domingo, 24 de março de 2019

Vitória na Terceira...

Fonte do Bastardo 0 - 3 Benfica
21-25, 17-25, 18-25

A única derrota interna da época, foi na Praia da Vitória, e até por isso, o 0-3 de hoje, acabou por ser muitíssimo importante... Com os dois próximos jogos na Luz, podemos fechar estas meias-finais em Lisboa!

Vitória na Aldeia...

Burinhosa 1 - 4 Benfica

Como é habitual os jogos na Burinhosa são sempre durinhos, ainda por cima hoje sem o Fernandinho e o Fits... mas felizmente, com mais minutos o Raul parece estar a subir de forma, tal como aconteceu no ano passado, no final da temporada...

Fomos melhores...

Benfica 1 - 2 Braga


Fomos mesmo muito superiores em quase todas as fases do jogo: ganhámos quase sempre as 'divididas' e desperdiçamos muitas oportunidades... mas a nossa guarda-redes esteve horrível, com os dois golos do Braga a nascerem de Cantos, com erros infantis!
O plano de jogo do Braga passou exclusivamente por jogar no erro do Benfica... A meio da 2.ª parte, as nossas jogadoras fisicamente 'caíram' (a falta de competitividade tem consequências...), as substituições foram tardias... Mas mesmo assim, o 'jogo' foi sempre nosso!

Impossível não falar da arbitragem: foi um golo mal anulado, dois penalty's e pelo menos uma expulsão perdoada ao Braga, num 2.º Amarelo! Eu digo pelo menos uma expulsão, porque ficaram muitos 1.ª Amarelos por mostrar ao Braga!
A forma como a apitadeira se dirigiu às jogadoras do Benfica, mesmo sem voz, só pelos maneirismos que apresentou, deixava poucas dúvidas... No final do jogo, numa rápida pesquisa das redes sociais, descobriu-se imediatamente o vírus do anti-Benfiquismo primário espalhado na Internet!!!
Não foram só os 'Casos' grandes que decidiram este jogo, perdi a conta às faltas ofensivas mal assinaladas ao nosso ataque... então sobre a Geyse!!! Chegámos a ver a Geyse ser vitima de tentativas de placagem, a aguentar-se em pé, a defesa do Braga mesmo fazendo falta, atirar-se para o chão e a falta ser marcada contra o Benfica!!!!
Vergonhoso... E neste caso, parece-me que nem sequer estamos a falar de incompetência ou de corrupção, foi só ódio ao Benfica!!!

Temos tudo na 2.ª mão para dar a volta, mesmo jogando fora... com uma arbitragem decente, e sem desperdiçar golos atrás de golos! Mas cuidado, porque o Braga vai fazer o mesmo: anti-jogo, porrada, e apostar tudo nas bolas paradas!!!

Iniciados - 1.ª jornada - Fase Final

Benfica 2 - 1 Sporting


Excelente vitória, num jogo muito complicado, contra uma equipa que já nos ganhou 'fácil' esta época!
O Sporting tem uma equipa fisicamente superior... o Benfica, tem na minha opinião, a geração 'menos' apetrechada dos últimos anos, mas hoje tivemos organização, concentração e muita garra...
Até porque mais uma vez, o apitador foi uma vergonha... então o critério disciplinar foi absurdo!

Sofrimento e solidariedade!

"No agradecimento de Jonas percebemos bem que são verdadeiras as palavras de Shakespeare: «A alegria evita mil males e prolonga a vida»

1. Há momentos em que as palavras sofrimento e solidariedade se combinam. Sabemos com François Fénelon que «aqueles que nunca sofreram não sabem nada; não conhecem nem os bens nem os males; ignoram os homens; ignoram-se a si próprios». E com Clarence Darrow aprendemos que «o homem que luta por outro é melhor do que aquele que luta por si próprio». Face ao drama imenso que atinge Moçambique, em particular a cidade da Beira, Portugal está a dizer presente. O Estado, as organizações não governamentais, a sociedade civil, o mundo do desporto. A realização no próximo dia 30 - pelas 16 horas, no Estádio do Restelo, do primeiro dérbi entre Benfica e Sporting em futebol feminino e com a receita a reverter para a ajuda a Moçambique é um exemplo efectivo de solidariedade e de responsabilidade social. Este jogo organizado em boa hora pela nossa Federação terá em disputa o Troféu Vicente Lucas, um dos mais marcantes internacionais portugueses e nascido em Moçambique! E os exemplos de solidariedade multiplicam-se a muitos clubes e, também, à Fundação Benfica! Eu que conheci e senti, como académico, Maputo e guardo memórias de um saudoso Tio-Avô - o Almirante Rodoredo e Silva - que foi Presidente da Câmara da Beira, não deixo de saudar, por ser de elementar justiça, a imediata disponibilidade da Euro Atlantic, na pessoa do seu líder o Dr. Tomaz Metello, para a afectação de dois dos seus aviões para o envio de necessidades urgentes ao povo irmão de Moçambique. Sofrimento e solidariedade!

