mercado do Sporting e a alguma incapacidade envolta na bruma do mercado do FC Porto não podem fazer acreditar em qualquer facilidade para a época que agora começa. Vamos ter adversários fortes e temos que ter um Benfica fortíssimo. Sérgio Conceição tem qualidade bastante para com poucos ovos (e vai ter muitos) fazer omeletas interessantes e, por isso, haverá seguramente adversários de respeito.
Um Benfica que vendeu João Félix, deixou sair Fejsa e viu acabar Jonas é seguramente um Benfica menos mágico e menos forte. Ainda se fala de algumas possíveis saídas, empréstimos e cedências, todas por confirmar. Aguardar é a única solução.
A ideia de que qualquer Manel pode substituir os génios que saem é oriunda da estupidez ou da vontade de perder. Com as saídas (mesmo que todas bem justificadas e justificáveis), o Benfica ficou mais fraco e só com entradas de igual ou superior qualidade poderá ficar no ponto de que os adeptos e administração querem.
Agora que findou (ou abrandou) a época dos rumores, acredito que chegou a hora dos vencedores. O presidente do Benfica já repetiu que se iria comprar pouco e mais bem. Não posso estar mais de acordo. Esse é caminho, este é o caminho.
Se saiu Félix, o Viriato, aguardamos pela chegada do 'Sertório' porque em Reino Lusitano sem rumo e sem luta não ficaremos. No mundo moderno do futebol, o dinheiro deixou de ter valor e, por isso, ninguém dá valor ao dinheiro. Está na CMVM e são 126 milhões. Os incrédulos, pelos menos os que sabem ler, poderão analisar os balanços e as contas, embora suspeite que nem a contar notas à boca do cofre se convenciam. Esta é a frase do Benfica usar de indulgência com os comentários e muito competência nas aquisições.
Na próxima semana começam os treinos, a preparação de uma nova época, entre dia 1 e dia 5. Era bom que chegassem a quase totalidade daqueles que vão ser os nossos recursos. Interessa-me é ver o plantel fechado (ou perto disso) e a bola a rolar. Bruno Lage e a administração serão quem escolhe, selecciona e determina quem fica e quem sai. No Benfica a responsabilidade não morre sozinha porque a competência também não."

Sílvio Cervan, in A Bola

Cádiz

Muito se tem falado da contratação do Jhonder Cádiz, sendo que existem muitas dúvidas, se será uma aposta para o plantel principal, ou se será 'desviado' para um empréstimo. O facto de ter tido uma apresentação 'à grande', parece que irá ter pelo menos a pré-época, para 'provar' se tem qualidade para ficar...

Com a saída do Félix, e muito provavelmente do Jonas, ficamos só com um avançado no plantel: Seferovic. Como tudo indica que vamos continuar a jogar em 442, existe uma clara necessidade de contratar avançados. Na equipa B, tanto o Saponjic, como o Pedro Henrique ou até o Zé Gomes, não parece ter convencido... portanto, estamos obrigados a ir ao mercado...

Tem-se falado muito do Raul de Tomaz, mas mesmo com a chegada do Espanhol ainda existem mais duas vagas por ocupar... Se o Cádiz ficar no plantel principal, ainda ficará mais uma vaga!!!

Muitos têm colocado em causa a qualidade do ex-avançado do Setúbal. Pessoalmente, acho que existe muito potencial. Tem uma assinalável presença física, na Luz deu muito trabalho aos nossos Centrais, usa bem os braços para proteger a bola, tem caparro, e na área tem confiança no momento do remate... Veja-se por exemplo, o penalty à panenka marcado ao Odysseas!

Tecnicamente, é algo trapalhão, mas isso não invalida a sua capacidade. Conheço muitos avançados trapalhões com sucesso... Além disso, é um tipo de avançado, diferente do Seferovic ou do RdT, que em momentos onde seja preciso 'peso' na área, poderá ser útil...
Quantos vezes em discussões entre Benfiquistas, não reclamamos a contratação de um avançado físico, com poder de choque, e centímetros para disputar o jogo aéreo?!!!

O facto de ser contratado ao Setúbal, não deve querer dizer nada... basta recordar o Lima. Não é fácil 'acertar', mas às vezes as melhores opções, não estão em 'destinos' exóticos ... O facto do Cádiz se ter destacado a marcar golos no Setúbal é na minha opinião um bom cartão de visita: este Setúbal era uma das equipas mais defensivas na I Liga, marcar golos abandonado lá na frente não era fácil...
Por exemplo, não acho que seja inferior a um Soares ou a um Luiz Phellype...!!!

Agora, se o Cádiz não ficar no plantel, não será a primeira vez que um jogador é apresentado desta forma, e depois é emprestado, portanto vamos esperar para ver como decorre a pré-temporada...

Propagandistas

"No relatório e contas do SLB relativo a 1954, página 16, há uma pequena secção dedicada à aquisição de um autocarro – o primeiro do Benfica. Comprado ao popularíssimo actor Francisco Igrejas Caeiro, o avultado investimento permitiria poupar nos crescentes custos de deslocação das equipas e proporcionar maior conforto e segurança aos atletas. Igrejas Caeiro havia adquirido o autocarro meses antes por cerca de 1100 contos. Vendeu-o por 450 e mereceu, conforme se pode ler no relatório, o seguinte tratamento por parte do Benfica: “O nosso querido amigo e prestigioso consócio”.
Acontece que Igrejas Caeiro, não obstante o seu reconhecido benfiquismo, se viu obrigado a vender o autocarro que adquirira para a sua companhia. Instado a nomear o maior estadista da sua geração numa entrevista ao jornal “Norte Desportivo”, referiu o indiano Nehru, o que foi considerado subversivo e lhe valeu, por decreto governamental, o impedimento de actuar publicamente. Sem poder trabalhar, o autocarro deixou de ter qualquer utilidade para Caeiro. À necessidade benfiquista, juntou-se a oportunidade de ajudar quem se viu privado do seu sustento.
Este é mais um excelente exemplo dos muitos que contrariam os revisionistas que acusam o Benfica de ter sido o clube do regime. Para o Benfica, Igrejas Caeiro continuou a ser, apesar de proscrito pelo Estado Novo, “querido amigo e prestigioso consócio”.
Mas verdade seja dita, esses propagandistas já nem entre os seus têm qualquer credibilidade. Veja-se a sondagem da Aximage sobre a justiça da decisão dos tribunais em punirem o FC Porto no chamado “caso dos emails”. São mais, entre portistas e sportinguistas, os que não discordam da decisão..."

