sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Bessa: obrigatório repetir o onze

"As visitas ao Bessa acarretam um grau de exigência elevado seja qual foi o momento das equipas. Houve jogo terça-feira, os jogadores ainda estão à procura da melhor forma física e, portanto, regressar a Lisboa com os três pontos será uma missão espinhosa. haja ou não indícios de fadiga, o espírito de sacrifício terá de se sobrepor à falta de fôlego. Rui Vitória que esqueça as poupanças e mande os melhores lá para dentro. Se estiver indeciso em relação ao onze inicial, e é natural que esteja pro força das várias soluções que tem à disposição, fica aqui o meu conselho: Quim, Miguel Luisão, Ricardo Rocha, Dos Santos, Petit, Manuel Fernandes, Nuno Assis, Geovanni, Simão e Nuno Gomes. Não tem nada que saber.
Sempre que estes onze homens entraram juntos no relvado do Bessa, saímos de lá campeões. Aquele jogo de 2005 marcou-me de tal maneira, que até me arrisco a dizer que nunca mais o Benfica me fará tão feliz no Estádio do Bessa como naquela noite (contudo, se o Pizzi estiver disposto a fazer outro hat-trick amanhã, eu também estou disposto a repensar este ranking de felicidade). Já passaram 13 anos, mas recordo-me de tudo com elevada exactidão. Em 22 de Maio de 2005 fiz uma descoberta incrível: a sensação de ver o Benfica campeão. Só alguém muito palerma pode ousar traduzir esse sentimento em palavras, por isso vou tentar. Eu desconfiava por alto de como seria, no entanto a experiência foi surpreendente. Já imaginava que ver o Benfica a ser campeão poderia desencadear gritos, beijos, abraços... mas nunca pensei que me fizesse contemplar com tanto agrado um homem suado, em cuecas e aos saltos: o Simão provou-me o contrário."

Pedro Soares, in O Benfica

A segunda alteração à Lei da Corrupção desportiva

"A Lei n.º 13/2017, de 2 de Maio, procedeu à segunda alteração ao regime de responsabilidade penal por comportamentos susceptíveis de afectar a verdade, a lealdade e a correcção da competição e do seu resultado na actividade desportiva.
A lei que criou este regime foi a n.º 50/2007, de 31 de Agosto, a 1.ª alteração foi feita pela Lei n.º 30/2015, de 22 de Abril, e por essa lei verificou-se a segunda alteração, que é bastante significativa. A redacção final de alguns artigos não foi a mais feliz, mas a ideia foi abranger todos os agentes desportivos na prática de crimes desta natureza, aumentar a pena de alguns ciumes, permitir, à imagem da prisão preventiva, que seja aplicada preventivamente uma medida de suspensão de funções e criar um novo crime, para os agentes desportivos que, estando envolvidos numa competição, façam apostas por si, ou mandem fazê-las.
Além de todas estas alterações de comentar, interessa-nos a criação do novo tipo de crime que nesta lei foi previsto.
Este tipo de crime foi agora inserido num novo artigo, o 10.º A, que reza assim:
Artigo 19.º A
Oferta ou recebimento indevido de vantagem
1 - O agente desportivo que, por si ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, solicitar ou aceitar, para si ou para terceiro, directa ou indirectamente, no exercício das suas funções ou por causa delas, sem que lhe seja devida, vantagem patrimonial ou não patrimonial, ou a sua promessa, de agente que perante ele tenha tido, tenha ou possa vir a ter pretensão dependente do exercício dessas suas funções, é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias.
2 - Quem, por si ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, der ou prometer a agente desportivo, ou a terceiro por indicação ou conhecimento daquele, vantagem patrimonial ou não patrimonial, que não lhe seja devida, no exercício das suas funções ou por causa delas, é punido com pena de prisão até 3 anos, ou com pena de multa até 360 dias.
3 - Excluem-se dos números anteriores as condutas socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes.
No dia 8 de Maio de 2018, o coordenador de investigação criminal da Polícia Judiciária do Porto, Luís Ribeiro, falou do 'jogo da mala' durante o congresso da Sports Integrity Global Alliance (SIGA), que decorreu no Porto, e garantiu que os agentes desportivos que prometam incentivos financeiros a outras equipas para vencer incorrem em crime, que pode ser punido com até 5 anos de prisão.
'Se um jogador ou presidente aceitar uma contrapartida para ganhar um jogo ao adversário e depois distribuir esse prémio pelos jogadores, equipa técnica ou quem quer que seja, essa conduta neste momento é punida até 5 anos de cadeira e implica, tal como a corrupção, a suspensão do jogador ou do dirigente da actividade desportiva', afirmou Luís Ribeiro referindo-se à Lei n.º 502007.
Não é a mais do que o art.º 10.º A mencionado:
'É importante que os agentes desportivos percebam que uma conduta que até início de 2017 não era punida neste momento tem uma sanção semelhante ao do crime de corrupção activa', sentenciou.
Eu sei, o direito é assim, chato, maçudo, pouco demagogo e muito 'frete', mas ressalta logo uma verdade: esse tipo de crime que agora foi criado não existia.
O que aconteceu foi pura e simplesmente a abolição de um uso e costume, pois era costumeiro 'pagar' a uma equipa para ganhar a outra, e isso sempre foi aceite socialmente.
Este diploma veio do Projecto de Lei n-º 355/XIII, da iniciativa de um conjunto de deputados do PSD. Na exposição de motivos na parte relevante, lia-se o seguinte:
'Volvida quase uma década sobre a última grande alteração legislativa introduzida nesta matéria, constatamos que o desporto e os fenómenos que o rodeiam mudaram, o mesmo acontecendo com as práticas antidesportivas que pretendem afectar a verdade da competição desportiva.
A verdade é que, com o papel crescente que o desporto tem assumido na sociedade portuguesa, e com o desenvolvimento fulgurante da sociedade de informação, os agentes e as formas de adulterar a competição desportiva evoluíram de forma rápida e muito significativa.
Novas formas de adulteração da competição desportiva são cada vez mais sofisticadas, assumindo carácter internacional e terreno fértil para a sua apropriação pelo crime organizado, envolvendo comportamentos criminosos de tráfico de menores, ou de apropriação das sociedades desportivas por capitais de muito duvidosa proveniência e opaca titularidade, matérias que igualmente terão de merecer a actualização de outros diplomas legais, como o que aprova e regime jurídico das sociedades desportivas'.
E mais à frente:
'Aproveita-se ainda a modificação à moldura sancionatória dos crimes previstos no diploma para introduzir dois reforços muito relevantes no combate e estas práticas ilícitas, através da inclusão do crime de oferta ou recebimento indevidos e da previsão expressa da corrupção passiva subsequente'.
A este projecto de lei, vieram a acrescer o Projecto de Lei n.º 348/XIII, da autoria de alguns deputados do PS, e o Projecto de Lei n.º 365/XIII, da autoria do CDS/PP.
O relatório final da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias faz o seu enfoque quanto à razão de ser deste artigo na criminalidade internacional e por via de capital de controlo das sociedades desportivas.
O projecto final resultou de muitas alterações e de não menos discussões, por isso continua no próximo artigo.
Até para a semana."

