sexta-feira, 26 de abril de 2019

All in pour le titre

"Avant d’écrire ce texte , j’ai voulu faire preuve de recul et d’analyse. Les matchs et l’ambiance s’accumulaient sans être des meilleurs, les petites lumières et manque d’attitude de notre public casanier me rendaient nerveux et je ne voulais pas exprimer ce sentiment de rage et d’anxiété.
C’est comme un coup de poker où on est pas loin de gagner le tapis et c’est là que le moment de faire les bons choix est face à vous. Notre nation est à ce jour face au même dilemme... on a fait des choix, on a perdu, on a gagné, on a hésité, on doute et il ne reste plus que le championnat à ramasser. 
Refaisons le film de ces dix derniers jours et des 4 cartes jouées ou « matchs passés ».
Europa ligue home : un match plutôt bien réussi de notre part. On a retrouvé un 11 titulaire dynamique et ouvert au jeu. Beaucoup diront qu’ils étaient 10 en face. Moi je préfère mettre l’accent sur la capacité de Lage à faire tourner l’effectif et motiver ses troupes.
Liga Nos : on continue sur notre lancée et on expédie un Vitoria de Setúbal compliqué avec des joueurs impliqués. Match réussi et démonstrateur de notre collectif offensif très puissant.
La pépite : Joao Félix
Le joueur en forme : Rafa
Le taulier : Samaris
La classe : Ferro
Le régulier : Seferovic
L’homme de l’ombre : Florentino
On sortait de ce mini cycle satisfaits et confiants, la seule tâche au tableau étant notre public à la maison manquant de dynamique et d’attitude. (désolé d’insister mais le club marketing a ses limites). 
Europa Ligue away : ce match piège où l’on décide de ne pas jouer toutes ses cartes et d’attendre pour voir le jeu de son adversaire ... Vraie partie de bluff où celui qui sort vainqueur n’est pas le meilleur. Cela valait-il le tapis ? Je ne pense pas ! Je suis sorti plutôt soulagé de cette élimination. Est-ce critiquable ? Oui en effet mais je l’assume. Tous les joueurs sur la table veulent nous sortir du jeu, tout le monde veux nous dépouiller et nous empêcher de gagner le 37.
Nous n’avons pas le choix et devons concentrer toutes nos forces et tactiques pour ce dernier tapis où il nous reste 4 cartes à jouer!
Liga Nos : Marítimo et ses 6 buts. Victoire incontestable et incontestée, tout le monde sur la table baisse la tête et les yeux et on repart pour un tour.
Un nouveau cycle nous attend, nous devrons être sérieux et confiant. Savoir jouer tous les bons coups au bon moment et se souvenir que tout le monde veut nous descendre. La prochaine bataille reste la plus importante, la plus dure alors soyons tous derrière notre équipe, montrons notre union et confirmons ce que nous sommes à l’extérieur : un véritable enfer !
Partons confiants et sachons assumer notre place de plus grand club portugais et montrant qu’on veut aller chercher o 37 !!
Faisons Tapis ! De todos um."

Como condicionar...

"

O condicionamento ao árbitro João Pinheiro (VAR do próximo jogo do SLB) está a ser feito de todas as formas. Será por ter decidido bem os lances do CD Feirense - SL Benfica que passou a ser um alvo a abater? Talvez fosse melhor quando errava descaradamente a favor do FC Porto ou não assinalava penaltys do tamanho do mundo, como num célebre jogo no Bonfim. [ver video] Mais uma mentira desmontada pelo #portoaocolo.
Bernardo Ribeiro, Diretor do Record, continua empenhado no seu papel de avençado e peão da Santa Aliança. Assim que foram tornadas publicas as nomeações para a 31ª Jornada da Liga, através do seu `Jornal´ e refugiando-se em supostas polémicas nas redes sociais – talvez dos blogues, fóruns ou páginas de redes sociais manhosas do seu clube que ele tanto segue e gosta - decidiu dar o mote e lançar a poeira sobre a nomeação de João Pinheiro como VAR para o SC Braga x SL Benfica. 
Ignorando por completo uma arbitragem (CD Feirense x SL Benfica) sem nenhum erro em beneficio do SL Benfica – conforme prova de imagens 3D e com opiniões unânimes de especialistas internacionais - mas que a estratégia e aliados da Torre das Antas, tudo fizeram para criar o contrário. Sempre com base na manipulação e mentira.
É triste a figura que certos indivíduos se prestam. São meras caixas de ressonância da Torre das Antas, que usam todos os truques, para atacar e tentar prejudicar deliberadamente o SL Benfica.

