sábado, 2 de março de 2019

#golo

"Quando um jogador falha de baliza aberta, os adeptos levam as mãos à cabeça. Mas perdoem lá os rapazes, ninguém mais do que eles quer festejar.

Quem já praticou desporto sabe do que estou a falar. As maiores oportunidades, de resto, nem são os jogadores que as desperdiçam. Há quem esbanje escandalosamente, ano após ano, e mereça sempre aplausos, até dos críticos mais acutilantes. Refiro-me, claro, aos dirigentes.
Logo à noite há F. C. Porto-Benfica, o Moët & Chandon do nosso futebol. As duas equipas mais excitantes do campeonato. Conjuntos muito diferentes, mas iguais na coragem e vontade de vencer. Com dois bons treinadores. Com jovens artistas e malabaristas experientes, todos puros na classe. O melhor que temos, separado por 90 minutos e um ponto na tabela.
Ora, perante isto, em vez de falarem de bola, de promoverem o jogo, os dirigentes passam a semana em manobras de diversão, contas, doping e acusações. Felicidades para quem for ao estádio, independentemente da cor. Aos outros, um conselho: desliguem a TV após o jogo."

O que se perde ganhando por muitos

"Que adepto não celebra com entusiasmo uma vitória por 10 golos ou um ciclo vitorioso de 15 vitórias seguidas?

Como sportinguista só tenho pena que o clube não me ofereça presentes desses... Como adepto de futebol, no entanto, a crescente diferença competitiva preocupa-me seriamente. Um estudo recente do "Football Observatory" identifica um claro aumento do diferencial competitivo na Europa.
O estudo analisou a percentagem de pontos do primeiro classificado em 27 campeonatos. Quanto mais pontos conquistados pelo primeiro, maior o diferencial. Isto não exclui, nalguns casos, competitividade pelo primeiro lugar. Mas a competitividade entre duas equipas pode coincidir com uma diferença abissal para todas as outras. Recordem o recorde de pontos de Sporting e Benfica em 2015/2016, ganhando praticamente todos os jogos na segunda volta. Portugal é, aliás, de acordo com esse estudo, o campeonato menos competitivo da Europa. Mas todos os campeonatos têm perdido competitividade. O mesmo agravamento é visível na cada vez maior diferença de golos por jogo.
A correlação entre capacidade financeira e sucesso desportivo está bem comprovada. Recentemente, uma análise da KPMG apurou que em todos os grupos, com uma excepção, da Champions League, as duas equipas qualificadas são as que têm maiores orçamentos. A perda de competitividade está assim relacionada com factores económicos. Primeiro, a distribuição dos direitos da Champions League tem tido consequências muito perversas, em particular nas ligas pequenas e médias. Nestas, o clube que beneficia do acesso à Champions ganha uma vantagem financeira que depois se traduz numa vantagem desportiva que se vai continuamente alimentando e perpetuando. Segundo, a importância dos direitos televisivos tende, na ausência de redistribuição entre clubes, a contribuir para esse agravamento. Terceiro, o regime do financial fair play, tendo contribuído para um maior equilíbrio e responsabilidade dos clubes, tende a consolidar o diferencial financeiro e competitivo, vedando aos clubes com menos receitas o acesso a outras formas de financiamento.
Este é um enorme desafio do futebol. Não se trata apenas da perda de interesse da maior parte dos jogos. O aumento do diferencial competitivo também agrava os riscos para a integridade desportiva. A Autoridade da Concorrência solicitou recentemente ao Governo que intervenha, impondo uma negociação centralizada, e por pacotes, dos direitos televisivos. Sejamos claros, sem formas de redistribuição entre clubes, de pouco servirá a centralização de direitos. E sem uma estratégia para abordar o tema da redistribuição a nível europeu será impossível resolvê-lo a nível nacional."

