sábado, 11 de maio de 2019

Raúl marca e o estádio dos Arcos explode de alegria



"Em 2015/16 o Benfica teve que fazer uma 2ª volta épica, muito à semelhança da deste ano, após uma 1ª volta menos positiva. Se Bruno Lage vai com 16 vitórias em 17 jornadas, também em 15/16 o Benfica fez algo de incrível com 20 vitórias nas últimas 21 jornadas. Algumas dessas vitórias foram incrivelmente sofridas e uma delas foi na deslocação a Vila do Conde. Apertados pelo Sporting de Jorge Jesus, a nossa equipa sabia que só podia ganhar: aqui nem o empate servia!
O resto ainda está na memória de todos: Raúl Jiménez marcou a cerca de 20 minutos do fim e o mundo Benfiquista explodiu de alegria. É curioso pensar como no ano seguinte aconteceu quase tudo igual: o Benfica voltou a vencer por 1-0 o Rio Ave, com um golo de Raúl a poucos minutos do fim, em mais um passo fundamental rumo a mais um título."

Nas meias-finais...

Benfica 5 - 0 Eléctrico

Resultado enganador, o 0-0 ao intervalo é a prova das dificuldades... e conseguimos alargar a vantagem, com recuperações 'altas', através da nossa defesa agressiva, porque em ataque organizado, o Eléctrico defendeu muito bem...

Por um lado, foi bom ter um adversário tão competitivo nesta fase, pois deu-nos ritmo competitivo para os próximos compromissos...

Tudo isto sem o Fernandinho, sem o André Coelho e sem o Roncaglio... e diga-se que o André Correia, esteve muito bem hoje! Em Ponte Sor, podia ter feito mais em alguns golos, mas hoje, esteve impecável... transmitindo muita confiança!

Empate...

Benfica B 2 - 2 Guimarães B

Duarte; Ramirez (Pinto, 74'), Kalaica (Zé Gomes, 66'), Nóbrega, Frimpong; Benny, Bernardo (Mendes, 60'), Santos; D. Tavares, Willock; Saponjic

Jogo 'estranho', com um Benfica com um meio-campo demasiado 'macio' e com alguns jogadores já em modo 'férias'!!!

Uma nota para o Guimarães: se jogassem sempre com esta atitude, tenho a certeza que não tinham descido de divisão!

Eliminação...

Sporting 5 - 4 Benfica

Muito frustrante depois de estar a perder 4-1, recuperar para o 4-4 com poucos minutos para terminar o tempo regulamentar, e mesmo assim, ainda perder antes do apito final!

A equipa voltou a demonstrar várias deficiências defensivas, com percas de bola pouco recomendáveis... e ofensivamente, voltámos a apostar em demasia no 'individual'!

Esta poderia ser a Taça que 'safava' a época, mas até a falta de 'vontade' em organizar esta Final-four na Luz, parece demonstrar a falta de confiança na equipa. A época foi mal planeada... culpar o actual treinador, que pegou na equipa a 'meio', é absurdo...

Não pagar as dívidas, e gastar dinheiro a rodos, continua a ser uma 'receita' de sucesso!!!

Inacreditável, mais uma vez, o comportamento dos funcionários da RTP... inacreditável!

Que andarão eles a beber?...

"Há, hoje em dia, um problema sério de gestão no desporto. Pensa-se tanto no valor do dinheiro que se esquecem os valores desportivos