João Tomaz, in O Benfica

Um abraço da Jamaica

"Estou novamente fora de Portugal, mas vou acompanhando as novelas do nosso futebol. Leio as tentativas falhadas de denegrir o SL Benfica e João Félix, os delírios oposicionistas de candidatos a líder que não o são, o apego pela formação que os nossos rivais agora descobriram, os negócios de milhões que os outros nunca fazem. Mesmo à distância, não há como escapar a tanta azia alheia.
O que vale é que estou na Jamaica, um país onde os campeonatos nacionais de atletismo são transmitidos em directo na televisão. Esta é a ilha de Usain Bolt e de dezenas de outros atletas medalhados internacionalmente, por isso é normal que as conversas sobre desporto comecem e acabem quase sempre em atletismo. E calha bem, porque no fim de semana passado, as equipas masculina e feminina de sub-23 do Sport Lisboa e Benfica venceram os campeonatos nacionais dessa modalidade. E que orgulho isso me dá enquanto adepto. Ver o trabalho de Ana Oliveira, dos dirigentes, dos treinadores e dos atletas a dar resultados tão positivos - e há tantos anos - é sinal de que o ecletismo do Glorioso está no caminho certo. Não criámos equipas apenas para dizer que as temos: formamos e lutamos para ganhar em todas as modalidades em que participamos.
E assim, por cá, com mais de 30 graus de temperatura no ar e na água, sabe bem falar de desporto com os jamaicanos. Não se fala de dores de cotovelo, ressabiamento ou cegueira clubística. Fala-se de superação, de treino, de competição saudável. Não se olha para o quintal do vizinho a invejar a relva. Trabalha-se de forma mais árdua para conseguir os objectivos. E isso é coisa demasiado estranha para rivais que acordam, vivem e dormem a pensar em nós em vez de trabalhar para ser melhores. Vou ali dar um mergulho e já venho."

Ricardo Santos, in O Benfica

Sorteio do calendário: imperdível

"Falta uma semana para o sorteio do calendário da Liga 2019/2020 (5 de Junho) e eu sou incapaz de esconder a ansiedade. Com quem jogará o Benfica na primeira jornada? E na última? E na oitava?
Quando será o clássico com o FCP? E o dérbi com o SCP? E o embate com o Paços de Ferreira? Pois é, todos os jogos são importantes e gosto de saber em que momento da temporada se realiza cada um deles. Pertenço ao grupo de adeptos que no espaço de dois minutos decora de trás para a frente os duelos do Benfica nas 34 rondas. Trata-se de um raro distúrbio chamado anxietatem gloriosum, embora não haja (ainda) qualquer registo clínico deste transtorno. Sim, a medicina ainda tem muito para evoluir.
Tenho por hábito projectar os mais diversos cenários jogo a jogo, mas admito que as previsões costumam sair ao lado. Nas minhas contas, o Benfica chega sempre ao fim com 34 vitórias, registo que estranhamente não se tem verificado. Porém, de vez em quando lá vou acertando. Na temporada passada, numa dessas premonições ou imaginava o Benfica a vencer os jogos todos por 10-0, pelo que ainda acertei num resultado.
Ainda há uma semana pela frente até ao sorteio, contudo a espera não será muito dolorosa: o arranque da pré-época do Benfica está agendado já para a próxima segunda-feira. Nos primeiros dias não haverá bola, porque os jogadores têm de se sujeitar primeiro a vários exames médicos e testes físicos, prática comum após este alongado período de descanso. Mas posso esperar. Quem leva a melhor na velocidade? Quem consegue fazer mais agachamentos? Quem fica mais sóbrio depois de deitar abaixo dez latas de Sagres? Enfim, os exercícios necessários para que em Maio se possa celebrar o 38."

Pedro Soares, in O Benfica

Modalidades 18-19

"Os títulos conquistados no Voleibol e no Futsal acabaram por deixar uma marca de sucesso na temporada das nossas modalidades. Nas cinco principais, foi a 19ª vez que alcançamos dois títulos absolutos, sendo que apenas em duas ocasiões fizéramos melhor –2012, Hóquei, Basquete e Futsal; e 2015, um recorde, com Hóquei, Basquete, Futsal e Voleibol.
É preciso lembrar que, de então para cá, não só assistimos - ultrapassada a crise económica - ao recuperar da competitividade de algumas equipas ancoradas em orçamentos de empresa ou autarquia (de entre as quais a Oliveirense será o caso mais paradigmático), como vimos o nosso vizinho e rival despejar dinheiro em cima das suas modalidades, formando plantéis bem acima das realidades do mercado português – que, como sabemos, hipervaloriza o Futebol, ignorando quase tudo em seu redor. Temos também um FC Porto a centrar o seu investimento, sobretudo, no Hóquei e no Andebol, mantendo assim elevado nível competitivo nessas duas frentes.
É hoje, pois, mais difícil ganhar do que há uns anos atrás. E como o dinheiro não estica, teremos de ser cada vez mais inteligentes e certeiros na gestão das dotações, sob pena de ficarmos atrás de um aqui, atrás de outro ali, e atrás de um outro acolá. Teremos, por exemplo, de ser extremamente criteriosos na contratação de atletas estrangeiros que, ou chegam para fazer a diferença, ou estão a mais.
Uma palavra final para o sector feminino que, Basquetebol à parte, cumpriu praticamente todos os objectivos da época, tendo a partir de agora novos desafios, com Futebol e Andebol a atingirem o escalão principal."