IFAB pondera alterações que afetarão o momento da marcação de livres

"Numa altura em que se assiste a enorme criatividade na formação da barreira defensiva para marcação de um livre, com um jogador deitado atrás da mesma, para evitar que a bola passe por debaixo da mesma, e no mês em que se assistiu à barreira mais insólita de que há memória, no jogo de futebol feminino entre o Sydney FC e o Brisbane Roar, em que as jogadoras se vão movimentando e oscilando para cima e para baixo, criando alguma desconcentração na marcadora do livre - o que acabou por dar resultado, dado que o pontapé-livre não resultou em golo -, o International Football Association Board (IFAB) reúne hoje para discutir as regras de marcação de livres directos.
A reunião, que se realiza em Aberdeen (Escócia) pela primeira vez, deve dar o poder aos árbitros para garantir que a equipa atacante não perturbe a barreira defensiva da equipa adversária. O Presidente da FIFA, Gianni Infantino, a secretária-geral Fatma Samba Diouf Samoura e Pierluigi Collina, presidente do Comité de Arbitragem da FIFA, estiveram presentes no primeiro dia de conversas, ontem, discutindo tais regras.
Pretende-se que a defesa contra um livre seja menos confusa, acabando-se com as tentativas de a equipa atacante empurrar, saltar ou de qualquer modo incomodar a muralha defensiva. Pretende-se aumentar a vantagem tática para a equipa defensora e o seu guarda-redes.
Os árbitros serão forçados a intervir sempre que a equipa adversária perturbe a barreira defensiva e tal passará a ser considerado um comportamento antidesportivo. E se as Leis do Jogo mudarem, tal alteração será introduzida a partir de Junho e vigorará a partir da época 2019/2020.
Victor Montagliani, Presidente da CONCACAF e que representará a FIFA na reunião como vice-presidente deste órgão, considera que " seria uma boa melhoria para as leis do jogo".
Pretende-se, assim, evitar momentos de controvérsia como o que foi vivido no último Mundial de Futebol na Rússia no jogo Inglaterra-Colômbia. No momento em que a Inglaterra se preparava para marcar um livre, n o jogo dos oitavos de final, durante a formação da barreira o ambiente ficou tenso entre o inglês Jordan Henderson e o colombiano Wilmar Barrios, que acabou por ser advertido com o cartão amarelo. A ser aprovada a alteração, no futuro, Henderson teria que ficar a um metro de distância de Barrio.
O IFAB é composto pelas quatro associações britânicas de futebol (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) com um voto cada, e a FIFA, que representa as restantes 207 associações nacionais, com quatro votos. Passar uma moção exige uma maioria de três quartos. A missão do IFAB é servir o mundo do futebol como o guardião independente das Leis do Jogo, discutindo-as e promovendo à sua alteração sempre que necessário, acreditando que é essencial mantê-las o mais simples possíveis e não intrusivas, de acordo com o verdadeiro espírito do jogo."

Esqueçam os golos marcados sem querer com a mão

"A decisão foi tomada hoje em reunião do IFAB em Aberdeen, na Escócia, e estava em agenda desde Novembro de 2018.
"Em relação às faltas com a mão, o IFAB decidiu dar uma definição mais precisa e detalhada do que constitui uma falta com a mão, em especial no que diz respeito às acções em que uma mão involuntária/acidental seja sancionada", refere em comunicado o organismo.
Como exemplo, o IFAB indica que "um golo marcado com a mão ou braço (mesmo de maneira acidental), ou um jogador que marque ou crie uma oportunidade para marcar depois de ter a posse/controlo da bola com a mão/braço (mesmo de maneira acidental), não será tolerado".
A lei 12, respeitante a faltas e incorrecções, prevê sancionar com um livre (ou grande penalidade) o toque "deliberado da bola com a mão". A noção de intencionalidade foi suprimida em toda a acção respeitante ao golo.
Na reunião da IFAB, com representantes da FIFA e das quatro federações britânicas pioneiras do futebol, outros pontos foram modificados, nomeadamente nas substituições ou na posição dos guarda-redes nas grandes penalidades.
Nas substituições, os jogadores têm de sair pelo caminho mais curto e não ir ao meio-campo, à zona tradicional de substituição, e nos penáltis os guarda-redes passam a poder ter apenas um pé na linha de golo e não obrigatoriamente os dois."