Jurgen Klopp, do alto da sua renovada autoridade, depois de ter embasbacado o mundo com aqueles quatro a zero ao Barcelona e a respectiva qualificação para a final da Champions, ataca a decisão dos «homens» da UEFA que marcaram a final four da Taça das Nações, onde jogará Portugal, a Suíça, a Holanda e a Inglaterra, para poucos dias após a final da Liga dos Campeões. Klopp não foi meigo: «Que será que andam a tomar estes tipos, para tomarem decisões destas?» - perguntava, com toda a ironia do mundo, o mediático treinador alemão.
Se Klopp viesse e trabalhasse em Portugal, coisa que apenas se pode conceber no domínio da mais arrojada ficção, diria o mesmo dos homens que decidiram marcar os jogos destas últimas jornadas do campeonato, desemparelhando o calendário das equipas que dependem uma das outras, dando óbvias vantagens e algumas e evidentes desvantagens e outras.
Há, de resto, no futebol português e no futebol internacional, um problema sério de gestão desportiva. Há quem pense tão exaustivamente no valor absoluto do dinheiro, que se esquece do valor superior do futebol e dos seus principais protagonistas: jogadores e treinadores.
De facto, marcar um campeonato do mundo para o Catar e só depois discutir em que mês do inverno europeu se poderá jogar; marcar uma prova oficial das nações europeias para cinco dias depois da final da mais importante competição europeia de clubes; ou transgredir na equidade de condições das jornadas decisivas de um campeonato, são decisões que ninguém pode sustentar numa base de seriedade e competência.
Há, realmente, um problema complexo do dirigismo desportivo no mundo e não será exclusivo, sequer, do futebol. Daí que, do meu ponto de vista, a única solução viável para estancar a subversão de valores e princípios de natureza desportiva seja o se incluir, a título permanente e com qualidade de veto, comissões técnicas eleitas por treinadores e por atletas profissionais.
Não vejo melhor solução, mesmo num quadro, obviamente desejável, de uma modernização e requalificação dos sistemas reconhecidamente viciosos e viciados, onde continua a assentar a eleição das presidências e de todas as equipas de gestão e administração dos organismos de liderança do desporto de cariz associativa.
Não esqueço que entidades como a FIFA e a UEFA, a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga têm nos seus quadros antigos futebolistas e treinadores. Mas a questão relevante é a de considerar a verdadeira importância do conhecimento e da experiência de quem está no terreno e não tem vínculo contratual, ou outro, com a entidade que lidera, que gere e que decide.
É óbvio que Klopp tem toda a razão na crítica que faz à UEFA. Talvez não se suspeitasse que, este ano, duas equipas inglesas estivessem na final da Champions e que outras duas equipas inglesas estivessem na final da Liga Europa. Mas aconteceu e, agora, teremos, necessariamente, pela frente, um problema que não tem solução. A selecção de Inglaterra, que vai contar com uma parte muito significativa de jogadores finalistas das provas europeias, não tem tempo, nem espaço para preparar a equipa para uma prova rápida, mas exigente.
Penso, sinceramente, que o futebol, em particular, e o desporto, em geral, teriam muito a ganhar se nas diversas federações e associações atletas e treinadores tivessem assento em comissões com voto deliberativo nas questões de natureza técnica, quer seja referentes ao jogo e à sua evolução, quer seja no que respeita aos modelos e regulamentos de competição.

Dentro da Área
O Benfica e a ansiedade
O Benfica e os benfiquistas têm a noção de que todos os jogos são igualmente importantes, como diria Bruno Lage, mas há uns mais iguais do que outros. Este, em Vila do Conde, será desses. Apesar do futebol poder sempre esconder uma caixinha de surpresas, manda dizer a lei das probabilidades que uma vitória benfiquista, no jogo com Rio Ave, deixa a equipa com o passaporte numa mão e o carimbo na outra. A questão é que a responsabilidade é directamente proporcional à ansiedade e inversamente proporcional à experiência.
(...)"

Vítor Serpa, in A Bola

O jogo nas entrelinhas do homem que salvou o mundo

"Quatro equipas inglesas disputam as finais europeias deste ano mas nenhuma é orientada por um técnico britânico.

