Mágico Jonas

"Benfica tem aquilo que muitas outras equipas não têm: um jogador que desbloqueie

Contexto complicado
1. Para o Benfica, este era o jogo de retoma de campeonato depois da Champions e este aspecto é importante porque estas paragens - por força das competições internacionais, não só de clubes mas também de selecções - tendem a multiplicar-se. O Benfica aparece num mau momento na Liga e depois do afastamento da Liga dos Campeões. Além disso, houve a incerteza e a certeza da alteração no comando técnico, que acabou com manutenção de Rui Vitória. Aliás, a estabilidade no comando técnico tem primado esta temporada - na época passada, à 10.ª jornada, já se tinham registado dez alterações nesta vamos apenas com duas. Este contexto fazia com que os jogadores encarnados estivessem com níveis de ansiedade muito acima do normal, acrescida duma notória falta de confiança. Depois, em termos de assistência, a Luz costuma registar molduras humanas interessantes e ontem estavam muitas cadeiras vazias.

Benfica incapaz
2. O Benfica entrou em campo muito conservador no modelo de 4x3x3 e na composição da equipa, pois apenas se registaram as saídas de Gabriel para a entrada de Gedson e a de Cervi por Zivkovic, além do regresso de Jardel por Conti. Os encarnados mostraram-se incapazes de fazer pressão alta, recuperando a bola muitas vezes em bloco baixo e recorrendo a faltas; o corredor central e o flanco direito mostraram-se muito incapazes. Do lado esquerdo, houve mais dinâmica e algumas combinações interessantes entre Rafa e Grimaldo. Do lado do Feirense, excelente organização defensiva, com o triângulo do meio-campo invertido a anular o trio intermediário das águias formado por Fejsa, Pizzi e Gedson. No entanto, aquilo que os fogaceiros mostravam em competência defensiva também o demonstravam em incompetência ofensiva.

Um golo que tudo altera
3. Na entrada do segundo tempo tudo se alterou completamente. Perante situação de equilíbrio num jogo, os grande têm aquilo que equipas de outra dimensão não dispõem: alguém que desbloqueie. Foi isso que Jonas fez em dois toques - fez um golo e contribuiu para o terceiro. A partir daí, o Feirense passou para 4x4x2, alongou as linhas e deu espaço ao Benfica, que materializou a superioridade em quatro golos. É preciso referir, no entanto, que não aconteceu pela melhoria colectiva, mas por um momento mágico de Jonas, que lhe acaba por proporcionar uma vitória folgada.

Destaques do encontro
4. Há que destacar neste jogo a boa organização defensiva do Feirense até ao primeiro golo do Benfica, o que significa que o treinador preparou muito bem o jogo. Notas positivas também para Jonas, pelo golo e pala participação decisiva no ataque, e para Rafa, que dinamizou o flanco direito."

Manuel Machado, in A Bola

Vieira e Vitória respiraram fundo

"A curiosidade maior vem da prova de que uma chicotada psicológica numa equipa de futebol não precisa, necessariamente, de uma mudança de treinador. Basta uma mudança de rotinas, um agitar de águas, uma demonstração cabal da absoluta necessidade de diferença.
Não raras vezes, a chamada chicotada psicológica ocorre quando se muda de treinador. É a solução habitual para problemas que precisam de uma resolução mais drástica. Muitas vezes, o presidente do clube tem vontade de mudar todos os jogadores da equipa, mas sendo, tal hipótese, uma impossibilidade prática, decide mudar de treinador. Não porque o treinador que vem, mas porque a mudança, em si mesma, é um catalisador psicológico, um estremeção na quietude de um grupo que não valida a urgência de mudar de atitude e de ajudar a encontrar uma saída para o beco estreito.
O jogo do Benfica com o Feirense era, mais do que um jogo, um desafio e um comprometimento da equipa do Benfica com o futuro. Estava em jogo a força e a credibilidade do presidente e a liderança do treinador. A resposta dos jogadores foi conclusiva: queremos escrever o obituário da crise.
Vieira respirou fundo, Rui Vitória suspirou de alívio. Claro que poderia apanhar um avião para qualquer outro lado, mas, manifestamente, não era isso que queria. E, assim, Vieira pode manter acesa a luz que lhe apareceu e manter em aberto duas excelentes hipóteses de sobrevivência. Ou a coisa corre bem com Vitória e saí em ombros pela porta grande, ou não corre assim tão bem, mas ganha tempo para lançar o plano B com Jorge Jesus."