Luís Fialho, in O Benfica

E mais títulos...

"Com as nossas principais equipas já a gozarem umas merecidas férias, continuam em competição as jovens promessas.
O Atletismo e o Futsal são dois bons exemplos do trabalho de excelência que o Sport Lisboa e Benfica tem vindo a realizar, esta década, na formação. Quando falamos desta área tão importante e complexa, tendemos a focar-nos apenas no Caixa Futebol Campus. Uma tendência natural e legítima, mas enganadora. O SL Benfica de hoje é todo ele uma academia gigante de formação.
No Atletismo, as nossas equipas de Sub-23 dominaram os Campeonatos Nacionais ao ar livre. A conquista de dois títulos são coroar de uma política com cabeça, tronco e membros. O feito da equipa masculina é notável - 11.ª título consecutivo. Quanto à equipa feminina, a reconquista chegou esta época. Com a particularidade destas Esperanças serem na grande maioria juniores. A visão e a competência da prof.ª Ana Oliveira são conhecidas, mas ter a capacidade de refazer equipas em anos consecutivas não é para todos.
No Futsal, a nossa hegemonia é uma evidência - conquistámos os dois campeonatos nos seniores e nos juniores a nossa equipa feminina sagrou-se bicampeã. Mas os êxitos não se ficaram por aqui, pois os Juvenis masculinos conseguiram, pela primeira vez, conquistar o título. Estes feitos reforçam a nossa política desportiva como a mais ajustada nos dias que correm
.O SL Benfica é um modelo a todos os níveis. Olhemos para os 17 atletas que formam a nossa equipa olímpica, em Minsk, onde estão a dar cartas nos Jogos Europeus. Um país e um clube que têm atletas como Telma Monteiro, Fernando Pimenta, João Ribeiro, Teresa Portela, Joana Vasconcelos, Bábara Timo, Rochele Nunes, Ricardo Santos, João Coelho e Rivinilda Mentai arrisca-se a conquistar medalhas. Na próxima semana, prometo analisar a notável performance da nossa equipa de futebol feminino."

Pedro Guerra, in O Benfica

Violência Fora de Jogo!

"Se há coisa de que a condição humana não se orgulha, essa coisa é a violência em qualquer das suas formas. Mas o que é violência? Na verdade, há sobre isso grandes mal-entendidos que variam de sociedade para sociedade e de cultura para cultura em função das percepções. Quer dizer, a violência tem certamente uma medida absoluta e uma medida relativa. Assim, se perante a agressão física contundente, o ferimento ou a morte é claro em todos os tempos e latitudes que se trata de violência, há sociedades e mesmo grupos sociais em que não é socialmente percebida como violência a agressão física menor e quase todas as formas de coação e agressão psicológicos ou a segregação social. Três exemplos simples: a rapariga vestida à moda 'que estava mesmo a pedi-las...',o Bullying, que pode tornar-se uma 'prática divertida' de exibição grupal; a imensidão de situações em que chega a considerar-se, com aceitação social, que certas formas de violência estão dentro de esfera formas de violência estão dentro da esfera da vida privada ou mesmo que correspondem à aplicação de castigos moralmente legitimados por algum sentimento de justiça ou reparação de honra, quase sempre desproporcional à situação que a desencadeia.
Diz o povo, nem sempre com razão, que 'entre marido e mulher ninguém meta a colher' e se assim deve ser na esfera familiar privada, filhos abrangidos, mas com exclusão de todas as formas de violência que, felizmente em Portugal, é um crime público e como tal não pode ser perpetrado sem denúncia nem impunemente independentemente da vontade dos sujeitos. E essa vontade é muitas vezes tolhida, diminuindo as vítimas a níveis de autoestima e depressão tão profundos que comummente se instala a dúvida sobre a natureza violenta da agressão e do agressor ou mesmo a culpa e a sua expiação como se a vítima fosse ao mesmo destino e origem da toda a violência assim legitimada pela própria, amarfanhada pelo medo e prolongada pelo passar do tempo na esperança vã de uma mudança. Invariavelmente nada disso acontece e a violência grassa como um fogo incontrolado que nasce de uma pequena centelha e se alimenta de si próprio até que, avolumadas as proporções, se torna imparável e desmesurado conduzindo muitas vezes, vezes demais, a um fim trágico.
É assim em todos os aspectos da vida e é assim também no Desporto, que não é imune aos males mundanos. Bullying, assédio e violência sexual no desporto têm vindo a lume nos países desenvolvidos, cada vez com maior acuidade, sendo publicamente assumido pela Comissão Europeia que na Europa comunitária um em cada cinco praticantes de desporto, formal e informal., são vítimas de alguma forma de violência sexual. Uma proporção demasiado grande para que lhe fechemos os olhos. Pelo contrário, há que tornar consciência deste verdadeiro flagelo social que tolhe a liberdade e a dignidade humanas. Para isso é preciso prevenir, formar, informar. Em suma, é preciso por a 'Violência fora de jogo!'"

