sábado, 15 de dezembro de 2018

Excelente...

Benfica B 3 - 0 Oliveirense


Grande jogo do Benfica. Completo, a defender a atacar, nas transições, na pressão alta... mesmo no final, quando tudo estava decidido. Contra um adversário com qualidade e muita experiência... e ainda 'contra' o habitual festival do apitadeiro!!!

Demasiada emoção !!!

ISMAI 29 - 30 Benfica
(16-16)

Estávamos avisados, os Lagartos perderam neste Pavilhão, portanto as dificuldades não foram surpresa para ninguém... E se não tivesse sido o Nyokas a 'atinar'...!!!

Vitória sobre patins...

Benfica 5 - 1 Turquel

O 1-0 ao intervalo, indica que não foi fácil... mas no 2.º tempo, as bolas começaram a entrar....

Centena ultrapassada...

Benfica 101 - 78 Ovarense
32-21, 22-22, 26-20, 21-15

Até começamos mal, com a Ovarense a fazer pressão nas transições... mas rapidamente, 'encaixamos' a estratégia adversária, e partir daí o jogo esteve sempre controlado.

Destaque para a estreia oficial do Xavier Rey na Liga, que está claramente com falta de ritmo... para o regresso também do Suarez após lesão 'curta'... E ainda, para as excelentes indicações do Cantero, que após dois jogos, parece que podemos estar descansados: temos reforço!

Vitória em Espinho...

AA Espinho 0 - 3 Benfica
13-25, 10-25, 26-28

Théo(17), Lopes(8), Flip(8), Rapha(6), Violas(6), Wolfhi(5), Honoré(3), Martins(1), Winters, Pinheiro; Casas

Vitória esperada, com um 'estranho' 3.º Set...

Mais uma...

Benfica 19 - 0 Vidreiros
Maiara(3), Alice, Jassie(5), Darlene, Daiane, Llanos(3), Faria, Geyse


Mais uma goleada, com a nossa baliza fechada...!!!

Formação...

"A aposta numa equipa de sub 23, mantendo uma equipa B nas competições profissionais foi uma das melhores e mais esclarecidas ideias de gestão desportiva e de talentos no Benfica. A forma como se faz o interface entre as duas equipas e em conjunto isso permite manter em actividade e em evolução uma quantidade inigualável de talentos é, sem dúvida, uma exuberante demonstração de que em Portugal o Benfica se encontra dois passos à frente dos seus maiores rivais. É neste contexto que se enquadra a aposta no Seixal e no seu alargamento. O futuro vai proporcionar melhores condições e cada vez mais talento. Como se comprovará, brevemente, o Benfica terá um centro de treinos e alto rendimento ao nível dos melhores do mundo. Evidentemente que num clube como o Benfica isso não substitui os títulos que são e serão sempre uma exigência, mas prepara o clube para criar melhores condições para os conquistar. Assim todos percebam a imparável dinâmica que está a ser criada e que, tarde ou cedo, o futebol português consiga ser merecedor da excelência que se está a construir no Caixa Futebol Campus. É que entre a realidade construída no Seixal e os hábitos sórdidos do futebol profissional em Portugal existe um mundo de diferenças e de comportamentos. O Benfica cumpriu a sua função de se adaptar ao futuro. Veremos se o futebol português e as suas entidades reguladoras se conseguem reformar e estar ao nível das transformações que se anunciam no Caixa Futebol Campus e consequentemente no maior e mais relevante clube português."

Modric, um tipo fiável

"Quando a câmara nos serve um 'close-up', deixa algo muito claro: para Modric o futebol é uma coisa séria. Que se premeie um jogador em vez de uma equipa define estes tempos

Driblando um drama
O River - Boca passou por Madrid e, no dia seguinte, a cidade parecia a mesma e os perdedores não passaram pela guilhotina. Um desperdício de apocalipse. Jogou-se com todas as prevenções tácticas que o medo aconselha, com a tensão inevitável de uma espera louca e numa velocidade acima da permitida, com a bola sempre discutida nas fronteiras do regulamento... Jogo imprevisível, com a ajuda do épico, do emocionante. No meio da batalha, Gallardo colocou Quintero, que se limitou a jogar com naturalidade. A um jogador talentoso e travesso bastou um desalinho para eliminar um rival, a táctica defensiva, o stress, o medo... Desde Garrincha, o dribaldor que tem sido o bobo essencial da corte do grande futebol. Ele ri-se da seriedade com que estamos a condenar este desporto e, se te descuidas, ganha um dramática final continental.

