sábado, 27 de abril de 2019
O jogo dos jogos
"Sempre que entramos a gerir há sarrabulho. Sempre que entramos a jogar à bola os adversários são atropelados
Bruno Lage sabe pôr a equipa a jogar futebol. Economia e gestão são outros departamentos. Sempre que entramos a gerir ou a economizar há sarrabulho. Sempre que entramos a jogar à bola, a ser Benfica, os adversários saem atropelados. O Benfica sabe é jogar futebol.
Bruno Lage fez uma excelente recuperação, próxima do milagre aos olhos de muitos, mas agora nenhum adepto aceita menos que a concretização deste milagre. São quatro intermináveis jogos e domingo em Braga é o jogo dos jogos.
O Benfica fez uma exibição muito boa frente ao Marítimo, que mesmo organizado nunca mostrou ser capaz de contrariar o rumo definido aos três minutos. 6-0 pode até ser pesado, mas mesmo assim faz do Marítimo a melhor equipa da Madeira este ano na Luz.
A quatro jornadas do fim o Benfica marcou 87 golos e está a caminho de um recorde absoluto de golos. Houve até um merecido castigo para os adeptos encarnados que optaram por sair 10 minutos mais cedo do estádio - não viram três golos. É assim mesmo, na ópera o no ballet também ninguém sai antes do fim.
Marítimo resolvido, mesmo depois de Brexit europeu sem recurso a referendo do VAR, deixou de ser assunto. Agora é Braga o jogo da nossa vida.
Ontem, no Pavilhão João Rocha cheio de adeptos, o Benfica sagrou-se campeão nacional de voleibol frente ao Sporting. Título importante que culmina uma época em que vencemos Supertaça, Taça de Portugal e Campeonato Nacional. Resumindo melhor a época, o Benfica venceu tudo, os adversários todos juntos venceram nada. Mesmo com o primeiro set pouco feliz, o Benfica foi superior ao Sporting no jogo do titulo, como foi sempre durante toda a época (vencemos seis dos sete duelos com o rival).
Com o delicioso comentador da Sporting TV a queixar-se em directo que os atletas do Benfica festejavam os pontos que venciam ou a fazer análises esdrúxulas de decisões, rapidamente corrigidas pela senhora que com ele comentava, foi uma delicia ver o jogo no cómico canal. Enquanto os organizadores colocavam música aos berros, os comentadores do canal desligaram a transmissão, os adeptos leoninos desapareceram e os jogadores leoninos esperaram em campo pela entrega da Taça ao campeão. A ninguém custou mais perder que aos atletas do Sporting, mas foram estes os únicos que dignificaram a camisola e o desporto. Parabéns aos jogadores e técnicos do Benfica pela época, num abraço a José Jardim, responsável do voleibol encarnado."
Sílvio Cervan, in A Bola
Félix e Lage
"Quem acompanha as camadas jovens benfiquistas não se surpreende com as características de João Félix. A inteligência superlativa, a técnica ímpar, a criatividade reservada e poucos, o repentismo fascinante e o faro apuradíssimo pelo golo há muito que estavam identificados. Faltava somente, até para os mais entusiastas pelo seu potencial, aferir se teria capacidade para, num patamar competitivo mais exigente, continuar a demonstrar o seu raro talento.
Rui Vitória não lhe ficou indiferente, cedo apostando nele. No entanto, por convicção ou cedência ao modelo táctico (4-3-3, com extremos abertos), ou ambas, o anterior técnico benfiquista utilizou Félix quase sempre numa das faixas, geralmente a esquerda e sem a firmeza que a capacidade do jogador já merecia (31 jogos possíveis, 14 utilizado, 5 titular, 3 golos, 1 assistência).
