quinta-feira, 11 de outubro de 2018
Benfica, nº 1
"Evidência de 2 meses. Também canalhice, Leis antiviolência, árbitros, Selecção e Sporting
Justiça no desfecho do Benfica - FC Porto. Superioridade imposta nas ganas de vencer e na melhoria de qualidade técnica em toda a 2.ª parte - num confronto em que tal qualidade foi, globalmente, fraquinha, substituída por dura intensidade nos sucessivos duelos atléticos. O que deveria ter dado vantagem ao FC Porto, muito mais poderoso nessa área. Não deu, porque, pós-intervalo, o Benfica teve mais raça e muitíssimo melhor estratégia para vencer. Só ele quis mesmo ganhar - e aí esteve a grande surpresa/decepção portista.
Rúben Dias, excepcional, foi, para mim, o melhor em campo. Seguido por Grimaldo, Pizzi, Seferovic (neste, para além do golo, a melhor exibição que lhe vi: segurar posse de bola, executar certeiras tabelas, hábeis movimentações). E Gabriel, derradeira aquisição, muito menos brilhante, mas dando à linha média mais rigor táctico e superior capacidade atlética. Nenhum portista se aproximou do nível do melhor quarteto benfiquista (mas mantenho que o recém-chegado Militão é craque) e Marega, habitual forte trunfo, fez exactamente o oposto do que, certamente, o treinador lhe pediu: quiça em má forma física - às tantas, magoado -, os seus dotes de pujança atlética e velocidade não conseguiram ultrapassar o pequenino Grimaldo (!) e foram impressionantemente incapazes de lhe travar avalanches de ímpeto atacante.
Benfica confirmou ser a melhor equipa portuguesa nos 2 primeiros meses da época. Não de forma espectacular - o que muito desabona FC Porto e Sporting... Sim, SC Braga reparte 1.ª lugar no campeonato; mas eliminação europeia foi tremenda nódoa! - enquanto o Benfica teve Agosto duríssimo, ultrapassando 4 jogos para entrar na Champions. Nesse período, merecia ter ganho o dérbi, claramente superior a Sporting hiperdefensivo. Depois, fortes solavancos: incontestável derrota com Bayern e precipitadíssimas expulsões, justas, provocaram empate em Chaves (Conti) e tremendo calafrio em Atenas (Rúben Dias). Fica o balanço de 2 meses - do qual ninguém deveria dizer não ser bem positivo...
(...)
Violência. Há 3 semanas, aqui festejei estarem a chegar, finalmente!, Leis, estas firmes, para lhe pôr cobro no Desporto. Anteontem, A Bola muito as pormenorizou - e são bem duras, como se tornou obrigatório. Repito: Eureka, aplaudo um Governo! Desejando o mesmo vir a fazer a aprovação no Parlamento.
Árbitros. Tenho imenso respeito pela sua espinhosa função. E elogio grande progresso com chegada do VAR (cujo protocolo, creio, precisa de ser corrigido). Mas é esta estupenda tecnologia que não permite desculpar erros de palmatória. Expulsão de Lema foi disparatada de Fábio Verísssimo, não corrigido por bom árbitro (Jorge Sousa) no VAR! Penálti não assinalado a favor do Rio Ave, no último minuto em Braga, foi... barbaridade (!) de Tiago Martins e, ainda maior, do VAR, Bruno Paixão!!! Aliás, tem-se verificado a regra de árbitros medíocres no campo não passarem a bons no VAR...
Selecção. Palavra de ordem: manter, agora na Polónia, o vitorioso rumo redesenhado frente à Itália. Expectativa em pormenores. Rúben Neves justificou estreia a titular, mas... regressado Danilo tira-lhe o lugar? William irá bisar na nova função (n.º 8) que tão bem desempenhou? Pizzi ou Bruno Fernandes, qual deles completando trio de médios centrais?
Sporting. O tempo passa, já deveria ter-se libertado do stress pós-traumático. Perdeu Patrício, William e Gelson, tem Bas Dost e Mathieu lesionados, mas aquilo que não jogou em Poltava e em Portimão foi... chocante! Arrepia caminho num ápice, ou caldo ficará efervescente, ameaçando explodir!"
