quinta-feira, 13 de junho de 2019

Andrea Pinamonti


"Nascido em 1999 (tal como João Felix, Gedson, Florentino e Jota), entrará na próxima temporada no seu segundo ano de futebol sénior, e à semelhança dos jovens portugueses, Pinamonti já jogou na principal liga do seu país.
O ponta de lança italiano somou 5 golos e três assistências ao serviço do Frosinone, emprestado pelo Inter de Milão, na Série A italiana. Avaliado em 10 Milhões de Euros pelo Transfermarkt, Pinamonti tem sido um dos jogadores em foco no Mundial sub20.
Trazemos aqui alguns golos e outros recortes curtos da jovem promessa transalpina"





PS: Não costumo alimentar as 'cenouras' do Mercado, mas neste caso, recebi algumas informações que confirmaram o interesse do Benfica neste puto Italiano. Pode não vir, mas neste caso, não é invenção, como os outros milhares de nomes que vamos ouvindo e lendo todos os dias!!!
Hoje em dia contratar o avançado de qualidade 'segura' é muito caro, e mesmo assim, não é aposta segura. Veja-se o que aconteceu ao Benfica o ano passado com o Ferreyra e o Castillo!!! Neste momento, ir ao Mercado Sul-Americano comprar as principais promessas é quase impossível, porque os valores estão altíssimos, veja-se o Pedro do Fluminense... Portanto, temos que ser 'criativos'... Apostar em jovens de 'grandes' Clubes, com plantéis extensos, que muito provavelmente ou serão emprestados, ou ficarão no banco a época inteira, é uma opção interessante...

Quando o futuro já não mora aqui

"Portugal vencedor da primeira Liga das Nações, Jorge Jesus no Flamengo, Paulo Fonseca na Roma, Luís Castro no Shakhtar, a somarem a Leonardo Jardim no Mónaco, a Marco Silva e a Nuno Espírito Santo, ambos considerados e estimados no futebol inglês, onde José Mourinho também poderá regressar ao trabalho, após um período sabático, Rui Vitória campeão, de regresso às arábias, cada vez mais treinadores portugueses com sucesso, por todos esses cantos do mundo; jogadores jovens cobiçados pela Europa dos grandes, o futebol português vive o frenesim de um crescimento sustentado e que só não tem maior expressão pela indigência a que chegou o seu próprio negócio.
É curioso, mas, ao mesmo tempo, inquietante e perturbador. Cada clube, em Portugal, manteve a tenebrosa ideia política do orgulhosamente sós. Por egoísmo, por falta de visão de conjunto, por não acreditar que valha a pena qualquer esforço pela oportunidade de um negócio menos pobrezinho.
Os nossos pequenos clubes apenas agradecem a sobrevivência; os nossos médios num patamar sem escada para cima e para baixo; e os grandes invejam-se, desrespeitam-se, avançam numa destruição generalizada e arrogante, que arrasta, de uma vez, a credibilidade, o bom nome e qualquer projecto maior e mais ousado de futuro.
Salvam-se os principais protagonistas, é certo, que tratam da vidinha o melhor que podem, sempre com a convicção de que o futuro não é aqui. E salvam-se as Selecções que conseguem, por artes mágicas, marcar a diferença e até conseguem públicos diferentes para os estádios."

Vítor Serpa, in A Bola

Um futebol mais limpo

"O futebol está longe de resolver os problemas da saúde, do ensino, ou da justiça, menos ainda o da corrupção, com o qual também se debate, mas estimula, acrescenta pontos na autoestima e ainda projecta a imagem internacional de um país que, sejamos claros, apenas na produção de cortiça encontra paralelo em termos de liderança no Velho Continente, depois de a selecção nacional ter dado sequência ao título europeu de 2016 com a conquista da Liga das Nações, no domingo passado, no Porto.

Se é cada vez mais complicado ver clubes portugueses em finais de uma competição como a Liga dos Campeões, porque não conseguem segurar os melhores jogadores, pelo menos temos uma estrutura muito competente na Federação Portuguesa de Futebol, capaz de potenciar o talento quando os futebolistas se juntam para representar a equipa das quinas.
O treinador e ex-seleccionador italiano Arrigo Sacchi disse um dia que "o futebol é a coisa mais importante entre as coisas menos importantes da vida". Tinha razão. Uma boa parte dos portugueses não hesitará em dizer que a grande prenda do Dia de Portugal chegou por antecipação no dia 9 de Junho, com aquele êxito sobre a Holanda no Dragão, só que a Federação tem de ser muito mais do que as selecções. Compete-lhe tutelar este negócio de milhões, e não apenas as equipas nacionais.
O exemplo de competência e sucesso tem rapidamente de se traduzir em reflexos positivos na realidade dos clubes. Nesse campo, além do talento dos jogadores, não temos mais para mostrar, a não ser coisas que nos envergonham, como o mau exemplo dos dirigentes, as suspeitas de corrupção e a violência sobre os árbitros. Mais nada. Por isso, é tempo de a Federação, de uma vez por todas, liderar uma regeneração que só acontecerá quando os infratores forem punidos. Se possível, antes dos tribunais, pois há nos regulamentos instrumentos para isso."