Pragal Colaço, in O Benfica

A Foz

"Foz é uma zona residencial na zona ocidental da cidade do Porto, em Portugal, que inclui as freguesias da Foz do Douro (Foz Velha) e Neovogilde (Foz Nova), e ainda partes pequenas de Lordelo do Ouro e Aldoar.
Podemos perspectivar a análise que nos propomos fazer, pelo prisma geográfico, político, económico, sociológico entre outros, mas podemos perspectivá-lo pelo prisma futebolístico. Se realizarmos essa tarefa por este prisma, temos um enfoque totalmente diferente de quase todos os outros. Vejamos: A emancipação de uma zona geográfica, na maioria dos casos, anda de 'mãos dadas' com a emancipação clubística, pois ambas vivem uma da outra. É essa ligação umbilical que justifica e fundamenta o enraizamento tribal a um determinado pedaço de terra.
Termos como transformação, conflito e separação são centrais à compreensão dos processos desenvolvimentais. Nesse contexto, a formação de tribos tornou-se um fenómeno sociocultural significativo, representando uma importante estratégia de formação cultural, bem como de inserção e agregação social, especialmente da população juvenil."

Pragal Colaço, in O Benfica

3x3

"Hoje no Estádio tivemos visitas. De Luanda vieram técnicos e dirigentes do Tea Club, uma organização angolana que leva a solidariedade e mobiliza grandes quantidades de jovens através do desporto. Para isso organiza meetings de um dia inteiro abertos a atletas e debutantes que ali experimentam um futebol ligeiro e alegre, na modalidade 3x3, trazida da rua angolana para ambientes mais organizados, mas mantendo uma grande informalidade e proporcionando um belo ambiente festivo.
Na Luz repetiu-se a receita debaixo do calor africano que, por estes dias, derreteu Lisboa. Foi um momento feliz de reencontro da comunidade angolana celebrado num ambiente tão querido pelos angolanos, para quem o Benfica é uma chama bem viva que une as duas latitudes além da língua comum. A partilha de valores e ideais aproxima os dois povos, o português comummente falado estreita relações de séculos, e o Benfica, para lá do futebol, é espaço de pertença e orgulho, uma bandeira comum que vai para lá dos países e une milhões de adeptos na agitação do jogo, por vezes na digestão amarga da derrota e, sobretudo e cada vez mais, na celebração entusiástica da vitória.
Por tudo isto, vir à Luz e jogar no sintético é uma experiência imperdível. Uma experiência inovadora que o Tea Club trouxe de Luanda e a Fundação Benfica ajudou a oferecer aos angolanos que vivem em Lisboa, iniciando uma colaboração que certamente dará muitos e bons frutos!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Jonas forever

