quarta-feira, 12 de junho de 2019

Third 🎵

"S/S Benfica 2002/03 Third
Numa altura em que muito se especula se vai haver novamente um terceiro equipamento (que todos ansiamos que seja branco), recuamos até 2002/03 e a uma das últimas épocas em que o Benfica teve três equipamentos: o tradicional vermelho, o alternativo preto e laranja e o terceiro equipamento grená. Apesar de ser uma cor muito bonita, estranho o porquê de ter uma camisola grená como alternativa ao vermelho (a não ser que a ideia inicial fosse fixar esta camisola a outras competições, algo que não temos grande amostra para comprovar, visto que o Benfica ficou fora da Europa e o percurso na Taça não foi brilhante)
Assim, temos um início de época conturbado, após a conclusão em 4º lugar (com o Sporting campeão) e fora da Europa pela 2ª vez consecutiva.
Estádio da Luz já todo cortado.
Mas com boas expectativas com as contratações de Nuno Gomes, Hélder, Petit e Ricardo Rocha. Mas também aconteceu Emílio Peixe...
O campeonato começa com 4 vitórias consecutivas a abrir (foi isto que falámos, Bakero?) e depois ficamos 4 jogos sem ganhar (2 empates e derrotas no Nacional e no Porto). Mas hey, é sempre possível piorar e esta camisola em específico ficará eternamente na nossa retina, ligada à eliminação da taça de Portugal às mãos do Gondomar, marcando também o despedimento de Jesualdo Ferreira. 
Depois, entrou Chalana por um jogo (que meteu Miguel a lateral direito?) e aconteceu a primeira passagem de Camacho pelo Benfica. Apesar do descalabro do início, o Benfica ainda conseguiu ficar em 2º lugar (fazendo 75 pontos), atrás do FC Porto de Mourinho (que ganharia a Taça Uefa neste ano).

A título de curiosidade:
- Esta foi a minha camisola nº 57 do Benfica;
- Conforme já referido em cima, esta camisola estará sempre ligada à eliminação da Taça de Portugal, em plena Luz, às mãos do Gondomar. De notar que o Benfica envergou o seu 3º equipamento em casa contra uma equipa cujas cores são o amarelo e azul;
- Neste ano dos 3 equipamentos, ainda surgiu um 4º equipamento com o mesmo template mas em branco. Ficou-se pelo protótipo mas, a meu ver, era o mais bonito dos 3 equipamentos não-vermelhos.

Portishead: Third
https://open.spotify.com/album/18JyZd2XLdT2rmekw6EwoS"

A viagem de Nils Holgersson

"Håkan Söderstjerna ergueu o seu único braço ao céu por onde os patos bravos voavam em V na companhia de um ganso branco

Por causa do meu pai, que é um homem de uma curiosidade insaciável e de uma cultura infinita, sabia quase tudo sobre a Suécia antes de saber ler e escrever e de saber, até, mesmo ao de leve, onde ficava a Suécia. Por causa do meu avô Joaquim, esse anjo que vive pousado no meu ombro, cuja erudição ultrapassava todos os limites impostos a um ser humano, fiquei a saber exactamente onde era Kebnekaise, na Lapónia sueca, montanha mais alta do país, dois mil e noventa e nove metros de altitude, por extenso, 150 quilómetros para lá do Círculo Polar Árctico.
De repente, à medida que escrevo, lembrei-me de Nelson Rodrigues, um poço sem fundo de belíssimas frases para enfeitar crónicas por mais medíocres que as crónicas sejam. Ele dizia: «Comecei a ler Zola antes de saber o que queria dizer a palavra nádega». Vendo bem também não é uma palavra nada má para se construir uma crónica em redor, mas deixemos para já a nádega de lado e voltemos a Kebnekaise.
Åka, com a rodinha a fazer de chapéu sobre o A (lê-se ôca), é um nome vulgar entre suecos. Tem um significado, como quase todos os nomes: aquele que conduz, que lidera. Åka de Kebnekaise conduzia patos. Isto no livro que eu li antes de saber ler. Quero dizer, o livro que o meu pai me lia, noite após noite, na sua voz mansa que tem uma melodia que traz consigo uma calma por dentro e a certeza de que o mundo continua a ser um lugar seguro para continuarmos a viver.
Aka de Kebnekaise comandava os patos em V através dos céus e gritava no seu grasnar de pata: «Vamos, vamos para norte onde não há dor nem sofrimento». E eu via o norte e a neve e o frio nas palavras do meu pai que lia as palavras de Selma Lagerlöf, e sentia, já nessa altura, que não seria nunca possível fugir da dor e do sofrimento procurando o lugar dos gelos apesar de ter aprendido, muitos, muitos anos mais tarde, que afinal era a sul que fica a tristeza, era a sul que ficavas tu.
Nils Holgersson, mau filho e mau rapaz, que se encantava com o sofrimento dos animais, castigado por um duende que resolveu aprisionar só por brincadeira, numa vontade daninha de lhe espinafrar a existência, viu-se, por sua vez, reduzido ao tamanho de um gnomo como o que enfiara numa gaiola. E à mercê da vontade de um ganso branco de ambições desmedidas, farto da sua vida-vidinha de esgravatar galinheiros e picar grãos de milho que lhe atiravam ao desprezo, e se lançou no voo magnífico da liberdade bravia dos patos como se fosse apenas mais um deles, empurrado também ele para norte pela voz de Aka de Kebnekaise que ia, a pouco e pouco, misturando-se com a voz meiga do meu pai enquanto eu adormecia no conforto de lençóis lavados e secados ao sol, num lugar branco onde nunca, nunca, mas nunca haveria nem dor nem sofrimento.
A Suécia é um país que aprendi a amar, amando mesmo, com o amor dos homens e a paixão dos incómodos. Estocolmo é, para mim, a cidade mais bonita da Europa, de Humlegorden à quase-ilha de Blasieholmen a bodejar Nybroviken, da Kungsgatan que corre para Stureplan, os telhados verdes dos edifícios antigas, os troncos brancos dos abetos ao longo de Karlavägen, de Gamla Stan a Marten Trotzigs que alguns dizem ser a rua mais estreita do mundo. Nils Holgersson voou nas costas de um ganso branco sobre Estocolmo e Estocolmo tem uma luz enigmática que eu nunca fui capaz de explicar por palavras e Selma simplificou em forma de poesia: «A luz que existe no interior das conchas».
Tenho escrito recentemente muito sobre a Suécia, vida e morte, e à medida que me tornei homem e imperfeito sinto a falta de Aka de Kebnekaise que nunca se perdia nos caminhos tortuosos do céu. 
Håkan Söderstjerna, também com a bolinha por cima do a, nasceu em Teckomatorp, no condado de Skåne (ainda com bolinha), uma cidadezinha que fica entre Malmö e Helsingborg, mais conhecida por ser um dos maiores cemitérios tóxicos da Suécia do que por ter dado ao mundo, em 1975, um rapazinho que veio ao mundo sem metade do braço esquerdo e que, mesmo assim, com a teimosia própria de um ganso branco que resolveu seguir patos bravos, decidiu ser jogador de futebol enquanto estudava economia na Universidade de Lund. A sua carreira não durou mais do que doze anos, esteve no Fredrikstadt da Noruega, no Tajong Pagar, de Singapura, mas o seu clube foi o Landskrona onde o conheciam por Bandido-de-um-Braço-Só. Certa vez para a Taça da Suécia marcou um golo inesquecível: de cabeça ao Helsingborg, saltando bem mais alto do que o central Nilsson. Nas bancadas, os adeptos começaram a cantar:
«Håkan, Håkan, Håkan
Estás em grande
Fizeste de Roland Nilsson um simples hot-dog
E ele bem merece
Håkan, Håkan, Håkan Söderstjerna
Estás mesmo bem!».
Håkan sorriu e ergueu o seu único braço para o céu onde os patos bravos voavam em V."