PS: Quem ler esta crónica até pode pensar que aqui está o opinador preocupado com o futebol português e os crimes cometidos em nome da clubite, mas aquilo que este está a defender é simples: como os Tribunais Civis, aparentemente não decidem baseados em realidades alternativas, se calhar tem que ser mesmo o Meirim e os seus muchachos a 'condenar' o Benfica, mesmo que nos tais Tribunais Civis os 'culpados' sejam outros!!!

Ronaldo, que dezasseis anos fantásticos!

"Portugal transformou-se na última década e meia, sempre com um denominador comum: Cristiano, claro

Cristiano Ronaldo levantou este domingo o segundo troféu de Portugal. Nada mais justo.
Há claramente um antes e um depois de Ronaldo na história da Selecção Nacional. Como o próprio disse no final do jogo, são dezasseis anos e, portanto, praticamente uma vida naquela casa. Mas é mais do que isso.
É, sobretudo, um salto qualitativo enorme.
Antes de Ronaldo, Portugal tinha três meias finais. Em cerca de setenta anos de história.
Depois de Cristiano, e em apenas dezasseis anos, a Selecção Nacional somou seis meias-finais, três finais e dois triunfos. Conseguiu dois títulos e afirmou-se como uma selecção de topo mundial.
Que Cristiano Ronaldo tenha estado sempre nestes feitos todos é muito mais do que um detalhe, é uma virtude: uma coisa tem de ser consequência da outra.
A verdade é que com Ronaldo, a Selecção Nacional deixou de ser aquela coisa tristonha, melancólica e desafortunada. Deixou ser a equipa tímida que jogava como nunca e perdia como sempre, para se tornar num candidato ao título, afirmativo, tenaz e determinado.
O capitão trouxe à equipa nacional, além de muito futebol, claro, aquele hábito de ser altivo, de olhar qualquer adversário nos olhos, de não ter vergonha de vencer ninguém.
Hoje Portugal não se constrange com nada, e esse é o primeiro passo para ficar mais perto das finais. 
Que dezasseis anos fantásticos, Ronaldo!"

A utopia feminina

"Hoje após marcar de pénalti o golo que iguala o recorde de Mundiais que pertencia ao alemão Miroslav Klose, a brasileira Marta, seis vezes melhor jogadora do Ano para a FIFA, apontou para a chuteira sem patrocinador e com um símbolo de igualdade homem-mulher no desporto, duas listas azul e rosa iguais em formato e tamanho. O símbolo da eterna utopia feminina, do salário igual para desporto igual, se nos lembrarmos de que há apenas uma mulher, a tenista Serena Williams, entre os cem desportistas mundiais mais bem pagos da actualidade. Marta deu visibilidade ao movimento #GoEqual e colocou-se perigosamente sob alçada disciplinar da FIFA, que nada aprecia este tipo de manifestações. Antes de Marta, já a norueguesa Ada Hegerberg, melhor jogadora europeia, se recusara a disputar o Mundial por causa das diferenças de tratamento de género na sua própria Federação e quase todas as selecções presentes em França arrastam históricos de discriminação e diferenças, como é o caso da Argentina, constituída às custas das próprias jogadoras.
Mesmo no país de maior desenvolvimento do jogo feminino, os Estados Unidos, é impossível organizar uma Liga profissional e a forma de manter o nível da selecção é pagar às jogadoras como funcionárias a tempo inteiro da Federação. É neste clima de incerteza e dificuldades que decorre o campeonato mais visto de sempre, seguido com enorme interesse em partes substanciais do mundo desenvolvido. O Mundial que começou esta semana em França é um evento apaixonante, que quebra recordes de audiência e marca a definitiva emancipação deste desporto a uma escala global, após um crescimento lento e turbulento desde os primeiros sinais de ilusória expansão dados pelo campeonato de 1999, disputado nos Estados Unidos.
As imagens dos estádios franceses mostram um ambiente de festa no dia a dia das equipas e um elevado nível competitivo entre a maioria das selecções, com um desfecho imprevisível para a prova, tendo alargado significativamente o número de candidatas ao título, relativamente a provas anteriores. Sem esquecer o uso exemplar e didáctico do VAR, a um nível bem superior e clarividente, relativamente ao que se viu há um ano no Mundial masculino. Os jogos femininos são orientados para o golo, têm menos paragens, menos faltas, mais tempo útil, menos condicionantes tácticas, mais espaço para o talento individual. E vão desenvolver uma nova economia desportiva, novos mercados, novas marcas, como se vê em França por estes dias, com o eixo do campeonato do Mundo a derivar dos grandes centros tradicionais para as cidades onde o futebol feminino já estava mais implantado localmente. É o que de passa em França, Espanha, Itália, Alemanha, Inglaterra, Holanda, Noruega, Suécia, nos Estados Unidos, China, Japão, Austrália, Brasil ou África do Sul. O futebol feminino gera entusiasmo e admiração, não tardará a gerar dinheiro também, nunca como Marta e Hegerberg desejariam, mas na sua própria escala.
Com um atraso de mais de vinte anos, Portugal só recentemente começou a despertar para esta proposta desportiva e é uma pena que tão importante evento passe ainda à margem dos nossos meios de comunicação e não seja visível para milhares de raparigas. Com a entrada do Benfica no espectro competitivo, iniciou-se uma nova fase, provavelmente imparável, apesar de o projecto profissional ser alicerçado em jogadoras estrangeiras, duas das quais estão, aliás, no Mundial de França. Deve ser preciso esperar por pelo menos mais uma geração até Portugal dispor da massa crítica indispensável à sublimação de uma selecção competitiva a nível mundial, depois de já ter conseguido disputar o último Europeu.
Como diria Pessoa, se hoje vivesse aos 131 anos, sobre esta última Coca-cola a chegar ao enorme deserto do panorama desportivo português, o futebol feminino primeiro estranha-se, mas depois entranha-se. É irresistível."