Santos Neves, in A Bola
Um golo que valeu por dez
"O campeonato português tem-se revelado perfeito para avançados que, sem historial goleador, se tornam especialistas indiscutíveis; também acontece o contrário, jogadores que chegam com o suporte de uma carreira feita de números eloquentes e perdem o hábito – Ferreyra é apenas o exemplo mais à mão. Seferovic constitui, ele próprio, uma contradição: avançado possante, de entrega total, com argumentos interessantes, mas que revela incompatibilidade surpreendente com o último toque. Começou bem a época passada, fez alguns golos mas acabou preterido por Rui Vitória no momento em que optou por jogar em 4x3x3 – o suíço foi vítima da entrada de Krovinovic e nunca mais recuperou a aura.
Seferovic encarna a diferença entre técnica (que revela nos gestos mais importantes, como recepção e passe) e habilidade (que não tem). De costas para a baliza, mesmo quando está pressionado, revela talento suficiente para dar seguimento automático às acções; utiliza bem o corpo, esconde a bola dos adversários, é forte pelo ar e eficaz no jogo combinado. Não é um predestinado mas está longe de ser um tosco e é muito útil quando se desmarca em grande velocidade e abre linhas de passe. O problema é não acrescentar a essa utilidade evidente um número de golos significativo.
Jogador de perfil lutador, com vastíssimo raio de acção e enorme amplitude de movimentos, Seferovic é perfeito para um estilo de jogo mais directo, embora também mais impreciso e menos eficaz. É complicado pedir-lhe que participe nos diálogos que antecedem o último toque ou que alimente lengalengas muitas vezes sem sentido e que só o diminuem nas qualidades mais expressivas. Se o toque está para o futebol como a palavra para a sociedade, o suíço é um jogador austero, silencioso, inexpressivo, em suma, de poucas conversas. Quando chegou a Portugal deu sinais de que poderia fazer upgrade às qualidades consolidadas ao longo da carreira, mas a torneira fechou e as dúvidas foram mais fortes do que a esperança. Agora, tudo mudou: como quarto avançado do plantel (atrás de Ferreyra, Castillo e Jonas) conquistou a titularidade e marcou o golo que decidiu o clássico. Um golo que valeu por dez.
Sendo ponta-de-lança, Seferovic não tem a contabilidade em dia; é desprendido com a estatística e pensa mais no todo do que no bem-estar pessoal; não corre quilómetros e entrega-se a lutas acesas com os defesas para tirar partido individual desse esforço, antes encara essa entrega como arma colectiva. É uma opção que o desgasta e que, a partir de certa altura dos jogos, o enfraquece nos despiques em zona de finalização, onde é conveniente chegar fresco, lúcido e sereno para tomar as decisões mais contundentes.
Seferovic tem e terá sempre melhor relação com o jogo do que propriamente com o golo e é muito mais relevante para a equipa do que temido pelos adversários. Mas é avançado e, no limite da apreciação exterior, é medido pela pontaria ou falta dela – um médio pode ser admirado pela subjectividade dos requintes técnicos, um atacante é medido pelos golos que marca. A generosa entrega e o espírito solidário são qualidades que perdem significado ao fim de longos jejuns sem marcar. O golo torna-se prova de vida para conquistar a tranquilidade e o reconhecimento universal; sem ele, os parâmetros de avaliação por ser o primeiro defesa da equipa e a noção de equilíbrio perdem relevância. Por isso o tiro que derrotou o FC Porto foi muito mais do que um momento: foi o golo mais importante da carreira; um instrumento precioso para consolidar o estatuto abalado na preparação da época; o argumento final para o tornar herói definitivo no reino da águia, mesmo que a distinção belisque o seu perfil discreto e as suas profundas convicções de que o futebol é um desporto colectivo.