Heróis inesperados
O futebol e os seus paradoxos. Quintero, que tem tendência a ganhar peso, e Dembelé, que teima em não conseguir orientar a sua vida, fizeram-se perdoar graças a um talento singular. Um jogo pode começar por ser desastroso, continuar preso, chegar a um plateau chato e terminar de forma explosiva pela inspiração de um escolhido: Quintero, no River - Boca. Os prodígios aparecem sempre no momento menos esperado. Dembelé, contra o Tottenham, entrou em campo perseguido pelas polémicas e, na sua primeira intervenção, driblou por todos os meios conhecidos quem se cruzou no seu caminho (mudança de velocidade e de direcção, travão e engano, imaginação e técnica) e o campo inteiro foi-lhe entregue num interminável grito de golo. Gosto de acreditar que não é apenas na literatura clássica que a sorte se apaixona pelos heróis. Também no futebol, esse simulador exagerado da vida.

Não sei se me entendem
No grande Milan de Arrigo Sacchi jogavam fenómenos de categoria de Baresi, Maldini, Van Basten, Gullit e Rijkaard e, entre eles, corria como um ardina Angelo Colombo. Uma fraqueza do treinador que não se discute, porque todos os treinadores têm um Colombo ou, o que é o mesmo, uma fraqueza difícil de explicar. Berlusconi, que era um esteta do futebol, tinha-se tornado fã deste profissional gregário. Mas chegou o dia em que Arrigo Sacchi decidiu que Colombo tinha terminado o seu ciclo. «Porquê cedê-lo?», perguntou Berlusconi, «se ganhámos tudo com ele». A resposta é dada pro Arrigo Sacchi no seu livro 'Futebol Total'. «Há três dias que lhe ligo e responde-me o mordomo filipino. Presidente, se Colombo tem um mordomo, é o fim». Lembrei-me da anedota quando vi que Mariano apareceu em Valdebebas com um Rolls-Royce.

Um senhor jogador
Modric é outra coisa. Um daqueles jogadores que pensam e sentem o futebol com uma pureza amadora e que chegam à Bola de Ouro devido a um profissionalismo exemplar. Quando a câmara nos serve um close-up, deixa algo muito claro: para Modric o futebol é uma coisa séria. Que se premeie um jogador em vez de uma equipa define estes tempos em que se individualiza o sucesso e o fracasso. Modric disfarça essa anomalia, porque é uma peça colossal que não esquece a sua principal missão: garantir o funcionamento da máquina. Ele faz sempre o que pode, o que deve e  que é conveniente para tudo melhorar. Trabalha quando a equipa perde a bola, mostra-se quando a recupera, desequilibra quando a tem. Tudo, com uma descrição que transmite segurança aos adeptos porque Modric é, acima de tudo, um tipo fiável."

Jorge Valdano, in A Bola

Balanço 'media'