Novas regras no futebol

"Sempre fui a favor das novas tecnologias no futebol, antes, já havia no ténis e tem sido uma ajuda preciosa. O futebol precisa de ser correcto e decente sem artimanhas. A introdução do VAR tem gerado polémica, mas tem contribuído para que o jogo seja mais limpo e transparente.
O VAR pode errar, mas tem obrigação de errar menos que o árbitro. A tecnologia de linha de golo tem-se revelado imprescindível para o árbitro poder decidir se é golo ou não.
A acompanhar as novas tecnologias, o seu melhoramento com novas regras introduzidas pela FIFA, o futebol vai-se tornar mais dinâmico e haver mais tempo de jogo, com menos paragens e perdas de tempo. Todavia, o árbitro já tinha poder para alargar o tempo de jogo, por substituições, simulação de lesões, reposição de bola em jogo.
O futebol, como a maioria dos desportos é uma modalidade em constante evolução e deve ser aperfeiçoada, neste caso, mudar as regras.
Concordo com cartão para o treinador, há muitos treinadores que são insuportáveis que passam o jogo todo a dar cabo da cabeça ao 4.º árbitro, por vezes, parece que eles querem ser o árbitro principal. Por outro lado, permite ao árbitro um controlo mais efectivo do banco de suplentes, por cada 5 amarelos cumpre um jogo de suspensão.
Vai-se perder menos tempo com as substituições, o jogador substituído deve abandonar o campo onde se encontra, em vez de vir lentamente até ao banco de suplentes. Acho esta regra das melhores, todavia, já estou a imaginar o jogador substituído a passar do lado dos adeptos da outra equipa, a ser insultado e levar com objectos até chegar ao banco de suplentes.
No pontapé de baliza, a bola não tem que sair da área para que outro jogador da mesma equipa possa tocar na bola. Assim um defesa pode recolher a bola na área e começar a jogar com os seus colegas. 
A barreira só pode ser composta por jogadores da equipa que defende. Os jogadores da equipa que beneficia da falta tem que estar a 1 metro da barreira. Evita-se confusões, empurrões e dificuldade de controle do árbitro e mais campo de visão quer para o guarda-redes quer para o avançado que vai rematar.
A mão ou braço na bola na área é sempre sancionada, mesmo que seja acidental. Não é clara para quem defende, isto, vai aumentar a polémica. Não se pode jogar com defesas sem mãos e braços, há muitos toques involuntários.
Há outra regra que mostra cartão vermelho à pessoa que aceda ao vídeo do VAR do terreno do jogo. Correcto, tem que haver decisões ponderadas sem pressão.
Por outro lado, não entendo a regra em que o guarda-redes não pode marcar golo com as mãos, da sua área. Nunca vi um golo marcado na baliza contrária com as mãos! Com os pés já e, o guarda-redes que conseguisse marcar um golo com as mãos da sua área, o golo deveria valer por 2.
Há algumas considerações que gostava de salientar, as regras não esclarecem nada sobre o jogo duro, empurrões agarrar os jogadores, dentro da área que é constante e nada acontece.
Acho que dentro da grande-área muitas vezes apitam-se penáltis em zonas que não é possível o avançado conseguir golo.
Vamos aguardar a aplicação das regras e ver como tudo se desenrola e se serão precisos alguns ajustes."