"A melhor notícia da semana chegou-nos pela nossa BTV, no intervalo do empolgante Benfica B - Leixões - Jonas decidiu terminar a carreira no Sport Lisboa e Benfica. Graças ao engenho e à arte de gestão desportiva do presidente Luís Filipe Vieira, o melhor jogador do Glorioso declarou-se cada vez mais rendido e apaixonado pelo maior clube português. As palavras de Jonas foram sinceras e revelam uma enorme humildade, espírito de grupo e uma tremenda dedicação. Jonas tinha uma proposta que lhe permitiria ganhar três vezes mais e decidiu ficar. Quantos atletas fariam o mesmo? Jonas ficou porque sabe que é uma das referências do actual SL Benfica. Ele, Luisão, Jardel, André Almeida, Salvio, Fejsa e Pizzi são verdadeiras referências do Clube. Em todas as grandes organizações há sempre pessoas especiais.
Jonas atingiu esse estatuto por mérito próprio, fruto do seu empenho, do seu talento, do seu trabalho e do seu carácter. Nenhum de nós poderá esquecer as alegrias que nos deu nas quatro épocas. Não foram apenas os 122 golos marcados, as dezenas de assistências para golo e os 8 títulos conquistados! Ao longo de 155 jogos, Jonas foi um dos principais intérpretes da mística. Jonas nunca se revelou acomodado e declarou sempre que queria ganhar mais títulos, sem nunca se cansar de lutar por novas conquistas. São profissionais desta estirpe que fazem falta às grandes instituições. Vamos ter o privilégio de ter nas nossas fileiras o melhor jogador, e compreendo o desespero e a decepção dos nossos adversários."

Pedro Guerra, in O Benfica

Sobre o 'timing' certo para o adeus

"A exibição de gala de Gedson Fernandes em Istambul estimulou bastante o apetite dos tubarões europeus e colocou o jovem benfiquista no radar dos milhões. Ao mesmo tempo, o Lyon mostra-se muito interessado em Rúben Dias e ainda num passado recente Rúben Neves rumou a Wolverhampton e um ano depois Diogo Dalot assinou pelo Manchester United. Ninguém terá dúvidas de que é virtualmente impossível a qualquer clube português resistir ao interesse real dos clubes mais ricos, assim estes estejam dispostos a abrir os cordões à bolsa. Mas há uma fronteira que deve ser estabelecida, uma filosofia que case o pragmatismo com o coração e faça com que os nossos emblemas não vacilem logo ao primeiro impulso. Haverá um tempo certo para os jogadores mais dotados cumprirem o seu destino nos principais campeonatos, isso não é, de todo, censurável e a ambição de pisar palcos com maior visibilidade deve ser vista não como mercenarismo, mas com como algo absolutamente legítimo. Mas quando mais os nossos clubes conseguirem vender os direitos desportivos dos seus jogadores mais talentosos numa fase de quase feitos, em vez de o fazerem na fase-projecto (CR7, Bernardo Silva, Cancelo, Diogo Dalot...), melhor será. À atenção de quem de direito...

PS - O SC Braga disse adeus à possibilidade de atingir a fase de grupos da Liga Europa, ao ser eliminado pelos desconhecidos ucranianos do Zorya. Uma desilusão, que se junta ao balde de água fria que tinha sido o afastamento anterior ao Rio Ave às mãos dos incógnitos polacos do Jagiellonia. Não são notícias que indiciem nada de bom para o futebol português."

José Manuel Delgado, in A Bola

Corchia: Pedigree, fenómeno jovem e uma lesão misteriosa para compensar

"Corchia foi sempre tido como o futuro da selecção francesa, mas acabou ultrapassado. Em Sevilha conheceu as lesões.