Vítor Serpa, in A Bola

Rafa e o imensamente sublime

"Rafa demorou a aquecer. Mas, quando aqueceu, entrou em ebulição. E dilatou, dilatou, dilatou. (...)

Rafa demorou muito tempo a aquecer. Entrou no Benfica no verão de 2016, pouco depois de se ter sagrado campeão da Europa por Portugal, por ter jogado um minuto frente à Áustria. E foi aquecendo. Aqueceu, aqueceu, aqueceu, por vezes voltou a esfriar, depressa voltou a aquecer. E aqueceu, aqueceu, aqueceu. Aqueceu tanto que, quando se encontrava frente aos guarda-redes adversários, falhava sempre o remate. Havia Salvio, Zivkovic, Cervi, Gonçalo Guedes, além dos goleadores Jonas, Mitroglou e Jiménez. E Rafa jogou pouco e aqueceu muito: 1098 minutos na liga e apenas dois golos. Na segunda época, continuava a haver Salvio, Zivkovic, Cervi e (não havendo já Gonçalo Guedes) havia ainda os jovens João Carvalho e Diogo Gonçalves, além dos goleadores Jonas e Jiménez. Rafa continuou a jogar pouco e a aquecer muito: 1214 minutos na liga e apenas três golos. Até que Rafa se fartou de aquecer. Salvio, Cervi e Zivkovic mantinham-se no plantel, apareceu ainda João Félix, mas o corpo de Rafa estava em ebulição.

E como qualquer corpo em ebulição, dilatou. Dilatou tanto que passou a ser quase imprescindível para Rui Vitória. Excluindo a deslocação do Bessa, esteve em todos os jogos do Benfica para a Liga. E é o avançado mais utilizado pelos encarnados na Liga: 629 minutos, 5 golos. Sim, não é erro: 5 golos. É o melhor marcador da equipa com os tais 5 golos, mais um do que Pizzi e Jonas. Ninguém pedirá a Rafa que seja o melhor marcador do Benfica no final da época. Talvez lhe peçam que marque mais golos (muito mais) do que nas duas primeiras épocas de águia ao peito. Os benfiquistas exigir-lhe-ão, sim, que coloque sempre em campo a sua arma mais poderosa: a velocidade. Não há no Benfica jogador mais rápido do que Rafa. Serão raros, nas 18 equipas da Liga, os que o igualem em velocidade pura. Claro que futebol não é atletismo, nem sequer numa prova de 100 metros. Mas ser explosivo ajuda imenso. E se Rafa continuar a afinar (cada vez mais) o pé, ainda estará a tempo de ser um caso sério no futebol português.
(...)"

Rogério Azevedo, in A Bola

Da luz que iluminou Vieira

"No futebol são os resultados quem mais manda. Mandam, até, mais do que qualquer presidente Mesmo que se chame Luís Filipe Vieira

Não sei se a luz que Luís Filipe Vieira diz ter visto durante a madrugada de quinta-feira, na sua cama do Seixal, lhe disse que é Rui Vitória o homem certo no lugar certo. Ou se lhe disse apenas que, sem solução imediata, mais valia manter tudo como estava em vez de arriscar numa alternativa provisória que não garantiria, por si só, que as coisas melhorassem de imediato - guardando, assim, uma bala para gastar caso dela necessite. Nem isso é, tomada que está a decisão do presidente do Benfica, importante. O que importa, de facto, é que Vieira decidiu dar a mão a Vitória quando todos lhe exigiam o contrário. Teve a coragem de assumi-la assim mesmo: uma decisão exclusivamente sua, pela qual só ele terá de responder. Arriscou. Sim. De mais? O futuro dirá. Mas é por isso que Vieira é o presidente. Para decidir. E qualquer decisão envolve, sempre, uma dose de risco.
Rui Vitória ganhou, nessa aposta de Vieira, uma nova vida. Percebe-se. Admite-se que, na conversa que manteve com o presidente, também ele falou, admitindo - como assumiu na conferência de imprensa que antecedeu a recepção ao Feirense - a necessidade de mudar mas fazendo algumas exigências, em especial, decerto, o apoio que, nos últimos tempos, não teve de uma estrutura que até aqui se orgulhava de ser inabalável - e desde o Titanic se sabe que até essas abrem brechas. Esperemos para ver o que muda da parte de Vieira e da parte de Vitória para percebermos um pouco melhor o que muda realmente.
O primeiro teste - a Vitória e a Vieira - seria, sempre, o jogo de ontem, com o Feirense, no Estádio da Luz. Não se viram, ainda, muitas das mudanças prometidas pelo treinador, embora isso se perceba se tivermos em conta que só teve um treino entre a loucura que foi aquela quinta-feira e a partida de ontem. A verdade, ainda assim, é que correu bem. Nada melhor do que uma goleada para responder àquela que terá sido a semana mais agitada no Benfica em muitos anos. Os assobios, que ainda se chegaram a fazer ouvir bem ao intervalo, deram lugar aos aplausos e Vitória acabou, até, a dar autógrafos - se calhar num dos lenços brancos com que os adeptos têm exigido a sua demissão.
Significa isto que está tudo bem? Claro que não. Foi, afinal, apenas o primeiro de vários testes que Vitória terá este mês. E se os que antes o assobiavam ontem o aplaudiram graças a uma vitória, nada garante que amanhã, depois de um novo desaire, não lhe voltem a cair em cima. Porque é assim o futebol. Todos dependem dos resultados, que mandam mais do que qualquer presidente. Mesmo que este presidente seja Luís Vieira Vieira.