A Cobo davam jeito os advogados de Froome

"Ex-ciclista espanhol perdeu esta quinta-feira a vitória na Volta a Espanha de... 2011, por doping! O primeiro lugar deverá passar para Chris Froome

Quase oito anos depois (?!), soube-se que Juan José Cobo perdeu a Volta a Espanha de 2011 por doping. Valores anormais no passaporte biológico do ex-ciclista espanhol em 2009 e 2011 resultaram agora, quase oito anos depois - repita-se! -, numa suspensão por três anos. O que levanta questões quanto à real justiça desta modalidade que tem tanto poder para cativar os adeptos como para os repugnar.
Essa vitória que foi de longe a maior do palmarés de um ciclista perfeitamente secundário, alcunhado de "bisonte" e que em 11 outras participações nas três grandes voltas apenas concluíra cinco, deverá passar para o segundo classificado nessa Vuelta de 2011, Chris Froome. Dado o acidente sofrido na quarta-feira e que o deixou KO para o próximo Tour, onde tentaria uma histórica quinta vitória, esta notícia do positivo de Cobo pareceu quase um prémio de consolação para o britânico, que passa assim a ter sete vitórias em grandes voltas (4 Tours, 2 Vueltas e 1 Giro), a par do seu nemésis até certo ponto da carreira, o espanhol Alberto Contador.
Poderia argumentar-se que Froome não ganhou essa Vuelta na estrada porque a equipa Sky dera a Bradley Wiggins o estatuto de chefe de fila, prendendo o número 2 da equipa inglesa a uma táctica que cedo se percebeu estar errada e levando-o a perder a corrida por meros 13 segundos. Mas também se poderá questionar como é que um corredor que na Vuelta de 2017, que ganhou, acusou o dobro da quantidade legalmente tolerada de salbutamol não foi punido com desclassificação. Recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto e a sua potente (e caríssima) equipa de advogados conseguiu demonstrar que se tratara de um problema renal e não de doping...
O mínimo que apetece dizer é que a Cobo, agora, daria muito jeito poder ter a equipa de juristas de Froome. Porque como alguém disse uma vez, um juiz é apenas aquele que decide quem tem o melhor advogado..."

Rafa 2024



Assinada, uma das mais desejadas renovações deste defeso.
Curiosa a 'evolução' destas negociações: houve uma altura onde os milhões que o Benfica gastou no Rafa tinham sido mal gastos; depois mais ou menos (bom jogador, mas falhava muitos golos); depois a renovação era obrigatória...; e depois dos poucos minutos jogados na Selecção com a Holanda, a não renovação, deu para ofender o Presidente repetidamente nas redes socais...!!! E hoje, finalmente a renovação...
Quando sair o R&C, lá vamos ter que ouvir e ler as insinuações sobre o elevado valor das Comissões que o Benfica paga aos empresários (e neste caso, ainda por cima, quem recebeu o cheque foi o Araújo... sim, o mesmo Araújo do Apito Dourado!!!)

Dito isto, tenho quase a certeza que o Rafa vai ser um daqueles jogadores que vão fazer praticamente toda a sua carreira ao mais alto nível no Benfica!!! (estilo Pizzi)!!! Decisivo, no Benfica, desequilibrador nato... e ultimamente goleador!!! Mas não é a 'super-estrela' que obriga os 'grandes' Europeus, a contratá-lo por valores 'malucos' ao Benfica... Neste caso: o azar 'deles' é a nossa sorte...!!!

O bom ano do Dragão

"Fernando Santos, goste-se mais ou menos do seu modo de pôr a equipa em campo, conseguiu o que até agora ninguém alcançara

