domingo, 17 de março de 2019

Mais uma...!!!

Sporting B 0 - 3 Benfica
Evy, Geyse, Cristo


Nova vitória em Alcochete (à porta fechada!!!), desta vez num jogo um pouco 'menos fácil', porque o Sporting 'baixou' 6 jogadores do plantel principal, para evitarem nova goleada!!!

PS: Parabéns à Rochele Nunes, pelo Bronze, na categoria de +78 Kg., no Grand Slan de Ecaterimburgo, de Judo.
Com a Telma a 'voltar' ao normal, e com a Barbara e a Rochele, podemos vir a ter muitas alegrias no futuro próximo!!! Recordo que este é o 2.º Bronze do ano da Rochele, depois do 3.º lugar conquistado em Telavive.

Futebol, música e arte

"Hoje, em Moreira de Cónegos, o Benfica tem 'outra final'. Com o colinho dos seus adeptos, tem de ultrapassar a equipa surpresa da Liga

1. Escrevo olhar a Ria de Aveiro. O sol começa a desaparecer a uma brisa, bem marítima, arrefece este final de tarde em que, uma vez mais, aqueci a alma com uma outra vista ao Museu Vista Alegre. Local onde há magia e criação, devoção e ambição, coração e arte. E com uma empresa bem portuguesa, a Visabeira, a mostrar, também com o seu acolhedor Montebelo Vista Alegre, a sua capacidade de gestão e a sua ousadia na inovação e a garantir que em 2024 - data em que se comemoram os duzentos anos de uma «grande fábrica de loiça, porcelana, vidraria e processos químicos» - a festa seja linda, rija e merecida. E recordo, sentindo a brisa que já nos arrefece, os três fantásticos golos de Cristiano Ronaldo ao Atl. Madrid, a vitória suada do Benfica face ao Dínamo Zagreb - com dois golos do outro mundo de Ferro e Grimaldo! - e a convocatória emotiva, mas bem justa, de Dyego Sousa, Diogo Jota e João Félix para os primeiros difíceis confrontos de Portugal na luta pela defesa do seu titulo europeu! E quer a Sérvia quer a Ucrânia são, à partida, os adversários mais temidos nesta caminhada que terá uma interrupção em Junho para a disputa, que desejamos vitoriosa, da final four da Liga das Nações. E, aqui, com este sol que se apaga e estas porcelanas que nos encantam, são bem verdadeiras as palavras de Vítor Hugo: «É triste pensar que a natureza fala e que o género humano não a ouve»! Vale a pena olhar e ouvir para a fonte de Quinta da Vista Alegre, limpar os olhos com esta água cristalina e subir um pouco e agarrar a história de Portugal dos últimos 200 anos, olhando, maravilhados, para os pratos e as terrinas, os copos e as peças especiais, as jarras e as canecas, os bules e asa floreiras, as chávenas e os tinteiros, as garrafas e os pires que enchem, entusiasmado-nos, este museu cada vez mais procurado e cada vez mais visitado. E, tal como acontece no fantástico concerto de André Rieu no Altice Arena, - a não perder, aviso! - sabemos bem com Miguel de Cervantes no seu Don Quixote que «onde há música não pode haver coisa má»!