Bruno de Carvalho disse, no interrogatório a que foi submetido, precisar de ser uma pessoa muito desequilibrada para autorizar o ataque a Alcochete. Tem razão. E é, acrescento, também preciso que o vejam como pessoa francamente desequilibrada para acreditar que, como presidente do Sporting, mandasse ou, no mínimo, permitisse que um bando de malfeitores invadisse o balneário da equipa principal e desatasse a bater em jogadores e treinadores. É precisamente esse o grande problema de Bruno de Carvalho: olha-se para a loucura que foram os últimos meses da sua presidência em Alvalade e admite-se esse cenário. Isso, atenção, não faz dele culpado. Mas diz muito.

Ainda sobre Bruno de Carvalho: passa-se pelas redes sociais e parece que continua a ter 90 por cento dos sportinguistas e apoiá-lo. Chega-se à AG, para a qual se mobilizaram tantos brunistas, e percebe-se que não chegam para mais do que fazer barulho. Porque no meio de toda a confusão, a verdade é que na hora da verdade as contas passaram. Falam muito, falam muito alto, mas têm pouco (e cada vez menos) peso."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Orçamento para o Desporto (II)

"O Orçamento de Estado para 2019 tem uma parte dedicada ao Desporto, que nos dedicada ao Desporto, que nos permite aferir do investimento do Governo neste sector da sociedade.
É previsto, desde logo, um aumento do orçamento para actividades e projectos na área do desporto de 43 milhões de euros para 51 milhões.
Diz o relatório do Orçamento para 2019 que o desporto é entendido «como uma área governativa relevante e transversal, e um dos mais poderosos instrumentos de desenvolvimento e integração dos cidadãos» e, assim sendo, definem-se, entre outras, as seguintes acções estratégicas: implementação de uma abordagem mais eficaz no que toca ao combate dos fenómenos de violência associados aos espectáculos e actividades desportivas, dando ênfase à recente criação da Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto; Melhoria do apoio ao Desporto do Alto Rendimento com a redefinição (e equiparação) dos Projectos Olímpicos Olímpico e Paralímpico, aprovada em Janeiro de 2018; Reforço do Programa de Apoio às infraestruturas Desportivas, no seu terceiro ano de execução; Aposta na continuação da valorização da Educação Física em todos os ciclos de ensino e do Desporto na Escola; Reforço da formação de treinadores e dirigentes, através da reformulação da lei que regula o acesso à profissão de treinador; Consolidação da aposta no combate pela verdade no desporto; Continuação da promoção da dimensão internacional do desporto português do reforço da cooperação com os países da CPLP, Ibero-Americanos e da UE, potenciando-se o êxito das nossas Selecções e representações nacionais, bem como a organização em Portugal de grandes eventos desportivos."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

Cadomblé do Vata

"1. O mister prometeu mudanças e elas chegaram cedo... pontapé de saída e o Pizzi não chutou largo para a direita a ganhar terreno.
2. A coisa começou com mau aspecto mas os jogadores melhoraram a partir dos 30 minutos com o fim da greve das claques... foi uma Luz que lhes deu.
3. Seferovic continua com faro de golo apurado... não falta muito para Rui Vitória ter saudades dos tempos em que era criticado por o meter a titular.
4. Em relação aos últimos jogos melhoramos exibicionalmente e os adeptos agarraram-se outra vez à equipa... LFV pode-se ter tornado no pioneiro da "chicotada psicológica sem trocar de treinador".
5. No fim de uma semana de total bizarria, foi Jonas a tirar a equipa do buraco com um golão e festejo a condizer no meio dos adeptos... a diferença entre o Pistolas e LFV, é que enquanto um marca golos de antologia, o outro bebe golos de champanhe."

