segunda-feira, 4 de março de 2019

Amor com Amor se paga

"No jogo que colocou o Benfica na liderança da Liga, um duelo de duas identidades bem vincadas marcou o Clássico com a Identidade Lage a superiorizar-se à Identidade Conceição pela personalidade e competência que demonstrou ao longo de todo o jogo em todos os momentos.

“O Benfica foi igual a si mesmo. (…) Num primeiro momento, tentava pressionar a nossa 1ª fase de construção.”
Sérgio Conceição

Ao contrário do que se poderia esperar, foi um Benfica altamente pressionante sobre a construção portista. Desde a saída do Guarda-Redes, a equipa de Lage optou sempre por nunca deixar jogar o Porto. Apesar das mudanças na dinâmica ofensiva portista, a equipa encarnada foi condicionando a construção adversária, de modo, a evitar a entrada da bola nas costas da 1ª linha de pressão com Gabriel a subir em relação à restante linha média, enquanto que, Félix e Seferovic controlavam a saída a 3 do FC Porto. Este engodo criou dificuldades à equipa de Conceição que optou, invariavelmente, pela bola longa ou na profundidade para Marega. Actuando num bloco médio, para ter maior facilidade em retirar a profundidade que o Porto tanto gosta, o Benfica voltou a estar muito bem defensivamente e com as linhas sempre próximas.
Com bola, à imagem do que tem feito, um Benfica super capaz contra um Porto aparecer como têm sido apanágio num 4x4x2 clássico. A equipa de Lage mostrou uma enorme personalidade, mantendo os posicionamentos habituais do seu modelo numa das melhores exibições encarnadas no Dragão. Sempre que conseguiu, a equipa ligou desde trás mais por fora do que por dentro pela capacidade portista em fechar o corredor central. As trocas entre Pizzi, Rafa e Félix permitiram chegar ao último terço com maior facilidade, sobretudo por fora porque dentro existia pouco espaço e era uma forma de fugir aos duelos com centrais e médios do campeão nacional. Emergiu, então, uma qualidade incrível no desenho das novas rotas (ir fora para, posteriormente, voltar dentro para conquistar o espaço nas costas dos médios portistas).
Também em transição ofensiva, como nos tem habituado, o Benfica foi capaz de criar muito perigo junta a baliza de Casillas pela forma como roubou em zonas baixas ou altas (Ver I Golo) e saiu para ataque rápido ou contra-ataque.


A chegada de Lage ao comando técnico do Benfica trouxe a Afirmação do Renascimento Encarnado. Após um período de crescimento, o Benfica de Lage é cada vez mais uma equipa super competente, inteligente e personalizada!"

Cadomblé do Vata (... e os passoubem!!!)

"Sérgio Conceição não cumprimentou João Félix no final do jogo e fez muito mal. Entendo que o homem é pago para ter mau perder, conforme a cultura do clube que representa e deixar o craque Benfiquista de mão estendida foi apenas cumprimento de deveres laborais. Acontece é que o amigo do seu filho foi um dos principais responsáveis pela derrota portista, portanto se o técnico azul e branco não incorre em infracção contratual grave, muito deve agradecer ao viseense, que certamente por ter passado pela mãos sábias do Bino antes de ser dispensado do Centro de Estágios da Câmara Municipal de Gaia, se está a transformar num caso sério do pontapé do esférico.
Não pretendo de forma alguma crucificar o treinador que entregou um tenrinho Manafá aos glutões atacantes da Luz. Julgo é que dadas as circunstâncias, um passoubem era o mínimo que se impunha. Não excluo contudo, que o bom Sérgio se tenha assustado com a mão felixiana, que como bem demonstra a foto colocada a rolar nas redes sociais pelos apaniguados do dragão, é disforme e na ligação entre o dedo do meio e o anelar, tem pele até ao nó deste dedo. João Félix é um craque da bola, mas sendo verdadeira a imagem, como definitivamente será, tem na extremidade do braço direito uma barbatana, que poderia fazer perigar todos os recordes olímpicos alcançados por Michael Phelps.
Bruno Lage cumprimentou Danilo, Luís Gonçalves, se calhar Sérgio Conceição e fez muito bem. O Homem é pago para saber ganhar, conforme a cultura do Clube que representa e apertar mãos e distribuir abraços foi apenas cumprimento de deveres laborais. Vão provavelmente dizer-me que as gentes portistas não merecem o desportivismo do setubalense, mas convenhamos que se Lage não incorre em infracção laboral grave, também o deve a eles. Mesmo tendo em conta que Danilo pouco jogou e Luís Gonçalves só tem intervenção directa no jogo quando lhe tiram o açaime e a trela para correr esfaimado em direcção da equipa de arbitragem, a colaboração do pai do Rodrigo Conceição foi decisiva para o desenlace final. Temo até que para alguém que não entende a diferença entre saber o 11 inicial adversário e ter conhecimento de como ele joga, um abraço por muito apertado que seja, não chega. Um postal de agradecimento é o mínimo exigível a Bruno Lage."

A leveza de Rafa Silva

"(...), um homem que ele julgava que “era mudo”, Rafa Silva: “Sempre que as câmaras detectam um ligeiro e quase imperceptível movimento dos lábios, parece exprimir-se num sussurro, como uma criança obrigada a pedir desculpa ou alguém a vender droga na Rua dos Fanqueiros