2. E música entusiasmante, clássica e moderna, proporcionou-nos uma vez mais esta semana Cristiano Ronaldo. Levou a Juventus aos quartos de final da Liga dos Campeões, esmagando um convencido Atl. Madrid, e vai defrontar uma das equipas surpresa desta edição da Liga dos Campeões, o Ajax. Que goleou o Real Madrid e determinou uma mini revolução - para já! - com o regresso de Zidane, já vitorioso, ao comando técnico de uma equipa destroçada. Mas o que os quartos de final das duas competições europeias evidenciam é o claro domínio inglês (seis clubes em dezasseis) o que significa que o futebol inglês é claramente contra o brexit. Se ouvimos falar, numa incerteza permanente, na saída do Reino Unido da Europa, constatamos, ao invés, que o futebol inglês quer conquistar este ano a Europa. E salta à vista o desaparecimento de clubes franceses e russos e, no que respeita a estes últimos, com bons indícios lusitanos no que respeita ao ranking da UEFA. E, depois, a Espanha também mostra a sua força (com três clubes em dezasseis) e os futebóis italiano e português evidenciam a sua relevância com dois clubes em dezasseis. E sobram em verdadeira resistência o Eintracht Frankfurt como representante do dito forte futebol alemão. e a surpresa checa do Slavia Praga. Que deitou para fora da Europa um dos clubes mais titulados do futebol europeu nas últimas épocas, o Sevilha. O que vemos são, entre outros, grandes confrontos como o Futebol Clube do Porto - Liverpool ou o Manchester United - Barcelona. Ou o Nápoles - Arsenal e o Benfica de Bruno Lage face ao Eintracht Frankfurt liderado pelo austríaco Adi Hutter. E esta equipa alemã ainda não perdeu nesta Liga Europa... Oito vitórias e dois empates em dez jogos! Convém, de verdade, olhar para os números. Mas nada que impeça a forte crença na equipa de Bruno Lage, na sua clara e lúcida liderança e no regresso confiante ao Seixal dos quatro jogadores convocados por Fernando Santos para o arranque da fase de grupos do Europeu de 2020! Sendo o Benfica, a par do Wolverhampton de Nuno Espírito Santo, o clube mais representado na lista dos vinte e cinco escolhidos por Fernando Santos para este tempo de selecção. E depois deste tempo teremos as grandes finais. Na Liga interna e nas ligas europeias. Na Taça de Portugal e, também, nos mecanismos de condicionamento, que se multiplicarão, fora dos relvados. E eles já aí estão. Mas, regressando ao concerto extraordinário de André Rieu - não percam! - e acompanhando Beethoven direi que «milhares de pessoas cultivam a música, poucas porém têm a revelação desta arte». Como da pintura ou da porcelana. Da nossa Vista Alegre! Como da forma única e do talento singular de Cristiano Ronaldo!

3. O Sporting jogou na sexta, o Futebol Clube do Porto ontem e hoje em Moreira de Cónegos o Benfica tem outra final. Hoje o Benfica, com o colinho dos seus adeptos, tem de ultrapassar a equipa surpresa desta edição da Liga NOS. Hoje o Benfica, depois do empate que doeu na passada segunda-feira, sabe que os três pontos são fundamentais para a assumida e ambicionada reconquista. Sabemos bem que cada jogo é uma final. Mas, tal como frente ao Dínamo Zagreb, estamos certos que este concreto Benfica tudo fará para alcançar a vitória e fazer-nos acreditar que a reconquista é um sonho possível. E sabendo todos que o calendário exige acrescidas cautelas e que a gestão do esforço determinará opções necessárias. Como no ensinou o extraordinário Fernando Pessoa «reduzir as necessidades ao mínimo, para que em nada dependamos de outrem»! E hoje ao meio da tarde em Moreira de Cónegos combinaremos crença com necessidade sabendo bem que a necessidade é terna. E é esta ternura que sabe bem ao futebol. Ao futebol que nos entusiasma no arranque de cada jogo, em particular das competições europeias. Os hinos das Ligas aquecem as almas e entusiasmam-nos. Como cada vez que escutamos o hino do nosso clube ou o hino de Portugal! E, assim, combinamos futebol, música e arte! E como nos ensina Goethe «só a arte permite a realização de tudo o que na realidade a vida recusa ao homem»!"