Anormalidades !!!

"É isto o CA do Sr Fontela Gomes.
Alguém pode considerar isto normal?
Um clube que para os seus jogos, tem mais do dobro das nomeações de árbitros da sua própria associação, em relação à segunda associação com mais nomeações.
Que em mais de metade dos jogos (17 em 31) teve como árbitro e/ou VAR, alguém designado da AF Porto. E se juntarmos a AF Braga - outro tentáculo da Teia – é assustador só de pensar.
Que do total de 12 nomeações, cerca de 8 decorreram nos últimos 12 jogos do campeonato e 4 nos últimos 5 jogos. Ou seja, neste período, 80% dos árbitros nomeados são da AF Porto.
É o assumido vale tudo para a fase decisiva da temporada.
Mas quando temas claques legalizadas que fazem a defesa e comunicação publica do Conselho de Arbitragem, nada disto surpreende. O Sr Fontela Gomes é um mero fantoche nas mãos da Torre das Antas. Um testa de ferro que estes usam a seu belo prazer. Uma vergonha!"

45 anos depois... Somos hoje um país diferente e melhor. E o desporto também

"A fluidez que alimenta a memória mediática de curto prazo pode comprometer a memória histórica.  
O que justifica que se recorde a conquista da liberdade e da democracia em Abril de 1974 é o momento mais relevante da História de Portugal Contemporâneo. Repeti-lo nunca é de mais!
Somos hoje um país diferente e melhor. E o desporto também.
O número de praticantes desportivos aumentou. O parque de instalações desportivas desenvolveu-se. O número de participações em competições internacionais cresceu. A qualidade dos resultados alcançados evoluiu. O país acolheu e organizou eventos ao mais elevado nível. Aumentou o número de dirigentes portugueses em organismos internacionais. Aumentou a realização em Portugal de reuniões de âmbito internacional.
Poderia ter sido melhor? Seguramente que sim. Mas a democracia e a liberdade não resolvem tudo. São uma condição necessária, mas não são suficientes. As políticas construídas - públicas, privadas e associativas - é que podem responder pelos resultados alcançados.
O país recebido da ditadura, a construção do regime democrático e a matriz genética dos partidos com vocação governativa explicam, em parte, que o modelo seguido para o desporto tenha ido buscar a sua inspiração aos países de forte intervencionismo estatal.
O histórico atraso do desenvolvimento do país e as vicissitudes porque passaram muitos sectores da economia na fase da transição democrática não deixaram outra alternativa quanto ao caminho a seguir.
O modelo traduziu-se num forte apoio de financiamento por parte das políticas públicas e num significativo esforço na infraestruturação desportiva do país, com particular destaque para a acção das autarquias.
Esta tendência teve efeitos positivos no sistema desportivo português. Com a democracia o país desportivo abriu-se ao exterior. O que tornou o rendimento desportivo um produto fortemente mediatizado, expondo-o à comparação e avaliação permanentes.
E num contexto de crescente internacionalização dos sistemas desportivos uma das questões centrais que se colocou às políticas desportivas foi o de garantirem níveis de competitividade adequados. 
Num país com a nossa dimensão geográfica, a nossa economia e os recursos que esta podia disponibilizar, aliados a uma tradição desportiva pouco relevante, criou-se a expectativa de pensar que era possível aspirar a resultados de relevo internacional num alargado número de modalidades, sem critério de selecção ou de definição de prioridades.
No modelo adoptado, as organizações desportivas, designadamente as federações desportivas, ficaram muito dependentes do financiamento público. E com as prioridades adoptadas provocou-se um desequilíbrio entre o financiamento público e o retorno que esse esforço podia potenciar em termos do desenvolvimento dirigido para a elevação do nível da prática desportiva dos portugueses. 
Portugal também não escapou a tendências internacionais que se acentuaram sobretudo nos últimos vinte anos: por um lado o predomínio do carácter utilitário (fazer bem à saúde) e individualista da actividade física e a sua cultura monolítica que se abrigou à sombra do desporto; por outro a banalização do rendimento desportivo e a sua politização.
O valor de um vencedor de uma qualquer modalidade passou a valer o mesmo que o campeão de uma modalidade olímpica; uma competição à escala do bairro ou de um pequeno leque de participantes premeia o vencedor com uma medalha a que chama de ouro, como se de um campeonato do mundo ou uma competição olímpica se tratasse; pelo país fora reproduzem-se galas de campeões onde a vulgaridade do rendimento desportivo assentou arraiais.
A recente intrusão dos chamados jogos electrónicos (na versão anglófona e-games ou e-sports) como desporto e, nesse caso, até como modalidade/especialidade a poder integrar o programa dos Jogos Olímpicos aí está a provar a chegada de novos tempos no mundo das práticas desportivas.
As organizações desportivas que deveriam ser as guardiãs da identidade do desporto tornaram-se impotentes para travar esta deriva e, em alguns casos, acompanham-na.
Como serão os próximos anos? Ninguém saberá responder com segurança. Mas arriscamos uma previsão: nas próximas décadas o desporto vai mudar mais do que mudou nestes últimos 45 anos."