Uma das piores coisas que vieram atreladas aos canais de informação na televisão por cabo foram as maratonas nos dias de jogos grandes, vulgarmente designadas de antevisões, que começam por volta da hora do almoço e se prolongam, com interrupções pontuais, sejam publicitárias ou para provar que o mundo continua a existir, durante horas preenchidas com acompanhamento de autocarros em autoestradas, entrevistas a adeptos em vários pontos do país, normalmente sentados em cafés e a quem é pedido um prognóstico sobre o resultado e um vaticínio sobre os autores dos golos (pode parecer estranho, mas é raro o adepto que aposta num empate a zero), carrosséis de comentaristas e os pontos de situação à porta dos hotéis e nas imediações dos estádios. A emoção é tão habilmente construída, com relógios em contagem decrescente, como que prenunciando uma explosão nuclear, um lançamento espacial ou o Apocalipse, que a antevisão se torna um espectáculo em si, autorreferencial e autofágico, quase dispensando a existência do acontecimento que anuncia: um interminável rufar de tambor que acaba por ser o verdadeiro número. Aliás, é bem provável que ao fim de dez horas de “antevisão” o espectador se sinta defraudado com a visão do próprio acontecimento e a cor de vinte e dois jogadores sobre um relvado, as jogadas e os golos empalideça em comparação com a fanfarra televisiva precedente.
Quando a festa a sério começa eu já só tenho vontade de apanhar as canas. Sobretudo se o grande jogo em questão for um Porto-Benfica. Aos dezanove minutos quando Adrián López marcou aquele golo, o mesmo Adrián López que não marcava um golo no Dragão desde o Mesozoico ou quando João Félix ainda não era nascido, bateram-me com toda a força as saudades das imagens da tarde, dos comentários arrastados, dos prognósticos e vaticínios em esplanadas deste maravilhoso país e desejei que o grande espectáculo da antevisão, com cameramen em posições acrobáticas para captarem o melhor ângulo da retaguarda do Vermelhão, o interminável rufar de tambor, não tivesse mesmo terminado. Porém, com o desenrolar do jogo, aconteceu uma série de fenómenos sem precedentes, dos quais o menos espectacular foi a não desintegração da equipa do Benfica. Já no fim, tive de puxar a fita atrás, como se dizia no tempo em que os animais falavam e ainda não havia Seixal, para confirmar se a minha mente não me tinha enganado. Não, não foi para confirmar a expulsão de um jogador do Benfica, uma espécie de 18ª lei do futebol nesta época (os árbitros, muitas vezes benevolentes para não prejudicarem o espectáculo, têm revelado que a expulsão de um jogador do Benfica é um ingrediente quase indispensável ao espectáculo). Também não foi para rever uma formidável cueca do Pizzi, nem aquele passe elástico de Ferro, nem a combinação telepática entre Pizzi e Rafa, nem o corte de Samaris (que só não adjectivo de providencial porque seria um embaraço para a Divina Providência), nem a defesa de Vlachodimos a um remate de Felipe. Foi para rever aquele momento em que, na flash interview, se ouviu pela primeira vez a voz de Rafa.
Deus me perdoe, mas eu julgava que Rafa era mudo. Certos jogadores são tão expressivos que, mesmo na transmissão televisiva, tudo o que dizem se torna audível, e tudo o que dizem envolve normalmente sugerir aos adversários o trajecto mais curto até às partes íntimas da progenitora. Já Rafa, sempre que as câmaras detectam um ligeiro e quase imperceptível movimento dos lábios, parece exprimir-se num sussurro, como uma criança obrigada a pedir desculpa ou alguém a vender droga na Rua dos Fanqueiros. Em certa medida, Rafa lembra Fernando Chalana, na barba, embora mais aparada, na velocidade, embora menos genial, e na introversão, em que pede meças ao génio do Barreiro. Desde que chegou ao Benfica há três anos, contratado a troco de várias sacas de cimento e outros materiais de construção, Rafa tem sido um caso curioso de inadaptação. Não sendo um daqueles flops bombásticos, assemelha-se à encarnação do som de um balão a esvaziar-se lentamente, primeiro no tecto de um quarto de criança, depois cada vez mais frouxo até ficar esquecido atrás de peluches e casas de bonecas. Aquele semblante carregado, quase a dizer “eu fui amaldiçoado pelos deuses”, é um íman de infortúnio. De vez em quando, lá marcava um golo e os adeptos, subitamente relembrados da sua existência, punham-se com aquela conversa de missa de corpo presente “era muito bom rapaz, pena falhar tantos golos”. Rafa, com as suas barbas tristes e o seu olhar de cachorro abandonado dentro da própria casa, era o memento mori da sua passagem infeliz pelo Benfica quando essa passagem ainda não se concluíra, um artista a falhar golos feitos, o grande desperdiçador, um Mamede da concretização. Ao fim de duas épocas pensei que iria acabar onde acabam tantos jogadores como passagens deprimentes, mesmo que não catastróficas, por um dos três grandes: no Vitória de Guimarães.
Mas eis que Bruno Lage pega na equipa e, com os seus dons de curandeiro científico, transforma Seferovic numa máquina letal, devolve Samaris ao mundo dos vivos e tira dos ombros de Rafa o peso que o prendia ao chão. No sábado, os pés que antes arrastavam chuteiras de cimento pareciam ter asas e os dois remates, embora só um tenha entrado, saíram-lhe das botas com o fogo do golo. Na verdade, foi em campo, e não na flash interview, que vi Rafa falar pela primeira vez, com eloquência e confiança e já não com aquela sombra negra do pecador relapso que, no confessionário, aguarda pela penitência. Por uma questão de justiça, diga-se que não foi apenas Rafa a exibir a confiança que tantas vezes falta ao Benfica quando entra no Dragão. O que acontece é que quando até um jogador como Rafa, a personificação do medo cénico, joga como se estivesse no recreio da escola, a atitude de jogadores como Samaris, Gabriel, Rúben Dias e mesmo João Félix não parece assim tão espantosa. Depois de duas épocas estranhas, Rafa Silva libertou-se finalmente do peso imaginário que o vergava. O semblante continua triste, sim, mas agora joga com alegria e leveza e, em campo, fala que se farta.

Pequenas notas:
Foi apenas a 14ª vitória do Benfica em casa do Porto para o campeonato. Lembro-me de todas a que assisti e dos marcadores dos golos nesses jogos. Para o Benfica, ganhar no Dragão é como subir o Evereste. O mérito de Lage é ter transformado, na cabeça dos jogadores, o Evereste numa mais acessível Serra da Estrela. Mas há mais curiosidades: desde 2005/06 que um jogador português não marcava no Dragão e há mais de quarenta anos que não marcavam dois jogadores portugueses no mesmo jogo. Há 25 anos que o Benfica não ganhava três clássicos na mesma temporada e há 28 que não ganhava em casa dos dois maiores rivais. Marcar em Alvalade e no Dragão na mesma época como João Félix fez agora já não acontecia há dezasseis anos e para encontrar um jogador do Benfica que tenha facturado em três clássicos é preciso recuar aos tempos bíblicos do profeta Isaías. Quem disse que a estatística não aquece o coração?
Quando tanto se fala nos “bebés do Seixal”, é bom lembrar os matusaléns que continuam a fazer história, como se tivessem descoberto a fonte da eterna juventude. Neste fim-de-semana, Roger Federer conquistou o 100º título do ATP e, por falar em asas nos pés, o enorme Nélson Évora conquistou a 11ª medalha em grandes competições.
Escolher Bruno Fernandes como figura da semana todas as semanas seria uma espécie de batota para quem escreve uma crónica, embora o cronista não tenha culpa do que o nº 8 do Sporting tem feito jogo após jogo. Não é só a quem escreve que as palavras começam a faltar para falar do médio. Marcel Keizer não conseguiu dizer muito mais do que isto: “Ele está num bom momento, é bom jogador. É um jogador importante.” Pois, Shakespeare também foi um bom dramaturgo, um dramaturgo importante, vá lá."

Já há campeão?

"Em futebol não se pode falar nunca de dados adquiridos.

Mesmo ficando a faltar dez jornadas para terminar o actual campeonato, a verdade é que a jornada deste fim-de-semana pode ter ajudado a clarificar algumas das dúvidas que se colocavam há pouco mais de 72 horas. Aliás, a previsão apontava nesse sentido: a vitória de um ou de outro dos contendores poderia abrir caminho ao futuro campeão.
Futebol Clube do Porto e Sport Lisboa e Benfica ofereceram no Estádio do Dragão um espectáculo como raramente se vê no nosso campeonato: jogo intenso, entrega total dos jogadores e duas equipas à procura de uma vitória que todos sabiam importantes.
Venceu o Benfica, e com justiça: foi a equipa mais competente e que soube matar o jogo em momentos decisivos.
Com um onze inicial que não surpreendeu, Bruno Lage conduziu os seus jogadores através de um plano que não deu chances ao seu adversário.
Já do lado dos Dragões foi notória a surpresa logo a abrir: afinal Sérgio Conceição tinha na manga cartas diferentes daquelas que eram esperadas, e aí pode ter começado a débacle da equipa que necessitava, pelo menos, de um empate para não ser atirada borda fora.
Agora ficam a faltar dez jornadas (trinta pontos) para o campeonato chegar ao fim.
E olhando para o calendário verifica-se que os lisboetas jogam seis vezes na Luz e quatro vezes fora, enquanto os portistas dividem a meio essas tarefas.
E quanto a dificuldades possíveis neste percurso, ambos vão ter de jogar em Braga, somando a isso a recepção ao Sporting no reduto azul e branco.
De resto, parecem acessíveis os demais jogos e susceptíveis de não criar grandes embaraços ao duo que comanda a classificação separado por dois pontos.
Portanto, do ponto de vista de muita gente o campeão pode ter sido encontrado na noite do último sábado.
Só que em futebol não se pode falar nunca de dados adquiridos, o que equivale por dizer que vamos ter uma luta titânica até ao fim."