tenho boas recordações do Estádio do Dragão nesta temporada. Foi lá que o Benfica deu o passo decisivo para ser campeão nacional e foi agora também lá que terminou em apoteose a época, neste caso não para um clube, mas para o clube de todos os clubes, Portugal. Fica para a história do futebol europeu, termos sido os primeiros a conquistar esta neófita competição entre selecções. Um torneio com um nome algo equívoco - Liga das Nações - que terá sido encarado com alguma desconfiança e até displicência. Desde logo, em função das preferências uefeiras, porque não estavam na fase final os sempre incensados mandões da Europa do futebol: França, Alemanha, Espanha e Itália.
Não terão sido entusiasmantes os jogos efectuados entre os quatro finalistas. Notou-se o cansaço não apenas físico, mas também mental da maioria dos intervenientes. No primeiro jogo, Cristiano Ronaldo conquistou o que a sofrível actuação da equipa não teria conseguido. No final, quase foi o inverso: o colectivo foi determinante para não se estar mono-dependente do nosso melhor jogador.
Fernando Santos - goste-se mais ou menos do seu modo de pôr a equipa em campo - conseguiu o que até agora ninguém alcançara: ser campeão europeu e vencer a primeira edição de uma competição intercalar europeia. Sabendo aproveitar o caudal de belíssimos jogadores que podem representar a nossa selecção, foi capaz de, com estabilidade, espírito de grupo e uma segura teimosia, levar Portugal ao topo desta Europa.
Par além da saborosa vitória portuguesa, apreciei a reabilitação da equipa holandesa, que é bem-vinda ao grupo dos melhores, após uma travessia no deserto e reconstruindo, passo a passo, a renovação necessária (alicerçada no caso de sucesso do Ajax). No jogo da final contra Portugal, vi, porém, uma equipa muito desesperantemente lenta na movimentação, no passe, da definição. Quanto à Inglaterra, também é de salientar a melhoria do seu seleccionado, o que bem é necessário na nação do melhor futebol de clubes.
Voltando a Portugal, houve jogadores que estiveram em grande plano, isto para além dos 3 notáveis golos de Ronaldo no jogo contra os helvéticos. Rúben Dias ombreou com Virgil Van Dijk, enquanto jovem, mas seguramente talentoso central. Como benfiquista, fico dividido: a sua cotação no mercado terá subido, mas a possibilidade da sua saída do clube terá também aumentado. Rui Patrício foi irresponsável e gostei muito de William Carvalho. Sobre Bernardo Silva já nada há por provar. Foram dele, os nossos dois momentos decisivos, quando assistiu brilhantemente Cristiano para o 2-1 contra a Suíça, e Gonçalo Guedes no golo da vitória contra os holandeses. Pizzi teria merecido uns minutinhos de jogo. Quanto a João Félix os seus 60 minutos em campo, só no primeiro jogo, não constituíram a estreia que ele e nós esperávamos. Haverá várias razões para tal. Por um lado, o alvoroço mediático e o assédio de toda a ordem de que tem sido alvo, o que - convenhamos - para um jovem de 19 anos não é a melhor estufa para se estrear na selecção nacional. Não se poderia ao menos ter evitado tal frenesim nestes escassos dias da Liga das Nações? O momento da sua chegada ao hotel da selecção foi um atestado da clubite doentia que tomou conta do nosso futebol. E se não vale a pena dar importância excessiva a meia-dúzia de energúmenos que o quiseram receber com 'palmadinhas afectuosas' no carro e impropérios de quem não sabe dizer duas palavras seguidas em bom português, fico perplexo com pessoas com peso na opinião publicada e exigências deontológicas e profissionais que, nas recorrentes redes sociais, lhes dão cobertura, interpelando João Félix sobre o que é que ele estaria à espera (!) naquelas circunstâncias. Valha-nos Deus! Por outro lado, o jovem jogou fora da posição em que mais brilha, andou perdido entre o que gostaria de ter feito e o que, provavelmente, lhe mandaram fazer. Creio ter sido um benéfico aviso para um jogador que tem um futuro longo e brilhante pensar que uma coisa é a sua integração e protagonismo no seu clube, outra é passar para um contexto diferente em que quase tudo lhe é novo ou até estranho. Sei quão difícil é para ele e sua família tomarem a decisão mais acertada nas próximas semanas, sei quão inebriante deve ser o horizonte planetário e a conta bancária com muitos zeros à direita. Mas esperar esperando, amadurecendo, num ambiente amigo e acolhedor é também um investimento na segurança do salto que vai merecidamente ter sempre ao seu alcance e à sua escolha.
Árbitros respeitados e sem histrionismos de quem precisa de aparentar ter mais autoridade do que a que lhe é exigida. Jogadores não distraídos com o apito, sem fitas e perdas de tempo que por cá tanto abundam. Como é bom verem-se jogos sem polémicas tonitruantes e patéticas à volta de casos reais ou inventados no sofá! No entanto, o mesmo não diria dos VAR. Continuo a pensar que o seu recurso é uma excelente inovação que pode e deve conduzir a uma mais credível verdade desportiva. Mas, nada de exageros na supremacia da tecnologia sobre um desporto de pessoas para pessoas. Cito dois casos das meias-finais desta Taça. Anular o segundo golo da Inglaterra frente à Holanda por milímetros tirados a regra e esquadro é nocivo para o jogo e para a festa do golo. Sempre aprendi que, em caso de dúvida ou situação de difícil determinação da posição do avançado, se deve beneficiar o ataque. O outro caso, ocorreu no Portugal - Suíça. O penálti marcado contra nós nem em câmara lenta é claro, quanto mais em tempo real. O que faltará, neste desporto de contacto físico, para que qualquer toque ou encosto seja assinalado como grande penalidade? Contraponham a proporcionalidade e a sensatez (humanas) à exageração do olho electrónico.