Hóquei em Patins 2018/2019 – Análise

"A pior temporada da história ecléctica do Benfica dos últimos anos. É o que tenho a dizer desta equipa de hóquei em patins. A verdade é que esta época foi um fracasso em todos os aspectos e muitas são as questões que se colocam à volta a equipa.
A preparação e o planeamento desta temporada foram muito mal feitos em vários sentidos. Primeiro que tudo, pela opção de renovarem contrato com Pedro Nunes, depois de um final da época anterior em que a meu entender, tinha ficado visível que o seu ciclo tinha chegado ao fim.
Os jogadores contratados foram o internacional argentino Lucas Ordoñez (em troca com João Rodrigues), o internacional espanhol Albert Casanovas, o guarda-redes Marco Marros e o defesa/médio Xavier Cardoso. O jogador contratado ao AD Valongo acabou por rescindir contrato ainda no início da época, devido a um problema de saúde que lhe comprometia uma carreira profissional.
Depois da equipa ter ficado em terceiro lugar na Elite Cup, iria iniciar o campeonato com um ciclo terrível de jogos, onde nas oito primeiras jornadas receberia o FC Porto e iria jogar ao João Rocha, a Oliveira de Azeméis, a Barcelos e a Valongo. O início até foi positivo, onde nas quatro primeiras jornadas, o Benfica empatou em casa do Sporting e derrotou a UD Oliveirense e FC Porto.
Porém, na quinta jornada, a equipa seria derrotada de forma humilhante pelo HC Braga por 6-3. E esse seria o pronúncio de que o pior ainda estava por vir. Na jornada seguinte, seguiu-se um empate a três bolas em casa do Óquei de Barcelos. E em Dezembro, um empate a quatro golos consentido em casa do AD Oeiras ditou o fim da linha para Pedro Nunes. Uma saída que na minha opinião, ocorreu com uns meses de atraso.
Pedro Nunes seria substituído pelo seleccionador espanhol Alejandro Domínguez. Chegado ao Benfica, o treinador argentino entendeu que a equipa estava muito mal fisicamente e por isso, decidiu sobrecarregar a equipa com sessões duplas de treino, de modo a tentar recuperar os índices físicos. Esta carga física extra que a equipa sofreu a meio da época teve o seu preço nos jogos e nos primeiros tempos de Domínguez, a equipa empatou contra Oliveirense e Sporting de Tomar, e perdeu contra o Sporting CP e o FC Porto. Até ao final do campeonato, anda sofreu derrotas em casa contra AD Valongo e AD Oeiras.
Dadas as circunstâncias, as hipóteses que já eram escassas de conquistar o campeonato foram completamente hipotecadas, restando apostar todas as fichas na Taça de Portugal e na Liga Europeia. 
Na Liga Europeia, a equipa esteve presente num grupo absurdamente acessível com o Noia, HC Monza e HC Montreux, tendo terminado em primeiro lugar com 16 pontos. Chegado os quartos-de-final contra a UD Oliveirense, a equipa encarnada rubricou duas exibições bastante competentes, que carimbaram o acesso à Final Four, e mostravam que esta equipa era capaz de mostrar muito mais do que estava a mostrar.
Chegada a meia-final contra o Sporting CP no João Rocha, a equipa demorou demasiado tempo a entrar no jogo. A perder por 4-1 a cerca de dez minutos do fim, a equipa encarnada teve uma reacção notável e conseguiu empatar o jogo, mas um golo de Gonzalo Romero acabaria por dar nova vantagem aos leões e carimbar a passagem à final.
Restando a Taça de Portugal disputada no fim-de-semana a abrir o mês de Junho, na meia-final contra o Sporting CP, assistiu-se ao melhor Benfica da época. Apesar de estar a perder por 2-0 logo no início do jogo, a equipa encarnada teve uma reacção de campeão, estando a vencer por 5-3 ao intervalo, registando-se depois um 7-3 no final do jogo.
Na final contra a equipa “anfitriã” da Final Four da Taça (decisão vergonhosa da FPP), a equipa voltou a mostrar-se apática e pouco objectiva. E com mais uma arbitragem polémica a não ajudar, a Taça acabaria por ser entregue à equipa da casa, depois de derrotarem o Benfica por 5-2.
Foi o fim de uma época que foi um autêntico fracasso em todos os aspectos e que levanta muitas questões quanto a esta equipa. Segue-se agora uma análise individual a alguns dos jogadores:
Lucas Ordoñez – mais um astro a brilhar nos pavilhões nacionais. O avançado argentino brindou os adeptos com golos e jogadas de grande classe. O avançado internacional argentino terminou a época com 51 golos marcados em todas as competições e será uma pedra basilar na próxima época.
Pedro Henriques – com Pedro Nunes, realizou uma primeira metade de época à imagem da época anterior: de grande nível. Na segunda metade da época, mostrou estar claramente acomodado e cometeu erros que não eram habituais da sua parte e que lhe custaram a presença na selecção nacional na Liga das Nações e no Europeu. Pedro Henriques tem tudo para fazer carreira no Benfica, mas precisa de ser mais consistente.
Albert Casanovas – foi uma contratação-surpresa por parte do clube, após rescindir com o Reus. Esperava-se que o defesa internacional espanhol desse equilíbrio e estabilidade defensiva à equipa, para além de ser uma arma importante nas bolas paradas. No entanto, apesar do começo promissor, Albert Casanovas não foi capaz de estancar os problemas defensivos da equipa (que não são de agora), não fazendo a diferença que se esperava. Foi um reforço que desiludiu, ainda para mais, tratando-se de um jogador que já desejava ver no Benfica há muito tempo.
Valter Neves – o capitão irá cumprir a sua 16ª temporada de águia ao peito e já é uma das maiores lendas do ecletismo do Benfica. Nesta temporada, Valter Neves voltou a fazer uma grande demonstração de mística e de benfiquismo, aquando da visita das águias ao reduto do HC Monza para a Liga Europeia. Na semana do jogo, o seu pai viria a falecer de forma súbita e apesar de estar autorizado a não viajar com a equipa para poder enterrar o seu pai, o capitão fez questão de viajar para Itália na sexta-feira à noite para se juntar à equipa. No final, Valter Neves jogou e ainda marcou um golo na vitória por 5-0, atitude que lhe valeu uma distinção por parte do clube italiano. É um jogador que merece ter uma camisola sua no pavilhão quando terminar a carreira.
Vieirinha – depois de uma época de adaptação, o ex-jogador do Óquei de Barcelos teve uma primeira metade de época a ser pouco utilizado por Pedro Nunes. Com a chegada de Alejandro Domínguez, o bicampeão mundial de sub-20 foi começando a ganhar espaço na rotação da equipa e rubricou uma recta final de época a atravessar o seu melhor momento desde que chegou ao Benfica. As suas exibições recentes valeram-lhe o regresso à selecção nacional. Ainda tem muito para crescer, mas já vai tendo minutos de competição que lhe permitem evoluir. Uma das poucas coisas positivas trazidas por Domínguez na segunda metade da época.
No fundo, foi uma época em que em muitos momentos, a equipa parecia uma casa a arder. Pedro Nunes saiu a meio da época, numa altura em que a sua liderança já estava muito gasta. A permeabilidade defensiva do seu modelo de jogo e a forma como sobrecarregava muito a equipa titular eram motivo de uma contestação cada vez maior.
No entanto, com Alejandro Domínguez, as coisas não melhoraram. Isto pode ter acontecido por dois motivos: primeiro, devido às questões físicas já aqui mencionadas. Com Pedro Nunes, as equipas chegavam aos últimos 3/4 jogos da época a arrastarem-se na quadra; segundo, quem acompanha o hóquei em patins sabe que o hóquei português e o hóquei espanhol têm estilos muito diferentes. Enquanto o hóquei português é mais ofensivo, mais dinâmico e acutilante, o hóquei espanhol é mais metódico, conservador e calculista, é um estilo de jogo onde os jogadores passam mais tempo a correr atrás da bola e consequentemente, desgastam-se mais. E esta mudança de estilo de jogo após cinco anos e meio com o mesmo treinador, não é algo que de faça do dia para a noite, muito menos a meio da época.
Já há alterações no plantel confirmadas para a próxima época: Miguel Rocha, um jogador que nunca teve oportunidades reais de mostrar o seu valor, está de saída para Barcelos. Para o seu lugar chega o internacional espanhol Edu Llamas. O SL Benfica também irá contratar o argentino Danilo Rampulla, jovem de 20 anos que deverá ser emprestado ao HC Braga.
A próxima época será um tira-teimas. Para os jogadores, a questão não se prende com aqueles que vão chegar, mas sim com aqueles que já cá estão e não têm rendido o que renderam noutros tempos (Nicolía, Adroher, Pedro Henriques). Para Alejandro Domínguez, esta será a época em que ele será verdadeiramente avaliado, cabendo-lhe a difícil missão de fazer este plantel render de forma consistente enquanto colectivo."