Vamos voltar ao princípio porque é lá o fim

"Completar três décadas de vida nos tempos que correm não é fácil, diz-vos quem conseguiu cumprir tão heróico feito há pouco tempo. Os 30 são os novos 40, na medida em que a nova consciência da finitude da nossa juventude nos põe a pensar de forma mais responsável, especialmente nesta sociedade em que o "eu" normalmente interessa mais do que o "nós". Foi assim que, recentemente, passei a usar uma escova de dentes de bambu, a tentar renegar o plástico do meu quotidiano (dificilmente haverá tarefa mais difícil neste mundo), a procurar alimentos sem porcarias processadas, a tentar escolher o pão mais parecido com o dos meus avós (já repararam na quantidade de ingredientes desnecessários que leva o pão de supermercado?), etc, etc, etc.
Eu sou só uma (alguém a quem o estimado leitor já deve estar a chamar de millenial ou hipster ou esquisitinha ou coisa que o valha), mas se o meu regresso ao essencial da vida puder ajudar o planeta - e a minha saúde, já agora - nem que seja 1%, bom, então já será minimamente útil, sei lá, para os animais ou para as gerações vindouras.
Chegados a este ponto, o leitor já deve estar a pensar que me esqueci do futebol, mas tudo isto tem a ver com o futebol, porque o futebol é vida. E se eu já andava a pensar em tudo isto desde 6 de Janeiro de 2019, mais ainda pensei no sábado à noite. Isto porque, desde que se estreou como treinador do Benfica, Bruno Lage impressiona pelo encanto simplista com que desempenha as suas funções. Primeiro, vai sempre para os jogos, sejam eles quais forem, de fato de treino, o que me agrada particularmente, desculpem dizer-vos: mas que sentido faz um homem do desporto estar num campo de futebol de fato e gravata e sapato engraxado? Se isto é moderno, deixem-me ser antiga.
Depois, vai à conferências de imprensa de forma descontraída, falar daquilo que mais gosta: futebol (e, particularmente, treino). Mais: entra em campo quando chega aos estádios simplesmente para apreciar a envolvência e o ambiente criado pelos adeptos, como se fosse uma criança maravilhada com o que vê, e não há nada como apreciar o que nos rodeia, nestes tempos modernos em que olhamos mas não vemos.
E, por fim, sábado à noite, na flash interview pós vitória no Dragão, justificou o êxito da equipa assim: "É no treino e nos jogadores, foi isso que acabei de dizer-lhes. Agradecer-lhes pela atitude mostrada no treino, em querer formar esta equipa que hoje se viu. Agradecer-lhes, porque de alguma forma estão a fazer de mim treinador. Tenho dito que o mérito é deles e esta caminhada de dois meses só tem sido realizada pelo trabalho que eles colocam em campo."
Isto, em suma, é apenas uma coisa: voltar ao essencial do futebol. E o que é o essencial no futebol? Simples: os jogadores, a bola, o relvado (não, não são os "mestres da táctica", ainda que, obviamente, os treinadores tenham uma importância muito alargada no sucesso de uma equipa). Como teoriza - e bem - Juanma Lillo, um dos mentores de Pep Guardiola, sobre o futebol moderno: “Hoje fala-se de tudo menos do próprio jogo. Onde está a paixão de um adepto que nem pode dizer o 11 da equipa numa época, porque os jogadores estão sempre a mudar? Antes, o Maradona marcava um golo sozinho, era um herói. Hoje, se o Messi marca um golo há cinco gajos que levantam logo a mão: o dietista diz que foi da refeição que preparou, o podologista diz que lhe cortou as unhas, o preparador físico diz que foi dos sprints que treinaram...”
Parece simples. E, às vezes, até é. Como foi o clássico de sábado à noite, em que o medo de perder (dos treinadores?), que habitualmente se sobrepõe a tudo o resto nestes jogos, deu lugar à vontade e à confiança (dos jogadores?) em ganhar. É voltar ao essencial, com a Liga portuguesa ao rubro: o Benfica é líder, com 59 pontos, e o FC Porto agora segue atrás, com 57 pontos. Faltam 10 jogos. Resta-nos apreciar o espectáculo.
(...)"

Uma renovação extemporânea

"Na véspera do clássico com o Benfica, Pinto da Costa anunciou a renovação por mais um ano do contrato com o treinador Sérgio Conceição. A maioria dos comentadores achou tratar-se de um ‘golpe de génio’ de Pinto da Costa. Mais um. A provar a sua condição de grande mestre da gestão desportiva.

Também acho o presidente do Porto um caso sério do dirigismo desportivo mundial, mas não por isto. Considerei a renovação com Sérgio Conceição na véspera do FC Porto-Benfica um déjà vu, um truque previsível, para inglês ver, sem qualquer originalidade. Aliás, tratou-se apenas de um gesto de marketing: se fosse mesmo para motivar o treinador (e a equipa) ter-se-ia realizado no recato de uma sala do Dragão e não com pompa e circunstância, com discursos e assistência.
Arrisco mesmo dizer que a renovação até pode ter servido para dispersar Sérgio Conceição e o ‘amolecer’. Com a renovação no bolso, o treinador do FC Porto já não precisaria de justificar nada. 
Aliás, há treinadores que começam a perder jogos depois das renovações – como foi o caso recente de Mourinho no Manchester United.
Mas se os portistas têm razões para estar tristes – e os comentadores deveriam rever os seus critérios – os benfiquistas também não têm motivos para embandeirar em arco.
É certo que depois do golo do Porto o Benfica foi para cima do adversário e reduziu-o à condição de uma equipa banal. Foi quase confrangedor ver o Porto jogar assim no seu próprio estádio. Os miúdos do Seixal deram um recital e podiam ter marcado dois ou três golos nesse período.
Mas depois do empate o Benfica encolheu-se. Revelou falta de ambição. E durante a segunda parte foi completamente dominado, só não tendo sofrido golos mercê do desempenho de um guarda-redes que defende o indefensável. Há guarda-redes que só não defendem o que não tem defesa. Ora Vlachodimos até defende o que não tem defesa. No Dragão, isso aconteceu três vezes. E Rafa, um jogador que esteve proscrito, fez o resto, marcando um golo caído do céu. Este, sim, é um pequeno génio.
Pode pois dizer-se que, se a juventude do Benfica fez uma grande manifestação de talento no período que mediou entre o golo do Porto e o empate, mostrou uma notória falta de maturidade na segunda parte.
Enfim, um porto aquém do que se exigia, um Benfica com altos e baixos, foi o que viu no clássico de sábado à noite. Os benfiquistas não têm razões para estar tranquilos e os portistas têm razões para estar verdadeiramente intranquilos.
E Pinto da Costa já estará a deitar contas à vida. Se o Porto não for campeão, depois do avanço que teve, dificilmente Sérgio Conceição poderá permanecer no Dragão. E com esta renovação extemporânea, que teve um efeito contrário ao pretendido, a indemnização a pagar pelo FC Porto será bem mais alta… O ato de ‘génio’ de Pinto da Costa pode revelar-se, afinal, um tiro no pé."