Vitória inspiradora

"O voleibol do Benfica confirmou ontem um triplete histórico, que irá ser recordado por muitos anos. No pavilhão do seu principal rival, a nossa equipa venceu de forma categórica e conquistou, assim, o campeonato nacional 2018/19 – juntando-o à Taça de Portugal e à Supertaça que também já havia ganho nesta temporada Brilhante!
Uma época que merece ser emoldurada na memória colectiva de todos os Benfiquistas e que, seguramente, terá um lugar especial no Museu Cosme Damião. Nos 46 jogos já realizados, o Benfica soma 43 vitórias e apenas 3 derrotas – uma delas nos quartos de final da Taça Challenge, frente ao Belgorod, da Rússia, que viria a vencer a competição. Extraordinário trabalho de todo o grupo, com uma palavra especial para o treinador, Marcel Matz, que consegue tudo isto em época de estreia. 
Nesta hora de enorme felicidade para o voleibol do Benfica, é da mais elementar justiça evocar a memória de Rui Mourinha, presidente da secção, falecido em Novembro do ano passado. Dedicou décadas da sua vida ao Clube e jamais será esquecido.
A Reconquista do voleibol é já uma realidade, mas… o Benfica quer mais. No domingo, em Braga, pelas 17h30, há uma nova ‘final’ no campeonato nacional de futebol. Nem mais nem menos importante do que as outras: é uma ‘final’ e isso já diz tudo.
A única forma de ter sucesso é manter o nível que a equipa tem mostrado nesta brilhante 2.ª volta: qualidade, compromisso e união.
Só assim – e com o apoio da onda vermelha, que estará em peso no Minho – será possível vencer nesta 31.ª jornada e, dessa forma, conservar a liderança que conquistámos com inteiro mérito. Todos juntos, haveremos de conseguir!"