A chegada de Bruno Lage revolucionou o futebol benfiquista, e é impossível dissociar essa mudança da aposta convicta em João Félix. A alteração para o 4-4-2 permitiu o regresso de Félix a uma posição central no sector atacante (ou a crença de Lage em Félix permitiu a alteração do modelo táctico), tendo logo bisado no primeiro desafio da era Lage, cuja chegada conferiu ao prodígio do ataque benfiquista o estatuto de titular, o qual actuou em 25 jogos (24 no onze inicial), fazendo 15 golos e 7 assistências, além de se revelar peça fulcral em toda a dinâmica ofensiva da equipa. Só na Alemanha Félix não jogou na posição em que mais se tem notabilizado. Mas se há alguém autorizado a ter tomado essa decisão, é Lage. Não só por ser o treinador, mas por ser aquele que mais acreditou no 'miúdo' e verdadeiramente o lançou."
João Tomaz, in O Benfica
Caro Bruno Lage
"Espero que esteja tudo bem consigo. Comigo está tudo óptimo, em especial graças às alegrias que o Bruno, a sua equipa técnica e os jogadores que convosco trabalham me têm dado. Ainda pensei em fazer uma cartolina e levar para o estádio, mas não tenho grande jeito para colagens, por isso vou aproveitar este espaço no jornal do Glorioso que tenho a honra de preencher quase todas as semanas. Bruno, não lhes ligues, a sério. Nem aos filósofos do futebol e das tácticas, nem aos jornalistas mal-intencionados, nem aos comentadores televisivos que falam de tudo menos de desporto. Não ligue aos ressabiados, aos frustrados e muito menos aos inimigos. Ligue-nos a nós, aos adeptos que acreditam em si e nos seus homens.
A hora da verdade já chegou. Tem acontecido em cada final conquistada neste campeonato onde já ninguém pode esconder a falsidade dos resultados. Olhe para si e para quem tem à sua volta. São vocês os verdadeiros campeões: os que dão espectáculo, que mais golos marcam, que mais gente arrastam, que melhor se portam neste lamaçal em que querem transformar o futebol português.
Neste domingo vamos a Braga. Vamos todos. Vocês no campo, os adeptos nas bancadas, os milhões em casa, pela televisão e agarrados à rádio e à net para saber tudo sobre esta equipa que nos encanta.
Não me interessa quem joga, o Bruno é que sabe. Pode ser um de 18 anos ou um de 30 e tal, português ou sul-americano. Só me interessa a camisola que leva vestida e o símbolo que lá está bordado. Diga-lhes isso, Bruno: nós estamos convosco. Os que interessam estão convosco. Sempre.
Um glorioso abraço!"
Ricardo Santos, in O Benfica
Florentino Sem Stress Luís
"Boa parte do meu percurso escolar decorreu em instituições ligadas à Igreja Católica. Cresci a ouvir falar de Deus, figura omnipresente, mas confesso que sempre me fez imensa confusão compreender como poderia alguém, por mais hábil que fosse, estar em toda a parte em simultâneo. Seria lá isso possível? Como!?
Aprendi o significado do termo, no entanto nunca fiquei totalmente convencido com a hipótese de alguém deter essa inimaginável perícia da omnipresença. Bem, pelo menos até conhecer o Florentino Luís. Só depois de assistir às exibições do Florentino na equipa principal tive a certeza de que as freiras não me andavam a enganar anos a fio: afinal, é mesmo possível alguém aparecer em todo o lado ao mesmo tempo. E esse alguém costuma vestir uma camisola muito bonita com o número 61 nas costas. Durante o jogo com o Marítimo, juro por tudo que vi o Florentino recuperar uma bola junto à área adversária enquanto recebia um passe do Ferro numa saída do Benfica a jogar. Até esfreguei os olhos para perceber se estaria a ver bem, e entretanto o Florentino já tinha coleccionado mais três desarmes e quatro passes certeiros. Há momentos onde nem se dá pela presença dele, mas depressa surge uma perna esticada desde o círculo de meio-campo até à linha lateral a interceptar uma bola, e percebemos que o Cavaleiro Silencioso - tal como Hélder Conduto o baptizou - está mesmo a jogar. No meio deste panorama, o que mais impressiona é a serenidade constante. Eu pareço mais nervoso quando estou deitado no sofá a comer estrelitas do que este puto de 19 anos com a bola nos pés diante de 50 mil pessoas.