Chicotadas psicológicas são remédio de curta duração. Mas há exceções à regra: Bruno Lage é uma delas

"Estudo da Universidade Europeia avança que a troca de treinador durante a época resulta nos primeiros três jogos, mas perde efeito após nove jornadas. Numa época em que já tombaram oito técnicos na Liga NOS, Bruno Lage e Lito Vidigal são as excepções à regra da cura de curta duração, tendo o Benfica e Boavista somado o dobro dos golos marcados depois do adeus a Rui Vitória e Jorge Simão

A ideia de que as chicotadas psicológicas são o grande remédio para quebrar o enguiço da falta de rendimento das equipas é desmistificada num estudo do Observatório do Futebol da Universidade Europeia, divulgado esta segunda-feira, que analisou os efeitos da mudança de treinadores no decurso da competição ao longo desde a época 2016/17. A principal conclusão da análise não abona a favor dos dirigentes que optam por rasgar contratos dos treinadores para inverter os resultados negativos das equipas e calar os adeptos, já que a retoma de motivação (e pontos) costuma verificar-se apenas nos primeiros três jogos após a troca no banco, sobretudo devido a uma diminuição do número médio de golos sofridos.
De acordo com os estudos, os novos técnicos no curto prazo conseguem fazer quase o dobro dos pontos por jogo do que os seus antecessores nas últimas três partidas, mas o toque de Midas tende a desvanecer-se a longo prazo, não existindo diferenças significativas entre o antes e o depois após nove jogos. No imediato, o estudo conclui que a maior alteração no rendimento de uma equipa revela-se na consistência e eficácia defensiva, sem impacto, em geral, nos remates à baliza ou relativamente à posse de bola.
Numa época em que até à 18ª jornada quase metade das equipas da Liga NOS já despediu o treinador principal, Sporting, Setúbal e Feirense pioraram após a saída de José Peseiro, Lito Vidigal e Nuno Manta Santos, registando um decréscimo da média de pontos por jogo. Até ver, dois meses após a saída de Rui Vitória, o treinador revelação Bruno Lage teima em contrariar a máxima que 'para pior já basta assim', com melhorias em todos os campos - quase o dobro de golos marcados, menos sofridos e mais pontos somados. E o moral das tropas em crescendo, ainda mais após a vitória arrancada frente ao campeão nacional, sábado, no Dragão, que levou o Benfica ao topo da tabela classificativa.
Benéfica tem-se revelado ainda a troca de Jorge Simão por Lito Vidigal - que saltou do banco do Setúbal para o do Boavista, a 26 de Janeiro, com ganhos de pontos, golos marcados e sofridos, à semelhança do que acontece ainda no Desportivo das Aves e Chaves. No Marítimo, a substituição de Cláudio Braga por Petit há pouco mais de três meses não aqueceu nem arrefeceu, seguindo em 15º lugar da tabela classificativa, a um ponto da linha de água, à frente do Tondela, Chaves e Feirense. 
Tabela do estudo da Universidade Europeia

Quanto à análise das condições que antecipam o despedimento precoce, os investigadores avançam que, em termos de pontos, no quinto jogo que antecede a rescisão existe uma diminuição de 29% nos pontos por jogo, sendo que este indicador não ultrapassa os 1.0 até ao despedimento. Quatro jogos antes do despedimento identificou-se um aumento de 21% do número de golos sofridos por partida, sendo que este indicador não baixa dos 1.7 até à rescisão. No penúltimo jogo antes da chicotada existe uma quebra de cerca de 30% nos golos marcados, sendo que se mantém inferior a 1.0 até ao despedimento.
Já em relação ao número de remates por jogo não há uma alteração à medida que se vai aproximando o momento da rutura, demonstrando-se que a equipa não passa a rematar menos, mas torna-se menos eficaz. No caso da posse de bola, o estudo também não verificou alterações à medida que se vai aproximando o momento da despedida."

Os sportinguistas são imunes à dor

"O pior que podem fazer a um sportinguista é dar-nos esperança. Nós estamos bem com a nossa sina, o pior que já me fizeram foi naquele primeiro ano com o Jorge Jesus.

Se existe a piada recorrente de que quando o Benfica perde há mais casos de violência doméstica, então, quando o Sporting perde aumenta o número de casos de auto-mutilação. O sportinguista é um bicho masoquista e que gosta de sofrer. Aliás, somos imunes ao sofrimento. Vi os meus amigos portistas a lamentarem-se pela derrota no Dragão e pensei “Que tenrinhos, não estão mesmo nada habituados a isto de perder”. As minhas maiores alegrias enquanto sportinguista é ganhar a saber perder sem chorar. Há clubes que têm mau perder, nós já perdemos tanto que nos tornámos bons nisso. Seguimos a nossa vida como se nada fosse após cada campeonato perdido.
O pior que podem fazer a um sportinguista é dar-nos esperança. Nós estamos bem com a nossa sina, o pior que já me fizeram foi naquele primeiro ano com o Jorge Jesus; comecei a acreditar que era possível ser campeão, passou o Natal e eu continuava com esperança; jogámos como nunca e, depois, perdemos. Como sempre. Doeu mais do que nos anos standard de Sporting em que pelo Natal já começamos a não ligar ao futebol e a preferir o ténis de mesa. Este ano, igual, com a chegada de Keizer e as goleadas consecutivas dei por mim a pensar “Tu queres ver…” para agora já ter descido à terra e percebido que o terceiro lugar, dadas as circunstâncias, não está nada mau.
O sportinguista é um eterno optimista sem razões para o ser. Não faz sentido ser-se candidato ao título tantos anos sem o ser, tem de haver ali uma barreira em que já não tem cabimento iludirmo-nos. Antes, tínhamos a formação e o orgulho de ter um onze com vários jogadores provenientes de lá, quase todos portugueses. Era a nossa bandeira, agora nem isso. Espero que o Bruno Fernandes vá embora rápido ou deixe de saber jogar, como tem feito o Bas Dost, para deixarmos de ter qualquer motivo para celebrar e voltarmos à nossa condição de não ter alegrias. Não nos dêem esperanças! Estamos bem assim. Custa menos. Só espero que o Cristiano Ronaldo seja mesmo culpado da violação e que se descubra que o Figo tem crianças em jaulas na cave para, finalmente, podermos nem ter esses para nos contentarmos.
O sportinguista é imune à dor. Nas cirurgias nem precisamos de anestesia, basta mostrarem-nos o falhanço do Brian Ruiz e podem tirar-nos o apêndice que não sentimos nada. As mulheres dos sportinguistas, antes de pedirem o divórcio, mostram-lhes a invasão da academia ou a rescisão do Gelson Martins. Os senhores da EMEL, quando bloqueiam o carro de um sportinguista, deveriam deixar uma fotografia do Bruno de Carvalho dentro do envelope da multa.
(...)"