Jorge Miranda, in O Benfica

Jhonder Cádiz

"O segundo reforço do Benfica foi hoje oficializado depois de já ter sido confirmado pelo próprio Luís Filipe Vieira na última Assembleia Geral do Clube. Trata-se do avançado venezuelano Jhonder Cádiz, que chega ao Benfica vindo do Vitória de Setúbal por 3.000.000€. Cádiz já está em Portugal há quatro anos. Esteve no União da Madeira, no Nacional, no Moreirense e no Setúbal. Ao todo tem 83 jogos e 14 golos na Primeira Liga Portuguesa.
Não é uma contratação consensual pois a maioria dos benfiquistas ainda tem fresco na memória contratações como Chiquinho (600k), João Amaral (600k), Patrick (custo zero), Salvador Agra (dívida do Nacional), Oscar Benitez (4.4M), Pedro Nuno (400k), Jhon Murillo (750k), Diego Lopes (100k), Marçal (custo zero) ou Pelé (custo zero). Ou seja, jogadores que apesar de não terem um custo avultado, nunca vestiram a camisola do Benfica. Alguns revelaram-se boas apostas. O Marçal foi vendido por 4.5M. O João Amaral por 1.5M. O Salvador Agra saiu por 500k. O Pelé rendeu 3.6M quando o Rio Ave o vendeu por 7.5M ao Mónaco. Chiquinho valorizou bastante neste último ano. 
Jhonder Cádiz não é consensual porque estas contratações não fazem sentido no imediato. Mas a longo prazo vemos que o dinheiro investido em Chiquinho, João Amaral, Salvador Agra, Marçal e Pelé rendeu. Também se poderá dizer que dificilmente vamos recuperar os 4.4M investidos em Benitez. Mas o Pedro Nuno vai servir para baixar o preço do Chiquinho. O Jhon Murillo mais ano, menos ano, vai dar uma boa venda (com 50% a reverter para nós). Logo, parece-me que óbvio que o Benfica está melhor por entrar nestes negócios do que por não entrar.
Para já ainda não é claro qual é o plano para Cádiz. Vai fazer parte da equipa principal ou vai ser emprestado algures para valorizar? À partida seria a segunda hipótese, no entanto todos os jogadores que tiveram direito a vídeo nas redes sociais e entrevista na BTV ficaram no plantel. Este é o modus operandi do Benfica de apresentar um jogador. E foi isso que o Benfica fez hoje. Logo, tudo leva a crer que fique no plantel.
O que conhecemos do jogador é que é um atleta com uma boa envergadura física (1.91m), mas também muito rápido. Tem técnica e uma capacidade de finta - ainda nesta temporada marca um golo contra-ataque ao Sporting onde trocou as voltas ao Petrovic. É um diamante em bruto. Pode estar aqui um excelente jogador. Por 3M não me parece uma má aposta. Pode perfeitamente ser o 5º avançado do plantel. Pode ser emprestado e ter uma época fantástica como o Chiquinho e acabar na equipa principal. Pode ser vendido mais tarde e chegar a valores relevantes."

Fim de época com futuro

"A época futebolística termina, há já muitos anos, com um torneio interassociações sub-14, o conhecido Lopes da Silva. Um momento de festa, mas também uma oportunidade para observar as 22 selecções distritais. Estes jovens são, todos os anos, a base da primeira selecção nacional sub-15 masculina da temporada seguinte. Os treinadores precisam destas observações para conhecerem, confirmarem e decidirem sobre a composição das suas equipas, sejam nacionais ou de clube. Esta altura, designado como defeso, tem uma importância decisiva no sucesso das equipas, sendo essa importância proporcional ao nível da competição em que estão integrados, com destaque para as competições profissionais.
Como neste intervalo não há jogos, portanto não há vitórias e derrotas, digamos que todos estão empatados, a tolerância dos agentes desportivos é significativamente maior do que durante a competição. Contudo, as decisões agora tomadas vão ser de importância fundamental para cumprir os objectivos da época. O planeamento para nesta altura se tomarem as melhores decisões começou muitos meses antes. Prever o que se pode passar no defeso, as alterações que a equipa para sofrer, ajuda a encontrar soluções antes dos concorrentes. Esta é uma das maiores dificuldades de quem gere uma estrutura de desporto profissional, para mais em jogos colectivos. Não há sucesso exclusivamente com bons jogadores, é necessário uma excelente equipa.
Construir uma equipa, que necessita de bons jogadores, de excelentes profissionais e de melhores pessoas, implica estabelecer uma tela de relações que reaja à adversidade de forma uniforme, mesmo que as análises não sejam coincidentes. O interesse colectivo terá que ser sempre maior do que o individual. O torneio Lopes da Silva inicia o processo para se atingir o degrau mais alto: saber trabalhar como equipa."

José Couceiro, in A Bola

Belenenses tem o que não se compra

"O Clube de Futebol Os Belenenses, escudado em sentença judicial, fez um ultimato à Liga de Clubes, no sentido da proibição da utilização da sua marca por entidades terceiras. Ou seja, para simplificar, o Belenenses, com o apoio de duas sentenças, uma do Tribunal de Propriedades Intelectual, e outra do Tribunal da Relação, não quer uma equipa chamada Belenenses, SAD a participar na Liga. Poderá, quanto muito, ser BSAD, de acordo com o registo vigente.
Numa coisa o Belenenses tem razão: a Liga de Clubes não pode continuar a assobiar para o lado como se nada tivesse, entretanto, acontecido.
Este caso, que mostra como foi pouco cuidadosa e avisada a chamada Lei das SAD, irá conhecer novo agravamento quando o Belenenses alienar os dez por centro que ainda tem da SAD. Logo que isso aconteça, haverá uma equipa a disputar o principal escalão do futebol português sem vínculo físico (abandonou o Restelo), material (o Belenenses não é accionista), ou imaterial (não pode usar a marca, ou seja, nome, símbolo e lema) ao clube de onde derivou.
Quem olhar para esta situação, independentemente do lado da barricada que ocupar, ou mesmo se estiver numa posição de neutralidade, não pode deixar de sentir um profundo desencanto. À beira de celebrar o centenário, vale ao Clube de Futebol Os Belenenses uma implantação social que, ao contrário das acções da SAD, não se compra, e que lhe permitiu reinventar-se, apostando nas modalidades e no futebol de formação, como elementos aglutinadores de sócios e adeptos nestes anos de travessia do deserto. O Belenenses é um grande clube."