O Tino joga com tanto tino, que eu até desatino."
Pedro Soares, in O Benfica
Estranha forma de vida
"Numa altura em que a luta entre Benfica e FC Porto está ao rubro, há algo de extraordinário que não podemos deixar de notar: um terceiro clube, neste caso o Sporting, mesmo fora da corrida há já bastante tempo, parece tão ou mais empenhado na mesma do que os próprios contendores. O objectivo é simples: impedir a todo o custo que o Benfica se sagre campeão.
Não é novidade que para qualquer sportinguista o Benfica é, e sempre será, o alvo a abater - tal como o é para qualquer portista, sendo que entre uns e outros a rivalidade não passa de mero simbolismo, o que também traduz mais uma das inúmeras expressões da nossa grandiosidade.
A ter de escolher Benfica ou FC Porto, em Alvalade jamais se hesitou. Ver o Benfica perder sempre foi o alimento predilecto daquela gente. Havia, porém, algum pudor em admiti-lo.
A turbulenta passagem de Bruno de Carvalho pelo Sporting, que, com três eleições ganhas, significou um certo fugir dos pés de visconde para o chinelo da vulgaridade, elevou essa matriz ideológica à máxima potência. E hoje vemos toda a comunicação do Sporting, sem pruridos nem vergonhas, firmemente empenhada numa guerra que não é deles. Vale pela frontalidade.
Isto nota-se sobremaneira nos debates televisivos a três, que na verdade são debates de dois contra um - algo que deveria merecer alguma reflexão do ponto de vista editorial, num país em que os campeonatos são ganhos quase sempre por apenas duas equipas.
Nós cá estamos. Preparados para tudo. A inveja dos fracos torna-nos mais fortes. E quem em 45 anos conquistou somente 4 títulos não chega sequer para nos fazer cócegas."
Luís Fialho, in O Benfica
Gloriosas
"O artigo desta semana é integralmente dedicado à equipa de futebol feminino do Sport Lisboa e Benfica. A exibição em Braga, no velho Estádio 1.ª de Maio, foi um hino ao futebol. O treinador João Marques e a sua equipa técnica prepararam muito bem este jogo decisivo que nos deu o acesso à final da Taça de Portugal. Estamos no Jamor porque temos um grupo de trabalho formidável, de uma dedicação exemplar e que sente o Manto Sagrado de uma forma notável.
O empenho, a entrega e, sobretudo, a ambição de vencer foram determinantes.
Como em todos os grandes triunfos, o colinho dos adeptos fez a diferença. Emocionei-me ao ver tantos benfiquistas nas bancadas de um estádio onde já fomos felizes.
O SC Braga - SL Benfica foi marcado para as 11h30, uma hora complexa para muita gente, por todas as razões, e por ser numa quadra festiva. Mas os benfiquistas do Norte, do Minho e de Braga não brincam em serviço. Quando está em jogo o Glorioso, eles escolhem sempre o clube do seu coração. Neste jogo, ficou provado que temos a melhor equipa portuguesa, já que batemos, sem apelo nem agravo, o actual líder da I Liga. Todos sabemos que na 1.ª mão, em nossa casa, só não vencemos porque fomos travados por uma arbitragem incompetente e inaceitável. Tiro o chapéu ao Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol por ter tido a sensatez de nomear para este jogo, Sandra Bastos, a melhor árbitra portuguesa, que estará presente no Mundial, em França.
Que a exibição de sábado seja inspiradora para a equipa competentemente liderada por Bruno Lage, que vai jogar a final deste domingo no magnífico Axa."
Pedro Guerra, in O Benfica
Os PTF
"Na gíria da Fundação Benfica existe uma sigla que designa um projecto fantástico.
Essa sigla é PTF e que dizer 'Para Ti Se não faltares!'. Usamo-la sobretudo internamente para a logística e a comunicação interna entre tantas equipas. Mas também serve para designar carinhosamente os jovens que um dia participaram no projecto e que, entretanto, cresceram e são modelos para os outros.