Nakajima com
aura de fenómeno
O Portimonense teve uma vantagem indiscutível no jogo com o Sporting
Nakajima confirmou a aura de fenómeno O japonês escolheu bem o dia para explodir e mostrar-se na plenitude de um talento grandioso: fê-lo perante uma potência, num jogo altamente mediático. Com a bola dominada, em velocidade, no ataque ao espaço, tomando decisões sempre com sentido prático, poucos em Portugal o suplantam. Caso ainda não tenham percebido, é um craque.
Militão adaptado
ao jogo europeu
O FC Porto teve capacidade de resposta notável à saída de Iván Marcano
Éder Militão chegou e, pouco depois, foi colocado perante exigente teste, na Luz, perante o Benfica. Aos 20 anos, não deixou créditos por mãos alheias e assinou exibição que sustentou a ideia de que estamos perante um dos melhores jogadores do Brasil da actualidade, candidato seguro a patrão da canarinha para a próxima época. Chegar à Europa e adaptar-se com tanta facilidade tem muito que se lhe diga.
Nani não evitou
apagão leonino
Nas equipas em estado de desgraça, todos parecem pior do que são realmente
O Sporting foi manta de retalhos em Portimão. Os melhores jogadores, que têm sido decisivos em várias situações durante a época, foram arrastados pela desinspiração colectiva e não deram a volta ao texto. Tudo o que podia correr mal, correu – incluindo a lesão de Salin. Nani ainda trouxe uma corrente de ar fresco, depois do intervalo, mas não conseguiu contagiar os outros. O apagão foi grave a esse ponto."
Histórico desde domingo às 19h30:
"- SL Benfica vence clássico pela liderança;
- Portimonense SC vence clássico pela manutenção;
- Procurador da República do Tribunal de Instrução Criminal do Porto é condenado por ajudas ao FC Porto;
- FC Porto SAD apresenta só 28,5 milhões de Euros de prejuízo;
- Pinto da Costa informa o Mundo que Herrera quer só 6 milhões para renovar;
- Fica-se a saber que bloggers que andaram a brincar com os emails do SLB estão a ser contactados pelo Google;
- Tribunal Administrativo dá provimento a recursos do SLB devido a castigos aplicados pelo IPDJ e CD da FPF;
- Procuradoria Geral da República baldeia aldrabice do Correio da Manhã dizendo que LFV é arguido no caso dos emails, directamente para o caixote do lixo.;
- BdC do alto de toda a sua sabedoria, diz que soube que ia ser emitido um mandado em nome dele no caso do ataque a Alcochete.
(somem nos comentários o que me esqueci)
Hoje o hacker pro bono anuncia que no dia 18 às 18h00 serão revelados mais emails do SLB no Mercado do Benfica... Ohhh... O Espanto... A Surpresa..."
E isto é a Cofina!!!
A gravidade deste tratamento diferenciado, não é unicamente estas duas notícias, são todas as outras, sobre todos os outros temas, sempre dadas com a mesma dualidade de critérios... Se os apitadeiros, dentro do relvado, até podem alegar a dificuldade em decidir em segundos, estes avençados do Anti-Benfica, nos pasquins e nas televisões, fazem isto, premeditadamente... aliás, os apitadeiros, também...!!!
O fora de jogo
"Quando se aborda a necessidade de alterar determinadas regras do futebol para o tornar mais atractivo, o fora de jogo é sempre citado em lugar de desataque.
Pretende-se que haja mais golos? Se não fosse o fora de jogo… havia com certeza.
Deseja-se que a verdade desportiva seja menos beliscada por erros de arbitragem? De facto, é na análise dos fora de jogo que se centram as maiores polémicas, com fundamento em grosseiros erros de avaliação.
Não seria melhor limitar o fora de jogo a situações mais específicas e em áreas mais reduzidas do terreno de jogo? Sem dúvida, mas as hipóteses são muitas e a unanimidade não é fácil.
No limite, não será melhor acabar, pura e simplesmente, com o fora de jogo, tido como uma abencerragem no futebol moderno? Parece ser hipótese de considerar e até a comissão Van Basten, nomeada para o efeito, a incluiu no conjunto das suas propostas para melhorar o futebol.