A sentença
Sobre a decisão do Tribunal Judicial da Comarca do Porto já tudo foi praticamente dito. Do que pude ler, o acórdão da 1.ª instância é cristalino e exaustivo. É claro como a água. Aliás, numa matéria em que a jurisprudência é muito escassa no que se refere ao cálculo dos danos, sobretudo não patrimoniais, percebe-se a prudência, a equidade e a ponderação com que foi deliberada a decisão do Tribunal.
O que mais sublinho na decisão é a consagração do imperativo da tutela do direito à privacidade (e, portanto, à sua inviolabilidade por interesses alheios, espúrios e de natureza ilícita), bem como da tutela de uma livre e leal concorrência. Houve um senhor disfarçado de jornalista que se achou no direito de tudo isso violar, com o beneplácito das suas entidades patronais, na sua fantasiosa e soez interpretação do (seu) 'interesses público' e na esperteza de seleccionar e truncar documentação roubada em nome da (sua) 'verdade', e do (seu) 'bem comum'. Uma vil paródia feita por quem se julgava, quiça atendendo a casos passados, acima dos pilares fundamentais de um Estado de Direito. Uma operata bufa servida, meses a fio, num canal próprio, sem contraditório, com manipulação («pior do que uma mentira», segundo o acórdão) dolosa e ordinária de documentação roubada usada como «uma mera extensão do interesse clubista».
Nestas coisas, acontece, não raro, que o que se defende hoje, amanhã se repudia e vice-versa. Ouvi e li depoimentos de certa gente para quem, de repente, o «há que confiar na justiça» passou a «há que desconfiar da justiça». Ou seja: confiam só se os juízes lhes fizeram a vontade, não confiam se os mesmos juízes não forem ao encontro dos seus insondáveis e maquiavélicos desejos. Até dizem, agora, sem terem vergonha, que tudo está na mesma, como se uma decisão tão fundamentada de 1.ª instância, ainda que recorrível, seja igual a zero. O mesmo já havia acontecido no chamado 'caso e-toupeira', ao ponto da juíza que não pronunciou o Benfica ser alvo de chacota numa lona gigante no Dragão com a aceitação, ao menos tácita, do Porto. Por enquanto, no caminho por percorrer, o Benfica ainda não estará a ganhar definitivamente, mas o Porto já está a perder por um categórico 0-2.
Pelos vistos, o 'polvo encarnado' terá virado 'piranha-azul-e-branca' em regime canibal. Ou, de outro modo, quem sabe se virou 'alforreca', sabendo-se que este animal aquático não tem ossos, cérebro ou coração, mas apenas um sistema nervoso rudimentar na base dos tentáculos. Sistema que pressente mudanças no ambiente e coordena, ardilosa e venenosamente, os movimentos tentaculares.

Contraluz
- Portugal Pequenino: Foi anunciado o percurso da Volta a Portugal em bicicleta. Mais uma vez, o país abaixo do Tejo não existe, é ignorado. Lamentável, a todos os títulos.
- Classificação: Saiu a classificação dos árbitros da época agora finda. Uma boa e uma má notícia. A boa foi a desclassificação de Capela. A má foi a não desclassificação do Veríssimo. E cadê da classificação dos VAR? Não existe ou não se sabe? Um mistério... para seguir com atenção."

Bagão Félix, in A Bola

Cavalos

"1. «Nenhum treinador português ganhou tantos títulos como eu», disse Jorge Jesus (14 títulos). Mourinho (25) e Manuel José (22) são paquistaneses?
2. Fernando Santos e a Selecção têm o espírito de Bill Shankly. «Partiria a perna da minha mulher se jogasse contra ela mas jamais a traria».
3. Conta Basílio Horta que sofreu pressões ao mais alto nível para deixar o cavalo de Madonna no palácio. E um árbitro? São três cavalos (SLB, FCP e SCP) e um pónei (SC Braga).
4. Pedro Proença diz que a Liga de Clubes está melhor do que quando chegou. O futebol português é que não.
5. Não percebo a pressa dos nossos jovens em emigrarem. «Conhecimento é saber que o tomate é uma fruta, sabedoria é não o colocar numa salada de frutas». Certo, João Félix?
6. «O Benfica não se revê nesta agressividade que existe no futebol», disse o vice Varandas Fernandes. Stand up comedy na conferência da RR.
7. Francisco J. Marques e a FC Porto, SAD foram condenados (e bem) pela forma. Mas falta apurar o conteúdo dos e-mails (além da sua proveniência), é bom não esquecer.
8. Li uma frase engraçada no outro dia. «Neymar em dia de jogo cai mais do que Internet de pobre». O problema é que há muito deixou de ser apenas em dia de jogo. Uma pena.
9. Disse o seleccionador inglês, Gareth Southgate, a propósito dos desacatos de adeptos ingleses no Porto: «Temos um grupo de pessoas que nos embaraça. Sinto-me envergonhado. Não os reconheço como adeptos». Podem sempre deixar cá o currículo.
10. Infantino foi reeleito presidente da FIFA e diz que com ele o organismo deixou de ser tóxico e quase criminoso. Sim, só continua ganancioso.
11. «És um c... filh da p..., (...) estás f..., parto-te a boca toda». Depois destas palavras de Rúben Amorim para um árbitro, quando treinava o Casa Pia, não vejo como o Rambo V possa impressionar-me."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

PS: Stand up comedy (ou stand up tragedy) é um suposto jornalista insistir em escrever sobre aquilo que não sabe, ignorando o parecer da ERC sobre os e-mails, e ainda falar da Sentença desta semana, sem a ter lido, pois se a tivesse lido, ficaria a saber que o conteúdo dos e-mails é pífio... dito pelo próprio Juiz, que perguntou aos Corruptos para apresentarem os 'crimes' denunciados por eles na PorkosTV, e eles 'calaram-se'!!!
Mas neste caso, se fosse competente, e como reconhecido benfiquista, seria imediatamente despedido...!!!

