"A 'chicologia', segundo Valter Ferreira, é a «ciência do chico-esperto», uma forma de estar que continua a dominar o nosso futebol
A questão parecia pacífica. E pública. Há muito que tinha sido anunciado urbi et orbi, gerando um aparente consenso. Mesmo aqueles que não se tinham conformado com os pressupostos, acabaram nem por se rebelar contra a arquitectura jurídica da solução, nem contra os timings propostos. Quando começou a temporada de 2018/2019 toda a gente sabia que iam ser três os clubes a retroceder ao segundo escalão, por forma a abrir espaço ao Gil Vicente, que se somaria aos dois primeiros da Liga 2 na aventura da ascenção.
O processo do Gil Vicente - que povoa a imaginário do futebol português desde o tempo em que o veterano Mateus, agora no Boavista, era um jovem jogador, e que, por si só, daria para uma série televisiva de calibre de A Guerra dos Tronos - parecia estar à beira de uma merecida e pacífica reforma.
Certo? Errado!
Como estamos a falar do futebol português, onde o Chicologia continua a ser a principal fonte filosófica (Chicologia era a ciência do Chico Esperto, plasmada na doutrina do futebolês por essa figura ímpar que dava pelo nome de Valter Ferreira), era certo e sabido que alguém haveria de querer agarrar-se ao primeiro destroço que encontrasse a boiar, para não ir ao fundo. Assim, pelo que tem sido possível perceber em declarações cabalísticas e numa ou noutra citação sem citado, parece estar a formar-se uma tempestade que ameaça a homologação da presença edição da Liga e a integridade da edição que se segue.
Aquele clube que acabar a Liga de 2018/2019 na 16.ª posição, a que chamaremos o lugar do morto-vivo, irá fazer tudo e mais alguma coisa para reverter a decisão de integração do Gil Vicente no convívio com os maiores.
Do ponto de vista jurídico, sabendo-se que onde está um advogado há pelo menos duas opiniões, todos os cenários são admissíveis. Porém, numa perspectiva ética, as coisas mudam de figura. A integração do Gil Vicente foi decidida e assumida às claras, e quando se iniciou a Liga de 2018/2019 toda a gente sabia quais eram as regras do jogo, quantos subiam e quantos desciam.
Quando, por vezes, nos interrogamos por que razão ninguém, para lá do Badajoz, liga ao nosso campeonato, a resposta está na forma como quem nele participa o vê. Sem sentido de bem comum e à revelia do interesse da indústria do futebol. Uma coisa menor...
Ás
Martim Aguiar
O râguebi português, perdido no terceiro escalão europeu, luta arduamente para regressar às Seis Nações B, de onde nunca devia ter saído. No sábado, os Lobos esmagaram a República Checa por 93-0, estabelecendo um novo recorde nacional. Este resultado dá alento, mas não chega. Há que vencer o play-off com a Alemanha.
Ás
José Ribeiro
Andar no desporto de forma civilizada, em Portugal, não devia ter custos, mas tem. Que o diga o presidente do núcleo do Sporting em Castelo Branco, que cometeu a heresia de felicitar a filial albicastrense do Benfica pela passagem do 95.º aniversário! Mas, não se preocupe, está no caminho certo. Rivais sim, inimigos nunca...
Duque
LeBron James
É preciso recuar a 2004 para encontrar um play-off da NBA sem King James. A aposta nos Lakers não foi feliz porque, para além da lesão prolongada que afastou LeBron dos pavilhões, viu-se uma equipa sem cultura de vitória, a entregar-se ao destino sem dar luta. Se continuar em Los Angeles, James precisa de outro tipo de companhia.
O futebol como arma ao serviço da demagogia
«Autoridades portuguesas esmifram-se para prender Rui Pinto mas deixam à solta criminososo do gabarito de Ricardo Salgado»
Ana Gomes, Eurodeputada do PS
Ana Gomes, que está nos finalmentes de uma passagem truculenta pelo Parlamento Europeu - um caso flagrante em que pode dizer-se que saiu do MRPP há muitos anos, mas o MRPP nunca saiu dela - assumiu a causa do hacker Rui Pinto e não teve pudor em deitar mão de mais desbragada demagogia, confundindo alhos com bugalhos. Só engana quem quiser ser enganado.
Não correu bem
Portugal tem, esta noite, uma boa oportunidade de se redimir da anémica e timorata exibição que lhe custou dois pontos no jgo de abertura da defesa do título europeu, frente a uma organizada mas limitada Ucrânia. Fernando Santos, que não precisa de provar competência a ninguém, lidera um grupo talentoso, onde não faltam soluções para todos os gostos, e só precisa de acertar com a tecla, colocando mais ousadia na equação, em detrimento da previsibilidade exasperante que marcou os 90 minutos, na última sexta-feira, na Luz.
A piela a 'vinotinto' pregou à Argentina
Quando se pensa que a selecção da Argentina bateu no fundo, novo episódio vem desmentir esta ideia. O regresso de Messi à albiceleste ficou marcado por uma humilhação, em Madrid, frente à Venezuela, conhecida como Vinotinto. Salva-se a alegria de milhões de venezuelanos. Bem precisam..."
José Manuel Delgado, in A Bola