quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Manita !!!

Benfica 5 - 0 Novo Vrijeme

Bom arranque da Ronda de Elite da 'nova' Futsal Champions League, onde só faltaram mais golos!!! Sim, podíamos ter marcado mais...

Amanha temos novo jogo com os Russos do Sibiryak, pareceram-me do mesmo nível destes Croatas! Seria importante chegar ao jogo decisivo no Domingo, em vantagem na diferença de golos, mas com os Lagartos a jogar depois do nosso jogo, não será fácil...!!!

Valeu a pena colocar os bilhetes a preços pornográficos, só para os Benfiquistas não estarem presentes no pavilhão, e assim ter as bancadas às moscas?!!!

"Benfica pioneiro da globalização do futebol português"

"Não há futuro sem memória e no Benfica sabemos bem o quanto isto é verdade. Há quase duas décadas iniciámos um processo de valorização da nossa história, da história do Sport Lisboa e Benfica, do seu património ímpar de vitórias e de conquistas, mas, também, de apoio a quem as concretizou.
O Museu Cosme Damião é a face mais visível desse esforço de constante valorização da memória do Clube, dos seus símbolos e dos seus feitos. Um esforço de reconhecimento do passado e de apoio no presente. Saudamos, por isso, a Associação de Benfiquistas no Parlamento por esta justa homenagem aos Campeões Europeus de 1961 e 1962 e aos participantes de outras finais dessa década de ouro: Ângelo Martins, António Simões, Artur Santos, Fernando Cruz, José Augusto e Mário João, aqui presentes e homenageados, representam juntos a conquista de 82 títulos de Campeões Nacionais e Europeus. Feito absolutamente notável. Vocês, os seis, são os justos homenageados desta noite.
Mas é justo que se recordem aqueles que, de igual forma, contribuíram para essas conquistas: Costa Pereira, Cavém, Germano, José Neto, Joaquim Santana, Mário Coluna, José Águas, capitão nas duas finais, e Eusébio, símbolo maior de todos nós e que aqui também já homenageámos. O treinador Béla Guttmann e os presidentes Vieira de Brito e Fezas Vital. As vossas conquistas pioneiras confirmaram o Benfica como referência desportiva nacional e internacional.
Portugal foi pioneiro da globalização, através dos descobrimentos. O Sport Lisboa e Benfica foi pioneiro da globalização do futebol português. O Benfica é uma instituição que sempre soube projetar, dignificar e honrar o nome de Portugal. Quando pensamos sobre as instituições que mais se identificam com o País, que mais o representam, que maior ligação genuína têm ao seu povo, o nome do Sport Lisboa e Benfica surge naturalmente à cabeça. Foi graças ao nosso património de valores, de conquistas e de articulação entre a memória e o presente que o Benfica em muitos pontos do mundo é Portugal.
Foi o vosso exemplo desportivo excepcional que nos levou a querer ter no Benfica melhores condições de trabalho para a formação, para as várias modalidades e para uma crescente participação desportiva através de equipas masculinas e femininas. Nos últimos anos é reconhecido por todos o crescimento que o nosso Clube tem tido em infraestruturas, património, consolidação financeira e resultados desportivos. Hoje, o Benfica é visto como um exemplo de gestão desportiva em termos internacionais. Reconhecimento só possível devido ao ciclo de estabilidade e crescimento que criámos.
Na última década invertemos o ciclo de vitórias existente no futebol português, conquistando 17 títulos, mais do que qualquer outro clube. Para isso, muito contribuiu a estabilidade que imprimimos a este projecto, bem exemplificado pelo facto de o Benfica, nesse período, apenas ter tido dois treinadores. Entrámos agora num novo ciclo, com novos projectos e obras que são garantia de um Benfica ainda mais forte, sólido e ambicioso no futuro.
Foi a memória dos vossos feitos que nos desafiou a querer transformar a excepcionalidade das vossas conquistas em algo estrutural. Portugal é hoje uma referência internacional em várias áreas. O futebol é uma das maiores manifestações sociais, uma relevante indústria da economia nacional e uma plataforma para a internacionalização do país. E estando na casa da democracia, gostaria de realçar e relembrar o contributo absolutamente decisivo e único que os clubes, nas mais diferentes modalidades, têm dado ao desporto nacional.
As instituições desportivas prestam um serviço à comunidade, sem paralelo na afirmação conjunta da promoção do desporto, responsabilidade social e afirmação do país.
Termino, reafirmando que, no Benfica, sabemos de onde partimos, onde estamos e onde queremos estar. Com memória. Com presente. E com sentido de futuro. Obrigado à Associação de Benfiquistas no Parlamento. Parabéns aos homenageados!
Viva o Sport Lisboa e Benfica!
Viva Portugal"

“Temos um Clube com todos os traços de modernidade”