Futebol. Muito mais do que um jogo. Incontido na sua imensidão, bebe de todas as fontes e alimenta-se insaciavelmente de sabedoria popular. Chega às bancadas e às pessoas que as ocupam, sai às ruas em torno dos estádios, segue pelas estradas que nos afastam do relvado e leva-nos até aos destinos mais remotos onde o jogo nunca sequer se disputou. O futebol chega ao passado e ao futuro, vive na memória e na ambição, perdura no coração daqueles que o vivem de forma desmedida e sem limites. Mas em parte nenhuma se vive ou alguma vez se viverá como em Inglaterra, pátria-mãe do desporto-rei. Porquê? O que tem de especial esse país onde tudo é tão diferente mas onde as regras do jogo são iguais às de qualquer outro local no mundo? Que atmosfera única é aquela que ali se respira? Que ambiente inebriante é aquele que ali se vive? Gerações inteiras que se renovam, estádios míticos que tombam para dar lugar a modernos anfiteatros, jogadores que chegam dos quatro cantos do mundo, mas o futebol inglês continua a ser único e especial. Não se explica. Sente-se.
Este ano, quatro equipas inglesas nas duas finais europeias da temporada. Simbólico. Histórico. Marcante pela ideia de poder absoluto que a Premier League projecta. Significativo na medida em que pode assinalar o momento de uma mudança de paradigma no futebol internacional caso a tendência se mantenha nas próximas épocas, algo que não vejo como muito provável que aconteça. Há uma relação causa e efeito entre os milhares de milhões que os clubes ingleses encaixam em direitos televisivos, e os resultados que estão a alcançar na Europa? Provavelmente sim. Há uma relação causa e efeito entre a dimensão física do futebol inglês nas dinâmicas de espectáculo que mantém jogo após jogo, e os resultados que estão a alcançar na Europa? Provavelmente sim. Há uma relação causa e efeito entre o facto de serem o único dos grandes campeonatos que não adoptaram esta época a palermice do VAR, e os resultados que estão a alcançar na Europa? Muito provavelmente sim. Mas daí até entrarmos em profundas e apocalípticas reflexões acerca de um poderio impossível de travar nos anos vindouros vai uma distância muito grande.
O futebol inglês propriamente dito não é mais poderoso do que os restantes. A prová-lo aí estão os factos: um treinador alemão, um argentino, um espanhol e um italiano no comando dos quatro finalistas das duas competições da UEFA. Dos 16 golos marcados por Liverpool, Tottenham, Arsenal e Chelsea nas respectivas meias-finais, apenas um apontado por um inglês, o de Ruben Loftus-Cheek em Stamford Bridge. De resto, quatro golos gaboneses, três brasileiros e três franceses, dois holandeses e dois belgas, e ainda um espanhol para compor o ramalhete. O futebol sempre foi e continuará a ser um desporto global e globalizante, que concentra na Europa o melhor que o mundo tem para oferecer. Essa realidade não mudou nem vai mudar pelo facto de serem inglesas todas as finalistas internacionais de 2019, até porque apenas uma – o Arsenal frente ao Valência – foi esmagadoramente superior no acesso à sua final. As três restantes tiveram de arrancar as suas vitórias a ferros para chegarem aos jogos decisivos. Os ingleses são mais fortes? Não. Mas têm mais dinheiro. E o dinheiro, quando bem aplicado e sabiamente gerido, significa poder. Poder esse que se torna muito difícil de travar quando cai nas mãos dos melhores. E onde estão os melhores? Naturalmente, onde está o dinheiro... Entendem o dilema?
Mas mais do que no poder e no dinheiro, a verdadeira força do futebol inglês reside na sua mentalidade. Na sua cultura. Na sua forma de encarar o jogo como encaram a vida quando são afrontados. Uma forma de retaliar muito própria e que herdaram de um homem irascível mas genial, brilhante em toda a sua complexidade: Sir Winston Churchill. Impossível não partir em busca do antigo primeiro-ministro britânico ao recordarmos as épicas e históricas vitórias de Liverpool e Tottenham na semana passada. «Que tipo de gente é que eles pensam que somos? Será possível que não entendam que jamais desistiremos de perseverar contra eles até que aprendam uma lição que eles e o mundo jamais esquecerão?». Deixemos de lado o belicismo que marcava o período em que as suas palavras foram proferidas e estas poderiam ser, por si só, verdadeiras palestras de motivação em qualquer balneário de qualquer meia-final da Champions League. Lembram-se da t-shirt que Salah usou na bancada? Para Churchill só um ‘never’ não chegava: «Never, never, never give up!», afirmou num discurso em 1941, apenas um dos muitos que ficaram para sempre marcados no ADN dos ingleses. «A coragem é justamente reconhecida como a primeira das qualidades humanas, porque é a qualidade que garante todas as outras!», palavras que se tornaram filosofias de vida e que forjaram toda uma nação futebolística na sua verdadeira essência. «Atitude é uma pequena coisa que faz uma grande diferença... O sucesso não é final, o fracasso não é fatal: o que conta é a coragem para continuar!», eis a matéria de que é feito o futebol inglês, vivido à imagem e semelhança do homem que liderou a Grã-Bretanha – e a Europa, e o mundo – no mais negro período da história da humanidade. E só aqui entre nós, mesmo que Churchill ande às voltas no seu túmulo, nem o facto de o extraordinário Jürgen Klopp ser alemão faz qualquer diferença. Porque o futebol, sendo muito mais do que um jogo, será sempre, apenas e só, um jogo..."