José Manuel Delgado, in A Bola

Desportivização do sexo e sexualização desportiva

"Apesar dos progressos registados ao longo das últimas décadas em matéria de investimento no desporto pelas mulheres, este continua a ser um local de diferenças e um espaço de desigualdade entre os homens e as mulheres. Em matéria de desporto feminino, é preciso ter em consideração a cultura desportiva das mulheres e a cultura feminina no geral. Esta cultura deve ser também colocada no seu contexto, sobretudo numa sociedade patriarcal, como é o caso da sociedade portuguesa.
No caso do desporto de alto rendimento, a prática de certos desportos pelas mulheres ainda está longe de ser “admitida” pela sociedade. E quanto mais estes desportos se afastam do estereótipo hegemónico, mais a recusa social é significativa. Se as mulheres são cada vez mais desportistas, elas não se entregam às mesmas actividades que os homens nem o fazem nas mesmas condições. As mulheres valorizam “as modalidades não competitivas” e as “práticas de melhoramento estético”, confirmando o peso dos estereótipos (Marivoet, 1998)
Braunstein & Pépin (2001) observam algumas das razões que mantiveram as mulheres afastadas durante muito tempo dos desportos de competição: em primeiro lugar, o argumento médico que dizia que o corpo feminino não podia suportar o esforço, e a que a sua principal função era a procriação. Em segundo lugar, o argumento social e moral: a mulher tem um lugar a ocupar no seio do seu lar, e toda a prática desportiva é concebida como exibicionismo.
Os homens estão mais voltados para a competição, a agressividade e a autoafirmação no desafio e no confronto com os outros. Ao invés das raparigas, os rapazes lutam e provocam-se entre si, estabelecem hierarquias com base no critério do mais forte, temendo ser tratados de “medricas”. Nos adolescentes, a pressão do grupo de pares e a prática de desportos colectivos convergem para a criação de um clima de emulação, de competição e de superação dos outros. A fim de serem reconhecidos, atrair a atenção das raparigas e afirmar o seu valor, os jovens procuram medir-se uns aos outros, provando a sua força, a sua excelência e a sua virilidade. Para as mulheres, a vitória sobre os outros surge como menos importante do que a actividade física em si mesma, enquanto para os homens é a própria competição que é objecto de paixão; rivalizar com os outros, vencer, ser o melhor representa uma finalidade ou um valor em si mesmo.
Nesta análise, importa referir a questão da virilidade. Bourdieu (1999, pp. 43-44) entende-a como “a capacidade reprodutiva, sexual e social, mas também como a aptidão para o combate e para o exercício da violência, com destaque para a vingança”. Por oposição à mulher, “o verdadeiramente homem” é aquele que se sente vinculado a estar à altura da possibilidade que lhe é oferecida de aumentar a sua honra, procurando valores como a glória e a distinção na esfera pública. A exaltação dos valores masculinos tem a sua contrapartida tenebrosa nos medos e nas angústias suscitadas pela feminilidade: princípios de fraqueza enquanto incarnações da vulnerabilidade da honra. Tudo concorre, assim, para fazer do ideal impossível de virilidade o princípio de uma imensa vulnerabilidade. É ela que conduz, paradoxalmente, ao investimento, por vezes exacerbado, de todos os jogos de violência masculinos, nomeadamente os desportos de combate.
O espaço desportivo (re)produz esta relação de dominação, ao socializar as gerações mais novas nos valores dominantes da cultura masculina, que privilegiam a força física e a competição como símbolos de virilidade."