"Quando estudei jornalismo na universidade, há 20 anos, um dos professores que me marcou foi Nélson Traquina, autor de tanta obra recomendável sobre este quarto poder. Tinha um método de avaliação que nunca esqueci: distribuía folhas com informação e pedia uma notícia que depois classificava como notícia ou como não notícia, nada, zero. Só isso. Não havia, por exemplo, uma notícia mais bem ou mais mal escrita do que a outra. Era ou não era.
Neste final de ano, o meu balanço não é desportivo, é jornalístico. Em 2016 grassou o conceito de fake news, noticias falsas, exaltado por Trump - que dele beneficiou, como tem salientado Germano Almeida, em divulgação do novo isto não é bem um presidente dos EUA. 2017 já foi um ano de absorção deste juízo, pois fomos aceitando, media e leitores, que a tal não notícia evoluísse no léxico da profissão para notícia falsa, portanto já admitida, pois, como notícia, mesmo que falsa ou possivelmente errada. Tem-se tornado habitual tolerar expressões como a que escutei há dias num noticiário. «A confirmar-se esta notícia...»; ou «Este órgão de comunicação sabe que...», aparentemente por oposição a tudo o resto que o órgão de comunicação escreve ou diz sem saber que. Já não há a tal notícia, há notícias falsas e notícias verdadeiras, mas são todas, à nascença, notícias.
2018 já me pareceu ano de reacção, sobretudo pelo crescimento do fact checking - com ideias novas em Portugal. Esta verificação de factos é, em todo o caso, paradoxalmente um recuo, pois a tal notícia que há 20 anos (há mais, claro) se ensinava a divulgar já pressupunha tanto o domínio da técnica como a confirmação da informação. Antes, a não notícia não era nada e a notícia era tudo. Agora, a notícia falsa é notícia, sim, contudo carece de fact checking para se tornar notícia verdadeira. Note-se, porém, como os conceitos mudam e a necessidade da verdade é sempre a mesma."

Miguel Cardoso Pereira, in A Bola

Quem 'matou' a mudança? Suspeito n.º 10 - O ruído na...