Fernando Seara, in A Bola

Ordem, desordem, concentração e surpresa

"Por vezes o mais surpreendente é não haver surpresas. É preciso adormecer antes o adversário, e durante muito tempo

Dois perigos
1. Paul Valéry escreveu que «dois perigos ameaças constantemente o mundo: a ordem e desordem». Esses dois perigos ameaçam também, uma equipa. Sem ordem e hábitos de treino nada feito. Mas o problema da ordem é que se torna, claro, previsível. Ordem e disciplina, portanto, não bastam.
Podemos então pensar, em alternativa, numa ordem com surpresas. Tornar a estratégia de uma equipa previsível até ao momento em que, subitamente, aparece a surpresa decisiva.
Porém, podemos dizer que há uma dose máxima de surpresa recomendada. Se o treinador planeia uma surpresa a cada cinco minutos talvez a surpresa deixe de ser surpresa. É preciso adormecer antes o adversário, e durante muito tempo.
O filósofo Wittgenstein dizia precisamente o seguinte:
«Se disseres a alguém que quando chegar a cada vai ter uma surpresa, se ele chegar a casa e não tiver uma surpresa, vai ficar surpreendido».
E sim, no jogo funciona da mesma maneira: por vezes o mais surpreendente é não haver surpresa. Só assim, por exemplo, será possível vencer um adversário que se preparou para muitos imprevistos.
Se alguém se prepara apenas para o imprevisível será vencido pelo previsível, eis uma regra básica de bom senso.

Dois modos opostos de ser o melhor
2. Há dois modos de vencer bem distintos. Dois exemplos, materializados em dois jogadores, mais uma vez, nesta semana, foram essenciais.
Messi, a desordem colocada em cheio no centro do adversário. A surpresa: no meio do que se compreende aparece o movimento que ninguém espera.
E Ronaldo, não tanto a surpresa, mas sim: a ordem mais eficaz, mais potente do que todos as outras. Salta previsivelmente mais alto, chega previsivelmente mais cedo.

Concentração
3. Eu estava concentradíssimo em ir o mais alto e o mais para a frente possível. Esta é uma frase ouvida enquanto esperava pelo metro. Por vezes, agradeço os atrasos constantes dos transportes públicos.
Ver um atleta concentrado, antes de um penálti ou de um salto em altura, é assistir a um momento de anulação completa do exterior. Não há tempo antes nem depois. Quem está concentrado num gesto não tem futuro, nem memória; não há tempo nem espaço em redor. O que há é apenas corpo e tarefa.
Concentração significa etimologicamente: com um centro. Estar concentrado é ter um único centro. E por isso é sempre divertido escutar alguém dizer que está concentrado em três ou quatro projectos. É assim, no mínimo que nascem os torcicolos, físicos e mentais.
É como pensar num atleta que queira ao mesmo tempo, no mesmo movimento, saltar em altura e em comprimento. A coisa não vai correr bem.

Jogador-lupa
4. A potência da concentração bem evidente na lupa que concentra os raios do sol num pequeno espaço, atirando o calor para uma folha de papel. Aquilo que espalhado nada faz, quando concentrado queima.
O que é um atleta de alta competição? Isto: em cada lance de jogo concentra toda a energia na decisão da situação. Jogador-lupa, jogador concentrado, em oposição ao jogador-janela - este distrai-se com tudo o que acontece (está sempre a olhar para o lado de fora).

Dietas
5. A loucura das dietas. Sem x, sem y, sem z. Trata-se de tirar o prato do prato, como quem diz soberanamente: por que razão os vivos, além de estarem vivos, ainda querem prazeres gustativos?
As restrições alimentares são uma invenção claramente do campo da maldade.
O actor americano Joe E. Lewis é bem claro em relação a isto:
«Iniciei uma dieta, abstive-me de beber, comi o mínimo - e em quinze dias, perdi duas semanas».
Uma tomada de posição."