O 'lado negro' do ídolo no desporto

"Quem não sonhou em algum momento da sua vida ser um Cristiano Ronaldo, Patrícia Mamona, Telma Monteiro José Mourinho, Sérgio Conceição ou até Jorge Mendes? Estes ídolos desportivos são fontes de inspiração, quer pelo mediatismo, pelos números que os rodeiam, pela sua competência ou sucesso. De certa forma, são estes factores que promovem o interesse nas modalidades desportivas e mantêm algum romantismo nas vidas alcançadas pelos seus intérpretes.
No entanto, existe um outro lado da vida destes ídolos que é indissociável do estatuto conquistado: a visibilidade do ídolo retira privacidade, tempo social e de partilha, aumenta o crivo da crítica, aumenta a pressão social e a necessidade de manter continuamente uma “máscara” consonante com a imagem criada em seu torno. O lado negro de ser ídolo obriga-os a serem pessoas com núcleos de amigos muito restritos, de certa forma mais solitários. A vida de um ídolo não é um “conto de fadas” repleta de aspectos somente positivos.
O lado mais difícil de ser-se ídolo está provavelmente relacionado com a responsabilidade social. A responsabilidade de ser socialmente correto, demonstrar fair play, evidenciar as características associadas à ética desportiva é tanto maior quanto a sua exposição. E quando os nossos ídolos incorrem em condutas incorrectas ou suspeitas, é quando a sociedade fica em choque. Quando um herói desportivo, não cumprimenta o adversário, ou desrespeita o árbitro, ou afirma convictamente que “não gosta de perder”, quais as consequências para o comportamento dos nossos jovens desportistas, nos pátios dos recreios, no desporto escolar, ou em qualquer modalidade? É claro que o impacto no seu comportamento é modelado por estes infelizes comportamentos que não vêm qualquer punição ou reforço negativo significativo. A imagem de que vale tudo para vencer não poder ser admissível.
A aprendizagem social é alimentada pelos modelos mais significativos para o aprendiz, sejam eles especialistas próximos ou populares, cujas acções são reconhecidas pelos outros (comunicação social, pares, etc.). A teoria dos “Neurónios Espelho” sustenta também esta ideia de replicação de comportamentos. Ao observarmos o comportamento motor de alguém, estamos a “activar” a nossa região do córtex pré-motor promovendo assim a sua execução em situações ou condições semelhantes. Basta pensar na imitação dos festejos de golo do CR7, ou das “simulações” do Neymar, que neste segundo exemplo recebem igualmente a atenção dos média. O problema, é a ausência de castigo ou reforço negativo, numa qualquer acção incorrecta de um ídolo, pois poderá servir de estímulo à sua replicação por parte do seu admirador.
Temos todos o dever de enquadrar nos jovens desportistas, sobretudo nos mais influenciáveis, a moralidade e ética associado ao desportivismo, e uma postura adequada no desporto como educação para a vida. Vamos a isso, porque vale a pena: trata-se do futuro!"

Humildade e liderança

"A exibição e vitória no Estádio do Dragão foram as prendas perfeitas para fechar a semana do 115.º aniversário do Benfica – que já estava igualmente marcada pela apresentação dos excelentes resultados financeiros da SAD no primeiro semestre de 2018/19. Reflexo disso mesmo, a notícia desta manhã de uma subida de 9% das acções da SLB, SAD a colocar-nos também na frente das subidas no mercado de capitais.
O jogo frente ao FC Porto foi, antes de mais, um excelente espectáculo! Um duelo emotivo e bem disputado que prestigiou o futebol português. Um clássico ao nível dos melhores que se disputam actualmente na Europa.
A vitória do Benfica provocou uma mudança: há, desde o final da noite de sábado, um novo líder no campeonato nacional. No entanto, pela nossa parte, essa é a única mudança. Tudo o resto se manterá intocável: o mesmo foco na competição, a mesma responsabilidade, a mesma vontade, o mesmo empenho, a mesma seriedade, o mesmo respeito.
A qualidade e a humildade demonstradas permitiram que a nossa equipa chegasse a esta 24.ª jornada, no Dragão, em condições de disputar a liderança. A mesma qualidade de jogo e humildade que lhe permitiram, depois, alcançar a posição em que hoje se encontra.
Ficaram a faltar 10 jornadas na Liga. Que, para o Benfica, vão ser 10 finais. Como Bruno Lage lembrou, no sábado, “só é possível jogar uma de cada vez”.
Assim continuaremos, portanto: treino a treino, jogo a jogo, final a final – porque nada está ganho! Seguros de que, em cada estádio, teremos a extraordinária onda vermelha a lutar ao nosso lado!

PS: Insinuações de doping, de compra de jogadores adversários para lesionar atletas (que, infelizmente, em alguns casos se aleijam sozinhos), foguetes na madrugada e apedrejamentos são práticas de um passado que importa acabar de vez!
(...)"

Mais próximos da Taça...!!!

Benfica 3 - 0 Guimarães
25-15, 25-19, 25-14

Qualificação para a Final 4, que irá ser realizada em Sines, nos dias 16 e 17 de Março.

PS1: Parabéns à nossa equipa de Atletismo sub-23, masculinos, que voltaram-se a sagrar Campeões Nacionais de Pista Coberta. Destaque para o nosso quarteto dos 4x400m que bateu o recorde nacional da categoria: Paulo Soares, José Carlos Pinto, José Coelho e Mauro Pereira.

PS2: Parabéns ao nosso atleta Marcin Lewandowski, que nos Europeus de Pista Coberta de Glasgow,  a correr pelo seu país, a Polónia, se sagrou bicampeão Europeu dos 1500m...

Vitória no Barreiro...

Galitos 77 - 81 Benfica
20-13, 17-19, 19-19, 21-30

Mais um vitória tirada a ferros, contra uma equipa na Sexta-feira, levou 41 pontos da Oliveirense!!!

Além do número de pontos do Micah, referir que o Gladness além dos 15 pontos, ganhou 16 ressaltos!!!

Derrota na Serra...

Sp. Covilhã 2 - 0 Benfica B

Zlobin; Pinto, Kalaica, Zec, Frimpong; Vukotic, Benny, Willock, Santos; Krovinovic (Bernardo, 65'), Saponjic (Henrique, 75')

Nas últimas jornadas, tem sido evidente que as muitas 'saídas' de jogadores (além do treinador...) afectaram a equipa, mas mesmo assim parece-me que a mudança para o 442 ainda teve um impacto maior...

A utilização do Krovi, peca por tardia...

Juniores - 3.ª jornada - Fase Final

Benfica 3 - 0 Gil Vicente

Biai; Ferreira, Álvaro, Loureiro, N. Tavares; Jocu, Dantas, Ronaldo (Matos, 68'); Umaro, Araújo (Gouveia, 88'), Ramos (Saldanha, 82')

Nova vitória, com dois grandes golos...

Agora a reconquista

"João Félix não teve receio nem de Filipe, nem de Pepe. Foi para cima deles. Não os temeu. Em nenhum momento. Em todos os lances.