O Maravilhoso Ajax de Ten Hag

"Ouvimos vezes sem conta que no futebol o que é realmente importante é o resultado. O que interessa é ganhar! Se jogas um futebol de sonho e no fim não ganhas, então estás mal. Mas se não jogas um chavelho e mesmo assim consegues ganhar, tudo está bem quando acaba bem. Este tipo de raciocínio pode fazer sentido para o típico adepto de clube, cujo único anseio é ver o seu emblema triunfar seja lá como for. No entanto, para quem gosta de desfrutar do jogo e apreciar a qualidade do futebol bem jogado, muitas vezes o resultado é o menos importante.
Vem isto a propósito das épicas meias-finais da Liga dos Campeões a que assistimos esta semana. Vou-me focar no Ajax. Não vai levantar a 'Orelhuda' com toda a certeza. Mas foi a equipa mais apaixonante da competição e conquistou, pela forma poética como jogou, um lugar destacado na nossa memória e no nosso coração. E também, porque não dizê-lo, pelo modo cruel, quase desumano, como foi eliminado pelo Tottenham quando já só se aguardava pelo último apito do árbitro. O Ajax foi, aos meus olhos, a melhor equipa, o melhor colectivo, da edição da Champions League 2018-19. Porque jogou da forma que eu idealizo e que me faz vibrar. Há mil e uma formas de abordar um jogo de futebol, mas permitam-me dizer que num relvado não há nada mais belo que um futebol de posse, de construção apoiada desde trás, de ligações e triangulações curtas, de busca de soluções através da inteligência e criatividade, de domínio sobre o adversário, de respeito pela bola. Acredito que só um futebol deste tipo traz o verdadeiro prazer aos jogadores que o praticam, assim como aos apaixonados que o contemplam.
Observar este Ajax de Erik ten Hag, discípulo de Pep Guardiola, jogar, é uma benção dos céus! E já está na História, mesmo sem ganhar nada. De repente, revivemos bons velhos tempos em que aquela camisola vermelha e branca era sinal de poderio. Provavelmente nem a liga holandesa vai conquistar. E, no entanto, só o facto de reencarnar o 'Futebol Total' do velho Ajax de 70, de Rinus Michels e Johan Cruyff ou de me fazer recordar o grande Ajax de 90, de Louis Van Gaal, dos irmãos De Boer, de Overmars, Kluivert, Litmanen, Davids, Finidi ou Seedorf, já conquistou a minha admiração e fez valer a pena.
Liverpool ou Tottenham, um deles vai levantar o caneco a 1 de Junho no Wanda Matropolitano. Mas para mim, peço perdão, o grande "vencedor" da Champions 18/19 é o Ajax! Sem dispor de super-estrelas mundiais (De Ligt ou De Jong são soberbos mas ainda jovens em evolução) ou sem ter a capacidade financeira de outros, conseguiu formar um colectivo de excelência, onde a equipa é a verdadeira estrela e os processos de jogo estão assimilados por todos quase na perfeição. Crédito total para Erik ten Hag que, fruto de uma ideia de jogo sedutora e de grande competência para a operacionalizar, conseguiu montar um sonho de equipa e pô-la a praticar uma maravilha de futebol! E faltou tão pouco para a tão desejada final...
O hat-trick de Lucas Moura, concluído miraculosamente ao minuto 90+6, colocou um ponto final numa caminhada verdadeiramente admirável. Na fase de grupos, o Ajax deixou o Benfica pelo caminho e fez companhia ao Bayern München na passagem à fase a eliminar. Nos oitavos-de-final, perdeu 2-1 em casa diante do Real Madrid e foi à capital espanhola triunfar por 4-1, numa exibição assombrosa! Nos quartos-de-final, foi a Turim arrumar a Juventus de Cristiano Ronaldo, ganhando por 2-1 em mais uma demonstração de categoria impagável, depois de ter empatado em casa. E nas meias-finais, foi a Londres vencer o Tottenham por 1-0 e em casa chegou ao 2-0, após uma primeira parte de luxo. Com uma vantagem de 3-0 ao intervalo da segunda mão, quem é que esperava aquele apagão na segunda parte?
O futebol precisava deste título europeu do Ajax! Num tempo onde equipas como o Paris SG, o Manchester City ou o Real Madrid gastam este mundo e o outro para contratar por catálogo quem bem lhes apetece, um título para os homens de Amesterdão seria uma autêntica pedrada no charco. E pensando bem, foi-o de igual forma. Afinal, a capacidade financeira não é tudo. Afinal, é possível competir com muito menos recursos mas com muito mais visão estratégica e muito mais qualidade do projecto futebolístico a longo prazo. Afinal, a excelência de um colectivo e de uma ideia, pode superar um camião de dinheiro e um conjunto de grandes individualidades.
O central De Ligt (19 anos, capitão de equipa) está destinado a ser o melhor do mundo na posição. E o médio De Jong, já contratado pelo Barcelona, é um portento de qualidade técnica, tomada de decisão e compreensão do jogo. São os dois melhores jogadores de uma equipa com outros bons intérpretes, como Tadic, Ziyech, David Neres, Tagliafico, Blind, Schone ou Van de Beek, mas longe de serem vedetas de primeira linha como existem nos grandes colossos europeus. Até por isto este trajecto singular merece fazer escola por esse mundo fora. É possível competir com menos recursos mas com maior competência... Obrigado Ajax! Já ganhaste!"