Gonçalo M. Tavares, in A Bola

Eventos desportivos de grande dimensão

"Como é sabido, Portugal tem sido palco de grandes eventos desportivos, sendo que este ano, já em Junho, o nosso país irá acolher a fase final da UEFA Nations League, onde a Selecção Nacional irá estar presente.
A realização de um evento desportivo de grande dimensão implica a coordenação de várias entidades e, muitas vezes, a introdução de regimes legais especiais ou de execução em determinadas matérias, exigências feitas, não raramente, pelos próprios organizadores das respectivas competições.
Assim, foi aprovada em reunião de Conselho de Ministros do dia 7 de Março uma proposta de lei que estabelece o regime fiscal das entidades organizadoras das finais das competições UEFA Nations League 2019 e UEFA Super Cup 2020, que se realizam em Portugal.
Diz o comunicado do Conselho de Ministros: «Uma das condições da UEFA para a escolha do país responsável pela realização deste tipo de competições é a definição, a nível nacional, de um regime fiscal especial aplicável aos rendimentos das entidades não residentes associadas a estas finais, designadamente às entidades organizadoras, às associações dos países e aos clubes desportivos, aos respectivos jogadores e às equipas técnicas participantes. O regime fiscal proposto é um tudo idêntico ao que foi aplicado aos rendimentos auferidos no âmbito do Euro-2004, bem como nas finais das competições UEFA Champions League e UEFA Women's Champions League em 2014. A fase final da UEFA Nations League 2019 terá lugar entre 5 e 9 de Junho no Estádio do Dragão, no Porto, e no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, estando a final da UEFA Super Cup 2020 agendada para dia 12 de Agosto no Estádio do Dragão».

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

O desporto é necessário

"O desporto é mais necessário do que nunca. Os progressos da ciência e da técnica, o desenvolvimento da máquina, da divisão do trabalho, a concentração urbana e as condições de alojamento, o aumento dos tempos de lazer e a melhoria dos níveis de vida transformaram a existência dos indivíduos. A civilização tecnicista fez nascer nele a necessidade crescente de movimento, da necessidade de uma actividade física compensadora, de um jogo e fonte de descontração e de distracção.
Nesta perspectiva, o desporto surge como uma espécie de refúgio seguro, permitindo preservar a integridade física e moral do Homem, face a certas ameaças do mundo moderno. Ele é o antídoto da uniformização imposta pelas estruturas sociais actuais e a passividade nascida das novas formas de trabalho e de lazer.
O desporto tornou-se um dos temas principais da imprensa escrita, falada, e da televisão, e o espectáculo desportivo explica, em grande parte, o interesse que tem uma actividade como um fato social. O desenvolvimento das actividades desportivas não é desprezível.
A actividade desportiva não tem o mesmo significado para todos. Cada indivíduo carrega consigo o seu temperamento, as suas possibilidades, as suas exigências pessoais. Ele dá um conteúdo original ao desporto e isso traduz-se: nas intenções, pela vontade de ultrapassar os seus limites; e na intensidade, por uma preparação, uma participação nas lutas desportivas e um esforço que varia segundo cada um. Trata-se, bem entendido, de envolvimentos na disciplina escolhida e no desejo de progredir.
O bem-estar e os perigos não são idênticos para todos. O desporto de alto rendimento distingue-se do desporto de massas. Para a sua elite, e para aqueles que se esforçam por o ser, a actividade desportiva exige um compromisso de todo o ser, uma disciplina a cada momento. Ele ocupa os pensamentos e orienta a maior parte das acções. O desporto favoriza as qualidades naturais e permite a afirmação da personalidade, ele revela o seu próprio valor. Ele é factor de promoção, pelo que a sua essência é a procura da performance, do resultado, uma vontade de se ultrapassar levada ao extremo. Para as massas, esta vontade existe, mas ela não é atingida pela mesma permanência, porque o atleta “amador” é submetido a obrigações que preenchem o essencial da sua vida. Apenas consagra à sua prática desportiva de eleição uma parte, mais ou menos grande, do seu tempo de lazer. O desporto para si é, antes de mais, um jogo, uma distracção, cuja a qualidade excepcional é indissoluvelmente ligada ao seu carácter de luta e de competição, a que poderemos chamar de “princípio de predação”. A vitória para o praticante é efémera. A vida quotidiana deixa pouco espaço para as preocupações desportivas.
O desporto não é aceite por todos unanimemente. Existe uma separação entre a intenção e a prática. De forma lapidar, “fala-se muito, e pratica-se pouco”. Os portugueses que o digam. Se as precauções necessárias foram tomadas contra os excessos possíveis, o desporto pode contribuir para o progresso humano.
O desporto cria situações variadas, fazendo jogar alguns opostos. Ele reflecte uma realidade quotidiana e contraditória. Ele revela a oposição e os limites de cada um. Ele faz surgir com brilho, e com drama, os valores mais elementares, isto é, os mais profundos. Ele promove, a aqueles que não recusaram o esforço, o conhecimento de si mesmo e dos outros. Ele pode ajudar o homem e a mulher na luta se conhecerem e se compreenderem. Em suma, ele é um incontável elemento de cultura."