1. O Benfica ganhou no Dragão num grande jogo de futebol. Onde tivemos de tudo. Disputa imensa e um espectáculo vibrante. Bons golos e grandes defesas. Muita intensidade e imensa luta táctica. Momentos muito belos e lances bem polémicos. Emoções à flor da pele, tensão intermitente e, até, uma expulsão singular. Em razão de uma dupla falta! Bruno Lage venceu uma vez mais. Com todo mérito. E Sérgio Conceição, que tudo fez para interverter o resultado, viu virar as contas desta Liga. Mas sendo certo, por honestidade intelectual, que os golos não surgem do nada. Surgem de convicta capacidade e de clara ousadia. Mas este Benfica que há pouco tempo tinha sete pontos de atraso tem, agora, dois (dois e meio!) de avanço em relação ao campeão em título. A ambicionada reconquista exige nos dez jogos que restam que continue a haver ambição e motivação, consciência e crença, vontade e fé. A fé que se sentiu num esgotado Dragão. Mas o Benfica, este Benfica de Bruno Lage, mostrou, uma vez mais, que a combinação entre a experiência e a juventude, a tenacidade e a sagacidade são palavras de ordem de um colectivo que se sente, de um espírito de equipa que se pressente em cada lance e de um sentido de comunidade único. Como  há muito não se via. Como há muito nós adeptos não o sentíamos. E as palavras finais de Bruno Lage a agradecer aos jogadores por estarem a fazer dele treinador são de uma profundidade imensa e de uma humildade tocante. E uma palavra final, permitam, para o João Félix. Sem desprimor para toda a equipa, do fantástico guarda-redes aos esforçados Samaris e Gabriel. João Félix não teve receio nem de Filipe, nem de Pepe. Foi para cima deles. Não os temeu. Em nenhum momento. Em todos os lances. Como ambos somos naturais de Viseu permitam que aqui lhe diga que, para além de grande profissional, é um exemplo de um verdadeiro Viriato! Luta até à exaustão. E, depois, marcou, tal como o renascido Rafa, um grande golo. Agora treino a treino, e com o colinho dos benfiquistas, a reconquista é possível!

2. O surf, conquistado o estatuto olímpico, é uma das modalidades mais atractivas do momento. Tem cada vez mais praticantes e, logo, cada vez mais público. Diria, em rigor, mais públicos. O que implica, necessariamente, que as televisões emitem as principais competições e acompanhem os grandes nomes da modalidade. Este fim de semana decorre na Ericeira - em rigor em Ribeira d'Ilhas - primeira etapa do denominado Campeonato Nacional de Surf e que marcou o regresso à interna competição de um dos nossos grandes nomes, o Frederico 'Kikas' Morais. Esta competição que decorre até ao princípio de Outubro percorrerá espaços e locais de importantes ondas, como a Figueira da Foz, o Porto, Cascais e a Praia do Amado no Algarve. E o vencedor, o campeão nacional, receberá um prémio de cem mil euros. O surf aí está. Ganhando novos praticantes e atraindo a Portugal milhares de jovens - e menos jovens - praticantes de uma modalidade que nos proporciona momentos em que a ousadia do homem - e da mulher - se confronta com a força e a subtileza, sempre imprevistas, das ondas. E, no e afinal, o abraço do(a) praticante com a espuma das ondas. E, logo, instantes de beleza única! E de uma singular relação e disputa entre o corpo e a natureza.

3. Duas notas que são em bom rigor comemorativas. Há precisamente trinta anos em Riade, na Arábia Saudita, e sob o comando lúcido e arrojado de Carlos Queiroz, conquistámos o Campeonato do Mundo de sub-20. Foi a primeira grande conquista de uma selecção nacional de futebol. E graças a um lote notável de jogadores - de Paulo Sousa e Fernando Couto, de João Vieira Pinto a Folha, de Brassard a Hélio, de Tozé a José Xavier, de Paulo Madeira a Valido, de Jorge Couto a Bizarro, de Paulo Alves a Amaral, entre outros -, o futebol português começou a mudar. E neste dia em que recordamos este marco histórico é reconfortante olhar para os relvados de Portugal e perceber que há outros jovens que evidenciam um talento que, tal como há trinta anos, faz o Mundo olhar para nós! Um outro aniversário. Há precisamente duzentos e dezasseis anos foi fundado o Colégio Militar. Como ex-aluno lá estarei hoje pela manhã no desfile do Batalhão Colegial ao longo da Avenida da Liberdade e com a presença, que assinalo e cumprimento, do Senhor Presidente da República. Mas ontem o Presidente do Comité Olímpico de Portugal José Manuel Constantino, em representação do Comité Olímpico Internacional, homenageou o Colégio Militar já que em 50 representações olímpicas teve vinte e nove atletas que nele estudaram e desenvolveram a prática desportiva que participaram em diferentes edições dos Jogos Olímpicos. É uma participação extraordinária e que representa e vinca o papel do Colégio na actividade e promoção desportivas. E sendo dois marcos, temporalmente diferentes, os juntei. Já que eles mostram e evidenciam que há escolas que importa referenciar. Mesmo que alguns queiram esquecer nomes, como Carlos Queiroz, ou instituições marcantes da e na nossa história, como o Colégio Militar! Onde já marcam presença as raparigas numa unidade de género que importa realçar. Apesar das saudades de Odivelas e de um Instituto cuja memória importa preservar. Para que não se apague a história! Responsabilidade que, estou certo, o Município de Odivelas não deixará de assumir e protagonizar!

4. (...)"

Fernando Seara, in A Bola

'No hablo inglés'

"Sem competição, o jogo é um passatempo. Sem beleza, pode ser visto por cegos artificiais: só lhes importa ouvir o resultado; um jogo, no limite, reduzido a dois números. O resultado final.

50%
1. O jogo de futebol e de outras modalidades, balança entre uma análise estatística que parece vinda da mais definitiva das matemáticas e os gestos de treinadores e atletas que entram com um pé direito bem direito, fazem a cruz de Cristo na testa e peito, ajoelham-se e levantam os olhos para o céu, parecendo por vezes agradecer ali, em directo, 50% aos treinos, 50% a Deus, a potência e a precisão do remate decisivo. A ciência do treino e a crença.

Tabuada
2. Sempre gostei de uma personagem de Hans Christian Andersen que a certa altura, diz: «Pediram-me para rezar, mas só me lembrava da tabuada».
De facto, aí está o jogo moderno: há quem, diante do pedido de uma oração ou, pelo menos, diante da mais simples crença ou fé, atire, ao rosto do outro, estatísticas num quadro de excel. E há depois aqueles outros que, quando lhes é pedido a tabuada, a racionalidade, a ciência - só se lembram de rezar.
Uns e outros são tontos e quase inimigos, claro. Mas por vezes têm de se entender.
O que é a crença, no fundo, qualquer que ela seja? É uma energia a mais, ou excesso de vontade que ali está para auxiliar tudo o que de humano se fez e treinou.
Se traduzirmos crença por autoconfiança os cépticos do 2x2=4 ficam tranquilos. Transforma a crença em conceitos da psicologia e tudo parecerá racional e quase exacto.