"(...)
Haja sempre memória, afecto e gratidão... notável folha de serviço que permitiu alavancar o nome do Benfica.
Na actualidade, todos sabemos que o presente tem um peso esmagador sobre o passado, algo que se prefigura muitas vezes injusto. Eu, ainda garoto, andava a pé e não me importava de esperar uma eternidade só para ver passar o autocarro do Benfica. Na margem sul, onde nasci e cresci, guardo no lado mais gentil da minha memória a figura do Costa Pereira dentro do autocarro para minha alegria e comoção. Nessa altura e nos anos subsequentes o José Águas, o Coluna, o Germano, o Santana, o Cavém, o Neto… preencheram o meu imaginário de adolescente.
E o que dizer de Eusébio, o meu companheiro de sempre? Veio garantir o direito da imortalidade mercê de um génio sem igual, colocando Portugal no mapa, até no efectivo. Portugal e o nosso Benfica, que hoje desfruta de invejável estatuto de Clube mítico à escala planetária, tem muito da assinatura com golos protagonizados pelo melhor jogador português de todos os tempos. Eusébio que, passe a imodéstia, me tratava por irmão branco.
Nesta sala estão Ângelo, Artur Santos, José Augusto, Fernando Cruz e Mário João, fantásticos companheiros que participaram em fantásticas epopeias e que se encontram ligados à geração mais ganhadora da centenária história do nosso Benfica. Mesmo não sendo Campeões Europeus, deixem-me que faça alusão ao Torres e ao Jaime Graça pela dedicatória e pelo que deram nessa fase de reconhecida grandeza. Digo aqui que o Ângelo, o Artur Santos, o José Augusto, o Cruz e o Mário João não são apenas do Benfica, são o Benfica! É assim que eu, sem reservas, sempre classifiquei, classifico e classificarei aqueles que, em virtude de uma notável folha de serviço, tanto contribuíram para alavancar o Benfica ao estatuto invejável que qualquer pessoa sensata constata sem renitência ou oposição.
Hoje, para nossa felicidade, temos um Clube com todos os traços de modernidade. Sentimos orgulho incontido na nova Luz, no complexo do Seixal, no ritmo de crescimento impetuoso que não reconhece limites e que jamais subtrai a ambição. Também títulos, muitos títulos. Em meu nome, dos meus companheiros aqui presentes e em memória do que já não estão entre nós, peço: haja sempre memória, haja sempre afeto, haja sempre gratidão."

O que interessa aos portugueses

"A Selecção joga depois de amanhã em Itália, em jogo mesmo a valer; o senhor Marcel Keizer tenta fazer-se compreender em Alcochete perante uma equipa leonina em natural expectativa; Rui Vitória reflecte sobre os sistemas disponíveis num Benfica com Jonas; Sérgio Conceição tenta convencer Óliver a não perder a forma. Porém, nada disso interessa. O Portugal social e desportivo só tem ouvidos e olhos para os tribunais que abriram a fase instrutória do famoso e-toupeiras e, sobretudo, para o doloroso vai e vem policiado do cidadão Bruno de Carvalho.
Os portugueses já não sabem discutir penáltis e foras de jogo. O VAR vem dizer se é ou se não, a discussão da dúvida deixou de ter piada, a não ser quando um videoárbitro mais inventivo se lembra de emendar a realidade. Os portugueses já nem sabem discutir o prazo de validade do treinador do seu clube ou a contratação de uma nova estrela, porque o que, neste preciso e nevrálgico momento, interessa aos portugueses discutirem no café, em casa, no emprego, no restaurante, à porta da missa, nas celebrações de casamento e baptizados, nos soturnos bastidores dos funerais, são as medidas de coação, a produção de prova, a presunção de inocência, o arrolamento de testemunhas, a constituição de arguido, o direito ao contraditório, o apuramento da verdade dos factos, a natureza das sanções aplicadas a esperança de que «a justiça faça o seu trabalho», o âmbito dos interrogatórios, as diligências processuais, a imputação dos crimes, os alegados autores morais e materiais, os defensores oficiais, os Juízos criminais, as salas de audiência, a sentença proferida."