2. Ao escutarmos o sentido agradecimento de Jonas no momento da justa entrega de um prémio Cosme Damião percebemos bem que são verdadeiras as palavras de William Shakespeare: «A alegria evite mil males e prolonga a vida». Jonas encontrou no Benfica um acrescido sentido de Vida! Não desejado no Valência sentiu-se acarinhado no Benfica. Nele houve dor e hoje já prazer! Nele houve sofrimento e hoje há reconhecimento. E nele percebemos por aquela emoção que estremeceu o Campo Pequeno na quinta-feira que o reconhecimento não envelhece! É dito e é sentido. É assumido e em voz alta. E o verdadeiro desportista, e naturalmente cada benfiquista, sentiu-se tocado por aquelas palavras de profundo reconhecimento. Pela vida Vivida. Por tudo o que o Benfica lhe proporcionou. E cada um de nós aplaudimos, com idêntica emoção, todos os grandes momentos que Jonas nos concedeu nos relvados e, em particular, no Estádio da Luz. Como Miguel de Unamuno diremos que «quem não sente a ânsia de ser mais não chegará a ser nada». E Jonas, quase a fazer anos, - não é mentira! - foi e fez mais. Marcou e ajudou, abraçou e motivou, acreditou e honrou! E por tudo isto este jovem Jonas vai ser um dos eixos marcantes da ambicionada reconquista!

3. Mais uma vez iniciámos uma fase de grupos de acesso a um Europeu - como ocorreu com os dos Mundiais - sem o doce sabor de uma vitória. Na sexta-feira, com um Estádio da Luz cheio de muitas Famílias, não conseguimos ultrapassar a Ucrânia. Para alegria dos muitos (as) milhares de ucranianos (as) que trabalham em Portugal. E que não tiveram o coração dividido já que vibraram e muito com o saboroso empate alcançado, com mérito, pela sua selecção. Portugal foi a melhor equipa, mas a Ucrânia foi sólida e cautelosa. E mesmo no final foi ousada e quase que provocava uma grande surpresa. Segue-se amanhã a Sérvia sem Fejsa ou Matic, entre outros jogadores. Vai ser outro jogo sofrido. E em que acreditamos que Fernando Santos vai fazer cirúrgicas alterações do nosso onze inicial. Depois do empate frente à Ucrânia importa ganhar à Sérvia. Sob pena de mantermos o nosso registo de deixarmos as contas do apuramento para os derradeiros minutos! Com a singularidade de sermos os campeões da Europa em título e de ser relevante marcamos presença na fase final deste Europeu que vai abraçar muitas cidades desta Europa diferente e diversificada. E com o sonho de chegarmos a Londres no arranque do Verão de 2020. Mas antes de qualquer outro jogo para este Europeu teremos no Porto - e também em Guimarães - a final four da Liga das Nações! No final desta Primavera que já cheira a Verão!

4. Dyego Sousa foi o sétimo jogador não originariamente português a jogar pela Selecção Nacional de futebol. Em outras modalidades o número é bem mais expressivo e sem que haja nem grande nota pública nem mesmo aprofundaras abordagens. Depois de David Lúcio, Lúcio, Celso, Deco, Pepe e Liedson surge a vez, pela mão de Fernando Santos, do avançado do Sporting de Braga: Dyego Sousa. Vivemos tempos em que as duplas e triplas naturalidades se multiplicam. Neste mundo de erasmus as relações familiares são múltiplas. Os filhos nascidos dessas relações têm dois passaportes, falam as duas línguas dos seus progenitores mais a língua comum deste nosso tempo, o inglês. Mesmo com brexit! E esta tendência vai chegar, na sua integridade, ao desporto. E à realidade das selecções nacionais. Já que há muito chegou ao movimento olímpico e à busca do orgulho do ouro olímpico! Mas esta nova internacionalização na Selecção Nacional de futebol tem de ser vista como um marco deste tempo e não como uma renuncia a uma essência que o momento já não regista. Sob pena de o desporto ser, ainda mais, o espaço de nacionalismos perturbantes! O que sabemos é que Dyego Sousa chegou a Portugal, e para o Nacional da Madeira, ainda com 17 anos! Para já foi o sétimo! Acredito que ainda este ano teremos um oitavo! Sem drama! Melhor sem dramas! Mas sempre com a certeza que Pitigrilli nos legou: «Tudo deve ser discutido. Sobre isso não há discussão»!