Estética e estatística
3. Estatística como forma de transformar a estética, e a beleza, numa contabilidade de armazém. Quantos remates e passes certos, errados e etc.?
Um passe feio é igual a um passe extraordinário, 1=1 na matemática dos cegos pela eficácia: 1 é 1, e nem mais nem menos. Mas claro que não.
É como se a pintura, por exemplo, se avaliasse pelas quantidades de pinceladas e não pelo desassossego e entusiasmo que colocam nos olhos do espectador. Fazer a estatística de um jogo é útil, mas é como fazer a estatística do Museu do Louvre contabilizando o número de quadros com as dimensões 50x30 e 1,5 metros x 70cm, ou o número de quadros em que a cor predominante é o azul ou o amarelo.
Um humano que diga:
- Que me importa a beleza? Que me importa a beleza de um jogo?
Merece passar o resto dos dias num qualquer inferno de fealdade e monotonia.
Sem competição, o jogo é um passatempo. Sem beleza, um jogo pode ser visto por cegos artificiais: só lhes importa ouvir o resultado; um jogo, no limite, reduzido a dois números. O resultado final.

A importância do aparelho auricular
4. No desporto, no meio de inúmeros psicólogos, uma ou outra vez ali estão os psiquiatras, tentando ajudar a resolver casos mais complicados. Falemos dos psiquiatras.
Respeito, claro este mui nobre trabalho, mas lembro-me por vezes da história de um actor americano que contou que, ao fim de doze anos de terapia, o seu silencioso psiquiatra finalmente abriu a boca e murmurou: «yo no hablo inglés»-
Para além do divertido, está aqui a essência. No fundo, um terapeuta é um bom escutador, mesmo que não entenda nada. Talvez se deva até garantir que quem nos vai ouvir não entenda a nossa língua para podermos falar sem qualquer inibição.
A terapia é, muitas vezes, uma forma de espelho sonoro: é a própria pessoa, com as suas palavras, que descobre o problema e o resolve. Quem não se cura é porque se escuta mal a si próprio."

Gonçalo M. Tavares, in A Bola

Cadomblé do Vata (versão II)

"Momentos do Clássico que ninguém parece ter visto:
1. Aquele passe de 60 metros em volei, do Ferro para o Seferovic... a vaga do Gabriel no próximo jogo, tem forte candidato à ocupação.
2. O abraço calmante de Bruno Lage ao Luís Gonçalves no lance que ditou a expulsão do Gabriel... muito em jeito de "anda cá pequenote, encosta a tua cabeçorra no meu ombro e chora".
3. Pizzi e Rafa a jogarem ao meiinho com o Herrera no lance do 1-2... se o mexicano tiver sorte, o cirurgião plástico que lhe desfez as orelhas, também faz uns biscates de oftalmologia.
4. Rafa vai buscar a bola à baliza após o 1-1, manda levantar Félix e Samaris empurra toda a gente para o nosso meio campo... isto enquanto grita no seu português perfeito "zimbora que não estamos aqui para empatar com os campeões do pirulito para a área ".
5. A falta que valeu o amarelo ao Ferro.. apenas porque foi o único sprint que o Marega conseguiu fazer em 90 minutos."

Grande renovação...!!!

"Contra tudo e contra todos, contra pedras e foguetes, o Benfica foi ao Dragão pegar o touro pelos cornos e resgatar a liderança da Liga NOS. Faltam 10 jogos, e a equipa de Lage é a única que depende só de si para conquistar o título.
A (v)arbitragem voltou a ser uma anedota. O golo do FCP é ilegal, por várias razões, e todas passaram em claro: resulta de uma grande penalidade negada a Pizzi, Rafa sofre falta de Óliver, e Pepe está fora de jogo e tem interferência na acção do GR.
O critério disciplinar foi caseirinho como o doce de um restaurante. Incrível a vista grossa à agressão de Brahimi sobre Rúben Dias.
O FCP fez 12 faltas, o Benfica fez 21. Provavelmente, o FCP foi macio porque estava comprado, é sempre isto que dizem das equipas que perdem com o Benfica, não é? Mas não, esta diferença deve-se à habilidade do árbitro para inclinar o campo. Não sei o que é que o FCP poderá ter prometido a Jorge de Sousa, mas deviam dar-lhe o que foi combinado, o homem esforçou-se imenso, deu tudo.
O Benfica não tinha Jonas, não tinha Fejsa, não tinha Jardel, não tinha Salvio, tudo jogadores nucleares no tetra, e sem dramas escalou para os seus lugares quem estava melhor porque #TodosContam.
Conceição não confiou nesse princípio e preferiu ir a jogo com atletas remendados, recuperados à pressão, sem ritmo de jogo depois de longas paragens. Bravo, Sérgio! Grande renovação! 👏
Militão esteve até às 5 da manhã a lançar foguetes junto ao hotel do Benfica? A tese de que só não joga por motivos disciplinares está colada com cuspo. Como é que se deixa de fora do jogo do título, por opção, um defesa de 50 milhões? Bravo, Sérgio! Grande renovação!👏
O FCP vinha apresentando uma defesa tida como a melhor do campeonato, mas Conceição achou boa ideia, frente ao melhor ataque da prova, escalar um quarteto defensivo com entrosamento bem menos afinado. Manafá tem 15 dias, Pepe não tem muito mais. Bravo, Sérgio! Grande renovação! 👏
Conceição disse que o Benfica não fez nada de novo, e até tinha adivinhado o onze. Mesmo assim, foi incapaz de forjar um antídoto para a estafada fórmula benfiquista. Bravo, Sérgio! Grande renovação! 👏
Uma palavra para a Lagevolução. Quando o míster pegou na equipa, esta estava em 4.º lugar, a 7 pontos do líder. Entretanto, ganhou 9 pontos ao FCP, 11 ao SCB e 15 ao SCP (estes com menos um jogo no momento do post). Pelo meio, eliminou Gala, VG, ganhou ao SCP para a Taça e deu um 10-0. Impressionante! Bravo, Bruno! Grande renovação! 👏"