Dyego Sousa abre a porta a Gabriel

"Cristiano Ronaldo fez o que fez na terça-feira em Turim e a mãe de Cristiano Ronaldo não lhe quis ficar atrás e, na quinta-feira, destroçou também ela muita gente ao vestir-se de vermelho e branco para desejar as felicidades ao Benfica através do Instagram. Os benfiquistas adoraram. Aliás, o namoro entre Dolores Aveiro e os fãs do maior clube português já vem do último dérbi em Alvalade. No fim do jogo, estabelecido o resultado de 4-2 favorável aos visitantes, a mãe de Cristiano Ronaldo respondeu com acenos e um gingar bem-disposto a um cântico que lhe foi dedicado."A Dolores é do Benfica! A Dolores é do Benfica", entoaram os benfiquistas em Alvalade e o momento, que só pode ser entendido com um acto de gentileza mútua, como o quase-hat-trick de João Félix nessa noite. 
Quase-hat-trick porque o número 79 do Benfica marcou dois golos, tendo um sido invalidado pelo VAR, e ainda teve ocasião flagrantíssima para fazer o terceiro num lance anterior à sua substituição. Nesta sua mais recente incursão pelo universo encarnado, teve a mãe do carrasco do Atlético de Madrid (e do presidente do Real Madrid) o cuidado de especificar que não é benfiquista, o que não a impediu de fazer votos de uma "óptima" quinta-feira para a equipa de Bruno Lage. Os votos de Dolores Aveiro não terão contribuído para os três golos sem resposta com que o Benfica despachou o Dínamo de Zagreb ao cabo de 120 minutos de futebol, mas lá que caíram muito bem entre os benfiquistas, caíram. Não há, actualmente, pessoa-não-benfiquista mais apreciada pelos benfiquista do que a mãe de Cristiano Ronaldo. E não será só pelos piores motivos.
O "hacker" de Budapeste soube que vai ser extraditado para Portugal, onde lhe será muito mais fácil estabelecer-se como comentador desportivo "indoor" e João Félix foi convocado para a Selecção A, o seu destino natural. Fernando Santos convocou também Dyego Sousa para os trabalhos. O jogador do Braga tem estatuto de luso-brasileiro e a sua chamada não fere nenhum princípio. A presença de Dyego Sousa no grupo que vai abordar a fase de qualificação para o Europeu de 2020 faz prever que, por um destes dias, seja também chamado por Fernando Santos um outro luso-brasileiro do futebol português, o benfiquista Gabriel. E será pelos melhores motivos.
O sorteio dos quartos-de-final da Liga Europa não foi bom para o Benfica. O Eintracht de Frankfurt é uma complicação a caminho e, em caso de apuramento da equipa da Luz, o favoritíssimo Chelsea seria uma grande, uma enorme complicação. também não teve nada de bom para o Benfica o empate consentido ao Belenenses. Tal como na Liga Europa, também no campeonato nacional tem o Benfica de se esforçar imenso para chegar onde quer. Que se comece já a esforçar amanhã em Moreira de Cónegos."