Desporto Feminino

"Neste fim de semana terminou a época para as últimas equipas femininas que ainda estavam em competição. Foi a primeira temporada que o Benfica teve “todas” as modalidades também no feminino, com a estreia do Futebol e o regresso do Andebol e do Voleibol.

Andebol
A equipa é muito jovem. Conta com várias jogadoras na casa dos 18-20 anos. Reforçou-se a meio da época com a Cláudia Correia (do Alavarium) que já jogou no estrangeiro e é da selecção nacional. Acrescentou ainda Ágatha Silva para a baliza. Acabou em 2º lugar na 2º Divisão, com os mesmos pontos que o ABC e subiu à 1º Divisão. Na Taça de Portugal ficou nos 1/16, aos pés do Colégio de Gaia, que fez a dobradinha. Vamos ver como corre o mercado de verão. Madeira SAD e Colégio de Gaia dominam grande parte do talento nacional.

Basquetebol
Mais uma temporada em que não é bem claro o plano desta equipa. Conseguimos alguns reforços muito interessantes (Filipa Bernardeco e Rosinha Rosário). Fomos buscar talvez o maior talento em Portugal dos próximos anos (Carla Budane). Mas mais uma vez as americanas revelaram-se muito limitadas. Uma chegou com excesso de peso e foi imediatamente dispensada. Ficámos em 8º lugar na Liga. Nas Taças nunca passámos dos QF. Para a próxima temporada já assegurámos duas contratações de uma das melhores equipas portuguesas (Joana Soeiro e Josephine Filipe). Para já é um bom começo.

Futebol
A época saiu na perfeição. No Campeonato marcámos 356 golos e sofremos apenas 1. Foram 26 jogos e 26 vitórias com uma média de 14-0. Na Taça de Portugal apanhámos um susto na primeira mão da meia-final com o Sporting de Braga, mas na segunda mão fomos a Braga ganhar por 4-2. Na final da Taça foi meramente para cumprir calendário. Vencemos a 2º Divisão e a Taça de Portugal. Há muito talento dentro da equipa. Darlene, Geyse e Evy Pereira são craques. Julgo que há certas posições onde é possível ainda melhorar, a começar pela baliza.

Futsal
Outra equipa que ganhou tudo o que havia para ganhar. Nas três provas nacionais, em 34 jogos, ganharam 33. Só empataram um jogo, para o Campeonato, contra a Novasemente. Ganharam Supertaça, Taça e Campeonato. Participaram também numa prova Europeia, o European Womens Futsal Tournament, que apesar de ainda não ser oficial é apoiado pela UEFA. Ficaram em 3º lugar, sem perder nenhum jogo. Na Fase de Grupos ganharam 6-0 às representantes da Holanda e 5-0 às representante da Ucrânia. Empataram 2-2 com as representantes da Itália, mas no desempate por grandes penalidades perderam. No jogo do 3º lugar ganharam 2-0 às representantes da Rússia. O futuro é risonho por aqui Ana Catarina, Inês Fernandes, Janice Silva, Sara Ferreira e Fifó ainda têm todas muitos anos de Futsal nas pernas. Algumas têm mesmo mais de uma década.

Hóquei em Patins
Também ganharam tudo o que tinham para ganhar em Portugal. Aliás, fizeram mesmo o pleno. Em 33 jogos a nível nacionais, ganharam os 33. Como tal, ganharam Supertaça, Taça e Campeonato. Participaram também em provas internacionais. Na Liga Europeia ficaram-se pelos QF, tendo perdido com o Voltregà por 4-3 nas duas mãos (ganharam um jogo 2-1, mas perderam outro 3-1). O Voltregà viria a vencer a prova. Na Taça Intercontinental perderam 4-3 contra a equipa da casa, o Concepción, que também viria a vencer a prova. Vai haver mexidas aqui. O Sporting vai criar equipa e as gémeas Rita e Rute Lopes estão de saída para lá. Por outro lado já garantimos a contratação da Maca Ramos (que tinha saído no ano passado) e da Marta Piquero, uma internacional espanhola de 20 anos. 

Voleibol
No regresso da modalidade que ficou na história do clube por causa da mítica equipa dos anos 60-70 que ganhou 9 Campeonatos de seguida, fizemos uma temporada dentro das expectativas. Vencemos da 3º Divisão e subimos à 2º Divisão. Enquanto na Taça de Portugal avançámos até à 2º Eliminatória, onde caímos contra o Desportivo de Aves, que ficou em 2º lugar na 2º Divisão e subiu à 1º Divisão. Aqui também temos uma equipa muito jovem. Para subir à 1º Divisão, parece-me que vamos precisar de alguns reforços.

Em suma, foi uma excelente época. Todas as equipas, excepto o Basquetebol, atingiram os seus objectivos. Tivemos 4 equipas Campeãs Nacionais (duas na 1º Divisão, uma na 2º Divisão e outra na 3º Divisão). Vencemos 3 Taças de Portugal e 2 Supertaças. Tivemos 1 Terceiro lugar numa prova Europeia. As três equipas em escalões inferiores subiram todas de Divisão. A juntar a isto, numa modalidade menos habitual em Portugal, o Polo Aquático feminino venceu tudo o que havia para vencer. Foi uma bela temporada. Para o ano as coisas prometem complicar. No Hóquei o Sporting vai surgir na 1º Divisão. No Futebol vamos disputar a Liga com o Braga e o Sporting. No Voleibol vamos para uma Divisão nova, onde na única experiência que tivemos nesta temporada perdemos 3-0. No Basquetebol a equipa vai ter mais uma chance de lutar pelo título com novas contratações. No Andebol vamos subir de Divisão e apanhar as melhores jogadoras nacionais. No Futsal, internamente, o nosso maior adversário somos nós próprios."

Conversa com Luís Zambujo

"(...)
Entraste para as camadas jovens do SL Benfica com apenas 10 anos. Como foi esse percurso até chegar ao clube da Luz?
Sim, é verdade. Cheguei ao Benfica com 10 anos, mas na altura, antes na altura o meu sonho nem era o futebol. Eu praticava motocross no Alentejo, em Moura, e até fui campeão da Península Ibérica e ligava mais a motas do que ao futebol. Entretanto, num torneio de verão, creio que foi no campo do Lusitano GC, no Campo Estrela, em Évora, fui fazer um torneio pelo Lusitano e estava um olheiro do Benfica que ligou aos meus pais e fui fazer um treino ao antigo Estádio da Luz. Lembro-me que, na altura, o mister José Morais e o mister Paisana, treinadores dos escolinhas, dizerem que a equipa estava praticamente fechada mas que me queriam ver, nem que fosse para ficarem com referências minhas. Nesse treino conjunto, com outros miúdos com 9 e 10 anos, fiz cinco ou seis golos e quiseram logo que eu ficasse. A partir daí entrei na estrutura do clube.

