quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Dérbi promete... Não estragar, sff

"Promete muito o Sporting - Benfica agendada para as 17.30 do próximo domingo, em Alvalade. Jogo de enorme importância para as aspirações no campeonato dos eternos rivais (ambos muito atentos ao que se passará em Guimarães, onde o Vitória recebe os dragões), este dérbi apanha o Benfica na melhor fase da época - aquilo que se vislumbrara em Braga com o FC Porto teve ontem confirmação na goleada ao Boavista - e o Sporting, hoje favorito na deslocação ao Bonfim, moralizado pela conquista na Taça da Liga. Há, pois, condições para que os 90 minutos no anfiteatro leonino sejam transformados numa grande jornada de propaganda ao futebol, assim quem não tem acesso às quatro linhas não incendei o ambiente. O futebol português precisa de paz, civismo, educação, fair play e sentido de responsabilidade, uma mão-cheia de atributos que tem andado arredado das práticas indígenas.
Sobre o jogo de ontem, entre águias e axadrezados, há que realçar o que o Benfica melhorou no capítulo da agressividade, criando condições para uma recuperação de bola consentânea com as necessidades de uma equipa grande. E depois... João Félix, cada vez mais a mostrar que é, de facto, um caso sério, com asas para voos que hão de levá-lo, mais cedo do que mais tarde, para lá das nossas fronteiras.

PS - Ainda em relação ao VAR (e não é vontade de embirrar, só gostava mesmo era de perceber...), como foi possível que Carlos Xistra e Pedro Mota não tivessem visto uma grande penalidade clara e evidente, do vimaranense Sacko, na deslocação dos conquistadores a Santa Maria da Feira? Assim, não há sistema que resista..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Azeitona

"1. Não raras vezes usamos no dia a dia o famoso slogan de Pessoa: «Primeiro estranha-se, depois entranha-se» Com o VAR, porém, ao cabo de ano e meio, a coisa tem funcionado ao contrário: primeira estranha-se, depois entranha-se. Pensei que a final da Taça da Liga pudesse ser o desejável recomeço, mas só durou dois dias, até ao Feirense - V. Guimarães.
2. É pena, para o Benfica, que Bernardo Silva esteja tão ocupado a brilhar no Man. City. Caso contrário, poderia ser um bom reforço para a comunicação dos encarnados, como demonstrou no bate-boca com Francisco J. Marques. Ser voraz é fácil, ser mordaz não é para todos.
3. Os números do FC Porto, em matéria de penáltis, nos últimos tempos, são tão devastadores como o relatório preliminar da auditoria à CGD.
4. Há coisas que não entendo. No espaço de dois meses, o Benfica contratou Chiquinho e transferiu-o em definitivo como fosse um Chicozito, sem oportunidades. Agora olhamos para o Moreirense e vemos um Chicão (mas mesmo que não víssemos...)
5. O mau perder está para Sérgio Conceição como as massas de ar frio e a boa música estão para a Islândia. Algumas atitudes podem ser criticáveis, mas não é por acaso que a equipa do FC Porto tem o eye of the tiger.
6. É difícil encontrar justificações para o fiasco da passagem de Ferreyra na Luz. Mas porque se tratou de uma presença-fantasma, talvez algum deputado possa tentar explicar.
7. Tomei conhecimento há pouco tempo que existem torneios de lançamento (com a boca, sim) do caroço de azeitona (não estou a brincar, o recorde mundial já vai em mais de 20 metros). Luís Filipe Vieira, António Salvador e Frederico Varandas deviam experimentar.
8. «Podia ir para o Barcelona, mas assinei pelo Sporting», disse o jovem reforço leonino, Gonzalo Plata, 18 anos. Eu também podia escrever na última página de A Bola, aos sábados, no lugar de Jorge Valdano, mas optei por estar neste cantinho à quarta-feira."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Trio maravilha

"Grande exibição do Benfica, com destaque para João Félix, Seferovic e Pizzi. Venha o dérbi

Regresso à Luz
1. Ponto prévio: 23 dias após último jogo na Luz, o Benfica regressou a casa com o intuito de reagir à derrota no clássico. Era importante perceber qual seria a reacção da equipa a esse resultado e sentir a força dos adeptos depois de uma derrota é sempre importante. O desafio que era lançado ao Benfica era ganhar e criar pressão sobre o FC Porto e também manter a distância para o Sporting antes do dérbi de Alvalade. Com todos estes desafios, o Benfica teve desempenho extremamente positivo, com um resultado dilatado mas justo.

Onze base
2. Bruno Lage fez apenas uma alteração no onze, tirou Svilar e entrou Vlachodimos, com isso surge a ideia que Benfica tem o seu modelo de jogo e o onze bem definidos. A equipa da casa começa a desenhar a boa exibição depois do susto aos 7 minutos, em que Tahar aproveitou desatenção de Gabriel e atirou ao poste. Foi um abanão que a equipa levou e que obrigou o Benfica a dar grande intensidade ao jogo e a dar problemas a este novo Boavista - órfão de Jorge Simão, sob gestão de Jorge Couto e na expectativa da entrada de Lito Vidigal, que me parece que anda não deve ter tido influência no jogo. O Benfica empurrou o Boavista para o último terço, com Pizzi em trocas posicionais a mostrar-se vagabundo por todo o terreno. E aqui destaque para a forma como João Félix se posicionava e o bom entendimento que revelava com Seferovic, que fez dois golos e podemos dizer que este é o melhor Seferovic que já vimos no Benfica. Os três juntos formaram um trio maravilha.