Magia do futebol e mérito de Lage

"Amanhã, no clássico contra o FC Porto, no Dragão, se for apenas dentro de campo, estaremos fortes e capazes

O Benfica venceu o Desportivo de Chaves (e podiam ter sido mais) por esclarecedores 4-0 e vai ao Dragão lutar pela liderança do campeonato.
Nesta fase, Benfica e FC Porto são as únicas equipas que aspiram ganhar o título nacional, enquanto o SC Braga tenta ficar à frente do histórico Sporting e este luta pela sobrevivência financeira antes de qualquer glória desportiva.
Pequenos períodos de demagogia incendiária pagam-se com largos tempos de aperto financeiro. A culpa, qualquer que seja o emblema, é sempre dos adeptos que estão mais disponíveis a ser enganados por uma mentira fácil do que enfrentar e resolve uma verdade complicada.
Olhar para o Sporting e culpar um ou dois protagonistas recentes é esquecer as esmagadoras maiores de apoiantes que sempre avalizaram atitudes e com comportamentos.
Procurem com rigor o que disseram e escreveram grandes sportinguistas, como por exemplo Dias da Cunha ou Sérgio Abrantes Mendes, e vejam como houve quem avisasse, quem alertasse e quem nunca cedesse ao caminho da mentira e do insulto.
Para adeptos de outros emblemas, como é o meu caso, serve apenas para reflexão, porque não há clubes imunes a este tipo de fenómenos.
Vamos amanhã jogar aquele que estatisticamente é o mais difícil dos nossos jogos, mas também aquele que vencendo nos coloca perto de um título que estava perdido há pouco mais de um mês. Magia do futebol e mérito de Bruno Lage.
Se for apenas dentro de campo, estamos fortes e capazes. O Benfica enfrenta um Porto bem treinador por Sérgio Conceição, com soluções variadas e sem limitações de lesões depois da recuperação de Marega e Danilo.
Pelo nosso lado, um Benfica com Jonas a meio gás, com Jardel que não recuperou, um Fejsa ausente, um Salvio magoado ou um Conti repetidamente azarado são limitações incapazes de baixar a vontade de vencer. Entramos em campo no sábado com ambição de um Benfica a chegar a bom porto, na solidez de Gabriel e Samaris, na velocidade de Rafa ou na eficácia de Seferovic para chegar a um final... Félix(z)."

Sílvio Cervan, in A Bola

Vitória... com estreia do Gladness...!!!

Benfica 88 - 80 Imortal
26-14, 14-22, 27-22, 21-22

A principal curiosidade desta noite, era a estreia do Mickell Gladness, que não desiludiu, com 16 pontos e 10 ressaltos!!! Mesmo, sem as rotinas de equipa, notou-se que este ex-NBA irá ser uma mais-valia...

Em relação ao jogo, continuamos a demonstrar fragilidades, principalmente na defesa... mesmo 'descontando' a motivação extra do Snider (ex-jogador do Benfica...), não podemos sofrer 80 pontos do Imortal...!!!

Precisamos de 'reencontrar' a forma que demonstrámos na 1.ª metade da época. Com a sucessão de lesões, perdemos a 'embalagem' e temos vários jogadores fora de forma...

Domingo vamos ao Barreiro, defrontar o Galitos...

Belo, 4.º lugar...

Grande resultado, com recorde pessoal, a 28 cm do Bronze, com 20m97, do Francisco Belo, nos Europeus de Pista Coberta, em Glasgow. Excelente prova, com todos os lançamentos a 'saírem' com marcas de respeito...

O Tsanko, não passou da qualificação, confirmando a má época de Inverno...

O Emanuel Rolim, nos 1500m, fez o 7. tempo da qualificação, mas foi eliminado!!! Correu na série mais rápida, ficou em 7.º na série, e acabou mesmo por ser o 7.º tempo de todas as séries!!! Quatro atletas com tempos piores, qualificaram-se!!!

O nosso atleta Polaco, Marcin Lewandowski, qualificou-se facilmente para a Final dos 1500m, ganhando a sua série, sendo um dos grandes favoritos ao Ouro!

PS: O Raidel Acea que tinha mínimos para este Europeu, acabou por ficar de fora, porque a IAAF decidiu só aceitar a sua 'naturalização' a partir de Janeiro de 2020.
Recordo que o Pichardo, nos Mundiais de 2019, no Verão, já irá competir por Portugal.

Tendência positiva mantêm-se...