"Passava das 22h00, Robert West, Director Geral do F.C. os Galácticos, e o Detective Colombo encontravam-se a mais de 5000 kms de casa. Tinham passado pela La Piedra, para comer a Mariscada, que o Robert adorava e procurava, sempre que o Clube ia jogar a Vigo, e dirigiam-se para o centro, na procura de um local para jantar. O Detective Colombo dirigia um carro emprestado pela organização do jogo e o Robert estava surpreendido pelas luzes, os enfeites, as caixas de presentes, a bola gigante e aquela árvore repleta de leds e os seus múltiplos efeitos.
Era época de Natal, a cidade vivia o Natal e contagiava quem a visitava com esse espírito. Não havia onde estacionar, os parques estavam lotados, até que surge um lugar à esquerda. Pisca, marcha-atrás e de uma só vez, já está, o carro ficou direito, à primeira, o que não era habitual no Detective, quando estacionava do lado esquerdo.
Começam a descer a rua a pé, viram à direita, passam por uma pequena “calle” e surgem os dois primeiros possíveis locais para jantar. Não eram marisqueiras, antes uma hamburgueria e uma cervejaria. Robert entrou na cervejaria, mas de imediato saiu, ainda espreitou a hamburgueria, mas numa troca de olhares, parecia que ambos estavam a dizer o mesmo um ao outro - “vamos procurar outro local”. Poucos metros à frente, voltam para baixo, na Rua de Manuel Núnez e ao surgir uma rua à esquerda, vêm umas pipas pintadas de branco com uma mensagem interessante: “no se recuerdan los dias, se recuerdan los momentos”. Aproximam-se e, do outro lado da rua a pedestre, lá estava “La Taberna de Tony” e as tapas que o Detective Colombo adora. 
Robert é o primeiro a entrar, segue-se-lhe o Detective Colombo. Estava lotado, a sala estava dividida a meio, há umas pessoas que se levantam e libertam uma mesa. Ambos se aproximam, dão um sinal à garçonete, como a pedir permissão e sentam-se. O detective Colombo estava entusiasmado com a ideia de comer umas tapas.
Depois de limpar a mesa, a garçonete coloca uma entrada muito simples de “pan”, “jamon” e “queso”, mas que lhes soube pela vida. Pendem uma tortilha, uns calamares, umas asitas e uma salada. A menina que os atendia disse que era muita comida e acabaram por prescindir da “ensalada”.
O jogo de beneficência, razão da presença da equipa do F.C. os Galácticos na cidade, realizava-se na noite do dia seguinte.
O Detective Colombo e o Director Geral Robert West queriam aproveitar para conversar sobre a situação geral no Clube e verificar se havia mais algum suspeito de estar a “matar” a mudança no Clube. Queriam conversar, desejavam escutar-se um ao outro, pretendiam que o outro ouvisse o que estavam a dizer, mas a música de fundo, o barulho das conversas das outras mesas e as interrupções da garçonete com o pão, depois com as bebidas, seguiu-se a paragem provocada pela chegada da tortilha e pouco tempo depois nova interrupção, agora causada, pelas asitas. Estava tudo delicioso, mas o barulho e as interrupções eram constantes.
O Colombo e o Robert repetiam-se frequentemente para serem compreendidos, outras vezes pediam ao outro para repetir o que tinha dito, pois o que tinham percebido tinha sido demasiado ambíguo. Não se conseguiam escutar, não eram capazes de entender o que o outro queria dizer, começaram a falar cada vez mais alto, para ver se eram escutados e o que deveria ser um momento de prazer, partilha e descoberta, estava a tornar-se num momento a recordar como desagradável.
Chegam os calamares e a sala estava diferente. Menos gente, várias mesas livres, nomeadamente atrás, à frente e ao lado esquerdo. Ao lado direito estava a parede que separava a sala e que tinha uma grande abertura, para a outra parte. A tranquilidade, o sossego, a calma reinavam agora e o Detective Colombo e Director Robert conseguiam escutar-se mutuamente, entender o que o outro queria dizer, como a pergunta do Robert – “Detective Colombo, na semana passada, o Presidente Angie partilhou comigo que começar pelas diferenças, compromete ser-se escutado, entendido e compreendido e pediu-me para convidar o Detective a acompanhar a equipa nesta digressão, como sinal de agradecimento pelos muitos contributos que está a prestar à melhoria do Clube e também para saber se descobriu mais algum culpado. Tem ideia de mais algum culpado de estar a “matar” a mudança no Clube?”.