Onze base
3. O Benfica teve futebol envolvente, mas asfixiantes, simples, rápido com e sem bola, jogadores próximos uns dos outros, um Benfica reactivo a responder a perda de bola. O Boavista ainda foi feliz ao marcar em cima do intervalo, que podia ter obrigar o Benfica a algum abanão emocional. Mas após o intervalo voltou ao registo de equipa dominadora. Com o João Félix a desequilibrar muito - é de facto um miúdo prodígio - descobrindo passes e linhas para os golos. O Benfica está leve, solto, com dinâmicas novas... a equipa tem crescido de jogo para jogo com Bruno Lage e demonstrou isso. Tem havido jogadores com novas oportunidades, caso de Samaris, que fez uma grande penalidade imprudente, mas está mais confiante e a crescer. Rafa não foi um jogador tão explosivo, foi mais pausado, mas equilibrado, jogando mais no meio campo, não sei se isso será um sinal para aquilo que Lage pretende dele. A vitória é inequívoca perante Boavista que não teve argumentos. Destaque para a raça e pulmão do Benfica durante o jogo. O Boavista está um bocadinho refém de não ter um médio de construção e transição, face à saída de David Simão e da lesão do Fábio Espinho. Ainda assim Mateus foi dos que deu sequência ao futebol do Boavista perante um Benfica que, com Gabriel no meio campo, nunca se desorganizou defensivamente. Com a entrada de Gedson, o Benfica transformou o 4x4x2 para o plano B em 4x3x3. Já no final da partida de salientar a grande defesa do Vlachodimos e defender em penálti e, numa segunda parte em que o Boavista nem à área do Benfica chegou. Esta vitória convincente serve de inspiração para o dérbi de domingo."

Vítor Manuel, in A Bola

Detesto perder... a carteira

"Confesso que sim, detesto perder a carteira. É coisa para me estragar a semana.
Ligar para o banco a cancelar o cartão, acordar de madrugada para ter lugar na loja do cidadão, discutir com o cabeleireiro para me devolver os carimbos acumulados para o corte gratuito.
Perder a carteira é perder o registo escrito de metade da nossa vida: e recuperá-la leva-nos muitas vezes a perder a cabeça.
Por falar nisso, também detesto perder a cabeça. Deixa-me com os cabelos em pé, e sem saber como os encontrar. Perder a cabeça é perder a razão, o discernimento, a lucidez. É ficar despido, mesmo que coberto de roupa. É esquecer os modos e deitar fora a calma. É fechar a sensatez num quarto escuro e bater com a porta.
Já agora, e como a conversa veio parar a portas, também detesto perder as chaves.
Há coisas que faz sentido não saber perder. Outras nem tanto.
Fui criança num tempo em que tudo o que um homem tinha de melhor era a honra. Dava-se um aperto de mão e valia mais do que um papel assinado.
Nas nossas pequenas comunidades, era normal a estima por uma pessoa medir-se em honradez: aquele é honrado, aquele não é honrado, aquele é muito honrado. A honradez mede-se no fundo em bons princípios: respeitar e fazer-se respeitar. Ser honesto, íntegro e educado.
Para alguém como eu, que tem ainda uma vaga ideia da importância da honra, é complicado aceitar esta moda de garantir que se tem mau perder como se isso fosse uma virtude.
Esta terça-feira foi Sérgio Conceição, e é naturalmente nele que penso ao escrever estas linhas, mas não apenas nele: tornou-se vulgar entre os homens do futebol gritar que se tem mau perder, como se isso fosse uma extraordinária qualidade. Ou fazer um elogio a alguém referindo que ele tem mau perder. Ou, no caso dos adeptos, ouvir alguém dizer que tem mau perder e bater palmas.
Ter mau perder, meus caros, não é um dom. É um defeito.
É não saber respeitar o adversário, o jogo e o espírito competitivo. Quem não sabe perder também não sabe ganhar e, como se diz, pior do que perder é não saber perder.
Nem vale a pena vestir a pele de La Palisse para dizer que é melhor não saber perder do que gostar de perder: porque entre gostar de perder e não saber perder há um enorme oceano de estados de almas. Não aceitar uma coisa não implica gostar da outra.
Pode-se não gostar de perder, mas saber-se perder. Pode aceitar-se, sem com isso ficar feliz. E sobretudo pode-se aceitar perder e não ficar de sorriso nos lábios.
Infelizmente vivemos numa sociedade, e num futebol, em que vale tudo. Uma sociedade vaga em princípios e em valores. Em honra, lá está.
Há coisas que não devíamos dizer nem numa troca de desabafos: não as devíamos confidenciar nem ao melhor dos nossos depósitos de confiança.
Mas em vez disso gritamo-las como se fossem um grande mérito. Não são.
Não saber perder é não ter desportivismo e não ter desportivismo é um péssimo exemplo: é um mau modelo para os nossos filhos, para as nossas crianças, para a nossa comunidade. Convém não inverter os conceitos.
É uma falha moral, um defeito, um atropelo à grandeza do ser humano. É uma falta de educação e de princípios. Uma falta de grandeza. Uma agressão aos fundamentos da honra. Respeitar e fazer-se respeitar, lembram-se?
Por isso, e porque quero pensar que o mundo ainda é um sítio com ética, não me peçam para elogiar o não saber perder.
A não ser que o que se perdeu foi a carteira. Ou a cabeça. Ou as duas coisas, pronto."