FC Porto - SL Benfica

"Depois de foguetes de madrugada, depois de pedras à chegada, tivemos direito a mais um roubo de igreja. Jorge Sousa deu o máximo. Mas o Benfica mostrou que joga muito melhor que o Porto. Não chegou jogar com 14. Recuperámos 9 pontos desde da saída do Rui Vitória. Estamos em primeiro. Umas notas sobre o jogo.
1. Gabriel. Fundamental neste novo Benfica nos dois lado do campo. Esteve muito bem a fechar o Porto, esteve muito bem a abrir o nosso jogo e a aproveitar a largura toda que Grimaldo, Rafa e Pizzi lhe deram e acaba por estar nos dois golos. Em especial no primeiro visto que é ele que recupera a bola deixando o Porto completamente exposto. Toda a gente vai dizer que foi bem expulso. Eu não acho. Jorge Sousa não manteve o critério. Tivemos agarrões no meio do campo do Porto, nunca deu amarelo. O primeiro foi naquela jogada. Na sequência da falta vi o Pepe e o Brahimi a fazer o mesmo que ele fez ao Otávio, só o Otávio e ele é que viram amarelo. Não houve critério. É uma das expulsões mais incrédulas do futebol português. Vai fazer falta contra o Belenenses.
2. Rafa. E vão 9 golos no Campeonato. "Falha muito". É verdade. Falha, mas cria e remata mais que os outros e agora também marca mais. A jogada do golo é incrível. Ele e Pizzi foram tão rápidos que o Porto nunca teve hipótese de meter o pé sem fazer falta. Na finalização, Rafa meteu a justiça no marcador. Só não marcou mais porque o Jorge Sousa viu uma mão do Seferovic quando ele já ia isolado.
3. Pizzi. Teve uma oportunidade logo no início do jogo, tem que rematar com força ali. A jogada do segundo golo é incrível. Grimaldo na ala esquerda tenta colocar a bola em profundidade no João Félix, um jogador do Porto faz um corte incompleto, a bola sobra para Rafa que faz uma tabela com Pizzi, Pizzi segura a bola com uma classe incrível, atrai os três defesas do Porto que dentro da área não tentam fazer o corte, depois coloca a bola no Rafa pelo meio dos defesas e Rafa sem ninguém à frente marca.
4. João Félix. Jogo todo a levar com o Pepe e ainda assim acaba por marcar. É craque de cabeças aos pés. Só teve uma oportunidade. Gabriel recupera a bola, Porto fica em desequilíbrio, rapidamente mete-a no Seferovic que se livra do Manafa, o central do Porto tem que deixar Félix sozinho para ir ao suíço que coloca a bola no jovem português, havia entretanto uma cobertura que já não chegou a tempo. Na cara de Casinhas, Felix não perdoou.
5. Andreas Samaris. Exibição cheia de garra. Cortes importantíssimos (há um já dentro da área que é demais), muito bem nos equilíbrios e deu alguma cabeça fria à equipa em certos momentos do jogo. Muito bem.
6. Rúben Dias e Ferro. Exibição segura dos dois. O Porto nunca conseguiu chegar muito perto da baliza do Benfica excepto nas bolas paradas, onde o golo acabou por surgir.
7. Bruno Lage. O Porto entrou melhor, acusamos a pressão, sofremos o golo, depois no resto da primeira parte só deu Benfica. Na segunda parte entrámos melhor. Marcámos. Depois fizemos o que o Porto fez na Taça da Liga. Fechamos o jogo e o Porto raramente chegou perto da nossa baliza. Em oportunidades ficou 3-4 para nós. Não sei se é o melhor treinador do Benfica em décadas, mas tem o melhor início que me lembro. Temos que estar rendidos.
8. Pepe. Uma das piores personalidades do futebol. Mostrou o que era no Real Madrid dezenas de vezes. Hoje voltou a fazê-lo. Pepe entrou para intimidar o João Félix. Pelo menos duas vezes com o jogo parado, o Pepe provocou o futuro companheiro de selecção. Mas o Félix mandou-o passear e enfiou um pau no cu do Casinhas.
9. Jorge Sousa. Foram faltinhas sem jeito nenhum para um lado, faltas claras por marcar para outro, um contra-ataque isolado do Rafa parado sem ninguém perceber porquê e no topo do bolo uma das expulsões mais inacreditáveis do futebol português. Deu o máximo. Não foi o suficiente.
Faltam 10 jornadas. Faltam 10 finais. Os mais complicados são a recepção ao Belenenses e as idas a Moreira de Cónegos e a Braga. Vamos ver o que vai acontecer. Com Bruno Lage tenho sempre a sensação que entramos em campo muito bem preparados. Mas muita coisa pode acontecer. Há mais Jorges Sousas e Fabios Verdissimos neste Campeonato. Tem que haver onda vermelha por Portugal. Com público isto não nos escapa. Dá-me o 37!"

Benfica total

"O Benfica de Lage não se limitou a passar para a frente do campeonato na casa do seu maior rival. Fê-lo numa das mais memoráveis exibições dos encarnados na invicta.
Memorável pela personalidade demonstrada. Algo que, convenhamos não tem sido assim tão habitual na casa do seu maior rival. Personalidade expressa na forma como bem mais do que o FC Porto, não se coibiu de ir à procura do resultado que pretendia. Não esperou a sorte, não se fiou no defender bem esperando que algo acontecesse. Foi à procura e mereceu.
Salvo raras excepções, e maioritariamente quando com dez, o jogo decorreu tal como Bruno Lage o idealizou. Mesmo quando o FC Porto teve bola.
A ratoeira foi montada, com a pressão de Gabriel e Samaris nos dois médios dos azuis que se esconderam nas costas dos avançados encarnados. O FC Porto não conseguiu nunca ligar com a sua segunda fase para construir, e ou tocava fora nos laterais e o Benfica activava pressing para recuperar a bola, ou esticava na frente, com menos critério e o Benfica recuperava a maioria das bolas.
Com bloqueio dos dois médios, 2 soluções para progredir – Tocar fora e pressing activado, esticar por cima nos três do corredor central.

Pressão muito organizada – Quem saía tapava ligação interior, linhas de passe próximas com pressão nas costas

Benfica tacticamente condicionou e controlou todas as saídas para o ataque do Porto, que sem soluções despejou bolas na frente

Com bola, uma ideia que se ligou também com o momento defensivo. Estrategicamente para fugir à pressão mais forte dos médios centro, menos ligação com Gabriel e Samaris de costas para o jogo, tal como referiu Bruno Lage ter sido uma opção estratégica. Saída por fora e regresso ao corredor central, mas ai já com os médios em cobertura, de frente para o jogo.
Não abdicou da exploração do corredor mais importante, antes desenhou um novo caminho para lá chegar com maior segurança, protegendo debilidades do seu duplo pivot no meio.
Com bola os posicionamentos foram sempre ousados, como têm sido no seu modelo, com a presença interior de Félix, Seferovic, Rafa e Pizzi nas costas dos médios adversários e ainda os laterais projectados em largura e profundidade.
O golo da vitória surge precisamente na simbiose Modelo (posicionamentos habituais) – Estratégia (rota por fora, para voltar dentro).
Mas também em Transição Ofensiva (com a orientação habitual das saídas para o lado oposto à recuperação procurando corredor central), e em Transição Defensiva (quando não resolveu imediatamente após a perda, recuperou defensivamente e equilibrou-se – Nota: Ver video com acção de Seferovic), foi um Benfica personalizado. Competente, seguro e formoso!


Benfica Total. Só assim, poderia sonhar fazer do Dragão um possível palco da reconquista. Bruno Lage é tudo o que um treinador de topo mundial deve ser. Modelo bem definido e com comportamentos de excelência em cada um dos momentos, Estratégia própria para cada jogo, como a cereja em cima do bolo (modelo), que condiciona pontos fortes e esconde pontos fracos, e uma liderança serena, que influencia pela qualidade do trabalho.
Eles estão a fazer de ti treinador, Bruno. Mas, não tanto quanto o que estás a fazer deles jogadores."

Anatomia de uma nova Liderança

"O que por muitos era apelidado do jogo do título, deu um novo líder ao nosso campeonato. Numa maior personalização benfiquista, a eficácia e a dominância dos espaços defensivos foi a chave para o desiderato.
Tivemos equipas fiéis ao seu modelo. O Porto sempre no desequilíbrio através da profundidade ofensiva e vivendo da arte de Brahimi. Do outro lado, o Benfica com a sua matriz de amplitude ofensiva (exceptuando para a profundidade garantida por Seferovic visado pelos centrais), desequilibrando do exterior para o interior e muito rígido na forma agressiva com que impediu o Porto de estar à vontade no seu meio campo ofensivo.





"