Para um jovem de Évora, foi difícil a adaptação a uma nova realidade? Vivendo longe dos pais, numa cidade maior, com nova escola e novas rotinas?
Sim, mas deixa-me dizer que andei durante três anos a fazer viagens entre Portel, a minha terra, e Lisboa, entre treinos e jogos eram três vezes por semana que fazia a viagem. Por isso, só a partir dos treze é que fiquei no Centro de Estágio do Benfica, mas já tinha três anos de clube e era dos mais antigos, senão mesmo o jogador com mais anos de caso. Lembro que, na altura, os juniores tinham já carinho e respeito por mim porque, apesar de ser mais novo, já estava lá há muito tempo e conhecia muita gente. Mas sim, foi um pouco difícil porque uma coisa é ir treinar e voltar para casa dos pais e outra coisa é ficar lá a viver. Mas é como eu já disse, os três anos de casa ajudaram-me bastante. Custou-me mais as rotinas, o mudar para uma escola onde não conhecia ninguém sem ser os meus colegas do Benfica. A cidade de Lisboa também era gigante e aqueles percalços de sermos abordados e até assaltados para nos roubarem óculos de sol ou a carteira também eram novos para mim. Contudo, faz parte do crescimento e, a partir daí, cresci tanto como jogador como homem.

Estiveste quase dez anos no Benfica, numa altura em que não havia ainda as instalações do Seixal. Como era viver no Estádio da Luz?
Viver no antigo Estádio da Luz foi uma experiência fantástica e os meus colegas que passaram por lá acredito que digam todos os mesmos. Vivias nas bancadas do estádio, num centro de estágio em que convivias com miúdos dos 10 aos 20 anos e às vezes estavas a ir para a escola e vias passar os craques da altura, como o João Vieira Pinto, Poborsky ou Michel Preud’homme. No centro de estágio tínhamos mesmo uma abertura para as bancadas e conseguíamos ver quase todos os treinos dos seniores e chegávamos a passar tardes a estudar nas bancadas do terceiro anel a ver o relvado. Foi fantástico, até mesmo o convívio com os sócios e ir ver outras modalidades como o hóquei, andebol e basquetebol. Era tudo ali, praticamente no mesmo sítio e isso é uma experiência única que vou guardar para o resto da minha vida.

Foste companheiro de equipa de muitos jogadores do nosso futebol e partilhaste os dormitórios do Benfica com eles. Existiam partidas entre vocês e praxes?
Sim, claro. Seja no centro de estágio ou mesmo no balneário, havia sempre aquelas partidas e praxes que eram normais e que ainda hoje acontecem em todos os balneários do mundo. Mas tínhamos um ambiente muito bom e éramos muito amigos. Claro que havia aqueles que queriam dormir mais cedo, outros mais antipáticos, mas tudo isso faz parte da nossa amizade e do nosso crescimento. Lembro-me que éramos vinte no centro de estágio, com idades entre os 12 e os 20 e, às vezes, íamos todos para o Colombo lanchar ou ir dar uma volta à Baixa de Lisboa. Era bonito ver miúdos com 20 anos ali juntos a outros com 13 ou 14, todos amigos e a lutarem por um sonho. Mas, respondendo à pergunta, havia praxes, como há em todos os lados.

Quais eram os jogadores que, já na altura, percebeste que poderiam vingar no futebol? Seja no SL Benfica seja noutros clubes.
A minha geração de 1986 foi sempre muito forte no Benfica. Ainda hoje se diz que foi das mais fortes de sempre do clube. Praticamente ganhávamos todos os torneios por onde passávamos e até prémios individuais. Eu lembro-me que, nos primeiros quatro anos de Benfica, a minha equipa ganhava sempre o prémio de melhor marcador, melhor jogador, jogador mais tecnicista; lembro-me que arrebatávamos os prémios todos individuais. Eu lembro-me de ganhar, sem exagerar, uns 14 prémios individuais; o João Coimbra e o Manuel Fernandes, que nós víamos já que ia dar num jogador fantástico. Mas a minha geração era mesmo muito forte, tínhamos também o Tiago Gomes e o Rui Nereu, que já na altura era um “gato” e defendia muito. Nas outras equipas, lembro-me bem do [João] Moutinho, Nani, Paulo Machado ou Ivanildo. Era um misto de jogadores que nos encontrávamos todos nas selecções, onde éramos todos colegas. Mas nos três grandes já se via bem que havia ali muito jovem com condições para dar o salto. Falando somente do Benfica, acho que o jogador que teve uma melhor carreira e um percurso fantástico foi o Manuel Fernandes, que já na altura se via que ia ser um craque, tanto dentro como fora dos relvados.

E, no reverso da medalha, há algum jogador que prometesse e que tenha ficado pelo caminho?
Eu não vejo as coisas por esse lado. Eu costumo dizer que há jogadores que não tinham tanta qualidade como eu, por exemplo, mas que fizeram – ou estão a fazer – uma carreira melhor do que a minha e há outros que eram melhores do que eu e que ficaram pelo caminho. Não me lembro assim de nenhum que prometesse muito mais que não tenha cumprido. Cada um seguiu o seu caminho, uns com mais sorte do que outros, outros acompanhados de melhor forma por empresários do que outros, outros ainda com lesões complicadas numa fase crucial da carreira, mas tudo faz parte. De resto, até por respeito, acho que não deva indicar algum nome em particular. Até porque, para alguns, posso estar a fazer uma boa carreira e para outros nem por isso. É tudo muito relativo.

Nos juniores, viveste de perto a morte de Bruno Baião, um dos talentos dessa geração. Como é que um jovem de apenas 17/18 anos lida com a morte?
Lembro-me muito bem desse dia. Nesse dia não tinha ido treinar, estava com princípios de pubalgia e tinha ficado no centro de estágio que já não era no Estádio da Luz, era nos Pupilos do Exército, ao pé do Centro Comercial Fonte Nova. Lembro-me de estar no quarto de um colega meu e quando abro a porta para ir almoçar vejo os meus colegas dos juniores todos a chorar e com uma cara de enorme preocupação. Na altura o João Vilela, que é da geração antes da minha, disse-me para ir tomar banho e despachar porque tínhamos que ir para o hospital – senão me engano o Curry Cabral – porque o Baião tinha tido um ataque cardíaco. Depois foi a história que toda a gente já sabe, o Bruno era um craque e um exemplo para todos, era o nosso capitão e sentimos muito a falta dele, tanto no balneário e em campo como na vida. O Bruno era uma pessoa cheia de força, sempre com uma palavra amiga para dar e um capitão na verdadeira acepção da palavra. Custou-me muito, até porque o Fehér tinha morrido também há poucos meses e nunca foi fácil. Nós tínhamos passado pela experiência de morrer um colega mais velho e logo a seguir morreu um amigo e companheiro de equipa. Foi muito difícil e, ainda hoje, considero o Bruno um amigo e onde quer que ele esteja sei que está a olhar por todos nós.

Existe algum treinador que te tenha marcado pela positiva ou negativa durante os anos que passaste no Benfica?
Todos os treinadores que tive no Benfica me ajudaram a crescer tanto como jogador como homem. Tenho alguns que ainda hoje são meus amigos, mas todos foram importantes. É verdade que uns mais do que outros, mas todos importantes pelo que me foram passando, que me ensinaram e pela paciência que tiveram comigo. Eu também estava sozinho em Lisboa e alguns foram como pais para mim, ajudando-me e dando conselhos. Por isso, acho que todos os treinadores que tive no Benfica fizeram-me crescer e tornaram-me o homem que sou hoje. Agradeço e envio um abraço para eles todos porque, naquela fase inicial, ajudaram-me muito a conseguir seguir o meu sonho e dou graças a Deus por isso."

Entrevista de Bola na Rede, a Luíz Zambujo, in Bola na Rede

Não é só o futebol que sai prejudicado deste desvario

"Como é possível que se tenha chegado a este nível de absurdo em que se oferecem 120 milhões de euros por um jogador que promete tanto mas ainda provou muito pouco?