Muitas vezes actuando como voluntários com responsabilidades crescentes na organização dos momentos mais altos do projecto 'Para ti Se não faltares!'.
O torneio de Ponte de Sor, já tradicional a meio do ano lectivo, é um desses momentos que marcam positivamente as memórias de perto de 4000 jovens. A uma organização impecável, que integra com orgulho PTF, técnicos da Fundação Benfica e do município de Ponte de Sor, juntam-se um parque desportivo municipal de excelência e uma imensa alma de todas as equipas.
Só podia correr bem, e corre sempre!
Desta vez, pela mão dos jovens PTF, o cartão branco viu-se acompanhado de um conselho de ética, e o fair play subiu para lá do Evereste.
O torneio, esse, foi competitivo e mostrou futsal de bom nível como de costume. Houve troféus e palmas, golos e festejos, atitudes e reconhecimentos. Houve de tudo, e pelo meio de tudo, talvez acima de tudo, houve PTF!"
Jorge Miranda, in O Benfica
Futebol feminino - novo e competente
"Apesar dos registos que a nossa equipa principal de futebol tem alcançado na segunda fase e, em especial, num momento tão decisivo desta época, a redacção do jornal considerou dever destacar o desempenho da equipa de elite de futebol feminino na presente edição. Também me parece uma decisão muito justa. Justa e oportuna.
Foi no segundo semestre do ano passado que, em resultado de estudos dedicados e competentes, a direcção do Sport Lisboa e Benfica tomara a decisão de empreender a intervenção do Clube nas competições federadas de futebol feminino, nos escalões de seniores, sub-19 e sub-20, além de ter decidido institucionalizar a concomitante actividade de equipas do género feminino nos respectivos escalões principais e de formação, nas cinco mais nobres 'modalidades colectivas de pavilhão' - hóquei em patins, voleibol, andebol, basquetebol e futsal - mantendo também, evidentemente, a presença feminina no atletismo, no judo e no râguebi, assim com em todas as restantes modalidades, escalões e especialidades que já tínhamos em exercício.
No texto que aqui publiquei na derradeira edição do ano do jornal O Benfica, tendo em conta todas essas importantes resoluções dos nossos eleitos, não hesitei em considerar 2018 no Benfica como o decisivo Ano da Mulher.
Dada a natureza e projecção do futebol em Portugal e considerando também o estado de desenvolvimento adquirido no nosso país nas mais recentes duas ou três décadas, por acção de alguns clubes históricos como o Boavista, o União 1.º de Dezembro, ou o Futebol Benfica, entre outros, e nas duas últimas épocas, pelo SC Braga e pelos vizinhos aqui do Campo Grande, era natural que o Benfica não deixasse protelar por mais tempo a sua intervenção no futebol feminino.
No seio da direcção do nosso clube, a tarefa conceptual e as diligências estruturais decorrentes daquela relevante resolução foram cometidas ao vice-presidente Fernando Tavares, que desde cedo apresentou aos seus colegas um modelo em coerência com a política globalmente definida na última década pelo presidente Luís Filipe Vieira, visando a futura autossustentação do projecto.
Nesse sentido, o projecto pressupunha a criação de uma equipa principal desde logo fortalecida por um elenco de grandes jogadas de selecções nacionais portuguesa e estrangeiras, preparada para conquistar, ano a ano, os torneios que disputasse; e que, por outro lado, essa elite de jogadoras viesse a poder contar, em breve, com mais jovens atletas já formadas no seio do nosso Benfica, em dois escalões mais jovens.
Ora, como seria de esperar - em face da brilhante carreira desenvolvida no Campeonato da 2.ª Divisão e da conquista do torneio distrital em sub-17 - o recente apuramento das 'Papolas saltitantes' em Braga, sob as indicações do treinador João Marques, para uma primeira final da Taça de Portugal aponta para o futuro de um grande Benfica em futebol feminino.