5. A Federação Portuguesa de Futebol - mais a Liga, naturalmente - apresentou aos clubes participantes na principal liga das competições profissionais um estudo conducente à reestruturação do futebol português. Diria que implica reorganização das competições, alteração dos quadro competitivos, mecanismos de promoção dos jogadores formados localmente, incentivos fiscais e avaliação de modelo de redistribuição financeira mais solidária. Acredito que é urgente esta reflexão e que a curto prazo escutaremos relevantes vozes do futebol europeu que ajudarão a uma serena discussão. E sabemos, em particular neste momento religioso, as «as discussões são como as luzes de velas acesas na escuridão»!

6. Depois deste período de selecção teremos o regresso em exclusivo das competições de clubes. Internas e europeias. Temos de decisão. E com acrescidas exigências para a designação dos árbitros. Como a confiança, a face ao que dispõe, que importa dar ao Conselho de Arbitragem!"

Fernando Seara, in A Bola

Moçambique, Eusébio e os três tempos do verbo chorar

"Quem nunca jogou com uma bola gaga que atire a primeira pedra. Não há boa infância sem bola coxa de matrecos

Chorar
1. É impossível, nestes dias, não lembrar a extraordinária resposta de Eusébio, no dia em que morreu Amália. Uma radio telefonou-lhe para casa a perguntar o que sentia, o que queria dizer naquele momento, e ele respondeu:
- Estive a chorar, estou a chorar, vou continuar a chorar.
Uma síntese impressionante. No passado, agora e depois de amanhã: chorar.
Também agora com o ciclone que destruiu a Beira. Como se uma tragédia fosse tão grande que deixasse de ter data, ficasse eterna como eternos são os deuses e os diabos casmurros. Não foi hoje esta tragédia: foi sempre; não há o depois das grandes calamidades.
A água como elemento que dá a vida, que sempre foi o sinal da sobrevivência e do desenvolvimento, mostra, por vezes, tragicamente, terrivelmente, a sua parte de diabo, o outro lado. Como se a água subitamente dissesse: não estou aqui apenas para matar a sede, mas para passar por cima de tudo o que é humano, para arrasar.

O lugar «que quase já não há»
2. Mia Couto, belo amigo e companheiro, a quem dou um abraço gigante, bem como a Agualusa, cada vez mais ligado a Moçambique, dois queridos companheiros. Mia nasceu na Beira e disse, há poucos dias, comentando a calamidade, que pensava escrever um livro sobre a sua infância e por isso mesmo regressar à Beira onde nasceu e sentir «o espírito do lugar» mas agora, dizem-lhe, «que quase já não há lugar».
Como sentir o espírito do lugar quando o solo já não está lá, quando até os cheiros, aquilo que parece não ocupar espaço nem ter forma, mudaram?

Matraquilhos, os prazeres da infância
3. Mas quando a desgraça aparece, tentemos salvar com matéria concreta e urgente e depois ainda com histórias encantatórias. Em Moçambique, as histórias não salvam, a memória também não - mas em parte queremos ser servos para manter a memória e para continuarmos a contar histórias.
Penso numa história de Mia Couto, do livro Cronicando, cuja base é o mui nobre jogo de matraquilhos. O narrador da história pertence ao grupo dos imóveis: «Nós éramos os do muro, sentadiços. Os outros corriam os futebóis, dispensavam suores. Enquanto nós, não».
Os sentadiços, uma acertada expressão. Hoje, diga-se, há cada vez mais sentadiços ou sentaduços. Por vezes jogam apenas 22 e há milhões a ver. Sentaduços, espécie animal que se multiplicou em poucas décadas.
Os sentadiços do conto de Mia ficam então fora do suor mas também da convivência feminina, afastados dessas raparigas que passavam e que «com suas batas brancas, pareciam aprendizes de graças».
Enquanto dos atletas ficavam com as elegantes garças, aos sentadiços do muro restava apenas ficar com os «olhos trincando as sombras femeameninas». Ficavam com as sombras, portanto.
Mia Couto conta ainda o fascínio que era um miúdo colocar uma moeda na mesa de matraquilhos e saírem de lá «nove bolinhas, já tão gastas que coxeavam em cada volta de seus épicos percursos». Estas bolas antigas, coxas, rombas, que já não rolam, que andam uns centímetros e param, aqui e ali, como que cansadas ou mancas por completo da sua circunferência. Como dão saudades! Quem nunca jogou com uma bola gaga que atire a primeira pedra. Não há boa infância sem bola coxa de matrecos.
Como não recordar, então, com alegria estes jogos da infância? Em Moçambique, em Portugal, um pouco por todo o lado.
Foram muitas destas brincadeiras de infância que agora foram derrubadas.