Em Agosto de 2017 chamei à transferência de Neymar do Barcelona para o Paris Saint-Germain “a mais obscena da história”. Julgo não ser uma expressão demasiado forte para uma operação que envolveu a quantia de 222 milhões de euros.
Cerca de dois anos depois, a cotação do jogador brasileiro de 27 anos está em queda livre. Nesta última época, participou apenas em 17 dos 38 jogos para o campeonato francês, passando a maior parte do tempo fustigado por lesões. E, ao que parece, não tem contribuído para o melhor ambiente no balneário: uma discussão com o seu colega Draxler só não resultou em pancadaria porque o treinador se meteu pelo meio. O jornal catalão Sport fala em “divórcio” e garante que o jogador e o clube estão de costas voltadas.
Mais ou menos por esta altura fala-se também da transferência de uma certa pérola do Seixal para um colosso do futebol europeu. Segundo a imprensa desportiva, há mesmo três emblemas interessados e dispostos a pagar 120 milhões de euros por João Félix. Alguns adeptos dos encarnados ufanam-se – “120 milhões!!!”. Estranhamente, muitos ficam mais entusiasmados com uma grande venda do que com a permanência no clube do seu jogador favorito, esquecendo-se talvez de que eles não irão receber nem um cêntimo de comissão...
Como é possível que se tenha chegado a este nível de desvario em que se pagam 120 milhões por um jogador que promete tanto mas ainda provou muito pouco?
Como é que ninguém percebe que estas somas obscenas prejudicam o desporto e só beneficiam os dirigentes, os agentes e os enxames de oportunistas que gravitam à sua volta?
Pior ainda: não é apenas o futebol que perde. Hoje, em vez de quererem ser polícias, bombeiros, músicos, artistas, médicos, arquitectos ou Presidentes da República, os miúdos querem ser Ronaldos ou Neymars, porque não precisaram de estudar para ganhar milhões, podem comprar tudo o que lhes der na gana e têm cortes de cabelo que não lembram ao diabo."

A selecção e a ratificação do êxito

"Vamos imaginar um referendo com as duas perguntas que se seguem. Questão número um: Portugal é a melhor equipa da Europa? Hipóteses: Sim ou Não. Questão número dois: Fernando Santos é o seleccionador indicado para o presente e o futuro da selecção? Hipóteses: Sim ou Não. Seria um exercício curioso para conduzir dentro de portas, num país tão versado em duvidar de si próprio, mesmo perante o aplauso vindo do lado de lá das trincheiras.
O futebol e o consenso nunca conseguirão viver juntos e em harmonia, mas esse não é necessariamente um mau sinal, desde que traduza uma cultura de exigência e progresso construída sobre uma base de racionalidade. O que, por estas paragens, é mais uma excepção do que uma regra, reconheça-se. Equivale isto a dizer que nem as vitórias chegarão para convencer os adeptos da crítica fácil e impreparada. A esses, os troféus nunca bastarão como comprovativo do sucesso.
Portugal validou o seu mandato na Europa com diferentes doses de qualidade individual e competência colectiva. Olhando apenas para esta fase final, mostrou a sua pior face diante da Suíça, com um plano de voo assente em coordenadas erradas, e recalibrou a máquina com rigor para o embate decisivo com a Holanda, recuperando o sistema e as dinâmicas que já lhe renderam frutos no passado. Nem uma, nem outra versões reflectem a verdadeira selecção. Porque em constante mutação, ela é sempre uma mescla das duas.
É a era da estratégia a imperar. A era do detalhe, da observação aturada e da alta-costura, feita à medida do cliente. Nesse tabuleiro em que o rigor dos posicionamentos e a gestão do risco muitas vezes anulam o talento adversário, Portugal nem sempre terá a vantagem teórica que decorre da abundante qualidade dos seus executantes. É preciso continuar a ir mais além.
Fernando Santos nunca ganhará o prémio do treinador mais empático da Europa, mas já a conquistou por duas vezes a partir do banco. O seleccionador que idealizou o 4-4-2 losango na meia-final, um desenho que falhou essencialmente pela forma desabrida e imponderada como a equipa decidiu pressionar no momento da perda, é justamente o mesmo que apostou no 4-3-3, com dois médios de perfil mais posicional, que foi capaz de desligar a sala de máquinas da Holanda, na final. Não se tornou subitamente mais competente de um dia para o outro - e o mesmo raciocínio se aplica aos jogadores.
É inequívoco que Portugal goza hoje de uma fornada de talento de fazer inveja à maioria dos territórios do planeta do futebol, mas essa não é propriamente uma novidade. Fernando Santos sublinhou-o, de resto, provavelmente para ajudar a provar que não goza de uma situação de privilégio face a muitos dos antecessores, e tem inteira razão.
Durante anos, o Brasil da Europa espalhou pelos relvados o seu futebol romântico, acabando invariavelmente por assistir às grandes decisões pela televisão. Foi esse paradigma que o actual técnico se propôs mudar.
Para lá chegar, foi preciso construir uma nova teia de equilíbrios, que garantisse que a liberdade da qualidade individual não comprometia as ambições colectivas. Foi preciso estabilizar uma ideia e adaptá-la às circunstâncias, que umas vezes exigiram uma equipa mais de transições (como aconteceu em alguns períodos do Euro 2016) e outras vezes de ataque posicional mais paciente. Sem que isso significasse forçosamente comprometer a identidade.
É possível compatibilizar a conquista de troféus com uma ideia de jogo apelativa? Sem dúvida. Mas é mais difícil alcançá-lo no contexto de uma selecção, limitada no tempo de trabalho e obrigada a sintetizar as diferentes formas de jogar dos seus intérpretes nos clubes que representam. É, de resto, um desafio de tal forma exigente que, nas últimas décadas, talvez apenas a Espanha-réplica-do-Barcelona tenha chegado ao cume com um futebol de encantar.
Voltemos ao referendo e às respostas possíveis. Sim, Portugal é a melhor equipa da Europa se o critério for aquele que tantas vezes o país reclamou para si, o dos troféus. E é-o duplamente, graças à ratificação proporcionada pela Liga das Nações. Quanto a Fernando Santos, será o homem certo no lugar certo enquanto os jogadores continuarem a responder de forma eficaz à sua mensagem e à palavra de ordem que vem com ela: vencer. Acima de tudo o resto."

Porque os árbitros já não são aqueles senhores baixinhos e redondos, de camisola preta e apito ao pescoço