Vítor Serpa, in A Bola

O que descemos até aqui chegar

"No mesmo dia, e de ontem, Benfica e Sporting foram notícia pelo que aconteceu... nos tribunais. Uma espécie de dérbi da vergonha. É o espelho de uma profunda crise de valores que mancha o futebol português, em que os mandados de busca e de detenção entraram na jargão futebolístico como outrora se começou a falar em fora de jogo ou marcação homem a homem.
Que me lembre, nunca o desporto-rei em Portugal desceu tão baixo como agora. Talvez porque o sistema judicial agora aperta mais a malha do que há umas décadas ou porque a informação (e a desinformação) é produzida com uma cadência inédita. Quer isto dizer que os comportamentos dos agentes são hoje piores do que no passado?! Não. A diferença está na percepção da realidade e no escrutínio.
A isto acresce outro mal: um campeonato nivelado por baixo, falta de qualidade dos executantes, bancadas geralmente despidas, muitos jogos que roçam o deprimente. Culpa do sistema que permite desigualdades de receitas e um exagerado número de clubes que faz dispersar em vez de concentrar uma pequena parte da riqueza (a que sobra dos grandes), daí resultando uma teia de cumplicidades, mais por necessidade do que por estratégia, uma espécie de corrida na lama em que vence aquele que tem maior instinto de sobrevivência.
O futebol português está doente. Muitos falam de curas mas ninguém veste a farda de médico e prescreve o medicamento. Nem a Liga, nem Federação e muito menos o Estado, cujos governos, de forma sucessiva, não perceberam que o futebol deixou de ser uma prática desportiva e se transformou numa indústria de entretenimento. E, como tal, devia ser encarada como uma actividade económica com as inerentes alterações a todos os níveis: legislativo, regulador, financeiro e comunicacional."

Fernando Urbano, in A Bola

É este o problema da análise estatística

"As recuperações de bola por parte de um jogador têm sido um dos critérios mais utilizados por parte dos grupos estatísticos para se definir a influência de um jogador num jogo e, com isso, fazer-se uma avaliação comparativa da performance individual de cada jogador. O problema dessas análises é que elas apenas quantificam e não isolam cada acção para se perceber, de forma qualitativa, de onde aparece cada unidade que se junta ao grupo, e que no final vai permitir uma melhor ou pior pontuação de cada jogador.
Como é que surgem as recuperações de bola?
A questão acima levantada é uma forma bastante simples para se perceber o problema em que estamos metidos quando ignoramos o pormenor e continuamos apenas a somar, sem qualquer tipo de critério de qualidade.
Imagine-se o seguinte cenário: Uma equipa com zonas de pressão bem definidas, que orienta o adversário para o corredor lateral, que faz uma pressão mais horizontal, tirando-lhe tempo e espaço para depois apertar e tentar recuperar a bola ali. Cada um dos jogadores tem uma missão táctica bastante específica e nenhuma delas é menos importante do que outra. O que muda entre elas (missões tácticas) é a maior ou menor proximidade do centro de jogo, sendo que se uma delas não adoptar o comportamento adequado a zona de pressão ficará vulnerável e a recuperação de bola ficará comprometida.
Numa zona de pressão, não são raras as vezes em que o objectivo do jogador que pressiona não é recuperar a bola. Na maior parte dos casos, o foco é colocar um constrangimento tal ao adversário em termos de execução, de tempo e de espaço, que faça com que o gesto técnico e a decisão não sejam as melhores - e que faça com que quem está na cobertura de quem pressiona tenha uma maior facilidade em ficar com a bola.
Claro que ninguém diz ao jogador que pressiona para não tentar recuperar a bola, mas diz-se fundamentalmente para apertar sem ser ultrapassado pelo adversário e provocar o erro para que outro colega fique com a bola mais facilmente. Se quem pressiona consegue ganhar a bola, óptimo; mas não é esse o seu objectivo principal. E é aqui que entra o problema dos números em grosso de recuperações de bola.
Como é que se atribui maior mérito a quem fica com a bola do que a quem provocou o erro do adversário? Como é que se mede, quantitativamente, a acção do jogador que pressionou? Como é que se atribui valores aos outros jogadores que, estando na cobertura, não pressionaram nem ficaram com a bola mas estavam colocados da forma adequada para criar o máximo de constrangimento possível ao portador da bola?
Agora imagine um outro cenário: Uma equipa que faz uma pressão mais vertical, em profundidade, fechando as quatro ou cinco referências nas primeiras linhas da saída de bola, e que obriga o adversário a fazer um passe mais longo e muitas vezes pelo ar. Quem recupera a bola, quem faz o corte, ou quem disputa o duelo, nestes casos, acaba por ser um defesa. E por que motivo os defesas têm mais mérito, do ponto de vista da análise estatística do quem lhes proporcionou uma situação mais favorável para recuperar a bola, fazer um corte, ou vencer um duelo?
Veja também o caso de uma equipa que pressiona assim que perde a bola, obrigando o adversário e decidir mal e depressa, fechando-lhe as possibilidades de passe mais próximas. Tem tão mais mérito assim quem recupera a bola do que quem fechou rapidamente e aproximou para obrigar a errar?
Até pode haver a possibilidade de uma equipa, ou de um jogador, que joga invariavelmente a bola pelo ar para um jogador baixo, que tem perto de si um adversário mais alto. É um mérito assim tão importante ganhar-se a bola por se ser mais alto? E mais quando o adversário é mais baixo e eles optam invariavelmente por colocar-lhe a bola pelo ar. Também há a questão estratégica, que agora está muito na moda, de uma missão atribuída a um jogador que nunca recupera a bola. Se a missão daquele jogador for impedir que a bola entre num jogador de referência da equipa adversária e a bola raramente entrar lá, como é que se quantifica as acções qualitativas deste jogador? E terão essas acções mais importância do que outras para o desfecho do jogo? Porquê que quem fica com a bola tem mais valor?
Estas situações entroncam nas declarações que Fernando Torres fez sobre a sua missão táctica na selecção espanhola, em alguns jogos, que não passava tanto por tocar na bola, mas sim em colocar-se em posições específicas para permitir mais tempo e espaço à outros colegas; ou até nas declarações do Xavi que dizia que adorava pressionar, mesmo que fossem os centrais adversários para os obrigar jogar longo, porque sabia que dessa forma o Puyol e o Piqué teriam mais facilidade em ficar com a bola.
E encontram também paralelismo com muitos outros dados como o número de passes errados (não pode um passe falhado ser um passe certo?), as assistências e os golos marcados (se foram os jogadores por si a criar as situações ou se foram impelidos), etc. Os exemplos são imensos e nenhum deles invalida que o jogador numa acção (em várias acções) possa ter mérito, mas tal só será possível perceber se no lugar da acumulação de acções se fizesse uma análise qualitativa dos factores que contribuíram para o desfecho do lance.
No fundo, as questões que coloco são:
- Como é que se quantifica as acções do jogador para que a avaliação feita seja justa e condizente com aquilo que foi o seu desempenho no jogo?
- Como é que se define que grupo de acções juntas são mais importantes, mais valorosas, do que outras?
E isto é o problema da análise estatística: Pensamos que analisar é olhar para os números em grosso e tirar conclusões, mas não é. Para analisar, correctamente, é preciso ir ao pormenor e perceber o porquê de cada uma dessas coisas. Sempre! Uma análise correcta, das recuperações de bola, mostraria coisas como as que acabei de demonstrar: se foi mérito da equipa ou do jogador, demérito do adversário, ou apenas as circunstâncias que permitiram que se atingissem tais números. E mostraria também que, para aquele jogo, talvez tivessem havido coisas mais importantes do que aqueles dados em que nos focamos para analisar tudo e todos.
Mas, para tal, é preciso fazer uma leitura cuidada de cada um dos números que se retiram dos jogos e que se juntam sem uma análise qualitativa agregada. Por isso é que uma média ponderada baseada num número de acções de sucesso e que se dizem fundamentais será sempre uma análise curtinha, para não dizer falaciosa de desempenho de um jogador. Assim como um tolo, só quem faz fé na religião das calculadoras é que pode achar o contrário: que os números por si só corroboram alguma coisa, de forma insuspeita, nas análises de futebol."