Sabe quem é? Sem medo de Zamora - Alberto Augusto

"Marcou primeiro golo da selecção, foi primeiro português contratado no Brasil; Benfica emprestou-o, não mais o viu

1. Tendo nascido por Benfica, o jeito para o futebol descobriu-se-lhe no Recreios da Amadora. No Benfica entrou pelas quartas categorias. Aos 19 anos já estava na primeira equipa. Para o Benfica também fora Artur, o irmão - e nessa época de 1917/1918 ambos foram campeões de Lisboa. Decisiva foi vitória por 2-1 com o Sporting - nesse jogo em que ele envolvendo-se em picardia com Boaventura dos Santos foram ambos expulsos (no dérbi nunca tal sucedera).
2. No ano seguinte, o Benfica só não conquistou o primeiro tetra da sua história devido a derrota como Setúbal marcada por lance insólito: Artur, o irmão a quem, como ele, tratavam por Batatinha, marcou penálti - só fez, porém, o golo na recarga e Raul Barros desconhecendo as regras, anulou-o. Ante escaramuça, insistiu na ideia de que a recarga era ilegal - e mantendo o golo anulado, quando o convenceram enfim do erro, mentiu no relatório, escrevendo lá que não o validara por Artur ter tocado com a mão na bola, o que ninguém viu.
3. Quando Cândido de Oliveira fundou o Casa Pia AC, do Benfica debandaram também António Pinho, Clemente Guerra e José António de Almeida - e Artur, o irmão mudou-se para o FC Porto, dizendo-se que se tornara «profissional clandestino», recebendo 1000 escudos ao ano (que equivaleriam nos dias de hoje a menos de 3000 euros). Também o quiseram levar, acabou por ficar no Benfica.
4. Dizia-se que a paixão com que jogava o punha, por vezes, a ferver em pouca água - e ao chegar-se a 1921, no jogo que decidiu o título de Lisboa, em que o Casa Pia ganhou ao Benfica por 2-0, agrediu Jorge Vieira, a estrela do Sporting, que estava a arbitra-lo - e com Vieira incapaz foi John Armour quem apitou os últimos 45 minutos.
5. Quando Augusto Sabbo fez a primeira selecção de Portugal para jogo contra Espanha, convocou-o a ele e ao irmão. Ao saber-se da lista, o Porto entrou em polvorosa, achando que não era equipa de Portugal, era equipa da AF Lisboa (e que Artur só lá estava por ser lisboeta). Quando, no Campo do Atl. Madrid, o árbitro assinalou penálti, Artur, que, quer no Benfica, quer no FC Porto, o fazia, tentou esquivar-se a marcá-lo - por ver na baliza Zamora. Outros, entreolharam-se, displicentes - e ele, ousado, lançou, um clamor: «Deixem que eu bato...»
6. Esse seu remate, na tarde de 18 de Dezembro de 1921, pô-lo ainda mais na história: atirando Zamora para um lado e a bola para o outro - fez o primeiro golo que a selecção de Portugal marcou. Não havia, então, jogador tão versátil como ele, capaz de fazer, em brilho qualquer função no meio campo ou no ataque. (Aliás, não só: indo o Benfica à Catalunha, faltando-lhe guarda-redes, fora ele para a baliza - e as crónicas falaram de si como tendo mostrado «a mestria dos melhores guardiões»).
7. Naquele tempo era normal, clubes pedirem emprestados jogadores para digressões especiais. Foi o que o V. Setúbal fez à partida para o Brasil. Tão fulgurante foi que o América o desafiou a ficar pelo Brasil. Começou por dizer não - mas, quando, a caminho do barco, para o regresso, lhe apareceram com um cheque em branco para ele preencher - disse sim.
8. Quase dois anos andou pelo Brasil (fez, emprestado também, torneios pelo Santos) - e ao voltar, algures por 1925, não regressou ao Benfica: foi para o SC Braga que estava, então, a criar (de forma ainda mais clandestina do que o FC Porto fizera com o irmão) equipa profissional. Jogador-treinador, saltou para o Salgueiros - e em Maio de 1928 esteve, destacado, numa das vitórias mais memoráveis do clube: em Maio de 28 eliminou o FC Porto do Campeonato de Portugal.
9. Ao SC Braga voltou, por Braga espalhou furor fugaz equipa que se chamava Comercial de Braga - e, em 1935 contratou-o o V. Guimarães. Ainda fez por lá o que fizera em quase todos os outros sítios: atletismo. Futebol deixou de jogar à beira dos 40 anos - e passando a treinador apenas não tardou a mostrar também o seu fulgor, sobretudo ao levar o Vitória à final da Taça de Portugal de 1941/1942 (eliminando o Sporting de Peyroteo - e perdendo-a para o Belenenses). E, meses depois, no Campo do Benlheval, por o seu Vitória ter batido por 5-1 o Benfica (de Janos Biri) que, nessa época voltou a ser campeão."