"O fim de época encerra um longo ciclo de treinos, jogos, viagens, estágios e afins.
A maioria das pessoas não terá noção, mas para jogadores, treinadores e árbitros - os únicos agentes que são verdadeiramente imprescindíveis para que a bola role -, esse momento encerra onze meses de entrega total, de intensa actividade física, forte desgaste emocional e sucessivas saídas para longe de casa.
É verdade que o futebol ao mais alto nível é apelativo para muitos jovens e financeiramente compensador para alguns (não todos) dos seus intervenientes, mas não duvidem: é muito alto o preço a pagar por uma vida de dedicação extrema a uma paixão que, não raras vezes, os afasta de quem mais amam. Uma vida de curto prazo, de poiso incerto e de interrogações constantes. Uma vida onde sucesso e fracasso andam de mãos dadas: estão à distância de um golo, de uma lesão ou de um momento.
Quando tudo termina, jogadores, treinadores e árbitros têm finalmente tempo para descansar. Para descansar a cabeça, o corpo e a mente. Têm tempo para se afastar de toda aquela azáfama e dedicar-se, por uns dias, à mais eficaz das terapias: a proximidade à família.
Por norma, o período de férias de atletas e técnicos é de sensivelmente um mês: situa-se entre o último jogo realizado (geralmente no fim de Maio) e o arranque da nova época (quase sempre no início de Julho).
Já para os árbitros, a situação é bem diferente.
Os cursos iniciais decorrem em meados de Julho. Por essa altura, é "obrigatório" que os homens do apito estejam em boa forma e teoricamente aptos, porque a bateria de sessões teóricas/práticas e de testes físicos/escritos são de enorme exigência.
Não há como facilitar.
As leis de jogo têm que estar na ponta da língua e o corpinho preparado para enfrentar a dureza das provas a realizar. Isto significa que, para eles, as férias de Verão deste ano... são coisa do ano passado. Terminaram. Arrumaram-se em quinze dias (no máximo).
Conhecendo esta malta como conheço, aposto que poucos foram aqueles que pararam na totalidade. 
Apesar da prudência sugerir um período de descanso sem restrições e longe de qualquer actividade ligada ao treino, a verdade é que a rapaziada não facilita.
Para eles, parar é arriscar demasiado. Arriscar na perda de forma, no facilitar face à concorrência emergente e até na balança: é que, nos dias que correm, uns quilitos a mais não são recomendáveis para quem sabe que a idade não perdoa e que a imagem é uma das armas mais potentes da credibilidade.
Os árbitros já não são aqueles senhores baixinhos e redondinhos, de camisola preta e apito ao pescoço. Já não passeiam pela zona de meio-campo, em trote controlado ou a passo moderado.
O futebol moderno é inacreditavelmente mais veloz do que era há dez, vinte anos e exige que todos os seus actores sejam atletas de excepção.
No caso do juízes, atletas capazes de correr doze/treze quilómetros por jogo, sem perder a lucidez e mantendo o discernimento até à última jogada. Até ao apito final. Essa exigência coloca-lhes pressão adicional. A pressão de terem que trabalhar muito e bem para responderem, com nota máxima, às exigências do presente.
Esta constatação, esta demonstração de enorme profissionalismo e profundo compromisso, não anula os erros que cometem em campo ou algumas más opções que tomam. Essas são inevitabilidades de quem tem por missão... tomar decisões. Mas é importante que a "opinião pública" conheça os bastidores e a qualidade do trabalho que esta classe produz.
A ideia de que o árbitro é aquele extraterrestre que aterra num qualquer relvado apenas para lançar miséria e discórdia só mora na cabeça de quem não tem cabeça.
Esta é uma profissão dura, exigente e de enorme entrega. Como se não bastasse o clima de guerrilha a que estão sujeitos enquanto exercem o seu trabalho, tudo o que não se vê, tudo o que não se ouve, tudo o que não se conhece requer, de facto, muito trabalho e sacrifício. Muita paixão. Muito amor à camisola.
Se por acaso duvidam, se acham que esta é apenas mais uma lenga-lenga corporativista e sem sentido, façam-me um favor: tirem o curso. Tirem o curso de árbitro, peguem no apito e dirijam uns jogos de miúdos. Verão que é uma experiência memorável, sobretudo para quem tem veneno na ponta da língua e covardia no resto do corpo. É... didáctico.
Fica o repto. Ou esse ou então o de se esforçarem por entender que, nos dias que correm, é absurdo pensar que alguém entra em campo com a intenção de prejudicar uns ou beneficiar outros.
Os árbitros fazem sempre, sempre o melhor que podem e sabem. Ainda que não sejam perfeitos. Ainda que não sejam infalíveis. Tal como os meus amigos, nas vossas vidas, nos vossos trabalhos, nas vossas escolhas... certo?"

“Trancava-me dias no quarto, fingia que ia treinar para os filhos não perguntarem porque não estava na TV, ainda tomo antidepressivos”

"Emmanuel Eboue, ex-internacional da Costa do Marfim e ex-jogador do Arsenal, é o último desportista a confessar lutar contra a depressão que o levou a questionar várias vezes o sentido da vida

A depressão é uma doença com a qual cada vez mais desportistas revelam já ter tido um encontro. E nunca deixa boas memórias. Em entrevista à televisão francesa, Emmanuel Eboue, ex-internacional da Costa do Marfim e ex-jogador do Arsenal, foi o último a confessar os efeitos nefastos da doença. 
Segundo Eboue, 36 anos, a sua depressão despontou quando, em 2016, foi banido dos relvados por um ano pela FIFA, por se recusar a pagar um valor que devia a um ex-agente. Como consequência de não poder jogar, o jogador foi dispensado pelo Sunderland.
Sem clube, com as finanças tremidas, pois tinha acabado de se divorciar, Eboue caiu numa espiral negra e sofreu mesmo de pensamentos suicidas. “Às vezes, trancava-me no meu quarto por três ou quatro dias. Perguntava-me: ‘O que resta?’”, contou.
“Ainda hoje tomo antidepressivos para me ajudar por ainda tenho um longo caminho pela frente. Mas aqui estou, na esperança que outros possam aprender alguma coisa da minha experiência”, revelou o jogador.
A doença mental acabou por afastar Eboue dos relvados definitivamente. “Estar fora do futebol durante um ano partiu-me o coração”, contou.
Para piorar, o ex-jogador do Arsenal estava tão envergonhado da sua situação e momento que atravessava, que começou mesmo a mentir aos filhos. Saía de casa durante o dia e dizia que ia treinar. “Os meus filhos perguntavam-me sempre quando é que ia regressar aos relvados, por isso quando saía de casa de manhã fingia que ia trabalhar”, disse.
“Sem os meus filhos saberem, eu andava pela rua e regressava a casa quando eles já estavam na cama. Não queria que me perguntassem porque é que não me viam na televisão”, explicou."

A sociologia do Desporto

"As ciências sociais e humanas são um conjunto de disciplinas, diversas e heterogéneas, que têm por objecto de estudo diversos aspectos da realidade humana: sociologia, economia, antropologia, psicologia, história, arqueologia, geografia, demografia, ciências políticas, linguística, etc. As ciências humanas e sociais, que se colocam em oposição às ciências ditas “exactas” (por vezes, ciências “duras”), devido ao seu estatuto epistemológico específico, procuram estudar as culturas humanas, a sua história, as suas realizações, os seus modos de vida e os seus comportamentos individuais e sociais. A sociologia pode-se definir, resumidamente, como o estudo científico dos comportamentos, das acções e das práticas das pessoas no seio das organizações ou das estruturas sociais: família, escola, empresas, etc.
A sociologia do desporto interessa-se pelo funcionamento da realidade desportiva. Ela procura analisar as relações existentes entre o desporto ou a forma genérica das actividades físicas e desportivas da sociedade. O seu objecto de estudo abrange uma realidade complexa, pois o desporto compõe-se de um amplo “mosaico” de actividades, de funções, de espaços, de empregos, entre outros.
A sociologia do desporto visa descrever o desporto enquanto fato social, a explicar a realidade desportiva composta de acções, de práticas e de comportamentos e compreender as interacções que se estabelecem entre esta pluralidade desportiva e as organizações ou estruturas sociais.
Há muito tempo que as ciências sociais e humanas são reconhecidas como disciplinas científicas. A sociologia do desporto, considerada como sendo uma área de conhecimento de maior relevância e interesse, pelo seu lento despertar, estará ainda à procura do seu próprio terreno, das teorias e de paradigmas. Isso nada espanta, na medida em que a “sociologia parece caracterizar-se por uma constante e incessante pesquisa dela própria” (Aron, 1967, apud Boaventura, 2002, p. 159).
Para Haumont, Levet e Raymond (1987), a sociologia do desporto contempla três fases. A primeira de 1950-1964 é marcada pelo aparecimento de obras, versando sobre o tema do desporto. A segunda fase de 1964/65-1972 diz respeito à institucionalização da disciplina, nomeadamente com a criação do Conselho Internacional do Desporto e Educação Física (ICSPE) e do “International Council for Sociology of Sport” (ICSS), que veio a integrar-se na Associação Internacional de Sociologia (AIS). A terceira fase, que se estende até à actualidade, é caracterizada pela diversificação de grupos de trabalho, investigações e publicações. Segundo os autores, apesar dos progressos, a “maturidade disciplinar” ainda foi verdadeiramente atingida."