Meditando sobre... Atletismo (II)

"No Mundial de 2017, em Londres, aconteceu a situação insólita de um atleta ter sido obrigado a participar na qualificação para a meia-final dos 200 metros mas... a correr sozinho! Fez o excelente tempo de 20,30 segundos, correndo na pista 7; e, duas horas depois, foi segundo na primeira meia-final (com 20,14), apurando-se para a final (Record de 10-08-2017).
Aconteceu com Isaac Makwala, corredor do Botswana que, na véspera, tinha sido impedido de correr os 400 metros por estar adoentado com um vírus e até de entrar no recinto; mas, tendo reclamado, foi mesmo autorizado a competir, mas na prova seguinte, os 200 metros.
Num registo diferente, aconteceu algo parecido com Dionísio Castro, atleta do Sporting, quando bateu o recorde mundial dos 20 quilómetros em pista (em 31-03-1990, em La Flèche, França) com 58 minutos e 18 segundos e, na sequência, ficou a um metro do record mundial da hora.
Contratado pela organização para marcar o ritmo de corrida até aos 10 Km (na gíria "fazer de lebre"), acabou por continuar como "lebre" até aos 15 Km e, sentindo-se bem e não tendo por perto nenhum dos candidatos a recordista, continuou sozinho e bateu ele o recorde anterior, por seis segundos...
Não foi bem correr sozinho mas, na prática, foi isso que aconteceu pois foi sempre à frente, levando a reboque todo o pelotão.
Este seu recorde foi batido em 1991 pelo mexicano Arturo Barrios, curiosamente o mesmo que, anos antes, tinha batido o recorde mundial dos 10.000 metros de Fernando Mamede.
Estas duas ocorrências fizeram-nos pensar na hipótese de, em jornadas de exibição, ser possível avançar com algumas modalidades de corrida em contra-relógio, como acontece no ciclismo.
Era interessante, por exemplo, colocar os participantes na prova de 100 metros a correrem sozinhos, sucessivamente, para se verificar os tempos que faziam; e mais tarde (passado uma ou duas horas, por exemplo) disputarem a prova oficial, podendo comparar-se os tempos obtidos numa e noutra.
Em provas mais extensas seria difícil fazer competições do mesmo tipo (salvo, talvez, até 400 metros), mas em todas poderiam ser considerados recordes mundiais das respectivas distâncias em contra-relógio, com tentativas de record até mesmo da milha, 5, 10, 15 e 20 Km e de outras distâncias fora do programa olímpico, e também da hora, em pista; e, mesmo fora da pista, da meia-maratona e até da maratona, embora mais difícil, mas não impossível, desde que houvesse candidatos.
O mesmo poderia ser aplicado a provas de barreiras (110 e 400) e de obstáculos (em pista) ou de marcha, dependendo dos itinerários."