Realmente a questão tem estas – e outras – vertentes susceptíveis de análise, sendo fundamental encontrar soluções que garantam que o futebol mantém o estilo actual.
De facto, não há fora de jogo no futsal, nem no futebol de praia, nem no minitutebol de que se disputou recentemente um mundial em Lisboa.
Mas será que, com a abolição do fora de jogo, as jogadas se vão desenrolar segundo o processo actual, nos planos ofensivo e defensivo, e que daí vai resultar um fartar de golos em ambas as balizas?
Tanto quanto se sabe face aos testes já realizados, tudo indica que o jogo seria bem diferente, com tudo ao molho dentro das áreas para eliminar a mínima hipótese de golo; e quando, por mero acaso, acontecesse algum, a defesa da curtíssima vantagem ainda seria mais agressiva…
Parece, pois que, não sendo de eliminar completamente a discussão, o assunto terá de ser muito bem analisado, antes de ser tomada qualquer decisão que possa dar razão ao aforismo "pior a emenda que o soneto".
Para já, há que manter o fora de jogo nos moldes actuais; até porque, com o VAR, a detecção de possíveis erros de avaliação é agora bem mais realista e a verdade desportiva está mais defendida."
Não deu para mais...
Benfica 92 - 111 Sassari
24-22, 22-37, 28-24, 18-28
Os Italianos do Sassari, foram claramente a equipa mais forte que passou pela Luz nos últimos anos!!! Talvez desde dos gloriosos anos 90 não recebemos num jogo oficial uma equipa com tanto potencial... O Benfica, sem o seu Poste principal, e sem um dos principais jogadores da rotação, Fábio Lima, não podia mesmo fazer mais... O Tomás também deve estar condicionado, pois só jogou 4 minutos!!!
Estivemos a 4 pontos no último período, mas uma sucessão de erros, e decisões parvas dos apitadeiros, 'matou' qualquer esperança de lutar até ao último segundo!
Jubas
"1. De recurso em recurso, ainda acaba com o Benfica a cumprir os jogos de castigo à porta fechada nos concertos de Ed Sheeran na Luz, em Junho.
2. Acusação de violação a Ronaldo: não temos de obrigar-nos a ter opinião em relação a um tema sobre o qual podemos apenas especular. E o sentido de justiça não se faz de feelings, muito menos pode depender de nacionalidade, fama, conta bancária ou grau de afinidade. Discutir se CR7 fez ou não fez não pode estar ao nível da discussão sobre quem é melhor, ele ou Messi. Nas redes sociais assiste-se a um nojento desfile de disparates entre quem defender e quem acusa.
3. O que não pode acontecer é Ronaldo não jogar mais pela Selecção até final do ano e não haver uma explicação. A Selecção só é de todos na hora de pedir apoio?
4. Começo a acreditar que quem traiu Jesus Cristo não foi Judas, mas sim o malandro do Jubas. Como andámos tanto tempo enganados?
5. O Sporting cumpriu em Portimão o que prometeu em Poltava. Nakajima parecia a famosa personagem da série Duarte & Companhia que batia em todos os que lhe chamavam chinês. «Eu não sou chinês, eu sele japonês!»
6. Rui Vitória até pode ter conseguido ganhar ao FC Porto, mas há algo que nunca conseguiu: ganhar 2-0 ao FC Porto. À atenção do clube de fãs.
7. Há alguma hipótese de a Liga Europa começar apenas aos 16 avos de final? Agradecido.
8. Pinto da Costa diz que o futebol não pode ser uma guerra. Pinto da Costa diz que o futebol não pode ser uma guerra. Escrevi duas vezes para não pensarem que é engano.
9. Bansky arranjou forma de auto-destruir um valioso quadro no fim do leilão, Bruno Paixão fez o mesmo com o VAR no fim do SC Braga - Rio Ave. Artistas são artistas.
10. A música tauromática no final do clássico valeu ao Benfica uma bandarilha de 765 euros. Olé!"
Gonçalo Guimarães, in A Bola