Entenda o “galáctico” Chiquinho


"Na realidade Liga NOS, fora dos clubes grandes há um jogador que se tem exibido a um nível galáctico porque demonstra uma competência extrema no que mais importa:
– Habilidade Motora
– Gesto Técnico
– Tomada de Decisão e Criatividade
Perceba como o seu lado cognitivo o ajuda a criar condições para a sua equipa vencer, e como a habilidade motora e qualidade do gesto lhe permitem ser um jogador verdadeiramente diferenciado."

As lágrimas de André Almeida

"André Almeida joga à Benfica como nenhum e merece tudo aquilo que a braçadeira de capitão representa

O jogo contra o Portimonense era, como ficou demonstrado, dos mais difíceis que tínhamos pela frente. O facto de haver muito Portomão nesta ligação, o facto de ter sido a última derrota do Benfica (motivou a mudança de treinador) e a qualidade do adversário quando joga assim motivado e concentrado eram ingredientes bastantes para a dificuldade elevada. Se a isso somarmos alguma inexperiência de vários jogadores do Benfica (pela primeira vez nestas andanças) e uma ansiedade de chegar ao objectivo, então temos o caldo de cultura vivido sábado na Luz. Quem olhar para os 5-1, não vê as muitas dificuldades por que passou o Benfica.
Em certo sentido fomos até beneficiados pelo excesso de vontade dos algarvios que tirou clarividência aos seus finalizadores. Na crítica ao jogo faltou um merecido elogio ao nosso capitão André Almeida, mesmo quando os outros tremeram o capitão empurrou, mesmo nos minutos mais difíceis André Almeida foi o exemplo de entrega e vontade. Dentro daquele rectângulo foi um farol, um líder a defender, a atacar e a dobrar os colegas. Pode não ter a magia de Jonas, a criatividade de Félix ou a qualidade de passe do Pizzi, mas André Almeida joga à Benfica como nenhum e merece tudo aquilo que aquela braçadeira representa. Porque não há campeões sem jogadores com alma e porque também é com alma que lá se chega o meu elogio ao jogo do André até porque também foram nossas as lágrimas que lhe caíram no fim.
Ganhámos por números óptimos e somámos com uma vitória fantástica, reduzindo para 180 intermináveis minutos o nosso caderno de encargos. Vamos a Vila do Conde como queríamos, a depender de nós, das nossas capacidades e do nosso valor. Estamos a quatro golos dos 100, a quatro pontos do sonho. Tão perto e tão longe.
Esta semana voltou a demonstrar-se que quem acredita está mais perto de conseguir. Em Anfield acredita-se de uma forma única. O Barcelona de Messi foi para onde merecia e o Liverpool de Klopp (mesmo sem Salah, Firmino e Keita) vai para Madrid, onde está com inteira justiça.
Ver a Liga dos Campeões, a Liga Europa e achar que se discute o Brexit faz-me lembrar aquela velha manchete inglesa do pós-guerra. «Mau tempo no canal o continente está isolado.»"

Sílvio Cervan, in A Bola

Início dos Play-off's com vitória...

Benfica 92 - 63 CAB Madeira
20-19, 19-14, 25-14, 28-16

Sem o Gladness e com o Micah a fazer 4 pontos, valeram os Triplos...
Domingo temos o 2.º jogo...

Elogio a André Almeida

"Como e dos 'livros esquecidos' de Zafón, no Benfica parece existir um cemitério das assistências esquecidas. No universo benfiquista, por mais honrarias e glória atribuídas aos vários protagonistas, há um raramente referido pelas suas valorosas contribuições: André Almeida. No passado sábado, frente ao Portimonense, o nosso lateral-direito somou mais duas assistências para golo, ambas em bola corrida. De acordo com o site Transfermarkt, já são 12 da sua responsabilidade nesta temporada considerando somente a Liga NOS, o que equivale a 12,5% dos golos marcados pela equipa (12,8% excluindo 2 golos da autoria de André Almeida; 13,6% se ainda retirarmos as 6 grandes penalidades). Por exemplo, o muito merecidamente aclamado  Grimaldo leva 10 assistências para golo no presente campeonato. E o indiscutivelmente fantástico Nélson Semedo, sempre enormemente elogiado pela sua capacidade ofensiva, ficou-se pelas 8 em 16/17, a sua melhor temporada ao serviço do Benfica.
André Almeida, com 248 jogos oficiais de águia ao peito, até poderá nem ser um grande 'jogador da bola', mas é um excelente futebolista. Além do mais, todos os sinais manifestam-se no sentido de ter capacidade de liderança, o que é indispensável a um pequeno conjunto de atletas em cada plantel goleador, como têm sido os do Benfica nas últimas temporadas e se deseja na presente época. Faltam duas finais, e, se correrem de feição, André Almeida, assim como Salvio, Jardel e Fejsa, será campeão pela quinta vez ao serviço do Benfica. Não é para todos (serão apenas 41)!"