“Agradeço imenso a oportunidade de visitar outro país, acompanhar a equipa, conhecê-lo melhor e claro saborear estas deliciosas tapas” – começou por dizer o Detective Colombo, que quando visitava Espanha não trocava tapas por nenhuma outra iguaria e continuou – “como sabe, nos últimos meses, tenho acompanhado toda a vida do Clube, como observador. Presenciei reuniões, palestras nos balneários, discursos, entrevistas e um sem número de momentos em que as pessoas comunicavam e verifiquei que há um factor comum a muitos destes momentos, que os compromete”.
Robert levanta ligeiramente o queixo, chega os ombros ligeiramente para a frente, como a preparar-se para ouvir melhor, enquanto o Detective Colombo continuou – “lembra-se o que se passou hoje durante este jantar?”. “Como assim Detective?” – perguntou o Director Geral Robert West.
“Como relembra o momento da nossa conversa, antes dos calamares chegarem à mesa?” – perguntou o Detective. “Havia muito barulho, muita gente a falar ao mesmo tempo, muitas interrupções, isso levou-nos a repetir o que dizíamos e a sistematicamente perguntar ao outro o que queria dizer” – e dada a relação de amizade que tinha estabelecido com o Detective, o Director Robert arriscou em ir mais longe e continuou – “levou-me a sentir alguma tensão e frustração, a ter que fazer um enorme esforço para o perceber e me fazer entender. Não fosse importante o que tinha para dizer e escutar e teria desistido e concentrado apenas nas tapas”.
“Como recorda o momento, depois de chegarem os calamares?” – explorava o Detective Colombo. O Director Robert reflectiu um pouco e percebeu que realmente tinha havido uma enorme diferença na interacção e no resultado da conversa de ambos depois do calamares serem colocados na mesa e aquelas gotas do limão os apurarem e disse – “as interrupções pararam, conseguimos ouvir concretamente o que o outro dizia, o que escutávamos era consistente, a nossa conversa foi muito concreta e fomos capazes de explorar a situação, em vez de explica-la e tudo isso não só foi muito agradável, me fez sentir bem, como permitiu que nos entendêssemos e que o que ouvíamos correspondia exactamente ao que o outro dizia”.
A refeição tinha terminado e ambos ansiavam por um café e enquanto o bebiam, o Detective Colombo começou por dizer - “Director Robert as muitas entrevistas, os vários discursos, as múltiplas palestras e as diversas reuniões a que tenho assistido têm revelado mais um dos culpados de estar a “matar” a mudança no Clube: o ruído na comunicação” – e aproveitando a sua pausa, o Director Robert construiu – “quer isso dizer que quando as pessoas (sejam elas Presidente, Director, Treinador, Médico, Fisioterapeuta, Jogador, Adepto, Pai e Mãe, Líder ou Colaborador) querem mudar alguma coisa e para isso necessitam de comunicar as suas ideias, se não removerem ou pelo menos reduzirem substancialmente as explicações, as redundâncias, as interrupções, as contradições e as ambiguidades, isto é, o ruído na comunicação, então a probabilidade das outras pessoas escutarem e entenderem o que realmente disseram fica comprometido e consequentemente também as hipóteses de mudança” – sintetizou o Director Geral Robert West.
Já passava da meia-noite e meia, acertada a conta e a devida gorjeta, pois perceberam que a garçonete zelou pelos interesses de ambos, quando sugeriu que estavam a fazer demasiados pedidos e os foi servindo com simpatia, ambos se dirigiam para a porta, quando pararam antes dos quatro degraus de acesso à rua. Havia uma grande passagem, para a outra parte da sala. Contemplaram-na, assim como apreciaram a tranquilidade, que contrastava com o barulho e rebuliço do momento de chegada. 
Subidos os degraus e chegados à rua, o Director Robert West olha para trás, pega no telemóvel e tira uma foto e a ela associou: mais um momento de crescimento, resultado de ter descoberto mais um responsável de estar a “matar” a mudança no Clube, mas também em algumas organizações, equipas e famílias, o ruído na comunicação; a diferença de sentimentos entre os momentos com e sem ruído; e o distinto discurso interno, agora a dizer a si próprio “vou aproveitar esta oportunidade de remover ou, pelo menos, reduzir o ruído no canal da comunicação, para melhorar a vida do Clube, mas também a minha e das pessoas com que me relaciono”.
Voltam a cruzar-se com as mesas brancas em forma de pipa, mas agora reparam que tem umas folhas e uvas pintadas, para além da mensagem que releram - “no se recuerdan los dias, se recuerdan los momentos” - e ambos pensam - “este é um dos momentos para recordar”. Viram à esquerda e lá estava a bola de Natal gigante. O Detective Colombo tira uma foto e faz um post no seu Facebook, com a mensagem a todos os seus amigos: “A Todos um Bom Natal”."