Por isso estou seguro de que, perante estes pioneiros e inequívocos sinais de competência num campo com tão indesmentível potencial de incremento, o próprio Sport Lisboa e Benfica não se eximirá a ir ajustando progressiva e devidamente as mais adequadas condições de trabalho e merecidos meios estruturais e logísticos às virtualidades já reveladas pelas meninas do nosso futebol feminino, cuja entrada em cena veio representar um novo patamar de actualização no cumprimento das responsabilidades sociais do Glorioso, no desenvolvimento relacional proposto à mulher benfiquista e também, até, para a afirmação da sociedade desportiva portuguesa."
José Nuno Martins, in O Benfica
Justiça desportiva a passo de caracol
"Está a decorrer, na Cidade do Futebol, o II Simpósio Legal da Aliança das Associações Europeias de Treinadores (AEFCA), que tem a Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANF) como anfitriã.
Embora o tema seja denso, a matéria é de grande relevância para os profissionais do sector, especialmente nestes tempos de globalização. No primeiro painel da sessão, onde participaram Fernando Santos, Carlos Carvalhal e Gianni De Biasi, foram reveladas várias situações de ordem legal que envolveram tão renomados treinadores, que merecem cuidada análise, de olhos postos no que pode ser melhorado em Portugal. Por exemplo, a descrição, por parte de Carlos Carvalhal, de um processo que viveu enquanto treinador do Sheffield Wednesday, mostra como a aplicação da justiça no futebol pode ser realmente célere e eficaz.
O treinador português foi expulso durante um jogo e teve um desentendimento com um steward, o que lhe valeu uma punição, da qual recorreu. Sem entrar em detalhes, aquilo que poderá dizer-se é que o sistema da Football Association conseguiu, em nove dias úteis, proferir a primeira sentença, receber o recurso, criar um tribunal para apreciação do mesmo, ouvir as partes e proferir a decisão final (que acabou por ser favorável a Carlos Carvalhal).
Atrevo-me a dizer que, se o mesmo tivesse acontecido por cá, os passos atrás referidos não teriam demorado nove dias a conhecer trânsito em julgado, mas nove meses...
Não será chegado o momento de se repensar, em Portugal, uma justiça desportiva que se move a passo de caracol?"
José Manuel Delgado, in A Bola
Um problema da sociedade
"O futebol tem uma exposição mediática que permite transformar problemas da sociedade portuguesa em quase exclusivos problemas do futebol. Todos, em primeiro lugar como cidadãos, temos responsabilidades na sociedade e no modelo em que pretendemos viver. A base deste modelo é reflexo da vida familiar e educacional. Quando não damos a importância devida à escola, temos gerações mais débeis e menos preocupadas com os problemas que nos rodeiam. Ao abordarmos questões como o tráfico de seres humanos, o trabalho em condições precárias, a contratação de menores, a violência, etc., estamos a tratar de problemas de todos e não de alguns. São matérias que a todos dizem respeito, do governo ao vulgar dos cidadãos. O crescimento destas autênticas pragas só é possível porque há mercado para o seu desenvolvimento e também pelo deficiente comportamento do regulador. Sem uma atitude de combate efectivo no terreno não se consegue impor a lei. Existe um sentimento de impunidade que, além de revoltante, permite que estas actividades tenham margem de progressão. Esta triste realidade tem tendência a aumentar o seu volume de actividade em situações de debilidade económica das famílias. Com a globalização da economia e o avanço tecnológico temos de enfrentar o nosso problema interno e também o externo. Não se minimize o problema a uma única actividade, por muito mediática que ela seja. Por exemplo, a actividade económica paralela representa uma percentagem importante para o PIB, e claramente não é o desporto, e a sua mais representativa modalidade, o futebol, responsável maior por esta realidade. Tapar o sol com uma peneira não resolve o assunto, apenas deixa mais confortáveis os prevaricadores. Por curiosidade escrevo este texto nesta altura do ano, data que representa um conjunto de valores que têm que ser lembrados, pois andam algo esquecidos. A crise também é de valores."
José Couceiro, in A Bola