Futebol domina pódio da 'Forbes'

"Pela primeira vez, em dezanove edições do ranking de desportistas mais bem pagos do mundo, organizado pela revista norte-americana Forbes, o pódio é preenchido por três futebolistas. Leo Messi é o líder (112,2 milhões de euros), seguido de Cristiano Ronaldo (96,3) e Neymar (92,7). No top ten seguem-se o pugilista mexicano Saúl Alvarez (83), o tenista Roger Federer (82,3), Russel Williams (79) e Aaron Rodgers (78,8), ambos do futebol americano, os basquetebolistas LeBron James (78,6), Steph Curry (10,4) e Kevin Durant (47,7). Depois de doze anos de liderança do golfista Tiger Woods e quatro do pugilista Floyd Mayweather, seguidos de dois de Cristiano Ronaldo, o ano em análise marca uma nova dimensão do futebol, que deixou de ser apenas o desporto mais popular do mundo, para ser aquele que envolve maiores verbas, também. A este fenómeno não será alheia a globalização da oferta televisiva, que permitiu ao futebol competir com modalidades como o basquetebol, o golfe e o futebol americano, dominadoras no mercado dos Stades.
Quando se fala na criação de uma Superliga europeia, é preciso ler todas as tentativas nesse sentido à luz da necessidade de aumentar receitas, para alimentar uma audiência à escola planetária que já não se contenta em ver jogos entre estreias de média intensidade, antes exige um nível competitivo que vai acabar por pôr em causa a classe média do futebol.
Há poucos anos seria impensável que o futebol pagasse mais do que a NBA, a NFL ou o PGA. Os números da Forbes revelam uma nova realidade e explicam os riscos que o futebol como tem existido está a correr..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Mensageiro de valores

"Em França convencemos pouco. Tanto se bateu naquele futebol de tracção atrás que Fernando Santos engendrou um golpe de retórica para acalmar os queixosos

Passaram apenas dois anos, mas repare-se no que mudou entre a inimaginável, pelo menos para mim, conquista do Campeonato da Europa de 2016, em França, em que gerações de portugueses emigrantes, não só os franceses, igualmente os milhões espalhados por todos os continentes, sentiram orgulho na sua nacionalidade e talvez como em nenhuma outra ocasião proclamaram nas suas comunidades eu também sou português, e a vitória na primeira edição da Liga das Nações da UEFA, anteontem, no Estádio do Dragão, motivo bastante para levar a Selecção à varanda do bonito edifício da Câmara do Porto como forma de agradecimento à multidão imensa, a qual, impulsionada pela força arrebatadora e única que o futebol possui, em gesto espontâneo e genuíno, encheu os Aliados para comemorar a proeza na companhia dos seus heróis.
Da Selecção fala-se muito e nem sempre com o devido propósito. A crítica sobrepõe-se ao elogio, pela quantidade e pela intensidade, e, quer vença, quer perca, a figura do seleccionador jamais deixa de estar na rota do furacão, porque mesmo fazendo bem... seria sua obrigação ter feito melhor. Não há volta a dar, e é por isso que quem ocupa o cargo, mais do que um estratega hábil e experiente, deve ser, em primeiro lugar, um agregador de sensibilidades, um terapeuta de conflitos, um mensageiro de valores. Tudo aquilo em que Fernando Santos é bom, muito bom, e decido a essas qualidades pessoais o processo de renovação da equipa nacional desenvolve-se a um ritmo naturalmente sujeito a opiniões divergentes, mas com serenidade e visão de futuro. As decisões avulsas tomadas ao livre arbítrio de quem exercia o poder, sempre numa perspectiva imediatista, obedecem agora a uma política evolutiva, e abrangente, de modo a aproveitar a riqueza do presente sem perder de vista as pedras preciosas, cada vez em maior número, que vão sendo lapidadas por mestres competentes nas gerações vindouras.

Mais do que o sucesso do futebol português, deve realçar-se a qualidade do futebolista luso, como testemunho os dois importantes títulos internacionais no curto período de três anos, os quais dão de Portugal uma imagem além-fronteiras respeitada a admirada, que nada, mesmo nada, se parece com a sua pobre realidade interna, fomentada por conceitos de dirigismo fora de prazo e ampliada em tempos de antena por fanáticos de clubite tribalista.
Em França, ficámos com a taça, mas convencemos pouco. Tanto se bateu naquele futebol de tracção atrás que Fernando Santos engendrou um golpe de retórica para acalmar a vaga queixosa. Ao arquitectar um biombo para separar a jogar bonito do jogar bem, convidou a menos barulho e a ma análise mais esclarecida sobre o tema. Três anos depois, creio que ele próprio fez a sua introspecção e terá chegado a uma conclusão tão simples como esta: se fatia considerável dos reparos não assentava em suporte suficientemente válido, a ele ficar-lhe-ia bem prescindir de alguma da razão que reclamava e se calhar não devia.

Na noite do último domingo, no Dragão, este Portugal renovado também triunfou, mas foi mais convincente, mais agressivo, mais corajoso. Enfim, jogou muito melhor, sem, no entanto, perverter princípios que proíbem as equipas de Santos de serem doidas a atacar e as obrigam a tarefas defensivas prioritárias, porque, como afirmou na projecção desta final com a Holanda, «somos obrigados a ter uma filosofia de ataque, mas sempre com equilíbrio de não sofrermos».
Confesso que entendo mal algumas das opções de Fernando Santos, mas quem nos deu aquilo que nunca pensámos ter merece toda a nossa gratidão. Posso discordar. Irei continuar a contestá-lo, mas ingrato não quero ser. Se foi campeão europeu, venceu a Liga das Nações e vai para três anos só com duas derrotas em jogos oficiais (Suíça, 2016, e Uruguai, 2018), muito provavelmente eu é que estou no lado errado.