Sunderland: «Eu vi-vos a chorar na Netflix»

"No nordeste de Inglaterra há um caso sério de amor pelo futebol.
Sunderland e Newcastle mantém uma das maiores rivalidades do futebol inglês, mas as circunstâncias mudaram significativamente desde há duas épocas, quando os «Black Cats» caíram sucessivamente duas divisões no futebol inglês.
A série «Sunderland ‘Til I Die» retrata precisamente esse ponto crítico na vida do clube.
Quem não perdoa são os adeptos do rival Newcastle, que a cada oportunidade troçam da situação, cantando no estádio coisas como eu vi-vos a chorar na Netflix.
«We saw you crying on Netflix…»
A derrocada desportiva do Sunderland da Premier League para a League One é um drama desportivo. Aliás, depois de ver Sunderland ‘Til I Die, contemplamos o sentimento de uma cidade pelo emblema que a representa.
Até que, por fim, entendemos: não há vergonha nenhuma em chorar.

Ver:
«Sunderland ‘Til I Die»
Género: série documental
Produtores executivos: Leo Pearlman e Bem Turner
País: Reino Unido
Duração: 40 minutos (x8 episódios)
Depois de vermos estes oito episódios, tornamo-nos todos um pouco mais adeptos do Sunderland. 
Aliás, basta escutar o melancólico tema Shipyards, do genérico de abertura, para percebermos que esta série disponível na plataforma Netflix é uma das melhores coisas sobre futebol que pudemos ver nos últimos tempos.
A ligação umbilical entre o emblema desta cidade portuária do norte de Inglaterra e a classe trabalhadora, que compõe a sua base de apoio, salienta a relevância social do futebol numa comunidade.
Em certa medida, Sunderland ‘Til I Die é uma antítese de All or Nothing, conteúdo produzido pela Amazon sobre o Manchester City.
A história do sucesso dos milionários citizens, com craques de nível mundial a interpretarem o inebriante futebol de Pep Guardiola, contrasta em grande medida com o fracasso do Sunderland, que em duas épocas consecutivas cai da elite do futebol inglês para dois patamares abaixo.
Depois da despromoção na Premier League, Ellis Short, proprietário do clube, resolveu desinvestir no clube e é nesse momento difícil que se foca toda a ação, que tem como palco primordial o majestoso Stadium of Light.
A série acompanha a época 2017/18 do Sunderland no Championship. O que se esperava ser um período de renascimento, acaba por transformar-se numa longa agonia, com o clube a descer à League One.
O documentário foi lançado a 14 de dezembro de 2018, está disponível em Portugal na plataforma Netflix e tem o selo de garantia da produtora Fulwell 73 – a mesma da Class of 92, sobre a geração de ouro do Manchester United.

Ouvir:
Shipyards
Autores: The Lake Poets
Género: folk
País: Reino Unido
Duração: 4:11 minutos
On a river where they used to build the boats
By the harbour wall the place you loved the most
I can see you there but all you know
I'll be there soon
All your life you worked your fingers to the bone
You worked hard for every little thing you owned 
But you gave away for yours as if you'd known
They will call and out
Call and out 2x
But if you could see me now
But if you could see me now
I hope that I'm making you proud
I hope that I'm making you proud 2x
proud
Like a ship you built you're long gone from the coast
Where you are and where we go we'll never know
On a ship you built that's where
I see you most
If your smile and I
But if you could see me now 2x
I hope that I am making you proud 3x
Proud 3x

Um dos encantos de Sunderland ‘Til I Die é a banda sonora.
A música de abertura cativa logo a atenção do espectador.
The Lake Poets, o mesmo será dizer o cantautor Marty Longstaff, sintetiza o espírito da cidade portuária do norte de Inglaterra e das suas gentes numa balada folk que entra no ouvido desde os primeiros acordes.
Sem ser um tema sobre futebol, Shipyards – estaleiros, traduzindo para português –, é uma declaração de amor à cidade portuária e ao rio Wear, «onde faziam barcos». É a relação entre clube e cidade que faz o tema, cujo EP foi lançado em 2015, adaptar-se à narrativa da série.
Além da versão de estúdio, poderá também ver aqui a performance acústica de Martin Longstaff na catedral de Durham, cidade vizinha a Sunderland."

Penáltis, quando a ciência vence o improviso

"O acaso desempenha um papel secundaríssimo quando se trata de um teste de competências.