António Simões, in A Bola

Amanhã temos a Final da Taça de Portugal

Benfica 3 - 0 Ac. São Mamede
25-23, 25-19, 25-17

Entrámos em campo após a vitória do Fonte do Bastardo frente aos Lagartos, e não facilitámos...

Amanhã, na Final, a recente 'fácil' vitória sobre a Fonte não quer dizer nada... o contexto de uma Final é sempre diferente. Vamos a eles...!!!

PS1: Parabéns ao Rui Bragança pela Prata no Open da Bélgica de Taekwondo...

PS2: Foi 'só' um 5.ª lugar, mas é o melhor resultado da Telma Monteiro, após lesão... no Grand Slam de Ecaterimburgo. Todos esperamos que seja um regresso à 'normalidade' da nossa veterana Campeã!

Esclarecedor...

Benfica 10 - 1 Modicus

O Modicus é só o 3.º classificado deste campeonato!!! Não foi um 10-1 a uma equipa do fundo da tabela...!!!

Finalmente... vitória e boa exibição!

Benfica B 2 - 1 Penafiel


Uma das melhores exibições dos últimos tempos... Perdi a conta aos golos desperdiçados! Jogámos de facto muito bem, com o Taarbat a dar uma qualidade acima da média...!!!
Ironicamente, chegámos ao golo num 'duplo' frango... o Penafiel empatou sem merecer, e o Sapo deu justiça ao resultado!

Gostaria de ver o Taarbat, após a paragem das Selecções, no plantel principal...

Em mais um jogo, onde o apitadeiro tentou tudo para dificultar a vida ao Benfica... Várias decisões completamente surreais!!!

Foram só alguns minutos, mas o regresso do David Tavares tem que ser realçado, após quase 8 meses!!!

Vitória em Alverca!!!

Benfica 4 - 3 Barcelos

Vitória importante, que garante praticamente o 4.º lugar, num jogo que terminou 'apertado' porque os apitadeiros assim o decidiram!
Estamos ainda longe do nosso potencial, mas estamos a jogar melhor...

Eliminação em Braga...

ABC 23 - 18 Benfica
(9-9)

Inexplicável: depois da vitória contra o Sporting, dois jogos horríveis, o empate 'inconsequente' com o Belenenses, e agora uma eliminação da Taça de Portugal, uma competição onde tínhamos tudo para ganhar...!!!