O futebol que queremos ou o que temos?

"Escrevo estas palavras 72 horas depois do final da última jornada da Liga.
Se para os jogadores este é o tempo normal entre dois jogos, para mim também pode servir.
Mas, 72 horas depois do final do último jogo da 10.ª jornada, alguém se lembra ainda do que aconteceu dentro de campo e mexeu com a classificação?
Hummm. Não me diga que agora o fiz pensar... e porquê?
Porque de futebol, nas últimas 72 horas, muito pouco ou nada se tem falado.
Casos, processos, detenções, buscas, tribunais, esquadras, juízes, funcionários de tribunal, fase de instrução... Os termos mais ouvidos nas últimas 72 horas andam muito por aí. De futebol, pouco ou nada se tem falado.
Nesta altura o leitor já foi dar certamente uma vista de olhos e reparou que o FC Porto se isolou na liderança da Liga, que o Sporting aproveitou a vitória dos dragões sobre o Sp. Braga por 1-0 para subir ao segundo lugar isolado, depois de ter ganho ao Desp. Chaves por 2-1, e está agora à frente dos minhotos e do Benfica, que venceu o Tondela por 1-3.
Até podem ser números a mais, mas o importante é olhar para a classificação e ver que os quatro primeiros da Liga estão separados por quatro pontos.
Muito se fala da competitividade do campeonato nacional, mas se olharmos outra vez para os números, e para a diferença entre os do topo da tabela um pouco por essa Europa fora, dos principais campeonatos só Inglaterra e Espanha conseguem algo semelhante ou até melhor do que Portugal.
Em Itália, por exemplo, a Juventus de Cristiano Ronaldo tem 12, sim 12, pontos de vantagem sobre o quarto classificado, quando foram cumpridas 12 jornadas, e 6 sobre o segundo da tabela, o Nápoles. 
A competição na Liga portuguesa está ao rubro, digo eu, mas o espectáculo mediático a que assistimos desde o último domingo atirou mesmo para segundo plano a luta pelo título.
Temos competitividade, na última jornada os então dois primeiros defrontaram-se, os grandes rivais de Lisboa tiveram dificuldades em vencer, mas são as polémicas dos tribunais que estão na ordem do dia, há 72 horas.
O futebol jogado durou pouco, mesmo com um campeonato renhido.
Há quem diga que este será apenas o início de muitas mais polémicas, com o caso dos ataques a Alcochete e as detenções do ex-presidente, Bruno de Carvalho e de Nuno Vieira Mendes, Mustafá, o líder da claque Juventude Leonina ou o início da fase de instrução do processo e-Toupeira, no qual a SAD do Benfica é arguida, a serem apenas dois exemplos do que está para vir.
Para a história ficam nomes que todos lembramos ou iremos lembrar: Apito Dourado, Apito Final, Vouchers, Lex, e-mails, Cashball, e-toupeira... Será dos dirigentes que temos? Será da tutela que temos?
É este o futuro que queremos para um desporto que nos apaixona e faz bater mais forte os corações dos verdadeiros amantes do futebol? Não me parece. Parece, sim, é que devia ser no topo da pirâmide que se devia começar a pensar seriamente isto e nisto!
Ao invés dos artistas que marcam golos, que enchem os estádios e fazem as multidões gritar e vibrar, termos manchetes e aberturas de jornais na TV com notícias de ex-dirigentes, líderes de claques, presidentes de clubes, advogados?
Eu, por mim, preferia estar a falar de futebol, puro e duro, daquele onde os golos são fantásticos, onde as ausências por lesão deixam os adeptos apreensivos, onde a táctica faz a diferença e qualidade dos intervenientes dita grandes momentos de futebol.
Mas os acontecimentos das últimas 72 horas ofuscaram tudo isso e arriscaria mesmo a dizer que, mesmo partindo do princípio de presunção de inocência dos intervenientes, o jogo saiu, uma vez mais, beliscado e com a imagem denegrida.
Ah, e no entretanto, não sei se se aperceberam, a Selecção Nacional está concentrada para o duplo confronto com Itália e Polónia e o novo treinador do Sporting, Marcel Keizer, começou a treinar a equipa.
É que no meio de tantos flashes e viagens de carro podiam ter passado despercebidas. Afinal de contas, são notícias de... futebol."