A falta que faz
4. Numa próxima crónica falarei mais desta história de Mia Couto, que não é assim tão doce como parece.
E tenho a certeza de que se perguntassem a Eusébio nestes dias o que ele estava a sentir, ele diria o que é necessário:
- Estive chorar, estou a chorar, vou continuar a chorar.
E sim, o futebol é importante, mas nunca Eusébio fez tanta falta como nestes dias trágicos."

Gonçalo M. Tavares, in A Bola

Como segurar João Félix?

"O próximo mercado será o primeiro grande teste ao projecto de Vieira de um Benfica europeu tendo como base os jogadores formados no Seixal. Para que se concretize será, naturalmente, preciso que na Luz se consiga segurar, por período considerável, as principais pérolas, missão complicada quando se está rodeado de predadores para quem dinheiro não é problema. Serão, é seguro dizer, vários os jogadores que testarão a real capacidade do presidente encarnado para levar avante o seu ambicioso plano. Rúben Dias, Florentino, Ferro, Gedson e até Jota começam a dar demasiado nas vistas e os grandes tubarões não tardarão a rondar. Mas nenhum outro como João Félix colocará Vieira à prova.
É normal que o Benfica pretenda aumentar a já galáctica cláusula cláusula de €120 milhões para estratosféricos €200 milhões. Tal como normal é que quem representa Félix, e, até, o próprio jogador, batam o pé, preferindo aproveitar já oportunidade que (no futebol nunca se sabe...) até pode ser única. Poderia - acreditando-se quando disse que tem, hoje, o Benfica condições para isso - Vieira aumentar João Félix para valores que o fizessem pensar duas vezes antes de dar o salto. Mas ficaria, ainda assim, sempre longe daquilo que, financeiramente e desportivamente, o jovem craque pode ganhar se aceitar uma das propostas que lhe chegarão - se é que não chegaram já. Por isso terá dito Rui Costa que há jogadores que, por muito que se queira, não se consegue segurar. Jogadores como João Félix.
Cruel? Apenas a realidade de um futebol que há muito se transformou num negócio. O dinheiro manda, convençamo-nos disso. E convenhamos: há algum clube português que possa, realisticamente, resistir a uma proposta de três dígitos? Pois."

Ricardo Quaresma, in A Bola

A importância dos prazos (!!)

"Pela segunda vez este ano, o CAS anula uma decisão da UEFA relativa a procedimento de fair play financeiro por ultrapassagem de prazos procedimentos. Já aqui demos conta do caso do Galatasaray, tendo sido conhecida esta semana a sentença relativa ao caso do Paris Saint-Germain.
Em 13.06.2018 a Câmara de Investigação do Comité de Controlo Financeiro dos Clubes (CFCB) da UEFA encerrou o processo de investigação ao clube francês e em 22.06.2018 o presidente do CFCB, com base no artigo 16.ª n.º1, do Regulamento do CFCB, ordenou que a Câmara Adjudicatória revisse a decisão, a qual veio a decidir, em 19.09.2018, que o caso deveria voltar à Câmara de Investigação para mais diligências.
A clube recorreu para o CAS pois entende que o artigo 16.º, n.º 1 prevê um prazo de 10 dias para que a revisão fosse feita, o que obteve a concordância do Painel do CAS, tendo este anulado a decisão de 19.09.
As similitudes entre o n.º 1 e o n.º 2 do artigo 16.º são evidentes; qualquer decisão pode ser revista, quer por iniciativa do Presidente do CFCB (em todos os casos) - n. 1 -, que por iniciativa de uma parte directamente afectada pela decisão (apenas no caso em que se chega a acordo ou que existe aplicação de medidas disciplinares) - n.º 2. Ao prever o prazo de 10 dias em ambos os casos, sendo que o início da contagem é diferente, e tendo em conta que não está previsto um outro prazo de 10 dias estipulado parece apontar mais no sentido de ser o prazo para que seja solicitada a revisão e não o prazo de decisão.
A UEFA emitiu um comunicado onde refere que irá tomar posição sobre esta decisão arbitral, que será interessante analisar posteriormente."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