Na lista de escolhas de Marcel Keizer para abordar o desempate por grandes penalidades na final da Taça da Liga, foi o nome de Bas Dost que surgiu à cabeça. Não foi por acaso. A expertise e a taxa de sucesso do holandês, que minutos antes já relançara o jogo da marca dos 11 metros, inflacionavam as possibilidades de êxito e prometiam uma rampa de lançamento importante para o Sporting nesse tira-teimas. O avançado cumpriu e validou não só a opção do treinador, mas todo um trabalho de bastidores que hoje reduz ao mínimo a suposta aleatoriedade da saga dos penáltis.
Na verdade, o acaso desempenha um papel secundaríssimo quando se trata de um teste de competências. Especialmente nos dias que correm, em que o cruzamento refinado de dados e a sua análise detalhada são já parte do quotidiano do futebol profissional, lugares-comuns como “lotaria” ou “jogo de sorte e azar” fazem cada vez menos sentido.
Para compreendermos quão profunda é a aposta neste gesto particular, basta atentarmos no facto de grande parte das equipas orientar a selecção dos cinco jogadores inicialmente escalados para o remate com base em dados científicos e em informação psicométrica, que permite avaliar quem reage melhor a um ambiente de pressão acrescida.
Comecemos por aí, pela preparação mental. Há estudos, como o que foi conduzido pelo investigador Ken Bray, da Universidade de Bath (autor do livro How to Score: Science and the Beautiful Game), que apontam para dois tipos de stress, um sintomático (que provoca garganta seca ou aumento da frequência cardíaca) e outro cognitivo (que gera pensamentos negativos).
Para os contornar, o autor sugere que os jogadores devem visualizar a bola a entrar na baliza e construir imagens na cabeça que lhes elevem os níveis de concentração. Ou que adoptem um outro procedimento, mais personalizado, que optimize os índices de atenção. A esse respeito, há quem aponte o “ritual” de Cristiano Ronaldo antes das bolas paradas como um exemplo elucidativo: o recuo de forma quase robotizada, o afastamento das pernas e o modo enfático como enche e esvazia o peito de ar.
“Um marcador de penáltis deve ter uma linguagem corporal correcta, que o torne difícil de decifrar. O peito deve estar aberto, os ombros para trás e deve sempre olhar o guarda-redes quando recua a partir da marca de penálti”, sugere Daniel Memmert, que trabalhou como consultor para a federação alemã de futebol.
Depois, entra a questão técnica na equação e a tentativa de apontar àquela porção da baliza considerada como “zona indefensável”. Tendo em conta o limite de alcance dos guarda-redes, os alvos preferenciais serão as zonas acima do ombro de quem defende e o mais possível junto a um dos postes — segundo as estatísticas, quatro em cada cinco remates dirigidos para esta área são bem-sucedidos. Para isso, é preciso garantir um gesto perfeito, tendo um estudo da Universidade de Portsmouth concluído que uma abordagem à bola entre 45 e 60 graus pode alterar a técnica de remate, ao influenciar a rotação da pélvis e a forma como a coxa se movimenta para proporcionar um melhor contacto com a bola.
É vasto, pois, o conjunto de variáveis a controlar no exacto momento da execução, desde a colocação dos apoios à gestão da relação força/precisão, por exemplo, mas um marcador “glaciar” tem de ter também a capacidade de não se deixar abalar pela interacção visual com o guarda-redes. E convém levar em linha de conta que hoje os guarda-redes têm a lição mais bem estudada do que nunca.
Para essa mudança, tem sido decisivo o advento das empresas especializadas em estatísticas e no tratamento de dados. Por um valor generoso (nalguns casos a subscrição trimestral do serviço custa ao clube cerca de 350 mil euros) é possível ter uma radiografia da performance de cada atleta e até um modelo estatístico complexo, que avalia a sequência dos últimos penáltis cobrados, para tentar prever qual a opção seguinte do marcador.
É um upgrade face à célebre base de dados da federação germânica, que esteve na origem da cábula utilizada por Jens Lehmann para travar duas grandes penalidades diante da Argentina e garantir o acesso da Alemanha às meias--finais do Mundial de 2006. Nesse encontro, provavelmente como em nenhum outro, ficou provada à saciedade a necessidade de o marcador diversificar as decisões tomadas em cada desafio apresentado. Afinal de contas, e em última análise, o penálti há-de sempre ser um jogo de enganos."

A Liga que (quase) todos queremos

"O jogo que ontem se disputou na Luz é um daqueles exemplos que contribuem para a boa imagem do futebol português: um espectáculo de qualidade, sem casos de arbitragem e com respeito entre todos os intervenientes. E mesmo para uma 3ª feira de inverno, com início às 19 horas, um jogo com assistência acima de 40 mil espectadores é um registo que impressiona.
Espectáculos de qualidade, sem casos de arbitragem, com respeito entre todos os intervenientes e com assistências acima dos 40 mil espectadores é coisa que, infelizmente, não acontece muitas vezes no nosso futebol. Ganhou o Benfica, porque foi melhor, mas o adversário não deixou de ser um digno vencido – que nunca baixou os braços, nem deixou de contribuir, na medida do que lhe foi possível, para a qualidade do espectáculo.
A questão dos erros de arbitragem, apesar da ‘trégua’ ontem vivida na Luz, é um tema que continua na agenda por razões que estão bem à vista. O desejo do Benfica – e de todos aqueles que pugnam por um futebol mais saudável – é que o assunto deixe de ser debatido diariamente. Seria bom sinal. 
Temos todos consciência, ainda assim, de que o erro nunca deixará de existir. O que não pode continuar, de forma persistente, é o erro inexplicável e incompreensível sempre em benefício da mesma equipa. Foram decisões desse calibre que ajudaram a ‘construir’ o líder do campeonato que hoje temos. É obrigatório que, daqui até ao final da temporada, impere maior verdade desportiva. 
Quem está na origem do problema? Quem invade centros de treino, quem ameaça árbitros (e respectivas famílias) e quem agride adeptos na hora da derrota. São os mesmos que, seguramente, vivem obcecados pelo regresso a um passado que a (quase) todos envergonha.
Já lá vai o tempo em que havia quem interferisse nas subidas e descidas. Em que havia quem interferisse nas nomeações dos árbitros a seu bel-prazer. Em que havia quem fizesse aquilo que lhe apetecia. Não é esse futebol que queremos. Não é esse futebol que faz falta. É preciso que alguém lhes diga isso.