João Tomaz, in O Benfica

Todos contam sempre, mas domingo ainda mais

"O Benfica fez-se grande ao longo do tempo, no entanto é preciso saber parar. Não me refiro ao número de títulos ou adeptos, estou a falar do respeito para com os adversários. Casillas é um dos guarda-redes mais emblemáticos da história do futebol, contudo a homenagem prestada pelo Benfica no jogo com o Portimonense foi exagerada: o comunicado assinado por Luís Filipe Vieira tinha sido suficiente, não era necessário a equipa massacrar o miocárdio dos adeptos em jeito de homenagem ao guardião espanhol. Só eu tive de ser assistido por cinco vezes depois do golo dos algarvios, mas felizmente o Rafa, o Seferovic e o Jonas conseguiram reanimar-me e nem precisaram de usar desfibrilador.
O Benfica está a quatro pontos de fuzilar o fígado do meu pai. Se forem seis, talvez até eu consiga sobreviver para a festa. Bem sei que a reconquista parece estar perto, sobretudo por ter estado tão distante, mas ainda faltam 180 minutos de dificuldade extrema. Não me recordo de uma única vit´ria tranquila do Benfica em Vila do Conde. Nos últimos 20 anos, apenas por três vezes vencemos por mais de um golo de diferença no Estádio dos Arcos, e num deles o quarteto defensivo era composto por Ronaldo, Tahar, Paulo Madeira e Scott Minto.
Domingo tem de ser à Benfica. O Vlachodimos jogo ao lado de vários miúdos, mas já tem idade para sair: Ody, sem medos! Precisamos da serenidade do Ferro e da liderança do Rúben. Da lucidez do Almeidinhos e da astúcia do Grimaldo. Da finura do Florentino e da força do Samaris. Da criatividade do Pizzi e da agilidade do Rafa. Da arte do Félix e da destreza do Seferovic. Da magia do Jonas. Da inteligência do mister Lage. Da paixão das bancadas. De ser Benfica.
Todos contam."

Pedro Soares, in O Benfica

Bate, coração

"Nervos e mais nervos. Poderia definir assim as duas mais recentes jornadas do campeonato, nas quais a ameaça de uma dramática derrota chegou a pairar no ar. Quer em Braga, quer ante o Portimonense, os encarnados sofreram a bom sofrer, mas souberam reagir como se impunha. Agora faltam apenas duas finais. Agora faltam, ainda, duas finais.
O Benfica tem uma equipa bastante jovem, onde pontuam vários elementos que estão pela primeira vez nas carreiras diante da possibilidade de conquistar um título profissional. Por exemplo, Odysseas, Rúben Dias, Ferro, Florentino, Gedson ou João Félix nunca foram campeões, nunca discutiram um título. E alguns deles apenas há poucos meses (ou mesmo semanas) sabem o que é jogar perante sessenta mil pessoas, com todo o mediatismo em redor, e com a imperiosa obrigação de vencer.
À medida que o campeonato se aproxima da hora da decisão, é natural que a pressão se faça sentir, e que, em alguns momentos, as pernas possam tremer um pouco. Tem havido situações, e certamente ainda as haverá até final, em que os nossos jogadores precisam de nós. Quando um passe sai torto, quando uma bola é perdida, é aí que teremos de os ajudar com o apoio das bancadas. É aí que fazemos falta. Só assim estaremos a contribuir para o êxito que todos pretendemos.
É preciso dizer também que, aconteça o que acontecer, o treinador Bruno Lage é credor de todos os elogios por um trabalho de recuperação assinalável, e os nossos jovens jogadores -  cujo talento não engana - irão seguramente conquistar muita coisa ao longo das suas vidas desportivas.
Façamos força para que comecem já."