Nota Final - Rúben Neves fez praticamente toda a fase de qualificação da Liga das Nações, foi titular com a Ucrânia e rubricou desempenho elogioso diante da Suíça. Deve ter-lhe custado ser excluído da final mas a vida é assim. Mais finais virão.
Bruno Fernandes, em sentido inverso, há muito merecia um espaço na Selecção que não vislumbrava. Passou ao lado da qualificação na Liga das Nações, mas teve lugar marcado na final, e bem. É tão importante respeitar-se quem está como dar-se uma oportunidade a quem quer entrar. E há mais gente a querer entrar."

Fernando Guerra, in A Bola

Este difícil tempo de dizermos bem

"Valorizar, elogiar, reconhecer. Três verbos em desuso na língua portuguesa. O espaço dos jornais, dos programas de rádio e de televisão, é demasiado apertado para se dizer mal e demasiado largo para se dizer bem.
E, no entanto, este é um tempo difícil e constrangedor, em que se torna inevitável dizer-se bem do futebol português. Por culpa da Selecção, sim, mas, se nos dermos ao incómodo de pensarmos um bocadinho além da finitude das primeiras impressões, devemos incluir num extenso Bem-Haja, outra expressão em significativo desuso, os clubes que fabricaram tão bons jogadores; os seus treinadores, que tão apaixonadamente os criaram e desenvolveram na expressão máxima dos seus talentos; a extensa equipa da Federação Portuguesa de Futebol que os convocou e lhes deu a nobreza maior de representar Portugal.
Não é fácil, devemos de admitir, representar bem, ou seja, com a maior dignidade, um país e um povo, através da arte de jogar uma bola com os pés.
Bem sei que há gente que não suporta tal ideia plebeia, mas é gente que vai ter de se conformar com a inevitabilidade da ocasião. O povo sai à rua em homenagem aos seus jogadores, aos seus ídolos, e não vai, sequer, à janela, quando passam, soberbos, esses iluminados que furiosamente rejeitam as supostas pequenas razões para a alegria da população.
Pois é, amigos, o tempo é de dizer-mos bem. Conformem-se e aquietem-se, apesar da raridade do momento. O futebol português, que tão diabolizado tem sido por crentes e ateus, está de parabéns e merece que lhe reconheçam o mérito. Sejam pacientes até ao regresso da normalidade."

Vítor Serpa, in A Bola

Cadomblé do Vata (vergonhas!!!)

"O Portugal desportivo está estremunhado, embaraçado, envergonhado até. A equipa da FPF ganhou a Liga das Nações, mas para o comum adepto do futebol local, a vitória sobre a armada laranja foi uma conquista de somenos, quando comparado com a derrota demolidora que nos foi infligida pela UEFA. Afinal de contas, num jogo em que participaram craques da estirpe do Van Dijk, do De Ligt ou do De Jong no lado alaranjado da peleja ou Bernardo, Ronaldo ou Danilo, na facção avermelhada da batalha, a instância organizadora teve o descaramento de atribuir o prémio de Melhor em Campo ao Rúben Dias.
Mais do que suspirar pelo enriquecimento do currículo de um Bernardo ou de um Ronaldo, o que incomoda realmente o fã do pontapé na bola neste solo pátrio à beira mar plantado, é o carimbo de invalidez que o troféu individual atribuído ao central Glorioso, estampa na testa de todo um país que o olha de soslaio, porque se há mérito que ao jovem meia dúzia do SL Benfica ninguém pode negar, é o de conseguir juntar na barricada que o deseja bem à distância e quanto mais melhor, tanto adeptos do Benfica como rivais. Temos entre nós o Homem que pode unir toda uma falange de portugueses desavindos pelas cores clubísticas e pelos vistos, não o estamos a usar como deve de ser.
Visto do fundo do buraco fundo onde actualmente estão acantonadas as hostes bárbaras do anti-benfiquismo, o jovem Benfiquista nada mais é do que um sarrafeiro arruaceiro, parco em qualidade futebolística, com a agravante de se vestir mal. Aos olhos das hordas campeãs do Benfiquismo, aquele cujo braço canhoto era, há menos de um ano, apontado como o sucessor eterno do Luisão, a opinião difere apenas na análise ao guarda roupa, perdoado que ainda não está, aquela abébia contra os sem clube do Jamor, que de tão bisonha que foi, teve direito a espalhar pelas cabeças da bancada raízes de erros imaginários, por todos os restantes 54 jogos onde o pobre centralão entrou de Águia ao Peito. De um lado é o vulgar "bato-me porque te temo", do outro o carinhoso "arreio-te porque te amo"."