A Benfica SAD apresentou hoje os resultados do 1.º Semestre da época 2018/19, e os números são muito positivos, com o Passivo a baixar sustentadamente e a Dividia Bancária a manter o trajecto de redução significativa...
Mas talvez para perceber melhor estes 'números', o melhor é compará-los com os resultados obtidos recentemente pelas outras SAD's do Tugão!!!!

"(...)
Principais Destaques
* O resultado líquido consolidado do 1.º semestre de 2018/2019 ultrapassa os 14 milhões de euros, correspondendo ao quinto ano consecutivo em que a Benfica SAD apresenta lucro nos primeiros seis meses de atividade;
* O resultado operacional sem direitos de atletas ultrapassa os 18 milhões de euros, correspondendo a uma melhoria de 12,8 milhões de euros face ao período homólogo e ao melhor desempenho alcançado pela Sociedade num primeiro semestre;
* O resultado operacional ultrapassa os 20,9 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 18,4% face ao período homólogo, no qual atingiu os 25,6 milhões de euros, sendo esta variação explicada pela diminuição das alienações de direitos de atletas, consequência da política de retenção dos principais jogadores; Os rendimentos operacionais sem transações de direitos de atleta ascendem a 103,1 milhões de euros, o que representa um crescimento de 59,6% face ao período homólogo, no qual atingiram os 64,6 milhões de euros, sendo esta variação essencialmente justificada pelo aumento dos prémios distribuídos pela UEFA na Liga dos Campeões;
* Os rendimentos com transacções de direitos de atletas superam os 29,6 milhões de euros e o resultado com transacções de direitos de atletas ascende a 21,2 milhões de euros, estando ambos influenciados pela transferência do jogador Anderson Conceição (Talisca) para o Guangzhou Evergrande;
* Os rendimentos totais no semestre ascendem a 134,5 milhões de euros, o que representa um crescimento de 20,6% face ao período homólogo, no qual se alcançou um montante de 111,6 milhões de euros;
* O activo consolidado a 31 de dezembro de 2018 atinge os 468,5 milhões de euros, o que corresponde a uma redução de 3,4% face a 30 de Junho de 2018, a qual é principalmente explicada pela diminuição dos valores a receber de clientes e outros devedores;
* O passivo consolidado da Benfica SAD decresceu 30,7 milhões de euros no decurso deste semestre, o que representa uma diminuição de 7,7% face ao final do exercício anterior e significa a manutenção de uma tendência que já se verifica desde 30 de Junho de 2016;
* A evolução do passivo desde essa data tem sido positiva, apresentando uma diminuição constante que em termos acumulados já representa um valor de 87,9 milhões de euros;
* A dívida líquida a 31 de dezembro de 2018 ascende a um valor de 131,2 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 31,7 milhões, essencialmente explicado pelo aumento das disponibilidades em caixa e equivalentes de caixa no montante de 29,7 milhões de euros;
* O valor da dívida líquida no final deste período é o mais reduzido dos últimos anos e representa 43,7% do montante da dívida líquida a 30 de Junho de 2015, o que significa que decresceu 168,7 milhões de euros no decurso destes três anos e meio;
* O capital próprio consolidado a 31 de dezembro de 2018 ascende a 100,9 milhões de euros, o que significa uma melhoria de 14,1 milhões de euros face a 30 de Junho de 2018, essencialmente explicado pelo resultado líquido positivo do período;
* A recuperação do capital próprio da Benfica SAD teve início após o exercício findo a 30 de Junho de 2013, tendo até à data ocorrido uma evolução positiva que, em termos acumulados, ascende a 124,7 milhões de euros.
(...)"