O efeito Ronaldo - Qual é realmente?

"Vi o jogo de Portugal – Holanda, na Praça da Liberdade, na cidade do Porto, entre milhares de Portugueses que ali, como em outra tantas cidades, vilas e freguesias, espalhadas pelo mundo e como no estádio, apoiaram, vibraram e celebraram mais uma grande conquista.
Cristiano Ronaldo joga muito “à bola”, marca muitos golos, enche estádios, “dispara” as audiências, ganhou e continua a ganhar muitos Campeonatos e Taças, como a de ontem, tem milhões de seguidores nas redes sociais, é notícia sistematicamente nos jornais e televisões, foi e é o melhor do mundo do Futebol.
Tudo isto é fantástico, mas será este verdadeiramente o seu impacto. Qual é realmente o efeito Cristiano Ronaldo

Deseja ir ao Fundo da Questão? Qual poderá se realmente a razão do efeito Cristiano Ronaldo?
Certo dia, na ilha da Madeira, uns amigos contaram-me que saltava as vedações do campo, durante a noite para treinar. Mais tarde e ainda uma criança, deixou o conforto do seu lar e, para continuar a evoluir, rumou à Academia do Sporting. Ou seja, o então menino Ronaldo tinha um sonho, mas para além de sonhar, acreditava que era possível e fazia algo para o tornar realidade.
No famoso jogo Sporting C.P. vs. Manchester United, embora jovem, foi arrojado, corajoso e “foi para cima” das estrelas. A exibição foi marcante ao ponto dos próprios jogadores do United pedirem a sua contratação, na viagem de avião de regresso, ao famoso Treinador Alex Ferguson. O jovem Ronaldo demonstrou coragem, atrevimento e iniciativa, que permitiram transformar o sonho, o treino, a preparação e a crença numa enorme transferência. Já em Manchester, depois de assinar um bom contrato, podia se dar por satisfeito. Contudo, pelo que sei, não foi isso que aconteceu. Contratou uma série de especialistas, para cuidarem dos pequenos grandes detalhes, para continuar a evoluir. Poderia Ronaldo relaxar? Podia. Foi isso que aconteceu? Não. Investiu atenção e esforço em tudo o que o podia tornar ainda melhor e também por isso, continuou a crescer.
Podemos pensar que toda esta jornada foi “um mar de rosas”. Terá sido? Qual foi a atitude de Ronaldo perante as várias comparações, as críticas, os seus erros – também os tem e ainda bem, faz parte da natureza humana. A mesma que evidenciou durante a final do jogo de ontem ou na final do Europeu. Recordo Cristiano no chão, a borboleta, a substituição, mas também a sua contribuição na linha lateral, juntamente com o timoneiro Fernando Santos. Na manhã que antecedeu a reviravolta do jogo com o Atlético, Ronaldo disse na TV que iam passar a eliminatória. Era fácil? Não. Possível? Sim. Qual foi o seu foco? Na possibilidade, na esperança. Ontem, quando fazia um remate e a bola não entrava, surgiram grandes planos de Ronaldo no ecrã gigante da Praça da Liberdade. Qual foi a expressão? Um sorriso. Que lição de humanidade estava por trás daquele sorriso? Termos uma atitude positiva perante os percalços.
Terminado o jogo, fui comer e regressei ao palco da Praça, para receber e homenagear os conquistadores. A determinada altura, já com a equipa na varanda da Câmara Municipal do Porto, Ronaldo passou a palavra a um dos jogadores e, ao fazê-lo, disse “o homem do jogo” e o Gonçalo Guedes falou. A mensagem que retenho é que Ronaldo impressiona os outros, pela sua dedicação e esforço, nos treinos. O que é que isto pode representar? Que mesmo os melhores têm de se preparar e esforçar, que os melhores dão o exemplo, que os melhores apreciam os outros, que os melhores partilham a Glória, que os melhores conseguem criar um ambiente positivo e com isso tornarem tudo melhor.

Admira Cristiano Ronaldo?
Se admira Cristiano Ronaldo, então poderei ter uma boa notícia, a do seu “verdadeiro” efeito. 
Quando olhamos ao espelho, o que vemos? Agora imagine que olhava para o espelho e o espelho reflectia o Cristiano Ronaldo.
Admirámos as pessoas que reflectem o que admirámos em nós. Por isso, ao reflectirem o que gostámos em nós, essas pessoas recordam-nos o que temos de positivo, de bom. Essas pessoas “oferecem-nos” um espelho e ao ver o que admirámos em nós através desse espelho, ligamo-nos ao nosso melhor. Ao vê-los é como se estivéssemos a ver o nosso melhor num espelho.
Por isso, ao sonhar, ao acreditar, ao estar atento a todos os detalhes para tornar possível o que deseja, ao esforçar-se para fazer acontecer o que sonha, ao atrever-se e ter iniciativa, ao ter um atitude positiva perante os percalços e ao criar uma ambiente positivo, que trona todos melhor, o verdadeiro efeito dos “Cristianos Ronaldos” poderá ser relembrar-nos que temos tudo isso, é ligar-nos com o nosso melhor.
Como poderá ser o futuro se todos - pais, professores, treinadores, líderes ou jovens e adultos, das diferentes profissões - nos ligarmos ao nosso melhor, em tudo o que fazemos?
Parabéns Portugal."

João "Betinho" Gomes: uma grande referência que todos deviam conhecer

"Extremo disse na última semana adeus à Selecção Nacional

João "Betinho" Gomes anunciou a sua retirada da Selecção Nacional de basquetebol. Aos 34 anos, a gestão da sua carreira desportiva aconselha-o a abdicar da equipa das quinas numa lógica de economia de esforço que lhe permitirá jogar mais umas épocas ao alto nível e com qualidade. A verdade é que nas últimas convocatórias a sua participação já não havia sido regular, tendo em conta as lesões que o foram apoquentando.
João Roberto Correia Gomes, nascido na ilha do Fogo, em Cabo Verde, e cujo pai era conhecido por "Beto" e daí ele ter ficado para sempre, e orgulhosamente, como o "Betinho", começou a jogar no nosso país em 2002, no FC Barreirense. Em termos de clubes, a sua trajectória incluiu Benfica, Breogán e Andorra (Espanha), e ainda Trento (Itália), clube que ajudou a terminar em 5º lugar a Lega Basket Série A na época corrente. O ano de 2007 foi muito importante para o "Betinho". Primeiro, foi convidado para o Eurocamp de Treviso onde chamou a atenção de algumas equipas da NBA e esteve às portas de ser uma escolha do Draft desse ano. Tal não veio a acontecer, por muito pouco, mas nunca deixou que isso lhe subisse à cabeça e apresentou-se nesse verão pronto para discutir a vaga de naturalizado com o Carlos Andrade na selecção que, pela primeira vez na história, tinha conseguido o apuramento para uma fase final.
Eu, que tive o privilégio de assistir a essa "luta" pela vaga de naturalizado, considero-a, simultaneamente, dos momentos mais belos e mais injustos que alguma vez vivi na modalidade. Belo, pela forma como o "Betinho" e o "Carlão" trabalhavam, se entregavam, se ajudavam, verdadeiros irmãos que constituíram um exemplo para todos. Injusto porque o Carlos devia ser considerado pela FIBA português tal como a sua irmã e, pese embora todos os esforços realizados, esse "erro" só foi corrigido anos mais tarde. No momento da decisão pesou uma lesão contraída pelo Carlos no último estágio que acabou por dar a oportunidade ao "Betinho" de fazer parte de um momento histórico para o nosso basquetebol.
Dessa geração de ouro, tão bem liderada pelo major Valentyn Melnychuck, entretanto já se retiraram o Miguel Minhava, o Sérgio Ramos, o Paulo Cunha, o Francisco Jordão, o Filipe da Silva, o Jorge Coelho, o Paulo Simão, o Élvis Évora, o Miguel Miranda e o João Santos. O Mário Fernandes ainda joga na Liga embora já não faça parte dos planos do seleccionador nacional Mário Gomes. E o miúdo da altura - o "Betinho" - era até agora o último representante desse tão inesperado quanto brilhante 9º lugar em Espanha.
Ainda assim, mesmo para muita gente que acompanha o basquetebol, o "Betinho" é um ilustre desconhecido. Não só porque porque tem estado emigrado nos últimos anos mas, principalmente, porque não se cultivam referências por cá. É que a generalidade das pessoas não gostam de desporto, nem da modalidade basquetebol. As pessoas gostam apenas do seu clube. E ponto. Haverá melhor exemplo que o da Ticha Penicheiro que entrou este fim de semana, quase incógnita, para o Women"s Basketball Hall of Fame? Ah pois é... não é do Benfica, nem do FC Porto, nem do Sporting..."