Clairefontaine é uma escola especial. Uma das doze academias de elite existentes em França, tem sido uma das, senão mesmo a principal academia de formação em França fora dos principais clubes, funcionando como um dos campos de recrutamento mais importante dos principais clubes franceses desde que foi fundada em 1988. Só os melhores jogadores da região da Ilha de França têm lugar na Academia de Clairefontaine e Sébastian Corchia, lateral francês de 27 anos que poderá ser o novo reforço do Benfica, atendendo aos fortes rumores que assaltam a imprensa no dia de hoje, foi um deles.
Nicolas Anelka, Louis Saha, William Gallas, Hatem Ben Arfa, Abou Diaby, Sébastien Bassong ou mais recentemente Mehdi Benatia, Blaise Matuidi, Kylian Mbappé ou Olivier Giroud, nunca esquecendo um dos maiores nomes da história do futebol francês: Thierry Henry. Todos estes nomes passaram por Clairefontaine antes de serem “pescados” por alguns dos maiores clubes do futebol francês e Sébastian Corchia não foi excepção. Outrora uma das grandes promessas do futebol gaulês, talvez Corchia não tenha explodido para o nível que se esperava quando ao serviço do FC Sóchaux - já antes ainda no Le Mans UC, mas principalmente ao serviço do Sochaux - se afirmou como um dos laterais de maior potencial do futebol europeu, de grande competência defensiva ao mesmo tempo que oferecia uma grande profundidade ao seu corredor. Golos e assistências foram quase sempre uma constante ao longo da carreira.
Depois de uma carreira totalmente construída em França, a primeira experiência de Corchia fora do seu país apenas chegou na temporada passada quando o Sevilha FC pagou cerca de cinco milhões de Euros para o retirar de Lille, clube que representara nas três temporadas anteriores após a queda do Sochaux à segunda divisão francesa no final da época 2013/14. Em Sevilha, Corchia teve vida difícil. Numa época atípica do clube andaluz marcada pela instabilidade e pela passagem de três treinadores pelo clube, as leões que assolaram a temporada do lateral francês não ajudaram.
Ainda sob o comando técnico de Eduardo Berizzo, Sébastian Corchia dividiu a posição de lateral direito com Gabriel Mercado durante a fase inicial da temporada. Uma lesão do lateral argentino à décima jornada permitiu que Corchia assumisse a titularidade de forma consecutiva pela primeira vez na época frente a Leganés, FC Barcelona e Celta, sem ter conseguido terminar os encontros frente a Leganés e Celta por opção técnica. O regresso de mercado à 13ª jornada perante Villarreal, porém, voltou a relegar Corchia para o banco e só mesmo na Taça do Rei o lateral espanhol foi opção inesquestionável fazendo os noventa minutos de todos os jogos da equipa do Sevilha na competição até à primeira mão dos quartos de final da prova perante o Atlético Madrid a 17 de Janeiro de 2018.
O encontro frente ao Espanyol, três dias depois, beneficiando da lesão de Kjaer para regressar à titularidade no Sevilha já com Montella no comando técnico e consequente passagem de Mercado para a zona central da defesa, parecia abrir a porta da titularidade para Corchia, já perfeitamente integrado no clube, porém, foi também o último encontro da temporada para o lateral gaulês. Uma lesão no reto femoral da coxa direita durante um treino, que deveria ter deixado Corchia de fora das contas do clube Andaluz somente “para os próximos jogos”, acabou por terminar com a temporada do lateral que só esta época voltou aos relvados. Logo numa altura em que pela primeira vez Corchia estava a conseguir ter alguma continuidade na equipa do Sevilha.
O mistério em torno da lesão de Corchia adensou-se e só meses mais tarde, já perto do final da temporada, se conheceu a verdadeira extensão da mesma. Afinal, Corchia havia feito uma rutura grave do tendão anterior, bem por cima do quadrícep femoral, uma zona cujo tratamento e recuperação é aparentemente complicada. Lesão que também Daniel Carriço sofreu e perante a qual acabou por estar mais de seis meses fora dos relvados. Corchia não quis ser operado à mesma, tendo acabado por debelar a lesão com sessões de fisioterapia, ginásio e trabalho em piscina.