Neofilarítmico me confesso

"Durante a primeira parte do Benfica – Chaves dei por mim a contar a quantidade de boas jogadas executadas pela nossa equipa. Não restrinjo o conceito a oportunidades de golo, mas a boas iniciativas colectivas nos vários momentos do jogo, desde a criação de uma ocasião soberana à desenvoltura com que o jogo benfiquista flui a partir de recuperações de bola. Não durou muito o exercício, perdi-me.
Ao intervalo, enquanto pensava na minha tentativa infrutífera de encontrar um facto que complementasse a subjectividade inerente à minha avaliação muito positiva sobre a qualidade de jogo da nossa equipa, lembrei-me de um dos meus contos preferidos de Aldous Huxley, “Eupompus deu esplendor à arte pelos números”. Nesse conto, Huxley refere os auto-denominados filarítmicos, cujo surgimento se deu após a observação obsessiva da obra-prima do pintor Eupompus, com cerca de 33 mil cisnes representados. Nada mais fizeram que contar pois, para os filarítmicos, contar e contemplar era a mesma coisa.
E eu conto, oh se contemplo. A veia goleadora de Seferovic, sem grandes penalidades, líder no campeonato; Rafa, a um golo do seu máximo de carreira numa temporada; as manifestações do génio de João Félix, ele próprio seguidor de uma escola, a messiana; os oito golos de Jonas no estádio da Luz esta época em pouco mais de cinco jogos completos, somando os minutos de utilização; os dribles de Grimaldo; os passes admiráveis de Gabriel; as assistências de Pizzi; os desarmes de Florentino... e, sobretudo, os pontos recuperados na classificação que nos permitiram voltar a sonhar com o título. Ciente das dificuldades que encontraremos no Dragão, sinto uma confiança inabalável na nossa equipa. Venceremos!"

João Tomaz, in O Benfica

Convite ao presidente

"Quando li aquele e-mail, até tremi - 'Encarrega-me o presidente Luís Filipe Vieira de o convidar a assistir ao jogo de futebol SL Benfica - Chaves na Tribuna Presidencial do nosso estádio'.
Pensei que tinha sido engano, levei algum tempo a digerir a coisa e aceitei, claro.
Eu, um adepto comum do terceiro anel, que tem a sorte de poder falar sobre o clube do seu coração na BTV, sentado no espaço das velhas glórias, dos actuais e antigos dirigentes, dos homens e das mulheres que fazem o fizeram a história do maior clube português.
Era um convite endereçado aos comentadores do canal de televisão do Glorioso, e foi bom vê-los lá, os que todos os dias defendem e analisam o Benfica à lupa. Cheguei cedo. Estacionei no centro comercial em frente, passei pela roulotte, bebi uma imperial, dei uma volta completa ao estádio, por fora (é quase um ritual), e parei junto à porta 1. Olhei para o bilhete, era ali, na entrada da águia. Estava nervoso, confesso-vos.
Passei o torniquete, subi ao primeiro andar e entrei na Tribuna Presidencial. Sim, aquilo estava mesmo a acontecer.
Caras conhecidas, outras que apenas vi nos relvados, jantar e petiscos, conversas soltas, ambiente descontraído e quase toda a gente a aderir ao pedido de casual chic no dress code.
E lá goleámos mais uma vez. Voltarei à Tribuna Presidencial sempre que for convidado, com todo o gosto, mas quem me tira a bancada tira-me tudo. Não estou a ser ingrato, acreditem. Foi uma honra ter estado ali sentado no jogo com o Chaves, mas lá em cima, seja nas centrais, nos topos ou nas curvas, é que há gritaria, palmas, pés a bater no chão, onda mexicana e graçolas que fazem rir vários sectores da bancada.
Caro presidente, obrigado pelo convite, foi uma noite muito especial. E agora, posso desafiá-lo a vir comigo ao terceiro anel? As bifanas na roulotte são por minha conta."

Ricardo Santos, in O Benfica

Todos os caminhos vão dar ao clássico

"Não prego olho desde segunda-feira. Fecho os olhos às 00h00 e, meia hora depois, o telemóvel ainda assinala 00h01. O problema não está no aparelho, porque entretanto já o troquei três vezes, e o mistério subsiste. Esta falta de sono até se reflectiu na alimentação. Por norma sou apreciador de um bom bife, porém nesta semana só tive apetite para devorar as unhas das mãos. O clássico está aí à porta, e já nenhum bom chefe de família consegue pensar em nada mais. Será que joga o Samaris atrás e o Florentino no meio? Ou o Samaris no meio e o Ferro ao lado do Rúben Dias? Há diversas alternativas, e eu atrevo-me a acrescentar mais soluções ao leque. Tenho dois primos o Rúben e o Fábio, que estão entre os 2 e os 4 anos de idade, e os traquinas já dão uns valentes pontapés na bola. Caso Bruno Lage tenha interesse, estou disponível para levá-los ao Seixal e, caso o mister veja qualidade neles, talvez até possam ser opção para o Dragão, quem sabe?
O Benfica está mais forte do que  FCP, contudo tal não significa que o clássico seja de menor dificuldade do que o habitual. Basta lembrar que a última equipa a sair vencedora do Dragão (Vitória SC) teve de se transcender e superar o embaraço de sofrer um golo em claro fora-de-jogo e um penálti escandaloso em seu favor não assinalado Curiosamente, o árbitro principal desse jogo foi o VAR principal da meia-final da Taça da Liga: Fábio Veríssimo. O mundo é feito de coincidências, mas o futebol português ainda mais. Os nossos rapazes vão ter pela frente uma missão severa, mas se os deixarem jogar aquilo que eles sabem... então sábado à noite vou conseguir finalmente dormir."