De Frankfurt à Luz

"O sonho de um Benfica europeu caiu por terra uma vez mais. Desta feita, aos pés de um Eintracht que foi um justo vencedor, mas que estava perfeitamente ao alcance do Glorioso. Se o desfecho surpreende, não é, aliás, tanto por aquilo que se passou nos 180 minutos que durou o confronto, é por alguma sensação de alívio que pareceu resultar da eliminação. De forma implícita, fica sugerido que, fora da Europa, a equipa ficaria mais liberta e os microciclos de treino tornar-se-iam mais fáceis de gerir. A abordagem estratégica ao jogo na Alemanha e a forma rígida como a equipa ficou presa ao plano de jogo - que claramente não estava a funcionar - foram os primeiros sinais negativos do breve, intenso e muito positivo consulado de Bruno Lage como técnico do Benfica. Mas, acima de tudo, revelam que o plantel não está dimensionado para os confrontos europeus. Lage pode responder, com inteira justiça, que não foi, nem responsável pelo planeamento da temporada, nem pela política de contratações e que, mesmo assim, foi capaz de colocar a equipa na rota de um título em que já ninguém acreditava. Quanto à direcção, é mais difícil compatibilizar as promessas recorrentes de grandeza europeia com a realidade concreta do plantel.
É mais um exemplo em que o realismo discursivo teria sido mais avisado. nessa perspectiva, o primeiro jogo após a saída da Europa era um teste exigente. Mas tornou-se num teste que a equipa soube tornar fácil, ultrapassando-o com distinção e louvor. Após uma primeira parte de grande passividade e marcada a ritmo de pós - Europa, o Benfica percebeu que a única forma de gerir um jogo e um resultado é aumentando a intensidade e procurando marcar mais golos.
Agora, o Benfica tem 360 minutos para provar que é capaz de manter o ataque continuado e o ritmo elevado que trouxe a equipa de volta à liderança - e que tornou possível ultrapassar obstáculos que muitos anunciavam instransponíveis, de Alvalade ao Dragão passando por Guimarães. E, mais importante, que os princípios de jogo que Lage implementou estão consolidados. Contudo, com menos jogos e um leque de jogadores, agora, de novo mais alargado (Jardel e Fejsa, assim como Cervi e Salvio estão de regresso e a recuperar o ritmo), a questão primordial continua a ser encontrar alguém que ofereça ao jogo do Benfica o que Gabriel oferecia. Com Florentino e Samaris, a consistência defensiva não sai afectada, mas fica a faltar a circulação de bola que o brasileiro dava à equipa.
Mesmo que em apenas 15 minutos e protegido por um resultado confortável, ontem voltamos a ter indícios de que Taarabt é o jogador com mais semelhanças com o brasileiro. Numa temporada cheia de surpresas, se o marroquino acabar por ser determinante, tornar-se-á difícil qualificar aquilo que Lage alcançou."

Joao Felix Delights Benfica Fans but for How Long?

"Lisbon — Benfica teenager Joao Felix is arguably the most exciting young player to have burst onto the European football scene this season yet there is already talk of where he will play next. 
Practically every major club across the continent has at some point been reported as showing interest in the 19-year-old but he does not have to look far to see what can go wrong when a prodigy moves abroad too early.
Three years ago, Renato Sanches made a similar impact for Benfica but his career has stalled after an early move to Germany.
Joao Felix only made his first-team debut in August but has already scored 18 goals in 39 appearances in all competitions. He recently became the youngest player to score a hat-trick in the Europa League, in the 4-2 quarter-final first leg win over Eintracht Frankfurt.
He continued his excellent season with two goals and an assist in the 6-0 demolition of Maritimo on Monday which took Benfica back to the top of the Primeira Liga, on goal difference from Porto. 
Usually playing behind the main striker, he possesses an excellent first touch, likes to run at defenders and has an eye for goal.
Although he has a contract until June 2023, it has a 120 million euro ($134.5 million) release clause and, according to the rumour mill, there are plenty of clubs willing to pay that with the name of Juventus popping up more than most.
But is it too soon for a move to a bigger club where he would have to adapt to a new country and battle for a place in the team?
Sanches appeared to have the world at his feet after he capped an impressive debut season at Benfica by helping Portugal win Euro 2016. Marc Stein's Newsletter Marc Stein has covered Jordan. He's covered Kobe. And LeBron vs. the Warriors. Go behind the N.B.A.'s curtain with the league's foremost expert.
But all that changed when he moved to Bayern Munich, aged 18. He struggled to break into a team brimming with world class talent, starting only six league games and playing a full 90 minutes only once.
It got worse the following season when he was loaned to Swansea City where his confidence drained away and he suffered an injury.
He returned to Bayern this season and, although he started brightly, has once again found himself a bit-part player in the last two months. He has also lost his place in the Portugal team.