O apelo de (...): querem ganhar o defeso? Gastem uns milhões no passe da Matilde

"Os jornais, os programas de comentário desportivo, os grupos de Whatsapp, o Twitter e a taberna rejubilam com o tema que faltava. Esta manhã seguia na direcção do café a tropecei numa pedra. Saiu de lá um especialista em factoring, um analista financeiro e um alcoólico que não conseguiria contar até 126. Todos juntos reuniram-se à volta de um pão de deus com fiambre, uma meia de leite morna, um café pingado e um moscatel, respectivamente, para elaborarem as mais diversas teorias sobre como é que o Benfica irá receber o dinheiro, se irá receber, o que fazer com este autêntico Euromilhões.
Há teorias para todos os gostos e quantificações de toda a espécie. Eu não percebo bem o que fazer a esta fortuna. O meu pessimismo diz-me que devíamos guardar a maioria para um dia chuvoso. O optimista fala em gastar tudo em reforços. O desiludido não se contenta com a comissão de 10%, por ele o Benfica ainda acaba a pagar a Jorge Mendes. O humorista com a tabuada decorada pergunta quantos daqueles reforços-que-não-são-bem-reforços poderemos nós adquirir para depois colocar a rodar por esse mundo fora. Rapidamente se chega a um consenso na taberna: vamos avançar para a compra de 40 Cádiz.
Sinto-me no mesmo espírito dessa discussão, mas com uma preocupação diferente. Surgiu assim que ouvi falar da Matilde, uma bebé de dois meses. É aqui que o assunto se torna sério. A Matilde é um bebé muito especial. Sofre de um problema de saúde chamado atrofia muscular espinhal de tipo I que ameaça a sua vida a uma velocidade assustadoramente galopante. Existe uma terapêutica que poderá salvar a Matilde. Custa cerca de 2 milhões de euros. A sua história apareceu um pouco por todo o lado nos media portugueses, bem como numa página de Facebook criada pelos pais, cujas publicações me deixaram com um nó na garganta, a mim e de certeza a muitos milhares de portugueses que não têm meios para, sozinhos, salvar a Matilde. Os donativos têm chegado tão depressa quanto é permitido aos portugueses, ou seja, muito depressa. É uma gente como poucas. Infelizmente, o objectivo a alcançar ainda está distante. Ontem a conta bancária criada para receber os donativos destinados a ajudar a Matilde tinha cerca de 395 mil euros.
Vai daí eu lembrei-me de uma engenharia financeira muito simples, uma daquelas de que nos lembramos sempre que nos imaginamos a tropeçar numa quantia de dinheiro obscena. Nunca sabemos bem por onde começar e damos por nós a gastar dinheiro em coisas inúteis. É provável que boa parte deste dinheiro acabe a ser utilizada em cruzamentos que saem pela linha lateral, remates para a bancada, ou empréstimos intermináveis ao Famalicão. Portanto, a minha ideia é muito mais simples: o Benfica chega-se à frente e gasta uns milhões no passe da Matilde. É agora que ela precisa de ajuda. Não sabemos quanto mais tempo ela tem. A seguir pode fazer o factoring que bem entender, a engenharia financeira que lhe aprouver, organizar jogos que reúnam a receita necessária para cobrir essa despesa. Mas a despesa, a acontecer, tem de ser feita agora.
Quem diz o Benfica diz todos os outros clubes, a federação, a liga, etc. Aquilo que sugiro está a uma ordem bancária de distância dos maiores clubes de futebol portugueses. Foi deles que eu me lembrei porque, pois bem, não se fala de outra coisa neste país. Assim sendo, que os programas de comentário desportivo e as redes sociais sejam inundadas com este repto. Depois logo se vê como será apresentado no relatório e contas. Que se danem os direitos desportivos. Esqueçam qualquer percentagem do passe da Matilde. Se tudo correr bem, a dívida dos pais será eterna e nós não quereremos aceitar um centavo de volta.
O futebol português passa tanto tempo na lama que às vezes se esquece da muita felicidade que nos pode trazer. Pois bem, está aqui uma baliza escancarada. Pediram-me um texto sobre o defeso e esta foi a única coisa que me ocorreu. Garantir a renovação da Matilde por muitas décadas. Não me custa nada tentar. E, sim, isto não tem nada a ver com futebol. Pois não. É muito mais importante. Se é demagógico? Que seja. Quero lá saber. Vale muito menos do que um Cádiz, mas valeria muito mais a pena. Se nada disto persuadir uma alminha que seja, cá estarão os outros portugueses todos para ajudar: PT50 0035 0685 00008068 130 56. Espero que a ajuda chegue a tempo."

Orgulho e amor (um treinador “amalucado” a defender as suas medalhadas)