O fato de treino de Lage

"É um facto que tem sido pouco sublinhado mas, desde que no banco do Benfica deixaram de se ver gravatas de riscas horizontais, de um vermelho clarete, a qualidade do futebol da equipa melhorou muito. Não estou com isto a sugerir que as gravatas davam azar, como se de uma mera fezada se tratasse. Bem pelo contrário, a substituição de gravatas de gosto duvidoso por um fato de treino monocromático tem um alcance bem vasto. Um clube com a história e a glória do Benfica pode e deve obrigar os seus representantes a apresentarem-se com vestes condignas.
O ponto é precisamente esse.: a respeitabilidade a que as nossas cores e símbolos obrigam só autoriza dois tipos de vestimenta: fatos do melhor corte e de gosto irrepreensível ou indumentária de trabalho. No fundo, duas possibilidades à imagem do Glorioso - distinto e popular de uma só vez. O patrocinador que desencantou aquelas roupas, que empobreceram a equipa, estava, pelo contrário, numa terra de ninguém do ponto de vista estético. Corte de baixa costura, um cinzento mortiço e as tais gravatas, de um vermelho que era um nada. O fato de treino que Bruno Lage escolheu usar em todas as circunstâncias é, como tal, uma manifestação profunda da mudança que o técnico trouxe ao futebol. Aliás, de que forma se veste um treinador está longe de ser uma questão marginal. Como me alertou o meu filho, sintomaticamente, na maior parte dos jogos de consola, escolhe-se o treinador que equipa de fato completo ou, lá está, num registo mais operário, usa um fato de treino.
Se, hoje, ganhamos em campo não é por força de discursos motivacionais e muito menos por fanfarronices insuportáveis. O Benfica joga bem porque treina bem. Percebe-se nos mais pequenos pormenores: para além da mudança de sistema de jogo e das dinâmicas que agora apresenta, a diferença está, também, na abordagem estratégica a cada partida. Com Seferovic indisponível, a equipa perdeu profundidade e verticalidade. Como é óbvio, Jonas oferece outras coisas (uma qualidade técnica superlativa e uma eficácia na definição sem paralelo). Perante a saída do suíço e o regresso do brasileiro, o treinador teve a capacidade de colocar Rafa e João Félix a fazerem movimentos diferentes dos que fazia Seferovic, com isso trazendo à tona o melhor de Jonas. Lá está, o Benfica melhorou muito porque é em competição o prolongamento do modo como treina. E, por isso mesmo, faz todo o sentido que Lage se apresente em banco com um muito digno fato de treino.
Chamaram-me, aliás, à atenção que em algumas modalidades a tal gravata sobrevive. Com os resultados conhecidos. Fica a recomendação agora que no basquetebol o Carlos Lisboa regressou ao lugar que é seu, peço-lhe que irradie a gravata de riscas horizontais."

Vantagem ao intervalo...

Oliveirense 2 - 3 Benfica

Vitória animadora, na 1.ª mão dos Quartos-de-final da Liga Europeia, em Oliveira de Azeméis!
Só estivemos em desvantagem no início, demos a volta ainda antes do intervalo (1-2), eles ainda empataram, mas aproveitando um power play, voltamos a marcar... Pena o LD desperdiçado pelo Ordoñez...

É só o 'intervalo' da eliminatória, mas agora a Oliveirense sabe que tem que ganhar na Luz... e agora, ao contrário do jogo do Campeonato, já temos todos os jogadores disponíveis!

Chicotada efectiva...!!!

Benfica 112 - 60 Terceira
35-15, 32-11, 20-13, 25-21

Existem situações que não enganam: os jogadores fizeram a 'cama' ao anterior treinador. Como é óbvio o Lisboa não 'estalou' os dedos e a equipa começou a jogar... Não gosto destas situações, por muitas razões que as podem justificar, os jogadores são pagos para dar tudo, em todos os momentos...

Mas a vida é assim... Agora vamos ver como vai acabar a época, pois o potencial existe!
Destaque para o Rafael, que acabou por ser estatisticamente o MVP da partida!!!