Unfair Criticism
Benfica coach Bruno Lage believes that the Joao Felix's talent should be allowed to grow "naturally" and has already railed against the media for criticising his performances when he does not score. 
"Joao is a fantastic lad and he has a lot to learn, technically and tactically," said Lage. "He has to learn how to occupy space and read the game and he has to learn, quickly, that when he is merely 'normal', he will be criticised.
"The day he doesn't score a hat-trick he gets criticised."
On Tuesday, Benfica president Luis Filipe Vieira suggested that the club would try to hold onto the player.
"Benfica will do everything we can so that nobody leaves," he told the Correo da Manha newspaper. "We want to consolidate our project and we will not let go of this principle."
Lage suggested that Benfica was the ideal environment for Joao Felix to develop.
"We don't put any pressure on him... we want him to improve naturally," said Lage. "We all believe he can have a great career and, on the contrary to some people, I believe he can stay among us for many more years.""

O boxe

"Existem vários trabalhos que têm como objecto de estudo o boxe, mas a análise etnológica de Wacquant (2000) é certamente a mais rica sobre a construção dos “habitus pugilísticos” masculinos no domínio do boxe inglês, num bairro negro de Chicago. O autor descreve a importância das aprendizagens técnicas no processo de incorporação das normas e valores no ginásio. De forma detalhada, descreve as relações entre o mundo fechado (o ginásio), o universo pugilístico, a rua, o bairro e o gueto. De forma contrastante de um ambiente hostil, o clube constitui uma ilha estável e ordena as relações sociais, onde os interditos são possíveis. O ginásio não é apenas um espaço de confronto. Ele é protector, permitindo escapar ao quotidiano e à tentação de os praticantes viverem da ilegalidade. Este espaço regula a violência e permite quebrar a rotina. Os pugilistas distinguem-se dos outros jovens do gueto pela vantagem da integração social e pela ligação a uma família não decomposta e relativamente intacta. Eles provêm de famílias de classes operárias, do sub-proletariado e exercem pequenos trabalhos nos serviços. A grande maioria trabalhava como seguranças, canalizadores, pedreiros, limpezas, nas fábricas. Wacquant colocou as luvas e descreve a aprendizagem das práticas, das codificações e das normas implícitas, afastadas de um investigador branco que nunca antes tinha praticado boxe e pertencia às classes sociais cultivas dos universitários.  
Mennesson e Clément (2009) prestaram especial atenção às mulheres nas práticas pugilísticas violentas, reservada aos homens, até um período recente. É um estudo inédito. Os autores procuram estudar este universo das mulheres no boxe francês de 1997 a 2005. Para isso, realizaram trinta entrevistas às pugilistas que participavam em competições de nível nacional e internacional. Para elas, minoritárias neste espaço essencialmente masculino, a aprendizagem das técnicas pugilísticas e o trabalho de “feminização” de aparência corporal são simultâneas. Os autores concluem que a relação diferenciada com a prática do boxe (num estilo mais “hard” e noutro mais “soft”) inscreve-se nas trajectórias escolares e sociais diferentes. São sobretudo mulheres originárias das classes populares que aderiram ao estilo mais “hard”. As pugilistas “soft”, maioritariamente em situação de sucesso escolar no ensino primário e secundário, começam o boxe pelos 20 anos ou mais e as pugilistas do estilo “hard”, muitas vezes confrontadas com o insucesso escolar, iniciam o boxe com cerca de 15 anos. As primeiras descobrem por acaso os aspectos estéticos da prática do boxe francês, as segundas começam a praticar esta modalidade para exprimir o seu gosto pelo confronto e a sua combatividade.