Lesões que, até então, nunca haviam prejudicado a carreira de um jogador que fora em tempos uma das grandes promessas do futebol francês e um fenómeno dos jogos virtuais. Na temporada imediatamente anterior à chegada a Sevilha, ao serviço do Lille OSC, Corchia não falhou praticamente um minuto em toda a liga francesa. Falhou dois. À 17ª jornada quando acabou substituído aos 88 minutos, apenas não tendo jogado em encontros da Taça e da Taça da Liga Francesa. Uma continuidade que não encontrou em Espanha, mas que sempre fizera parte da carreira em França onde foi sempre um indiscutível por onde passou desde que apareceu ao mais alto nível na liga francesa na temporada 2009/10 ao serviço do Le Mans, então, ainda com 18 anos.
Na verdade, a temporada passada foi mesmo a primeira desde a estreia em 2008/09 que Corchia não fez pelo menos 34 jogos na temporada, até então o seu mínimo de época quando na temporada de estreia pelo Sochaux participou em 31 dos 38 jogos do campeonato francês, fez um jogo na Taça e dois na Europa pela equipa gaulesa. Antes de chegar ao Sevilha, Corchia tinha mesmo passado três temporadas em Lille realizando mais de 40 jogos em cada uma delas, facto que atesta a fiabilidade física do lateral gaulês.
A chegada a Lille que não foi igualmente fácil para Corchia, desta vez, devido a questões burocráticas e financeiras às quais foi alheio. Em Janeiro de 2014 o clube anunciou a sua contratação, porém, a inscrição acabou por ser bloqueada pela federação francesa que devido aos problemas financeiros atravessados pelo Lille e após auditorias feitas às contas do clube deliberou que a folha salarial dos Dogues era demasiado elevada e por isso não podia contratar novos jogadores. Corchia regressou então a Sochaux não conseguindo evitar a despromoção do clube, tendo acabado por se juntar ao Lille OSC no verão seguinte.
Nascido em França, nos arredores de Paris, mas também detentor de passaporte italiano - foi ligado à Juventus e ao Inter desde muito cedo -, foi aos 12 anos que Corchia integrou a Academia de Clairefontaine onde se manteve entre 2003 e 2006, altura em que rumou a Camp des Loges, a conhecida academia do PSG, clube pelo qual acabou por nunca jogar a nível sénior mas que há dois anos, segundo a imprensa, pareceu verdadeiramente interessado na contratação de Corchia. A estreia a nível sénior aconteceu na temporada 2008/09 e foi um português que o tornou indiscutível na equipa de Le Mans. Em 2009/10 era, afinal, Paulo Duarte, o treinador do emblema gaulês.
Foi já ao serviço do Lille que Corchia finalmente chegou à selecção francesa. Em Agosto de 2016 foi convocado para os jogos da selecção francesa perante a Itália e a Bielorrússia, este, a contar para a fase de qualificação para o Mundial 2018, mas só meses mais tarde acabou por realmente se estrear pela selecção gaulesa quando substituiu Djibril Sidibé num jogo amigável perante a Costa do Marfim que terminou empatado a zero. Corchia jogou 20 minutos nesses jogo, naquele que foi o culminar de todo um percurso a nível das selecções francesas. Entre os escalões Sub 17, Sub 18, Sub 19 e Sub 21, Corchia foi internacional francês em 50 ocasiões tendo estado presente no Europeu Sub-19 de 2009, bem como no Europeu Sub-21 disputado em 2011.
Durante anos, Sébastian Corchia foi destacado como o futuro lateral direito da selecção francesa, algo que até hoje ainda não se confirmou. A passagem por Sevilha acabou por ser também um passo atrás na carreira, encontrando-se com as lesões que até então nunca o haviam atormentado. A afirmação de Jesús Navas na ala direita bem como a chegada de Aleix Vidal retiraram espaço ao francês no 3-5-2 de Pablo Machín e parece ser ao serviço do Benfica que Corchia se irá tentar reencontrar com todo o seu potencial."