PS: Uma notícia surgida ontem nas redes sociais da Rádio Renascença tinha um título provocatório, pouco compatível com a qualidade e isenção a que a sua informação sempre nos habituou. Em boa hora houve quem se apercebesse e corrigisse o erro. Quem o cometeu insultou o prestígio da sua rádio."

Cadomblé do Vata

"1. Gabriel: uma semana a dizer que os treinos agora são mais intensos do que com o Vitória. 6 minutos de jogo, deixa-se dormir e isola um adversário... Bruno, preparação para o derby tem que ser de chibata na mão, pah.
2. Aquele sexto minuto foi de imensa nostalgia para todos os adeptos do SL Benfica... há 20 anos que não viam um Tahar fazer merda na Luz.
3. Já se esperava o jogo simples em que esta vista do Boavista se tornou... aliás, se antes do jogo me perguntassem se estava a contar com um jogo difícil, eu tinha respondido: "difícil? Difícil é o Jorge Couto juntar os joelhos".
4. Samaris demonstrou inteligência ao cometer falta clara para penalty... com a visita a Alvalade no horizonte, era importante para o Vlachodimos treinar a defesa de castigos máximos.
5. Félix é João, craque e ajeita a marrafa de 2 em 2 minutos... para ser Menino de Ouro, só lhe falta um hat trick em Alvalade."