Como nasce e se exporta o boxe?
Grande parte dos desportos que são praticados actualmente no mundo, de uma maneira mais ou menos idêntica, são originários da Inglaterra. Eles expandiram-se para outros países, sobretudo na segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX. O futebol, a luta, o boxe, o ténis, o críquete, o atletismo, a corrida a cavalos, entre outros, são alguns exemplos. Estas modalidades desportivas eram passatempos dos ingleses que se expandiram por um grande número de países entre 1850 e 1950.
Também conhecido por pugilismo, o boxe é um desporto de combate que se caracteriza pela arte de defender e atacar usando apenas os punhos. Na Inglaterra, o primeiro regulamento de boxe surge em 1743. Face à brutalidade nos combates, que não é o que mais agrada a um público no seu conjunto bastante aristocrático, em 1747, é recomendado o uso de luvas e aperfeiçoaram-se as regras. Um primeiro “campeonato do mundo” tem lugar em 1810 entre um branco e um negro, com 25 mil espectadores (Terret, 2008: 16). A federação amadora de boxe é criada em 1884.
O boxe masculino entrou nos jogos Olímpicos em 1904. Relegado para segundo plano, o boxe feminino surge apenas como desporto de demonstração. Praticamente invisível, só entrará, oficialmente, nos jogos Olímpicos de Londres de 2012. 36 mulheres, em três classes de peso, competiram nestes jogos, em comparação com os 250 homens em 10 classes de peso.
E em Portugal?
Em Portugal, o boxe surgiu no início do século XX. Os primeiros duelos de boxe são disputados a partir de 1909, suscitando interesse e curiosidade do público e dos adeptos da modalidade, sobretudo nas grandes cidades. Pouco a pouco, vão-se criando alguns clubes amadores, como, por exemplo, o Ginásio Clube Português, o Clube Arte e Sport, o Sport Cruz Quebradense, o Clube Português de Recreio e Desporto. Da necessidade de se organizar e regulamentar a “nobre arte”, é fundada, em 1914, Federação Portuguesa de Box (FPB).
Após o final da Grande Guerra de 1914-1918, o boxe populariza-se e evolui. Nos anos 20, o boxe partilhava os mesmos lugares onde se representava espectáculos de música e de teatro. O boxe, desde muito cedo, inseriu-se num produto comercial. Nos bairros populares de Lisboa (Alcântara, Bairro Alto, Madragoa, etc.), vão surgindo vários clubes desportivos (Grupo Desportivo da Mouraria, Clube Rio de Janeiro, Sport Lisboa Oriental, Ateneu Comercial, etc.), promovendo a modalidade.
Existem duas categorias de lutadores de boxe: o profissional e o amador. As diferenças entre ambos baseiam-se essencialmente no uso ou não de protecções físicas em combate e na duração dos mesmos. No boxe profissional os lutadores não usam capacete e os combates podem chegar aos 12 “rounds” de 3 minutos cada. Já no boxe amador, considerada modalidade olímpica desde 1920, os lutadores usam capacete e os combates caracterizam-se por 3 “rounds” de 3 minutos cada.
Um recrutamento “popular” não é fácil de se concretizar. O desporto é um mosaico de actividades físicas, que no seu conjunto, em termos de praticantes, não é homogéneo. Esta heterogeneidade apreende-se pelos dados das federações e incluídos nas várias publicações produzidas. Desde a sua implementação, o boxe português tem tido os seus avanços e os seus recuos, nomeadamente ao nível do número de praticantes. Em 2008, haviam 478 praticantes."