Showboating: onde começa a provocação e acaba o espectáculo?

"Há maravilhas técnicas que jogadores usam para ultrapassarem adversários e, depois, há dribles espalhafatosos que podem não servir, necessariamente, para fintar alguém. É o chamado showboating, pelo qual Raheem Sterling, do Manchester City, foi criticado e até por Pep Guardiola. Muita gente pode achar piada, ainda mais se estiver do lado da equipa que tem o futebolista que o faz, mas quem joga e quem já jogou considera-o “um desrespeito” e uma “provocação” ao adversário. No meio, há uma linha ténue que é difícil de traçar

Faltam segundos para o jogo acabar. Aliás, a hora já se esticou para lá do que era suposto. O City está confortável na própria casa, ganha por 3-1 ao rival de Manchester e está prestes a culminar a subjugação do United, o maior rival entre os seus adversários, através da bola. É mais uma demonstração de que é possível passar a bola para viver e como essa é a primeira, a segunda e a terceira prioridades assim que ela é tirada da posse dos outros.
O encontro será ganho por quem está a ganhar, nem tempo há para que algo mude; Leroy Sané e Phil Foden sabem-nom aguentam a bola junto a um dos cantos do campo mais afastados da baliza do City com passes curtos e inofensivos. Têm a ajuda de Raheem Sterling, cujos braços parecem sempre encolher-se, arrepiados, por estar a correr descalço sobre água gelada.
E o irrequieto inglês deixa de passar a bola.
Para-a muito perto da linha lateral, tem-na entre os pés e fica imóvel. Há dois jogadores do United à sua frente e Sterling decide passar as pernas à volta da bola umas quatro, cinco vezes, pedaladas que, tecnicamente, para nada servem ali, neste jogo, naquele contexto, com tão pouco tempo restante.
É um malabarismo estático, que é parado assim que Sterling decide fugir um pouco para o lado e Marouane Fellaini o ataca, brusco, cortando a bola para canto. O belga da volumosa afro capilar fartou-se, não tanto quanto Juan Mata, o primeiro a refilar com o inglês do City assim que a bola saiu, apontando-lhe o dedo. Nenhum tão irritado como ficaria Ricardo Rocha, que “não o iria permitir e arriscaria um amarelo ou um vermelho” para “exigir respeito”.