Conhecemos muito, ignoramos muito mais

"Das consultas que por vezes faço, há bem 40 anos, na Lógica das Ciências Sociais, de Karl Popper, retive algumas ideias que se me antolham sejam o ponto fulcral deste livro. Sumariando, comecemos por esta: conhecemos muito, mas ignoramos muito mais. Ao nível do conhecimento, mormente do conhecimento científico, ignorância e conhecimento completam-se pois que, no princípio e no fim de um conhecimento, sempre se descobre uma tensão constante entre o conhecimento e a ignorância. “Portanto (argumenta Karl Popper) poderíamos dizer que não há nenhum problema sem conhecimento, mas também não há problema, qualquer que ele seja, sem ignorância”. Um outro ponto quero salientar: as ciências sociais e humanas começam com problemas, como as chamadas “ciências exactas”. A pobreza, o analfabetismo, a democracia, a política (incluo, aqui, a política desportiva), etc., etc. são problemas práticos, que conduzem à especulação, à teorização, em poucas palavras: a problemas teóricos. É impossível expungir a teoria da prática e a prática da teoria, no conhecimento humano. Quando John Locke (1632-1704), como empirista que era, escreveu: “Nada está na inteligência que primeiro não tenha estado nos sentidos” – tornou assim evidente que o corpo sobreleva a razão, o todo as partes e a unidade a multiplicidade, no ato cognoscitivo. Para Newton e os físicos do seu tempo, as teorias inferiam-se, deduziam-se dos fenómenos, não de criações do espírito humano, em poucas palavras: deduziam-se tão-só por abstracção da experiência. Tratava-se portanto de uma concepção das ciências, que excluía formalmente a actividade da imaginação. Além disso acreditou também piamente que a mecânica de Newton descrevia a realidade de modo rigorosamente exacto e objectivo. No entanto, a teoria da relatividade veio colocar em questão essa verdade que parecia inquebrantável” (Hilton Japiassu, Questões Epistemológicas, Imago Editora Lda., Rio de Janeiro, p. 22).
Aliás, a questão do método, nas ciências, não é pacífica. Paul Feyerabend (1924-1994), sempre com um fichário de grande actualidade, ofereceu inúmeros exemplos de teorias de indiscutível rigor e que chegam a não ser aceites pela comunidade científica. Um método que contenha princípios firmes inalteráveis e absolutamente obrigatórios que norteiem a prática científica tropeça com dificuldades consideráveis, ao ser confrontado com os resultados da investigação histórica. Descobrimos então que não há uma só regra, por plausível que seja e por firmemente baseada que esteja na epistemologia, que não seja infringida numa ou noutra ocasião. Torna-se evidente que essas infracções não são acontecimentos acidentais, consequência de uma falta de conhecimento, ou de atenção, que poderia ter-se evitado. Pelo contrário, vemos que são necessárias para o progresso” (Tratado contra el método, Tecnos, Madrid, 1981, p. 53). Depois do princípio da incerteza de Heisenberg, em 1927, e do surgimento das geometrias não-euclideanas, despontou um extenso questionamento do próprio conceito de evidência. Por seu turno, fugindo à tirania da tradição e do corporativismo e à férula do princípio da verificabilidade (só um enunciado verificável, pela observação ou pela experiência, transmite informações factuais) – Karl Popper, partindo do pressuposto que não se encontra critério seguro para avaliar da racionalidade de uma teoria, pois que da razão podem despontar uma longa e árdua maratona de interpretações várias, levanta a questão: então, qual o critério que nos permite distinguir a ciência da não-ciência? Para Popper, o mais fiável critério de cientificidade não é a verificabilidade, mas a falsificabilidade, ou seja, uma teoria que não sabe, nem pode, formular as condições da sua própria falsificação, não deverá considerar-se uma ciência. E, se bem penso, a história das ciências não se apresenta, desta forma, como um “objeto dado”, mas um “objeto construído”...
Do positivismo comteano dizia J. Piaget, no seu Biologie et Connaissance (p. 43). que ele tinha em mente um duplo objectivo: ideológico, isto é, “delimitar as fronteiras das ciências contra qualquer intromissão metafísica”; e metodológico, ao “fixar de uma vez por todas os princípios e os métodos destas mesmas ciências”. No positivismo, entre os pecados que se lhe podem assacar, eram muitas as certezas e as verdades. Mas não é verdade que a história das ciências não passa de um processo de “verdades” provisórias? Aliás, se há ciência, tal se deve ao facto de ao processo cognoscitivo em curso faltar mais evidência. Por maior que seja o academismo e afectação, na hora da proclamação das certezas, a evidência plena é sempre de uma indigência confrangedora. A ciência é processo, nada mais do que processo. A evidência plena é crendice, ou cegueira, ou dogma. Ainda há pouco me questionaram se eu, prestes a atingir os 86 anos de idade, considerava feita a minha obra. Respondi-lhes: “Falaram em obra feita? Mas eu não tenho uma obra feita, tenho, sim, algumas ideias em permanente devir. Por isso, o meu pensamento se encontrar tão inextrincavelmente ligado à escola hegelo-marxista. A lógica dialéctica é-me indispensável, para entender a História. Eu sei que rodeia a dialéctica um círculo ondulante e agressivo, onde topo Hannah Arendt, Edouard Bernstein e outros”. E uma alegria juvenil me tomou, quando perguntei: “E é possível a transcendência, sem dialéctica?”. Eu sou, em 40% do meu pensar, hegelo-marxista e, nos 60% finais, sou cristão, profundamente cristão, sem recusar a dialéctica mas introduzindo nela o objectivo final da transcendência. Gostava de ter conhecido, pessoalmente, Teilhard de Chardin, para o interpelar vivamente. É que me sinto muito próximo dele e do Papa Francisco, quando penso na transcendência. Com eles aprendi, que a própria ideia de transcendência é um processo em permanente construção. É da compreensão crítica da dialéctica que a transcendência surge mais instrutiva e mais instigante. Baudelaire escreveu que a modernidade significa a tensão entre o efémero e o eterno. Por mim, direi que a vida significa a tensão entre o efémero e o eterno - pela dialética da imanência, a caminho da transcendência…
Mas a dialética da transcendência traz-me à mente o “mundo-da-vida” da fenomenologia (aproveitado depois por Habermas, na sua Teoria da Ação Comunicativa) que assim tento definir “é o conjunto de crenças, sentimentos e valores, que traduzem significados da vida quotidiana. E, ao produzir conhecimentos, o mundo-da-vida surge como um pressuposto pré-científico de significados emergentes das práticas culturais”. Ou seja, o jogo, o desporto e a dança, quando são investigados e estudados cientificamente, já trazem consigo os valores, as crenças colectivas, que presidiram ao seu nascimento histórico e presidem, depois de racionalizados, à sua prática habitual. O “mundo-da-vida” é o mundo do “homo sapiens sapiens”, consciente do seu ser histórico, temporal e da sua relação com os outros seres falantes (e portanto com quem pode dialogar-se). Parece-me oportuno relembrar as Investigações Filosóficas de Wittgenstein, onde toda a linguagem é solidária de uma determinada “forma de vida”. A linguagem não blasona de “qualquer coisa de único e de sublime, como uma dádiva dos deuses ou uma faculdade transcendente que faria o ser humano participar num mundo imaterial, imutável, ideal, espiritual. De facto, a linguagem é empírica, evolutiva e complexa, integra afinal a história natural e cultural dos seres humanos” (Gilbert Hottois, História da Filosofia – Da Renascença à Pós-Modernidade, Instituto Piaget, Lisboa, 2003, p. 314). Daqui se infere que podemos fazer a distinção entre “valores do desporto” e “valores no desporto”: aqueles são o fundamento onde assenta o modo-de-ser do desporto, uma prática físico-motora informada de valores morais; estes são os valores que o processo histórico, na sua dialéctica incessante, acrescenta aos valores do desporto. Sou até em crer que de uma síntese, entre os valores do desporto e os valores no desporto, poderá resultar uma inelutável metalinguagem, onde o jogo, o desporto, a dança e a motricidade humana em geral, porque não são apenas biologia, nem inteligência tão-só, possam evidenciar a complexidade humana, no movimento intencional da transcendência.
Convivi muito com o Acácio Rosa. Foi das primeiras pessoas, em Portugal, a jogar basquetebol e andebol, ou seja, indubitavelmente, um pioneiro do desporto lusitano. Jantava, todas as semanas, com ele e com o Mariano Amaro, futebolista internacional do Belenenses das décadas de 30 e 40. Recebia-me sempre, com muita festa. Começava a ouvir o que eu lhe expunha, normalmente assuntos ligados à documentação e à informação do Desporto. Mas, a certa altura, o nome de um desportista, a menção de um estádio, o afloramento de uma data suscitavam-lhe a memória de factos distantes da vida do Belenenses, ou do desporto nacional. E então era o Acácio que falava, ininterruptamente. Recordo perfeitamente que, para ele, a figura primeira do nosso futebol era o Cândido de Oliveira (o meu Amigo-Irmão Homero Serpa dizia o mesmo). Jogador, treinador, seleccionador nacional, jornalista, ideologicamente um democrata sem mácula e deixando uma obra variada e multiforme de um verdadeiro pensador do futebol – Mestre Cândido, para o Acácio Rosa, tem lugar ímpar, na história do futebol português. E notava, por fim: “E homem bondoso, simples e acessível, capaz de dar a própria camisa a quem dela necessitasse”. Desportistas, como o Acácio Rosa, “homens da prática” (como é hábito dizer-se), são importantes aos historiadores para que os factos históricos não despontem descontextualizados e precedidos de especulações simplistas e simplificadoras. Em geral, os desportistas, normalmente pessoas aprumadas, disciplinadas, de olhar firme e voluntarioso, conhecem mal o papel da filosofia, na formação da História do Desporto. Vivem o Desporto como uma atividade autónoma, que se desenvolve, sem qualquer relação com a vida económico-social e com o mundo das ideias, quero eu dizer: que converge fatalmente para a “verdade”, sem o arrimo dos conceitos filosóficos e da realidade histórica, no seu conjunto. Enfim, uma concepção idealista da História. E só com a “filosofia espontânea dos cientistas” a História pode converter-se numa revoada de lugares comuns, postos a correr na base da superficialidade e da falsidade, onde se aceita como verdade apodítica o que se julga a via do progresso, dos “amanhãs que cantam”. Ora, não há revolução que não apresente também desmandos da liberdade, uma avultada conta de vítimas e um número razoável de mentiras. E muitas vezes a História se faz, escondendo o que seja considerado ao arrepio da vontade dos vencedores. E também aqui conhecemos muito, mas ignoramos muito mais."