Luís Fialho, in O Benfica

Falta de vergonha

"Há dirigentes desportivos que não têm emenda. O presidente do FC Porto decidiu, pela enésima vez, atacar a arbitragem para justificar os seus inêxitos desportivos. Já todos estamos habituados a esta farsa de alguém que devia ter sido irradiado do dirigismo desportivo há pelo menos 15 anos quando foi apanhado nas práticas mais graves do futebol português e que tanto contribuiu para o descrédito do futebol nacional. Alguém vir justificar os 17 pontos perdidos em sete jogos por causa do desempenho das equipas de arbitragem é ridículo, absurdo e totalmente falso. Pior do que isso! Todos sabemos que o FC Porto tem, neste momento, mais 12 pontos do que devia fruto de erros de arbitragem. Basta recordar o que acontecer no FC Porto - Feirense, no Boavista - FC Porto, no Santa Clara - FC Porto, no FC Porto - Rio Ave, no Aves - FC Porto e ainda no SC Braga - FC Porto. Nestes 6 jogos, o FC Porto beneficiou de erros de arbitragem que lhe permitiram averbar 18 pontos. Ou seja, venceram meia dúzia de jogos quando deviam ter empatado. A principal conclusão é óbvia - o Sport Lisboa e Benfica, não fora tantos erros de arbitragem que beneficiaram o FC Porto, já seria campeão nacional. Vir, na recta final, tentar justificar o fantástico desempenho competitivo do líder da Liga, na 2.ª volta, com erros de arbitragem visa retirar o mérito ao grupo de trabalho competentemente liderado por Bruno Lage.
Neste domingo, teremos mais uma final. Ninguém pode duvidar do profissionalismo, da competência e da bravura dos nossos jogadores. Frente ao temível Rio Ave jogaremos em casa, e os adeptos saberão dar a resposta certa."

Pedro Guerra, in O Benfica

Reforço positvo

"A meio do jogo não se toma banho... A meio do caminho não se descansa e sobretudo não se goza o rendimento do trabalho feito no primeiro tempo. Não é ainda hora de celebrar, mas de construir confiança em cima dos resultados intermédios e projectar mais e melhor para o meio tempo que há de vir. Ou então, de olhar para trás e reconhecer os erros, olhar para a frente e ver o que fazer no tempo que resta e traçar um plano para recuperar e dar a volta ao resultado. Em ambos os casos, ver o que está bem e reforçar, ver o que está mal e corrigir, e em cima disso trabalhar, trabalhar. Nunca desistir, cair e levantar logo a seguir com um único foco e concentração, 'metendo a carne toda no assador' como se diz na gíria futebolística. Para que isso aconteça, é fundamental o reconhecimento do caminho feito e o reforço positivo que ajuda a antecipar o sabor da vitória e a fortalecer a vontade. É assim no futebol e em muitas modalidades, quando o jogo se reparte por mais que um tempo e é preciso saber gerir o esforço e a ambição, puxar pela resiliência e meter mais energia quando tudo nos diz para parar, fazer a vontade sobrepor-se aos limites e aceitar as dificuldades sabendo que, invariavelmente, a vontade e o trabalho vão levar-nos à superação e ao sucesso.
Estas são lições do desporto que os atletas conhecem bem e que os treinadores e as estruturas cultivam garantindo um ambiente motivacional propício à sua performance. Mas não são lições que nasçam connosco e muito menos profundamente adquiridas por adolescentes que procuram afirmar-se no mundo à medida que aprende a conhecê-lo. E o mundo, como sabemos nós que somos mais velhos, está cada vez mais exigente e não perdoa falhas. Por isso é tão importante o papel da educação e das famílias, mas também e de instituições como a escola e os professores. Por isso também, nas situações de maior risco ou dificuldade, é também valiosa a contribuição da sociedade civil e de projectos como o 'Para ti Se não faltares!' da Fundação Benfica, com a capacidade de aportar todo o capital motivacional e poder de comunicação do Benfica e usá~lo para ajudar estes jovens 'atletas da vida' a conquistarem os seus sonhos e a realização plena das suas capacidades."