Pedro Soares, in O Benfica

Jogo do título?

"Valha isso o que valer, no único clássico com o FC Porto disputado na era Bruno Lage, apesar da derrota, o Benfica não foi em nada inferior ao seu rival, só não ganhando porque o VAR não deixou. 
Não há dois jogos iguais, pelo que nada nos garante que neste sábado o Benfica consiga apresentar-se de modo tão afirmativo como naquela meia-final da Taça da Liga. Na verdade, independentemente daquilo que as equipas produzam em campo, será provavelmente a eficácia de uma e de outra a ditar o resultado, como tantas vezes acontece neste tipo de duelos - esperando-se que a arbitragem desta vez seja bem diferente da de Braga, embora, nesta matéria, o histórico com este adversário nos faça sempre temer o pior.
Benfica e FC Porto chegam a esta jornada como únicos verdadeiros candidatos ao título. Quem vencer sairá na frente para as dez rondas finais, sendo que, em caso de derrota, a distância pontual tornará a vida do Benfica bastante mais complicada. O empate deixa tudo em aberto. E um triunfo pode lançar-nos para o título.
Nas últimas quatro temporadas só perdemos uma vez naquele estádio. Já lá vai o tempo do fantasma das Antas, quando ali começávamos as partidas desde logo diminuídos. Agora não há bolas de golfe que nos impressionem. O tetra deu-nos confiança para nos impormos em qualquer estádio do país, e se não o fizermos desta vez não será certamente devido a qualquer bloqueio psicológico.
Pelo contrário: acredito que os jogadores do Benfica tenham uma vontade enorme de iniciar o jogo, e mostrar que são superiores, que são os melhores, e que merecem ser campeões. E vão fazê-lo."

Luís Fialho, in O Benfica

A persistência

"Festejámos ontem o 115.º aniversário do Sport Lisboa e Benfica e, se me pedissem uma palavra para definir a actualidade escolheria a 'persistência'. Só com persistência foi possível reerguer um clube moribundo. Jamais poderemos esquecer o papel de Manuel Vilarinho e Luís Filipe Vieira. Foi graças a esta dupla presidencial que o Glorioso voltou a ser o maior clube português. Tudo o que conseguimos conquistar desde 2000 até aos dias de hoje deveu-se, sobretudo, à persistência de milhares de benfiquistas. Neste momento, estão registados 234560 sócios. Perguntarão os leitores - como foi possível fazer tanto em tão pouco tempo? Não há nada que supere a persistência. Nem  talento! Todos sabemos que o mundo está cheio de pessoas talentosas fracassadas. O desporto nacional e o futebol português estão cheios de talentos fracassados. Quando se consegue juntar a 'persistência' e a 'determinação', o êxito acontece.
Na verdade, todos conhecemos génios que desistiram. Mas os persistentes têm uma meta bem definida. A persistência é, no fundo, um estado de espírito que pode e deve ser cultivado. Há quem diga que a persistência está para o individuo como o carbono está para o aço. O que faz, realmente, a diferença entre o sucesso e o insucesso? A persistência. Olhemos para o SL Benfica nos últimos 15 anos. Em 2003, depositámos a confiança num homem, e os resultados estão à vista. Luís Filipe Vieira fez da persistência a sua principal política. O que esperamos dos nossos treinadores e dos nossos dirigentes, amanhã à noite, no Porto, é que continuem a ser persistentes."

Pedro Guerra, in O Benfica