"Para mim, não há nada que se compare a representar Portugal. Não encontro sentimento maior em relação a algo que não é palpável, tangível, algo que não é amor a uma pessoa, mas que é muito mais que um conceito, uma tribo, um lugar ou uma geografia. Representar Portugal é o expoente máximo do orgulho bom. E que dizer de representar Portugal competindo na Ginástica? Orgulho e Amor! É andar nas nuvens. Mas isso sou eu. Para muitos (alguns lusos patetas e muitos estrangeiros), Portugal será eternamente um underdog. Aquele rectângulo periférico cheio de gente que “não se governa nem se deixa governar” e de que muitos, por isso, se aproveitam.
Ah, mas como eu adoro os underdogs. Adoro treinar os underdogs. Aqueles que treinam enquanto outros ainda dormem, aqueles que trabalham quando ninguém está a olhar, aqueles que treinam quando o professor da faculdade lhes massacra a cabeça e não os deixa fazer exame “porque não podem faltar para ir a prova nenhuma!”, mas, mesmo assim, eles treinam! Adoro aqueles que treinam, ponto!
Escrevo no rescaldo dos II Jogos Europeus que foram, por isto e muito mais, um momento mágico. Quatro anos passaram desde que a Joana Patrocínio, a Susana Leal Pinto e a Jessica Leite se estrearam em Baku, nos I European Games, com um 7º lugar e uma experiência incrível, uma jornada em que foi impossível tirar-nos os sorrisos da cara. Mas que mais se pode pedir a quem dá o máximo? Só podemos andar felizes, sempre!
Este ano, com outras perspectivas, este grupo amalucado de treinadores do Acro Clube da Maia sonhou com algo mais. Aos poucos, dia-a-dia, com o passar do tempo, o sonho foi passando a objectivo para estes “loucos” e começou, aos poucos, a desenhar-se o sonho nas ginastas. E depois de muito trabalho (nosso e delas), os underdogs, a Bárbara e as duas Franciscas, foram a Minsk e fizeram três exercícios no máximo das suas capacidades, com a maior nota de dificuldade de toda a prova em cada um desses exercícios (what?, eu escrevi mesmo isto de três portuguesas?) e não deixaram dúvidas a ninguém: 3 medalhas – Bronze – Prata – Prata nos European Games! 
Três exercícios e três pódios (arrepio-me de pensar nisso e, como ainda não chorei, sei que ainda me há-de “cair a ficha” em relação ao que estas miúdas conseguiram)! Eu já disse que gosto dos underdogs, não disse? Gosto muito! Especialmente porque da próxima vez estes underdogs já não o serão... O Ouro escapou-nos do Dinâmico por 0,09 pontos... Se pensarmos que o mínimo de penalização que um juiz pode dar é de 0,10, temos aqui a real dimensão deste feito e de quão perto estivemos, realmente, do Ouro. Dezassete mortais em oito elementos! Underdogs?!
Com três medalhas ao peito, pesadas como o quanto nos custou alcançá-las, é impossível não sentir o Orgulho por Portugal e o Amor pela Ginástica. (Só não são os Toronto Raptors da Ginástica Acrobática porque não ganharam... mas calma... passo-a-passo!)
Foram as primeiras medalhas na Ginástica Acrobática, foram a primeira medalha nestes Jogos Europeus. Fomos nós! Foi a Bárbara Sequeira, a Francisca Maia, a Francisca Sampaio Maia, a Ana Úrsula, o João Ferreira, o Nelson Araújo, eu, o nosso fisioterapeuta Frederico Silva e todos os colegas de treino: porque ninguém faz nada sozinho! Conseguimos, cambada! Crer, querer e trabalhar como se não houvesse amanhã. Porque na realidade, no treino como na vida, só o que fazemos “hoje” interessa! O presente é a nossa dádiva diária!
E foi fácil? Não! Foi duro!!! Irra, se foi! Valeu a pena? Meu Deus, claro que valeu! Faríamos tudo outra vez! Se calhar faríamos mais ou diferente, mas não fugiríamos de nada que foi difícil, duro ou doloroso. O desporto é assim. Tal como a vida também o é. E quem se lembra do início? Quem se lembra de como foi feito este Trio? Quem se lembra de haver outros planos e expectativas individuais, quem se lembra das críticas à constituição destas equipas seniores vencedoras? Ah, gente de pouca fé! Mas eu lembro-me! (é aqui que eu semicerro os olhos e sorrio...)
E com tantas dificuldades inerentes ao desporto, às dores (porque vai doer!), às lesões, à conciliação de vidas académicas e desportivas exigentes (Medicina e Psicologia não são escolhas que se façam “com uma perna às costas” mesmo para ginastas flexíveis), não seria possível ajudar e facilitar um pouco? Não seria possível que o Professor que não deixou a Bárbara fazer um exame porque iria estar em Minsk (e por isso se arriscar a chumbar de ano por causa das precedências dessa cadeira), lhe fizesse o exame a que ela tem, legalmente, direito? Não seria possível que a Faculdade de Medicina onde anda a Francisca acreditasse que as declarações do IPDJ já tinham sido, realmente, pedidas há muito e que estavam apenas atrasadas, conforme documento a prová-lo?
Não dava para ajudar um pouco estas (e outros) ginastas e atletas? Gostamos tanto de ver as notícias sobre os sucessos nacionais! Mas depois, quando é possível ajudar a fazer a diferença que permite que se treine, verdadeiramente, para chegar ao pódio, porquê tantas pedrinhas dentro das sapatilhas? É este o “dark side”, infelizmente, do nosso sistema desportivo.
Mas depois, graças a Deus, temos o lado brilhante! O lado das instituições que se esfalfam para ajudar.
Estes dias passados em Minsk, tal como em Baku em 2015, a equipa do Comité Olímpico de Portugal – o grande chefe Marco Alves, a Catarina Monteiro, o Filipe Jesus, o Ricardo Bendito, o Pedro Roque, o António Varela, a Ana Ramires, o Dr. Jaime Milheiro e toda a equipa de fisioterapia, em especial o incansável André Ruivo (e, claro, o seu quase-omnipresente Presidente José Manuel Constantino que fez questão de acompanhar a Ginástica Acrobática na Minsk Arena – muito obrigado pela confiança), foram uma família para nós! Estas medalhas são vossas!! São mesmo! Esta é a equipa que tudo faz, que tudo disponibiliza; são os Ronaldos do nosso COP – são os que resolvem! Obrigado! Como já vos disse: Obrigado do fundo do coração. (nunca esqueceremos aquela Cerimónia de Abertura e o quanto vocês ajudaram a proporcioná-la a quem tinha prova no dia seguinte).
E depois temos esta família alargada de atletas e treinadores de todos os desportos que vibra com os sucessos e sofre com as perdas. Que quer saber como funciona o desporto “do outro”, que quer perceber as regras da modalidade do seu colega de refeição enquanto almoçamos juntos na cantina e que quer saber as coisas porque há um interesse genuíno no que faz o seu “companheiro de luta”. Obrigado a todos! Boa sorte para o resto dos Jogos! Estamos juntos!!!
Este capítulo não ficaria completo sem o Acro Clube da Maia, a nossa casa, o nosso abrigo e a nossa força. Aos companheiros de treino, aos companheiros que gerem o clube, aos companheiros que, todos os dias, zelam para que este possa continuar a ser o melhor clube do mundo, um enorme Obrigado.
E, obviamente, à Federação de Ginástica de Portugal que cria as possibilidades para que eu possa estar dedicado ao clube e ao treino, no máximo das minhas capacidades; um agradecimento muito especial pelo que tem feito pelo crescimento da Ginástica Acrobática, por sinal. a modalidade gímnica com mais praticantes em Portugal.
Duas últimas coisas breves: - No outro dia li, num jornal, algo do género: “O trio do Acro Clube da Maia já tinha amealhado uma medalha de prata e uma de bronze, pelo que a sua passagem pela Bielorrússia se cifra por três pódios, um número recorde, melhor do que o que foi obtido pelo canoísta Fernando Pimenta em Baku 2015”. É preciso explicar uma coisa: é que há atletas normais, depois há atletas incríveis e depois há o Fernando Pimenta. Mais nada! É mesmo assim. Um atleta incrível, determinado e humilde, daqueles que compete para ganhar, mais, que treina para ganhar! É preciso pôr estas coisas em perspectiva. O Fernando Pimenta é um Gigante! Tal como a Telma: 32 anos e 15 medalhas em 13 provas europeias! Não é para qualquer um. Aliás é só mesmo para um: ela própria! Para nós foi uma honra enorme “lutar” ao vosso lado pelo verde e vermelho da nossa Bandeira. Obrigado. Espero que haja mais oportunidades porque vocês são uma inspiração.
Depois da prova, um jornalista perguntou-me o que diria eu a alguém, com poder de decisão, para incluir a Ginástica Acrobática nos Jogos Olímpicos. Respondi que não lhe diria nada: levaria essa pessoa até às bancadas da Minsk Arena e sentar-nos-íamos lado a lado bem em frente ao praticável a ver estes ginastas espectaculares nos European Games e não eu teria qualquer dúvida, pela emoção que essa pessoa sentiria, que incluiria a modalidade nos próximos Jogos Olímpicos. “In an heart beat”, como dizem os americanos. Sem hesitar! Quem viu Acrobática na televisão e nunca tinha visto que me corrija se não for verdade. 8000 pessoas a vibrar com os exercícios destes campeões não deixam ninguém indiferente. Este é o poder da Ginástica Acrobática.
Pronto! Obrigado Úrsula, João e Nelson! Obrigado! Agora está na altura de por o “Where is my mind?” dos Pixies, bem alto nas colunas! E tentar perceber onde é que estava, realmente, a nossa cabeça quando sonhámos com isto."