Jorge Miranda, in O Benfica

Milhões de vezes multiplicado. E avassalador

"Nestas ocasiões decisiva, neste momento crucial, de tudo, do que nós precisamos mais é de absoluta serenidade de espírito. Todas as nossas forças próprias devem ser dirigidas para um soberano controlo nos exercícios de acção e reacção que, a qualquer momento e nas situações mais inesperadas do nosso dia a dia, podemos ser chamados a tomar. De tal forma que, no minuto em que se iniciar o desafio de domingo, em Vila do Conde, essa indizível corrente de energias positivas assim acumuladas na intimidade de cada benfiquista possa chegar, como uma formidável soma de forças mágicas, aos nossos primeiros destinatários: os onze bravos que, revestidos do mais nobre mandato de competências e determinação, têm a elevada missão de nos representar a todos numa circunstância muito especial para o Benfica e porventura ainda mais determinante para as suas próprias carreiras profissionais.
Apesar de todos nos lembrarmos muito bem (e eles próprios mais ainda!) da tranquila afirmação de Bruno Lage, em 3 de Março, a falar no fim de uma inesquecível vitória na cidade do Porto, nunca será demais recordar o que ele então disse, com a maior paz e uma segurança inabalável: 'O que é que muda?!... Está tudo igual! Com a diferença de dois pontos... Isto é jogo a jogo. E nós só podemos jogar um jogo de cada vez'.
Dois meses e oito jornadas depois, a verdade, a única verdade que nos pode interessar - que é ganhar cada jogo qe ainda temos de jogar - permanece inteiramente real e exactamente a mesma que Bruno Lage tão sensatamente expressou naquela altura. A própria situação, que os sortilégios do futebol, entretanto, haviam revertido e voltando a confirmar, hoje, mantém-se exactamente a mesma: 'Está tudo igual!:..'
O que, em todo o caso, é impressionante é o nível a que o universo do Benfica compreendeu, absorveu e assimilou a profunda mensagem do nosso querido treinador: ninguém vê, por aí, sem ser nos estádios em que o Benfica joga, nos convívios, nos empregos, ou mesmo na vida familiar, nenhum benfiquista fora de propósitos. Estamos conscientes das dificuldades; sabemos que qualquer falta de atenção, toda ou a mais breve minudência, podem, de repente, gerar uma solução desfavorável. Mas sentimo-nos confiantes; seguros das nossas próprias capacidades e das inacreditáveis valências que os rapazes, mesmo em ocasiões desfavoráveis, subitamente costumam libertar para resolver um jogo... Isso, essa confiança deles em si mesmos, também nos transformou a nós. E deixa-nos felizes! Hoje, cada benfiquista sente-se infinitamente orgulhoso da nossa equipa de elite. Manter a tensão interior e deixar crescer em nós a expectativa e a ansiedade dos outros, que, afinal, fazem de nós e dos nossos, cada vez e a cada jogo, mais fortes.
Por isso, agora sinto profundamente ser impossível que o fluído daquela serena confiança, que a pouco e pouco, jogo a jogo, nos foi chegando de Bruno Lage e da equipa, não lhes volte agora milhões de vezes multiplicando e avassalador, nos momentos mais importantes de cada jogo decisivo, para que eles continuem a ganhar por nós. Até ao fim."

José Nuno Martins, in O Benfica

De Todos, Um

"A caminhada aproxima-se do fim: depois de todas as ‘finais’ que o Benfica teve de disputar, de forma consecutiva, já só restam duas: Rio Ave e Santa Clara. Um jogo fora, o outro na Luz. São 180 minutos a separar-nos do principal objectivo da temporada e da Reconquista desejada por milhões de adeptos.
Há 6 pontos em disputa e todos sabemos aquilo que será preciso acontecer para que o Benfica mantenha a posição que hoje ocupa. O que nunca faltou, até agora, é aquilo que seguramente também não irá faltar nas duas jornadas que restam: confiança nas qualidades da equipa e o apoio fundamental da ‘maré vermelha’.
A forma como os adeptos do Benfica se foram mobilizando nos últimos tempos – como ainda esta semana se viu na Luz e em Vila do Conde – remete-nos para as eternas palavras de Bélla Guttman. Quando, um dia, lhe perguntaram o que era isso da Mística, o sábio respondeu:
“Chove? Faz frio? Faz calor? Que importa? Nem que o jogo seja no fim do Mundo, entre as neves das serras ou no meio das chamas do inferno. Por terra, por mar ou pelo ar, eles aí vão! Os adeptos do Benfica atrás da equipa. Grande. Incomparável. Extraordinária massa associativa. É esta a mística do Benfica.”
Foi com este mesmo espírito – de devoção e amor ao Clube – que a Fundação Anita Pina Calado nos fez chegar esta semana um vídeo que é tocante e, ao mesmo tempo, inspirador.
A Fundação – na freguesia de Teixoso, na Covilhã – centra a sua actividade no apoio aos mais necessitados, seja através do seu Centro de Dia, seja pelo Apoio Domiciliário ou ainda disponibilizando a sua Cantina Social. O lema é este: “Para nós é fundamental a felicidade dos nossos idosos. Para tal oferecemos um serviço de qualidade, aliado ao carinho e compreensão que pautam a nossa conduta.”
Ora, o vídeo que nos chegou mostra exactamente o quê? Um conjunto de idosos a dançar ao som da ‘Reconquista’, num momento de grande felicidade que reúne afecto, partilha e amor. Neste caso, ao Benfica.
O pedido era simples: os responsáveis pela Fundação gostavam que o filme chegasse ao conhecimento dos jogadores e da equipa técnica. Já chegou! E quem agradece somos nós: muito obrigado.

PS: O apoio que o Benfica precisa em Vila do Conde é, como sempre, indispensável. Contamos no próximo domingo com mais uma fantástica demonstração de força dos nossos adeptos, que estão a ser fundamentais nesta caminhada. Apelamos, apenas, a que se evite o uso de material pirotécnico, para que o nosso Clube não sofra as consequências que possam daí resultar."