Foi criado um observatório das Artes Marciais e Desportos de Combate em Portugal - OAMDCP

"O objectivo dos desportos de combate, sejam eles da tradição ocidental (e.g. boxe, as lutas amadoras) ou oriental (e.g. judo, aikido, karaté, taekwondo), é de colocar o Homem face a face com o seu semelhante. Assemelha-se à experiência ancestral da luta dos homens entre si mesmos. Se o “homem é um lobo para o homem”, as regras definidas eliminam ou limitam as lesões corporais e estabelecem uma fórmula de “regulação de contas” de forma leal. Os desportos de combate são considerados como um espaço susceptível de confortar e de preservar a identidade masculina, controlando e reprimindo a expressão da violência física. Aquilo que nós agrupamos com o termo “artes marciais” (desportos de combate orientais) faz referência a um conjunto complexo de práticas conhecidas depois do período Kamakura (fim do século XII) no Japão, que se repartem entre Budô (pacíficas, sem armas) e os Bugei (utilizando armas), fundadas sobre o respeito do Bushidô (código de princípios morais) ou a “via dos guerreiros”.
No século XX, com a ocupação americana do Japão (1945-1952), estas práticas foram proibidas. As artes marciais tinham sido transformadas no final do século XIX em práticas desportivas, isto é, codificadas, regulamentadas de forma a que fossem inofensivas para os praticantes, e algumas inscritas num quadro competitivo. Esta codificação teve a ver com a globalização/mundialização das práticas da tradição oriental para o Ocidente, ou por outras palavras, receberam influências do modelo de desporto moderno criado no Ocidente.
Depois da sua introdução no Ocidente, as práticas de combate asiáticas, popularizadas e depois mediatizadas, não pararam de suscitar interrogações quanto às razões do sucesso da sua implantação e difusão. Na sua origem são, antes de tudo, um fenómeno urbano, ainda que durante muito tempo sofrendo de má reputação, pois foram conotadas com movimentos políticos extremistas. Este fato levanta então a questão de como se poderá explicar o seu sucesso a partir dos anos 1970 na Europa? Uma parte da resposta encontramo-la em Braunstein (1999) quando afirma que: “a criação de clubes deve-se à desestruturação familiar, sobretudo com as separações e divórcios, dando origem a um individualismo”. Com o intuito de estudar e divulgar o conhecimento mais actual em matéria das artes marciais e desportos de combate em Portugal, foi criado, em Janeiro de 2019, o Observatório das Artes Marciais e Desportos de Combate. Tem por vocação estudar e promover os valores das artes marciais e desportos de combate enquanto instrumentos de educação e bem-estar no desenvolvimento humano. Da sua missão destaca-se:
• Promover o estudo e a investigação acerca das AM&DC em Portugal;
• Fomentar o diálogo de culturas, apoiando e promovendo o intercâmbio entre instituições de educação e de ensino;
• Contribuir para o estreitamento das relações de cooperação existentes entre os clubes, associações e federações; • Estimular a crescente participação dos jovens em iniciativas de cooperação para a promoção das AM&DC;
• Dinamizar e apoiar projectos de cooperação para o desenvolvimento desportivo em Portugal;
• Organizar modelos de formação de quadros, no âmbito das políticas de promoção do desporto;
• Cooperar com os clubes, associações e federações em projectos de interesse comum.
Encontra-se em curso a realização de um estudo sociológico comparativo de três modalidades de combate dual (judo, aikido e lutas amadoras). Esperemos ter, brevemente, alguns resultados para melhor se conhecer os treinadores portugueses e as modalidades em apreço."