A ousadia malabarista de Raheem Sterling apareceu num dérbi entre dois grandes, contra quem mais é mais apetecível vencer e no momento em que a vitória estava garantida no conforto de dois golos. Os ingleses chamam-lhe showboating: uma amostra exagerada e desnecessária de truques ou fintas e, por isso, com grande potencial para irritar quem joga na outra equipa.
Ricardo Rocha foi defesa. Fez carreira a habituar-se a estar do lado defensivo do um para um, a contrariar tipos técnicos e talentosos para se livrarem de adversários, driblando à volta deles, e chama-lhe “um desrespeito” e “um sinal de gozo” de quem “normalmente está a ganhar”. Ele jogou no Tottenham e no Portsmouth ingleses, mas nunca apanhou um adversário a brincar com o respeito - e com a sorte, porque o ex-internacional português, provavelmente, seria homem para acabar com a brincadeira.
Juan Mata apenas apontou o dedo, refilou, contrariou Sterling com palavras. Pep Guardiola pareceu fazer o mesmo, no fim, dizendo-lhe algumas palavras no relvado inaudíveis para nós, que o ouvimos falar depois, na conferência de imprensa, quase confirmando a mensagem que terá passado ao jogador inglês: “Ele fez alguns movimentos com as pernas, podemos evitá-los. Mas é jovem e vai melhorar”.
Melhorar, exactamente, em quê?
No respeito, talvez. É a questão a que António Xavier resume este tipo de fintas de utilidade quase nula. O português, extremo à semelhança de Sterling, vê as pedaladas do inglês num jogo já no final, em que estava a ganhar, como “pura provocação” ao adversário. “É uma falta de respeito. Já custa uma pessoa estar a perder, com isto é de perder a cabeça”, resume o jogador do Tondela, para quem é preciso ter “muito controlo emocional”.
O português, que acumula 200 jogos na primeira liga, nunca fez, ou teve alguém da mesma equipa, a fazer “fintas sem qualquer tipo de objectividade”. Diz que “o chamará à razão” caso algum dia aconteça, porque estes dribles mais artificiais do que concretos, mais fúteis do que úteis, podem originar “confusão desnecessariamente” ou “uma falta mais grave”. Há gente que se pode magoar. 
Então porque o fazem jogadores e, provavelmente, continuarão a fazer?
Pela mesma razão que torna o showboating criticável - os adversários não gostam. Será essa a principal razão para os esporádicos atrevidos pedalarem sobre a bola, picarem-na sobre a cabeça de alguém e multiplicarem simulação de vai-não-vai que não sirve, precisamente, para atacar a baliza ou a área, mas para auto-recriação.
Ou para gozo, ou provocação ou vingança por algo falado e sussurrado, Porque nós, que não jogamos e apenas assistimos no estádio, ou pela televisão, não ouvimos o que é dito no campo. Não nos apercebemos de eventuais bocas, picardias e piadas malfeitoras que, por vezes, os jogadores trocam. Fazem parte do futebol e são de quem está no relvado a jogar. Mas a vontade de sabermos o que se diz enquanto se joga banalizou as mãos a taparem a cara, fez isso também fazer parte do futebol. Quisemos ficar a saber de tudo e a curiosidade criou programas televisivos que decifram lábios.
Podem ser as coisas que não ouvimos, a vontade em provocar ou, pronto, o simples gosto por jogar desta forma, que até levaram “Cristiano fazer isto, num jogo do United”, como lembrou Ricardo Rocha. Ou Neymar, que “tinha muito este vício”, recordou Xavier, falhando talvez no tempo verbal. Nani também o chegou a fazer, nos tempos de Manchester, quando ganhava ao Arsenal por 4-0. 
Adeptos, jogadores e treinadores vão criticar ou gostar conforme o lado em que estiverem. Mas, em 2015, um antigo árbitro internacional sul-africano defendeu que o showboating deveria valer um cartão amarelo para quem o tentasse. “Pretende humilhar e levar o jogo para o descrédito. É uma conduta anti-desportiva. Podes pisar a bola, brincar com ela, passá-la por cima da cabeça do adversário desde que seja para evadir um adversário”, argumentou Jerome Damon.
Por enquanto, as regras têm um enorme buraco negro onde se lê que “um(a) jogador(a) deve ser admoestado(a) se agir de uma maneira que mostre uma falta de respeito pelo jogo”.
E é muito mais fácil de despistar o porquê de assim ser, do que descobrir onde se deve traçar a ténue fronteira entre a falta de respeito e a forma abusadoramente técnica de jogar futebol, como Xavier resumiu: “O que para mim poderá ser provocação, para ti pode ser considerado um espectáculo e achares piada”."

Domingo de desporto


"O passado domingo foi um dia de chuva que convidava a ficar em casa, mas com muito desporto, Manchester City-Manchester United às 17h30 e o Milão-Juventus às 19h30, pelo meio ainda deu tempo para ver a Fórmula 1, o GP do Brasil e o ATP World Tour Finals em Londres em que Federer perdeu com Nishikori sendo a surpresa da abertura.
Um domingo preenchido, eu que já estava cansado de ver tanto desporto na televisão, não vi mais, mas dava para ter visto o Real Madrid vencer em Vigo e ressuscitar e o Barcelona perder em casa com o Bétis.
Há tão bom desporto para ver na televisão, que eu não fazia outra coisa, todavia tenho que optar por um ou dois jogos de futebol, primando onde joga Ronaldo e a seguir onde joga Mourinho.
Mourinho perdeu 3-1, mas deu boa réplica, há um mês estava para vir embora, agora o United tem um fio de jogo e está a jogar bem. Contudo a equipa de Guardiola está imbatível e com um jogo avassalador e omnipresente. O nosso português Bernardo Silva, um Maradona em ponto pequeno, afirma-se como uma peça imprescindível na movimentação atacante do City.
A distância entre o Manchester United e o Manchester Cty já é de 12 pontos e o Manchester United tem que tentar salvar a época na Champions, a sua vitória fora com a Juventus foi um sinal da aposta na Liga dos Campeões.
O mais importante, para além do jogo, entre dois rivais de sempre e da mesma cidade, é a boa relação e cordialidade entre Pep Guardiola e José Mourinho, ao contrário, de em anos anteriores, principalmente em Espanha.
A Juventus foi a Milão vencer 2-0, Ronaldo assinou mais um golo e de salientar que Higuain passou-se pela pressão de jogar contra a sua antiga equipa e ter falhado um penálti. É importante a Juventus cimentar a sua posição no campeonato italiano, para poder pensar com calma o assalto à Liga dos Campeões.
Ronaldo tem jogado todos os jogos, mas tem evitado vir à selecção para se poupar, contudo, quando forem os jogos a sério para o apuramento do Europeu tem que estar presente e ajudar.