No Sevilha não confiaram nele

"Sébastein Corchia é um jogador que chegou com grandes expectativas a Sevilha, há pouco mais de um ano. Porque a direcção desportiva, sobretudo com Monchi no cargo, o tinha seguido durante vários anos. Quando chegou, o treinador de então, Eduardo Berizzo, não confiou nele e preferiu escolher Gabriel Mercado para o sector direito da defesa. Tanto é que Corchia jogou muito pouco com Berizzo. E quando chegou o novo treinador, Vincenzo Montella, o francês lesionou-se e esteve seis meses sem jogar. Quando, finalmente ficou disponível para jogar, Jesus Navas era o dono do lugar e Montella não abdicou dele. Do pouco que se viu de Corchia deu para perceber que se trata de um defesa com clara vocação ofensiva e que fazia bons passes. Sinceramente, sai do Sevilha porque com a contratação de Alex Vidal e a permanência de Navas, Corchia ficou sem lugar. Não jogou no Sevilha por não ter qualidade? Não se sabe. Simplesmente jogou pouco por falta de confiança dos treinadores que teve e devido às lesões."

Ignacio Cáceres Dastis, in A Bola

E à volta de Cristiano?

"Começa amanhã uma nova edição da Serie A italiana e a estreia acontece no Bentegodi, em Verona. O Chievo recebe a Juventus e é garantido que os ‘bianconeri’ se lançam para uma das temporadas mais desafiantes da sua história. Manter a supremacia no País da Bota é cláusula obrigatória, mas todas as baterias apontam à Europa.
Desde a final do Olímpico de Roma em 1996, e do olhar matador de Jugovic na altura de converter o derradeiro penalty na baliza de Van der Sar, que a Juventus não se consagra como a formação mais forte do Velho Continente. E esse é um assunto que Agnelli, Marotta, Paratici, Nedved e Allegri querem tratar. Para ontem.
Depois da decisão ganha ao Ajax, houve cinco tentativas falhadas da Juve na final da Champions. E é aí que entra a chegada de Cristiano. A aquisição do Bola d’Ouro traz, em todos os parâmetros possíveis, uma força extra para as zebras, agora ainda mais capazes de se imporem na corrida pela maior competição internacional de clubes, ao mesmo tempo que se extraiu um membro no campeão em título, o Real Madrid.
Allegri tem unhas para esta guitarra e a afinação é a melhor dos últimos anos. O treinador da Juve é dos estrategas mais perspicazes na hora de gerir as nuances durante os jogos e até João Cancelo lhe dá uma projeção atacante muito mais letal no flanco direito. Desde Dani Alves que os ‘bianconeri’ não tinham ninguém tão dominante para a posição. Em teoria, o Inter também ficaria a perder, mas Spalletti conseguiu compensar bem com a aquisição de Vrsaljko, novo elemento para enriquecer a colónia croata do Inter. Falando da concorrência da Juve, o Inter é o plantel que mais pode ameaçar o emblema piemontese. Higuaín fez o Milan subir alguns furos, mas atenção à Roma que está muito bem elaborada. O último a chegar a Trigoria foi um campeão do mundo: N’Zonzi, para o meio-campo.
Uma das notícias mais importantes para a temporada 2018/19 da Juventus foi o regresso de Leo Bonucci à casa que o tornou vencedor. A Juventus sacrificou um defesa-central de futuro como Caldara, enviado para Milanello, e também por aí se comprova que em Turim se ataca a Champions fortemente já nesta época. Com Bonucci, afastando Caldara, não é para ganhar daqui a dois ou três anos. É agora. E o mesmo princípio pode ser aplicado a Cristiano, cuja longevidade não é fácil de definir e, por isso, se tente aproveitar os seus recursos o mais rapidamente possível.
Douglas Costa (centro-esquerda) e Dybala (centro-direita) serão coadjuvantes de Cristiano numa linha DDC no ataque. Brasileiro e argentino deverão começar de posições-base mais interiores no campo, contando que Cancelo e Alex Sandro (caso o PSG não o leve de Turim) marquem presença em zonas adiantadas dos respetivos flancos, ao mesmo tempo que Emre e Matuidi também fornecem apoio com desmarcações verticais para desajustar o aparelho defensivo do oponente ou simplesmente para romper com efeito surpresa e rematar. O ‘quarterback’ é Pjanic, lançador preciso e um dos melhores especialistas mundiais de livres directos, qualidade trabalhada nos tempos do Lyon com Juninho Pernambucano.
Pode acontecer que os três atacantes revelem bastantes trocas posicionais, sem tantas preocupações defensivas posteriores, isto porque ficariam salvaguardados pelos três médios que garantem mais cobertura à equipa no momento da perda de bola e transição defensiva. Em ataque, Cristiano gosta de procurar o lado esquerdo e, com isso, Dybala pode aproximar-se da grande área e Douglas Costa trocar para o lado direito. Mandzukic (força/jogo aéreo/missão defensiva), Cuadrado (sprint), Bernardeschi (remate e improviso) e Kean (desmarcação e golo) dão outras possibilidades de variar a configuração atacante, sem grande perda de qualidade, ao mesmo tempo que Bentancur (perfume), Marchisio (gestão) e Khedira (cobertura e rotura) podem refrescar o meio-campo, todos com perfis complementares.
Para já, até porque Allegri é mais defensor do sistema “4-3-fantasia”, não se perspectiva a utilização de um desenho com três defesas-centrais. No entanto, isso pode acontecer lá mais para a frente na campanha, como já aconteceu no passado mediante a exigência dos jogadores e do conforto que eles procuram para encarar uma determinada fase de menor confiança ou dependendo do adversário em questão.
Daí que não seja uma heresia pensar futuramente na retoma de uma BBC atrás como já aconteceu no sucedeu no passado com Barzagli, Bonucci e Chiellini. Se isso for retomado, se calhar Benatia até jogará em vez de Barzagli, que até é o elemento atual do plantel ‘bianconero’ com mais campeonatos ganhos: 7 pela Juve e outro pelo Wolfsburgo. Trocar-se-ia um ‘B’ por outro. Sem Buffon, Szczesny é o titular, merecidamente depois da grande temporada que havia feito na Roma."