Vermelhão: Vitória...

Benfica 4 - 0 Feirense


Acabou bem, uma noite que se antevia complicada, após uma semana demasiado atribulada!!!
A 1.ª parte confirmou os problemas conhecidos: pouca velocidade, pouco jogo sem bola, sem pressão alta... Mesmo assim, o Feirense nunca conseguiu sair em contra-ataque, só chegou à nossa área, através dos livres assinalados pelo árbitro...!!!
Tudo mudou após o intervalo, o golo cedo ajudou, mas houve algumas 'alterações' importantes: a velocidade aumentou, começamos a ver passes no 'espaço', boa pressão após perda de bola... e até houve tempo para 'regressar' aqueles toques e toquezinhos irritantes em zona de remate, algo que ultimamente tinham 'desaparecido'...!!!
Se calhar a 'confiança' voltou, a ansiedade desapareceu com os golos... Muito sinceramente, a questão mental é importante, mas não me parece que o único problema do Benfica, seja a questão psicológica!
O regresso do Jardel foi importante, a troca do Zivko para a esquerda e o Rafa para a direita no 2.º tempo foi importante, pois o Sérvio 'ofereceu' espaço para o Grimaldo subir... e o Rafa soube jogar 'por dentro' nas costas do Jonas...

Este resultado é importante, mas temos que perceber que os problemas não desapareceram... O Feirense, não tem feito uma época ao nível do ano passado, e hoje não conseguiu executar uma combinação em contra-ataque (o Odysseias foi um autêntico espectador...).
Agora, ainda sem o Salvio é importante o Rafa confirmar a grande subida de forma, é importante o Zivko ser útil, é importante  Krovi começar a ganhar minutos... E será muito importante a dupla Dias/Jardel manter-se sem lesões nem castigos!!!
Vou guardar os pormenores mais picantes da actuação do apitadeiro Rui Costa para a Lixívia, mas foi desesperante! Mais uma vez...

Agora, é fundamental manter a 'onda' positiva, a começar pelo jogo de Quarta com o Paços de Ferreira para a Taça da Liga. Não é um jogo decisivo, mas é contra uma equipa da 2.ª Liga, com plantel de 1.º Liga, com um dos treinadores mais manhosos do Tugão... Se quisermos, terminar o ano civil em 'recuperação', não pode haver faltas de concentração...

Vitória na Catalunha...

Noia 1 - 2 Benfica
Adroher(2)

Vitória importante, num jogo onde começamos a perder, demos a volta, depois falhámos duas bolas paradas, e a 7 segundos do fim, o Noia beneficiou de um penalty, que o Pedrão defendeu!!!

PS: As nossas meninas, confirmaram o bom resultado obtido em França, e voltámos a ganhar na Luz, frente ao Coutras por 6-2...

Vitória em Vila do Conde...

Rio Ave 2 - 7 Benfica

Entrámos a ganhar... e nem quando os vilacondenses reduziram para 2-5 no início da 2.ª parte o jogo ficou fora de controle...!!!

Derrota no antro...

Corruptos 28 - 24 Benfica
(13-9)

Não vi o jogo, mas olhando para as estatísticas, parece que voltámos a perder um jogo aos '6 metros': 8/17!!! Contra 9/12 dos Corruptos !!!

Desperdício...

Setúbal 1 - 0 Benfica


Fizemos uma 2.ª parte fraquinha... e com a expulsão e golo aos 83' tudo ficou mais difícil, mesmo assim ainda fomos a tempo de desperdiçar um penalty que daria o empate!!!

Na Terça vamos ter derby no Seixal, provavelmente vamos ter uma equipa 'reforçada' com alguns jogadores mais habituais na B, e pelas últimas amostras estamos a precisar!!!
Ainda somos líderes (partilhado, mas temos menos um jogo...), mas podíamos ter uma vantagem muito maior...