Vermelhão: Golos...

Benfica 5 - 1 Boavista


Vitória relativamente fácil, num jogo onde a uma coisa estranha, foi o Boavista ter marcado um golo, sem nada ter feito para o merecer... e ainda terem desperdiçado um penalty, com uma enorme defesa do Ody!!!
Não é fácil fazer uma avaliação sobre as melhorias da equipa, contra um adversário como o Boavista. Os Axadrezados limitaram-se a tentar defender, ofensivamente foram inofensivos... Mas mesmo assim notou-se uma grande preocupação dos nossos dois médios (Samaris e Gabriel) em estarem sempre colocados atrás da linha de bola sempre que o Boavista tinha 'posse', protegendo assim os nossos Centrais, fechando a zona central do terreno.
Ofensivamente, tentámos variar o jogo, atacando pelas faixas, mas também pelo meio... e tentando aproveitar as costas da defesa contrária. Sendo que esta noite, tivemos um 'inimigo' raro na Luz: a chuva, persistente, que tornou o relvado mais lento... Mesmo assim, parece-me que ainda temos muito que evoluir, nos ataques posicionais: com os dois Alas a jogarem de preferência em zonas interiores, deixamos os Laterais muitas vezes desacompanhados...
Agora, onde estamos mil vezes melhores, é nas transições rápidas, algo que praticamente não fazíamos anteriormente!!!
Não gostei da ansiedade no início da 2.ª parte: o golo injusto do Boavista, reduziu para 2-1, mas parecíamos que estávamos a perder!!! Aliás o 3-1, nasce num ataque semi-perigoso do Boavista!!!
Gostei, e muito, da forma como festejámos a defesa do Ody ao penalty, numa altura onde 5-1 ou 5-2 mudava pouca coisa...!!!
O Félix, foi considerado o MVP do jogo, com justiça: um golo, uma assistência e uma semi-assistência no 4.º golo!!! Mas o Gabriel também fez um excelente jogo (mesmo com aquele erro logo no início...), o Pizzi também esteve bem... o Grimaldo também, e ainda por cima terminou a partida com o golo da noite!!!
O Rafa nestes jogos, contra blocos baixos, tem mais dificuldades em encontrar espaços... espero que a substituição, não tenha sido por motivos físicos!!! O Seferovic com dois golos merece aplausos, mas não pode continuar a falhar golos, em jogadas onde aparece isolado, só com o guarda-redes pela frente...
O Zivko entrou mal na partida, tal como o Gedson o fez nos últimos jogos. É preciso saber aproveitar todos os minutos, os jogadores não podem 'desanimar' quando vão para o banco!
Uma nota especial sobre o Samaris: não sei se o Samaris está a jogar para a 'renovação' (não me parece...), mas ao contrário dos mais jovens, mesmo quando está fora das opções por muito tempo, quando é chamado, normalmente responde bem. Pode ter algumas limitações, mas em termos posicionais, tem estado perfeito... Algo que por exemplo, o Fejsa, raramente consegue fazer! Eu renovava... pelo peso no balneário, mas também pela forma profissional como encara a não titularidade e também pelos sinais do início do declínio do Fejsa! Mesmo com o Florentino a 'subir' precisamos de experiência na posição!
Impossível não falar do apitadeiro: Rui Costa, mais uma arbitragem absurda!!! Não marcou uma única falta a favor do Benfica, nos últimos 20 metros!!! Só na 1.ª parte, foram cerca de 6 faltas que ficaram por assinalar, em zonas perigosas, algumas em zona frontal...!!! Mesmo depois de tudo o que se passou na última semana, continua tudo com 'medo' de aparentar errar a favor do Benfica!!!
Agora vem aí mais uma jornada dupla, desta vez com a Lagartada!!! Temos tudo para triunfarmos nos dois jogos... mas não será fácil: primeiros vamos ter Lagartos, como árbitro de campo, e no VAR, de certeza absoluta! Depois, os Lagartos vão quase de certeza jogar em contra-ataque... o treinador deles, já demonstrou que não tem problemas em usar esta estratégia, mesmo em Alvalade!
O primeiro jogo é para o Campeonato, e é o mais importante... até porque para os Corruptos, o resultado ideal é o Benfica perder pontos... portanto vamos ter mais uma vez, a frente Dragarta em força!!! No jogo da Taça, até poderemos fazer alguma rotação, porque as Meias-finais são em duas mãos, mas para o Campeonato, temos que ir com tudo...
O nosso Mister, esteve muito bem esta noite, na conferência de imprensa, no final da partida. Como era esperado, a CMTV tentou destabilizar, como fazem sempre, ainda por cima nas vésperas dos jogos com a Lagartada... Hoje, não levámos Amarelos, portanto, sem lesões, acredito que vamos repetir o onze... e é para ganhar!

Vitória molhada!!!

Belenenses 0 - 1 Benfica


Jogo atribulado em Massamá, com muita chuva, um apagão e ainda um choque violento de cabeças, com o nosso João Ferreira a ser obrigado a sair de ambulância... numa 1.ª parte que demorou mais de 1 hora!!!
Acabámos por chegar à vitória no 2.º tempo, com o Umaro a finalizar...