O futebol inglês em sentido contrário

"O futebol português não terá mais margem de crescimento enquanto o principal objectivo dos grandes clubes for o de destruir a concorrência

O mundo tem vindo a observar, com espanto, as imagens de um parlamento inglês onde parece acontecer, dia após dia, um baile de baratas tontas. Os deputados ingleses andam a tratar da saída, já pouco limpa, da União Europeia. Chamaram-lhe Brexit, num tempo de eufórica arrogância, agora pedem, com a humildade possível, um adiamento da data de saída, não se percebendo bem o que possa mudar nos próximos meses, a menos que confiem, coisa que não é de todo disparatada, na insolvência moral dos negociadores europeus, que os leve a mudar, mais uma vez, de convicções e, sobretudo, de consciência.
Enfim, o mundo não estava habituado a ter, dos políticos ingleses, a imagem de incoerência e de desorientação que tantas vezes foram apontadas como lamentáveis características desses povos pobres do sul de Europa, que, de tanto sol e praias, acabaram por queimar as ideias e sensatez.
Hoje em dia, os políticos ingleses parecem-se cada vez mais com os actores daquela antiga e fantástica série do Yes Minister e não raros são os que têm curiosas semelhanças com o Mr. Bean.
Mas - perguntará o leitor - que propósito terá a questão do Brexit e da salganhada política em que a Inglaterra se meteu, numa crónica supostamente desportiva?
E eu respondo: é que o futebol inglês tem caminhado em sentido contrário ao da política inglesa.
Também no futebol os ingleses foram arrogantes e aparentavam uma atitude detestavelmente superior. Porque tinham inventado o jogo, porque não tinham nada a aprender com os bárbaros do continente, porque os seus treinadores exportavam pelo mundo inteiro aquele futebol directo de todos a correr atrás da bola, como se não houvesse amanhã.
Mas o futebol inglês mudou. Primeiro, mudou pela vontade e determinação politica de acabar com a violência e derrotar o flagelo do hoologanismo; depois, pela louvável inteligência de montar uma esplêndida máquina de negócio; por fim, criando um novo e apaixonante futebol, abrindo as portas dos clubes ingleses aos melhores jogadores do mundo e aos melhores treinadores da Europa, que, por sinal, também são os melhores treinadores do mundo. O resultado, está à vista de todos. Quatro clubes ingleses (Manchester City, Manchester United, Tottenham e Liverpool) nos quartos de final da Champions, e ainda mais dois clubes ingleses (Arsenal e Chelsea) nos quartos da Liga Europa.
Ora, se há situações em que o futebol dá exemplos, este é um deles. O exemplo vem, pois, de Inglaterra, onde o futebol atingiu um superior patamar de organização, de planeamento e, o mais importante, de rigor e qualidade. Virtudes em que, obviamente, a política inglesa mostra, hoje em dia, manifestamente carente.
Poder-se-á dizer que o futebol em Inglaterra são é, apenas, um exemplo de sucesso para a Grã Bretanha. É verdade. Bem poderia ser um exemplo, também, para Portugal, onde as virtudes são, todas elas, singulares. Portugal é excelente na qualidade dos seus treinadores, dos seus jogadores e até já foi excelente na qualidade dos seus árbitros, embora, hoje, já não o seja. Dir-me-ão que falta a qualidade dos dirigentes. É uma meia verdade. Aos dirigentes do futebol português, em geral, nem sequer falta qualidade, o que falta, e muito, é cultura. Cultura desportiva e não só. São capazes de desenvolver modelos criativos e competentes nos seus clubes, mas são totalmente incapazes de entender que o futebol precisa de um modelo organizado e proporcional, que promova o crescimento colectivo, algo que se torna totalmente impossível quando o modelo assenta na destruição da concorrência.

Dentro da área
Palco com vista para o mundo
FC Porto e Benfica nos quartos de final de duas provas europeias é uma excelente notícia para o futebol português, que está a recuperar pontos no ranking, em relação aos russos (já com todos os seus representantes afastados). Na Champions, o FC Porto defronta o versátil e poderoso Liverpool; na Liga Europa, o Benfica decide as meias-finais com o Eintracht Frankfurt. Nem as provas, nem os adversários são da mesma dimensão, mas serão quatro jogos num palco com vista para o mundo. E isso é fantástico!
(...)"

Vítor Serpa, in A Bola