Sentença...

"Após a condenação e o pagamento no valor de 2 milhões de euros do FC Porto, FC Porto SAD, Porto Media e Francisco J. Marques pelo Tribunal da Comarca do Porto devido à divulgação dos e-mails do Sport Lisboa e Benfica, ficámos a saber alguns factos interessantes.
Ficou-se a saber que a Justiça Portuguesa considera que:
- Os jornalistas inquiridos, inteiramente credíveis para o Tribunal, revelam que os seus critérios de interesse público são bem mais rigorosos que os do Futebol Clube do Porto e assumem uma motivação bem diferente.
Ou seja o que para uns é jornalismo, para outros é lógica concorrencial.
- Diogo Faria é identificado como alguém cuja isenção e descomprometimento com o objecto da causa é escasso.
Ou seja, aos olhos do Tribunal, Diogo Faria não é imparcial, neutro nem isento.
- Os e-mails foram deliberadamente truncados. Fizeram construções, extrapolações e nalguns casos "truncagens" que transcendem o teor literal desses elementos.
Ou seja, a verdade não foi contada pelo Futebol Clube do Porto e o seu rebanho. A verdade revela-se, aliás, bem incompleta, de modo a fazer chegar ao público apenas o que querem.
- Apesar do Futebol Clube do Porto e do seu rebanho pretenderem demonstrar que os e-mails demonstram de forma evidente e sem qualquer dúvida a prática de vários crimes, o Tribunal concluiu que estes não podem demonstrar o cometimento de qualquer crime. Até porque um meio de prova isolado e nalguns casos com palavras ambíguas e polissémicas, não é suficiente para uma condenação penal e civil.
Ou seja, ainda não foi provado que o Sport Lisboa e Benfica cometeu quaisquer crimes, mas a trupe do Calor da Noite continua a insistir na debanda.
- A maior parte do conteúdo dos e-mails é interpretado de forma distinta.
Ou seja, não são um meio claro, inequívoco dando lugar a diferentes interpretações.
E é esta a jogada do Futebol Clube do Porto e dos seus acólitos. Uma jogada fomentada no desespero total e baseada em mentiras, deturpações e desinformação. O motivo é claro: apontar o dedo para o telhado dos outros enquanto a própria casa está a arder.
Nós sabemos bem aquilo que se passa dentro dos pilares do Futebol Clube do Porto e, apesar da nossa equipa ter andado menos participativa (também merecemos férias), prometemos e garantimos que em breve voltaremos ao trabalho e continuaremos a expor um por um dos verdadeiros bandidos que controlam o desporto português.
Para finalizar, queremos dar os parabéns à Selecção Nacional por mais um título ganho e agradecer à claque ilegal da Selecção Nacional pelo excelente apoio que têm dado à nossa Selecção desde o Euro 2016. Muito bem Fernando Gomes ao disponibilizar apoio aos elementos dos Super Dragões e da Juventude Leonina de forma a criarem a claque ilegal da Selecção Nacional."


"Benfica multado em mais de 61.000€"

"O Senhor Meirim continua a sua perseguição ao SL Benfica. Desta feita, é uma multa de valores astronómicas por declarações proferidas na publicação digital News em que se constata e denuncia erros de arbitragem favoráveis ao #portoaocolo.
Punição com base no artigo 112.º do Regulamento Disciplinar da LPFP, que refere "lesão da honra e reputação dos órgãos da estrutura desportiva e dos seus membros”
O que pretende o CD? Que o SL Benfica fique calado perante os sucessivos roubos em beneficio do FC Porto? Trata-se de uma mera manobra provocatória e de intimidação? Alertar para erros de arbitragem - nalguns casos reconhecidos pelo próprio Conselho Arbitragem - é lesar honra e reputação?
E mais importante, porque razão todo o tipo de comunicações por parte do porta-voz do crime organizado não origina nenhum processo? Tem carta branca para criticas à arbitragem e perpetuar todo o tipo de calunias e insinuações no seu programa semanal? Ai sim, são cometidos ataques de honra e reputação a diversos agentes e competidores.
E até quando vai continuar a fingir que a tarja insultuosa da claque legalizada Super Dragões, que até já mereceu abertura de inquérito pelo MP, não existe? 
Sr Meirim, um fantoche da Torre das Antas.
Uma vergonha!"

Futebóis

"Se há uma fronteira difícil de cruzar essa é aquela que divide o futebol de Portugal e do Brasil, no sentido de quem vai daqui para lá. Que me recorde, nunca um jogador português, com o mínimo de nomeada, conseguiu vingar no futebol brasileiro.

Por lá andaram, sem uma notoriedade por aí além, o histórico Rogério "Pipi" e Fernando Peres, tal como Paulo Madeira e Jacinto João, entre muito poucos outros. Do mesmo modo, não me consta que tenha tido algum dia um sucesso marcante qualquer treinador ido de Portugal. Paulo Bento e dois outros colegas são disso a evidente prova. Jorge Jesus, ao assumir agora a sua aposta no Flamengo, corre assim um elevado risco.
Pode dizer-se que, até hoje, o Brasil não levou muito a sério o futebol português. Eusébio nunca, por lá, fez a menor sombra a Pelé e Ronaldo tem ali a sua grandeza bastante relativizada, podem crer. Portugal foi subindo no "ranking" da FIFA, mas isso nunca nos fez ascender em proporção na consideração futebolística brasileira. Ser isso justo ou não é completamente indiferente.
Por muitos anos, o Brasil, incontestável potência mundial na matéria, olhou Portugal como um país de segunda linha nesse domínio, lendo os escassos êxitos internacionais dos nossos clubes como fogachos esporádicos, sem sustentação no tempo. O mesmo vale para as selecções. Espanha, Inglaterra, Itália e Alemanha eram e são os seus verdadeiros competidores europeus, da mesma forma que a Argentina o é na vizinhança geográfica. E não me venham falar dos nossos 3-1, em 1966, ou dos 2-0 em Wembley, em 2007. Como embaixador, eu "sofri" 6-2 em Taguatinga, em 2008! No total, são 13 vitórias para o Brasil e quatro para nós. Ponto. E, em futebol, apenas o que é parece.
Para cá, o Brasil exportou desde bastante cedo muitos seus jogadores - excelentes, razoáveis ou medíocres -, os melhores em mero "stop over" para outra Europa. E também uns poucos treinadores com real mérito, de Yustrich a Otto Glória, de Marinho Peres a Scolari. Pode dizer-se que o futebol português deve bastante ao Brasil e que o futebol brasileiro apenas nos deve o acolhimento aqui dado aos seus.
Jorge Jesus, cuja qualidade técnica não está em causa, é um treinador com um perfil que se tem prestado a alguma exploração mediática menos simpática. O Brasil, onde alguma ácida lusofobia teima em persistir em certos meios, é um terreno para fácil exploração dessa sua fragilidade. Assim, estou em crer que ou a sua passagem pelo Flamengo se converte num grande sucesso ou acabará por ser um imenso fracasso, sem nada de permeio."