O problema do VAR é o protocolo ou é o Porto ao colo?

"A questão da semana incide sobre a crise do vídeo-árbitro: o problema é o protocolo ou é o Porto ao colo?

Pressionado pela opinião pública na sequência de uma série de decisões absurdas, viu-se obrigado o Conselho de Arbitragem a sair à rua para defender a excelência dos serviços prestados por esse fautor da modernidade que, pela segunda temporada consecutiva, vem assentando arraiais no nosso campeonato.
Explicou também Tiago Craveiro, director-geral da FPF, que “o VAR não nasceu para acabar com as discussões de café’.
Qualquer proprietário de um café sabe que Craveiro está a falar a verdade. Mas não toda a verdade. De norte a sul do país, registam os observadores destes fenómenos sociais que as discussões, as zaragatas entre os clientes dos cafés e dos snack-bars não acabaram de todo com a chegada do VAR. 
Porém, aumentaram imenso.
Já nem discussões são, são verdadeiros motins que começando dificilmente terminam sem – umas quantas mesas pelo ar e um valioso stock de louça partida. Os donos dos cafés estão a passar-se com o VAR porque lhes está a dar prejuízo.
A conclusão a que se chega é que uma coisa como o VAR, que nasceu para acabar com benefícios, está dar prejuízos e logo ao comércio. Ao cabo de 11 jornadas da prova maior do futebol português, o Conselho de Arbitragem soube contar até 9 as avaliações erradas desta invenção que não dá sossego aos cafés de Portugal. Mas o mesmo Conselho de Arbitragem não soube apontar, uma a uma, que 9 avaliações erradas foram essas e em que jogos e com que intervenientes. Laxistas. Depois admiram-se com cadeiras a voar nos cafés e com zaragatas afins por todos as cervejarias do país. O Conselho de Arbitragem, ao não informar o público detalhadamente sobre estes 9 incidentes de percurso do VAR, está a proceder muito mal. Infelizmente, o dano não se fica por aqui porque o Conselho de Arbitragem ,ao não informar o público sobre o número de ‘não-avaliações-passíveis-de-avaliação’, está a proceder pessimamente, dando azo à má-língua.
As desculpas oficiais para estes constrangimentos do VAR residem invariavelmente naquilo a que os especialistas chamam ‘protocolo’. O problema é o protocolo, diz-se à boca cheia.
Mas o que é o protocolo do VAR? É o Manual de Implementação para Competições concebido pelo International Board e no qual se encontram descritos princípios como “apenas o árbitro pode iniciar uma revisão” ou “a decisão original tomada pelo árbitro não é alterada a menos que a revisão mostre claramente que a decisão estava claramente errada” ou “um jogador que faça o sinal de revisão será advertido com um cartão amarelo”. Tudo coisas que entram pelos olhos dentro por força da sensatez. À mesa ou ao balcão, a conclusão é que o “protocolo do VAR” não tem culpa nenhuma do ambiente nos cafés de Portugal.
Não é, portanto, o protocolo. É mesmo o Porto ao colo."

Rafa faz muita falta

"Para sonhar com ambiciosa participação na Liga Europa, Benfica tem de jogar muito mais e muito melhor

A viagem europeia mudou de carris. Segunda-feira, sorteio de Nyon é o entroncamento da nossa ambição europeia. Saímos da Liga dos Campeões, onde havíamos entrado em Agosto (com mais €50 milhões), e mudámos a rota para Baku, assegurando no livre de Grimaldo o estatuto de cabeça de série. No futebol moderno é assim - uma prova que se chama Liga Europa tem a sua final numa cidade fora da Europa. Tudo faz sentido na moderna lógica de nada ter sentido. Para o Benfica sonhar com uma ambiciosa participação nesta prova, teria de jogar muito mais e muito melhor. Chelsea, Arsenal, Inter e Nápoles são apenas o aperitivo de imensos candidatos a uma prova recheada de ex-campeões europeus. Foi, no entanto, positiva a vitória frente ao modesto AEK, pois não interrompe uma série de triunfos que têm vindo a manter o essencial de competitividade na conquista dos títulos que se ambicionam. O AEK jogou com excesso de agressividade (sempre punida), mas comparados com a de Setúbal até parecia veludo.
Na Madeira, no próximo domingo, vamos ter um jogo bem mais difícil do que na passada quarta-feira, o aguerrido Marítimo de Petit é tão ou mais forte que o AEK e ocupa um lugar enganador na classificação. Viu-se no último jogo dos insulares, em Santa Maria da Feira - tiveram alma até aos 95 minutos e disputaram cada bola como se fosse a última.
Do jogo da passada quarta-feira fica a preocupante lesão de Rafa. Mesmo quando o Benfica não joga no seu melhor as acelerações de Rafa são constantes desequilíbrios nas defesas contrárias. Rafa faz muita falta ao Benfica neste momento e este é um momento onde no Benfica se sentem muito as faltas. O Benfica, longe de deslumbrar em Setúbal, fez o suficiente para obter uma vitória tranquila. Foi um jogo no qual só Carlos Xistra e as duas decisões foram os verdadeiros adversários e reais perigos. No fim do jogo fomos beneficiados com os já repetidos monossílabos e onomatopeias do Sr. Vidigal em jeito de dízimo aos seus senhores. Temos que anotar, não esquecer e prosseguir porque largos dias têm 100 anos.
Quarta-feira há Taça em Montalegre. Ainda bem que é em Montalegre, é bom para a prova e é bom para o futebol, porque ainda há muito coisa boa no futebol. Faltam quatro jogos para disputar a final do Jamor."

Sílvio Cervan, in A Bola