Silly Season: quatro apontamentos

"Eduardo Galeano no seu livro «Futebol: sol e sombra» (2006, Livros de Areia) perguntava-nos quantos teatros estão metidos no teatro do futebol…
Após o jogo entre o Boavista e o Porto, realizado a 6 de Maio de 2006, foi instaurado um processo sumaríssimo ao jogador Ricardo Silva, do Boavista, sendo este acusado de ter agredido com uma cotovelada o portista Anderson. A época desportiva terminou vindo-se a conhecer só em Outubro, 5 meses depois, a decisão da Comissão Disciplinar da Liga: suspensão de um jogo para o agressor. Ficou assim o Boavista impedido de contar com o mesmo para o primeiro confronto perante o Nacional na época de 2007/2008. O comportamento do jogador foi sancionado mas só teve reflexos no campeonato seguinte…
Em Itália, o Parma acedeu à Série A na época 2017/2018, mas no último jogo da Série B, contra o Spezia, um dos seus jogadores pretendeu influenciar o resultado, tendo enviado mensagens a um dos adversários tentando convencê-lo a não dar o seu melhor nessa partida. Resultado: o mesmo foi suspenso por dois jogos e foi-lhe aplicada uma multa de 20 mil euros… e o Parma foi penalizado iniciando a época seguinte com cinco pontos negativos. Mais um caso ocorrido numa época e numa série, com reflexos na época seguinte e numa outra série… Teria o Parma subido se o ilícito tivesse sido sancionado do mesmo modo na época respectiva? Não!
E o mesmo Eduardo Galeano dizia-nos que “a moral do mercado, que é, no nosso tempo, a moral vigente, autoriza todas as chaves do sucesso, mesmo as que tenham a forma de um pé de cabra”.
O COI estabeleceu que, para os Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires 2018, cada país poderia apenas participar com uma selecção, por género (uma equipa masculina ou uma equipa feminina), nas modalidades colectivas que integram o respectivo quadro competitivo – e são quatro as modalidades. O COP definiu como critério prioritário que se mais do que uma modalidade estivesse qualificada, participariam duas modalidades e não apenas uma única, garantindo uma maior diversidade da representação nacional. Acontece que apenas se apuraram para participar as selecções de Portugal de Andebol de Praia (feminina e masculina) e de Futsal feminina.
Curioso é o facto de “género” ser um critério de apuramento…
Foram assim escolhidas as selecções de Portugal de Andebol de Praia masculina e de Futsal feminina, ficando de fora a selecção feminina de Andebol de Praia.
Entretanto, Carlos Resende, treinador de andebol do Benfica e pai de uma das jogadoras desta última, veio a terreiro afirmar (DN, 14.08.2018) que “a FIFA ou a UEFA é que decidiram. Isto do Futsal masculino não se qualificar é uma falácia, porque também se apuraram e depois houve ordens para que fosse retirada a candidatura”.
E o mesmo Eduardo Galeano dizia-nos que “o futebol profissional é intocável porque é popular. «Os dirigentes roubam para nós», dizem, e acreditam, os adeptos”.
Inês Henriques e Nélson Évora venceram, respectivamente, as provas de 50Km Marcha e de Triplo Salto, no recente Campeonato Europeu de Atletismo. Ambos se revelaram os melhores da Europa, a primeira aos 38 e o segundo aos 34 anos.
“Somos porque ganhamos”, disse-nos Eduardo Galeano. “Se perdemos deixamos de ser”, disse-nos o mesmo Galeano…
As excepções vão dando a ideia que tudo está bem! Numa comitiva com 35 atletas para 2 medalhas de ouro (é pouco mas é ouro, exulta-se!) Portugal ficou-se por um 11º lugar no medalheiro e 94,3% dos mesmos não chegaram ao pódio nem perto dele ficaram…
“Todos os sucessos estão encadeados no melhor dos mundos possíveis” dizia Pangloss a Cândido (sim, o Cândido de «Cândido e o Optimismo» de Voltaire), ao que este retorquia: “tudo isso está certo, mas é preciso cultivar a nossa horta”. Cultivemos pois a nossa horta: como a temos cultivado até aqui, ou de maneira diferente…
E apesar do mesmo Eduardo Galeano nos ter dito que os ideólogos amam a humanidade mas desprezam as pessoas, Tiago Brandão Rodrigues, ministro português responsável pelo desporto, veio declarar que “não é obviamente necessário ter a mesma profundidade de conhecimento quando estamos a treinar jogadores num escalão de iniciados do que quando estamos com equipas seniores”…
Pois não, nem é obviamente necessário ter a mesma profundidade pedagógica…"

"Queremos respostas, queremos explicações"!