Com muito dinheiro grandes responsabilidades

"O Benfica terá feito um negócio notável com a venda do passe de João Félix. Escrevo no condicional pois há apenas uma declaração de intenção do Atlético de Madrid e, até à comunicação oficial, há alguma informação incerta e, por vezes, contraditória. Mas, se se confirmar uma venda pela cláusula de rescisão de , estamos perante um dos 120 milhões de euros, estamos perante um dos melhores negócios da história do futebol.
João Félix jogou uns breves 3.022 minutos com a camisola da equipa A do Benfica. Em 43 jogos, confirmou que é um jogador diferenciado, com golo, muita qualidade na decisão e um potencial imenso. Só que, sendo óbvio que um Benfica europeu precisa de ser capaz de reter talento da formação, há também limites para a capacidade de resistência de um clube de um campeonato periférico como o nosso: 120 milhões por um jogador que ainda há oito meses tinha uma cláusula de 60 milhões está bem para além desses limites. Aliás, vender jogadores por valores exorbitantes (é mesmo disso que estamos a falar) é coerente com a aposta estratégica na formação.
No entanto, com muito dinheiro vem também grandes responsabilidades. E o negócio da venda de João Félix, pelo valor, pelo clube de destino e pela intermediação de Jorge Mendes precisa de todo o escrutínio e atenção dos sócios do Benfica.
Um bom princípio é, por exemplo, olhar para o que aconteceu com os nossos adversários depois de se encontrarem em situações como a que hoje vive o Benfica. Se recuarmos década e meia, o FC Porto, pela mão do mesmo empresário, acumulava vendas exorbitantes, juntando ao sucesso desportivo receitas financeiras com poucos paralelos. Hoje, está intervencionado pela UEFA e com dificuldade em financiar o investimento.
É disparatado criticar à partida um negócio com os contornos do que o Benfica vai fazer com o Atlético de Madrid, esquecendo, por exemplo, que foi também desde que Jorge Mendes passou a ser parceiro estratégico do clube que iniciou uma senda vitoriosa mas é igualmente um erro ter postura acrítica.
Há perguntas que têm de ter respostas e, no essencial, temos de estar alerta em relação ao futuro próximo. Desde logo, há que seguir o dinheiro,. O Benfica não só pode como deve continuar a fazer negócios com a intermediação de Jorge Mendes, o que não devia é, por força da receita que vai fazer com João Félix, adquirir jogadores sem currículo, apenas porque são agenciados pela Gestifute. Se o fizer, fica sugerido que o que entra como receita, logo sai como despesa.
Há momentos em que é prudente e avisado seguir a máxima de que não basta ser sério, é preciso parecer. Depois do que se tem passado no último par de anos com o Benfica, este é um desses momentos."

Caio Lucas

Depois de vários meses, foi hoje apresentado oficialmente o Caio Lucas.
Sem surpresa, oficiosamente, já era conhecido o destino do brasileiro. O jogador chega em fim de contrato... e diga-se, o Caio era o alvo prioritário dos Corruptos para o lugar do Brahimi!!!!

Jogador que saiu do Brasil, muito jovem, mas com cartel, preferiu os cheques da Ásia, primeiro na China e depois nos Emiratos... Por aquilo que vi no Campeonato do Mundo de Clubes, onde a sua ex-equipa chegou à Final com o Real Madrid, temos reforço... Jogador claramente diferenciado, principalmente no drible...

Agora existem alguns potenciais 'problemas': a intensidade de jogo em campeonatos 'secundários' não é igual às exigências do Benfica; segundo a questão do posicionamento: por aquilo que vi nos vídeos é um jogador habituado a jogar em 433, sendo ele o extremo da frente que mais se aproxima do ponta de lança... Num 442, não sei se irá adaptar-se a jogar mais junto da linha, muito sinceramente, parece-me mais um 2.º avançado!!!