Nota: Já não tenho pachorra para acompanhar o folhetim Bruno de Carvalho."


Porto, jornalismo e democracia

"Na cidade e fora dela, a tentação autoritária da governação de Rui Moreira torna-se a cada passo mais evidente.

Das últimas eleições autárquicas, há um ano, resultou uma mudança política profunda na governação do Porto. Apesar da subida eleitoral do PS, a maior entre todas as forças concorrentes, a candidatura de Rui Moreira ganhou e, beneficiando com a desagregação eleitoral da direita, conseguiu a maioria absoluta na câmara.
Ao longo do anterior mandato, em coligação com o PS, Rui Moreira construiu uma imagem de edil aberto ao diálogo e magnânimo nas atitudes. Para isso, invocou a sua índole de burguês do Porto, cidade para quem a Liberdade é valor que não se negoceia. Mas, como agora é cada vez mais evidente, essa atitude era profundamente influenciada pela presença do PS na coligação, obrigando à negociação sobre as medidas a tomar e moderando pulsões aristocráticas tão alheias à natureza da Invicta.
Já antes me referi a esta deriva como “compressão da vida democrática”. Verifiquei, infelizmente sem surpresa, que esta preocupação é partilhada por muitos outros. Na cidade e fora dela, a tentação autoritária (e, por isso, provinciana) da governação de Rui Moreira torna-se a cada passo mais evidente.
O episódio mais recente – entre demasiados que têm acontecido – refere-se à utilização dos meios da câmara para atacar a liberdade de imprensa e tentar condicionar a acção dos jornalistas.
Vamos aos factos. Como é habitual, o município divulgou o Plano de Actividades e Orçamento para o ano de 2019 com alguns dias de antecedência. Obteve, assim, cobertura mediática, destacando a mensagem que pretendia transmitir.
Talvez por isso, a maioria municipal encarou com arrogância displicente o debate na reunião da câmara. Essa atitude começou logo na elaboração da ordem do dia, em que este assunto, porventura o mais relevante em cada ano autárquico, foi relegado para o último lugar de uma agenda com 19 pontos.
Depois, na reunião, a apresentação das propostas de Plano e Orçamento não foi feita pelo presidente e nem sequer por nenhum dos vereadores. A responsabilidade foi entregue a um director municipal que, naturalmente, não enfatizou as opções políticas que lhe estavam subjacentes. Não é essa a sua função.
Finalmente, face aos comentários e críticas dos vereadores da oposição, a maioria municipal respondeu sem defender o Plano e Orçamento que apresentou. Os vereadores que intervieram limitaram-se, isso sim, a fazer considerações políticas vagas e “oposição à oposição”, atacando os seus representantes, num registo infelizmente demasiado habitual na vida partidária nacional.
Esta é a reunião em que participei e é a reunião que é relatada por todos os jornalistas presentes. Rui Moreira, no entanto, dando mais um passo numa estratégia que tem vindo a desenvolver de forma obsessiva, concentrou-se em desferir um violento ataque à agência Lusa e à sua jornalista, a quem acusam de censura. Tudo, pasme-se, porque a posição da maioria não recebe referências “elogiosas”. 
No site da câmara e nos circuitos das redes sociais do seu movimento/partido, Rui Moreira inaugura uma nova visão sobre o jornalismo, que teria como função elogiar o poder.
Confundindo a maioria absoluta que alcançaram legitimamente nas eleições com o poder absoluto incompatível com uma sociedade democrática, Rui Moreira e os seus conselheiros de comunicação tentam constranger jornalistas e condicionar a voz da imprensa. Não querem que sejam ouvidos aqueles que questionam, que interrogam, que incomodam. Copiando os modelos populistas que vão grassando pelo Mundo, o que sonham é construir a sua versão da verdade e garantir que só ela é difundida. Desacreditar a imprensa é um passo para tornar essa estratégia mais eficaz. Assim, restarão apenas os meios da câmara e do seu partido/movimento, que os conselheiros de comunicação do presidente controlam com mão de ferro.
O jornalismo é indispensável à democracia. Nestes tempos conturbados, o dever de um político responsável é apoiar o jornalismo e a sua independência. Mesmo que isso possa ser incómodo e mesmo que as notícias nos possam parecer injustas. Um político democrático não pode, em nome do seu ego, ser censor da imprensa que lhe desagrada e verdugo dos jornalistas que não o elogiam."

Vitória na Maia...

Águas Santas 28 - 33 Benfica
(14-14)

Jogo complicado como se esperava... e com muitas oscilações da nossa parte! Conseguimos escapar no marcador, várias vezes, mas permitimos sempre a recuperação do adversário! A entrada do Borko foi decisiva na recta final... compensando os muitos 'não golos' aos 6 metros!!!
E tudo isto com mais uma arbitragem de 'gosto' duvidoso!!!