"Desde já, e como bom exemplo da fase que atravessamos, quero realçar o facto de ontem termos registado um máximo histórico no valor das acções da SAD do Sport Lisboa e Benfica, que subiram 11,67%, atingindo o valor mais elevado por acção desde 2014.
Este facto demonstra bem a reputação e confiança gerada por esta gestão e pelo trabalho de médio e longo prazo que, desde há mais de 15 anos, tem vindo a ser desenvolvido.
Esta é a melhor resposta a todas as campanhas de manipulação que procuram prejudicar a imagem do nosso Clube.
Indo directamente ao futebol... estamos naturalmente satisfeitos pelos resultados obtidos neste primeiro ciclo do mês de Agosto e pela capacidade competitiva que a equipa já demonstrou no apuramento para o play-off da Liga dos Campeões e no arranque da Primeira Liga.
Enfrentámos dois adversários de peso, o Fenerbahçe e o Vitória Sport Clube, de Guimarães, em três jogos de elevado grau de dificuldade.
Os sucessos obtidos revestem-se, portanto, de significado ainda maior.
Entramos agora em nova fase de enorme exigência, com a decisiva eliminatória em duas mãos que vamos disputar com o clube grego PAOK, de Salonica.
Estamos confiantes que a nossa equipa nos dará o desejado apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões.
Os jogos desta eliminatória são precedidos de mais duas partidas de elevado grau de dificuldade para o campeonato: uma ida ao Bessa e a recepção ao Sporting.
Com o empenho e a humildade de sempre, reafirmamos a nossa ambição, convictos de que esta fase será coroada com vitórias, marcando o ritmo de uma nova época que assumimos ser a da Reconquista.
Já o dissemos e voltamos a repetir: o plantel ainda não está fechado, porque o mercado só encerra no dia 31 de Agosto. Mas, como o presidente Luís Filipe Vieira teve a oportunidade de esclarecer em devido tempo, o Benfica não está vendedor, nem se prevê a saída de qualquer dos nossos principais jogadores. Que isto fique muito claro! Compreendemos o enorme interesse nos novos talentos que, ano após ano, se afirmam na equipa principal, mas não contem com qualquer saída.
O Rúben Dias e o Gedson são duas grandes apostas do Benfica. Repito, o Benfica não está vendedor. Mas há uma cláusula contratual e há regras de mercado. São dois jogadores da nossa escola de Formação. O Benfica é uma enorme empresa, de expressão mundial no futebol. Não há vontade de vender.
O Samaris é um atleta do Benfica que sempre defendeu as cores do Clube e por quem nutrimos o maior respeito. Se se decidir emprestar o Samaris é porque se entendeu que há soluções no meio-campo para suprir essa ausência.
Em relação ao Corchia, o processo ainda não está encerrado. Quando estiver, falaremos sobre ele. Está em curso e entregue ao presidente. A seu tempo, havendo um desfecho positivo, serão informados da aquisição do lateral-direito. Aliás, em relação a aquisições de jogadores há dois/três processos a decorrer. Há dois/três jogadores que podem fazer falta ao Sport Lisboa e Benfica e cuja aquisição pode acontecer.
Tal como sempre se disse, o Benfica fez tudo ao seu alcance para garantir a continuidade de Jonas.
O próprio jogador fez questão de dar público testemunho desse empenho, um empenho de todos os Benfiquistas e do seu presidente em particular, para que o melhor goleador destas últimas quatro épocas continuasse connosco. Ora, como todos sabem, Jonas continua no Benfica.
O calendário de arranque da época, muito apertado e exigente como já disse, requereu um trabalho de planeamento que garantisse uma resposta positiva da equipa na sequência de jogos de enorme apelo competitivo que nos esperava.
Esse trabalho foi feito e está a dar bons resultados. Mas novos desafios se apresentam, há outros adversários a enfrentar e todos não somos demais para os vencermos.
Daqui lanço o apelo aos nossos adeptos para darem todo o apoio à equipa já no próximo sábado, no Bessa. E convoco os Benfiquistas para mais uma enchente da Luz na próxima terça-feira, dia 21 de Agosto, na primeira mão do play-off contra o PAOK.
Logo a seguir, no sábado 25, a nossa casa será o cenário do primeiro grande clássico da época, um jogo contra o Sporting em que estou certo os Benfiquistas voltarão a encher o Estádio da Luz.
Temos depois a decisiva visita à Grécia para o jogo da segunda mão contra o PAOK, a 29 de Agosto, quarta-feira. São quatro jogos muito importantes que estamos certos vamos superar

A aposta na Formação, no feminino e o ecletismo
Os resultados positivos da nova época estendem-se às nossas equipas B e Sub-23, empenhadas em competições muito relevantes no processo de transição de jogadores entre os escalões mais jovens e as equipas principais.
Também são excelentes os primeiros sinais que nos chegam da nossa nova equipa de futebol feminino.
Nas modalidades de pavilhão, chamo a atenção para o reforço efectuado tanto ao nível das equipas masculinas como femininas. Perspectiva-se um salto qualitativo em todas as nossas equipas, graças à contratação de atletas de reconhecido mérito e prestígio, que vieram para o Benfica para somar vitórias e conquistar novos troféus.
Facto a destacar, directamente ligado ao projecto Benfica Olímpico, é o conjunto de extraordinários resultados obtidos por atletas portugueses, muitos dos quais do Benfica, nas recentes grandes competições internacionais de judo, canoagem, badmington, atletismo, ténis de mesa… Estes atletas trouxeram para Portugal medalhas e vitórias que fazem prova do excelente trabalho realizado pelos clubes em prol do desporto nacional. Em nome do Sport Lisboa e Benfica, a todos esses atletas, sem excepção e independentemente dos clubes que representam, os nossos parabéns pelas conquistas e classificações que tanto dignificam o nosso desporto e o nosso País.

Seis questões à espera de resposta
O segundo tema que quero abordar tem a ver com as seis questões e um desafio que lançámos há duas semanas. Ganharam ainda maior anualidade face a alguns sinais que estão a marcar o início da nova época. Primeira evidência: passados 15 dias, repito, 15 dias, tudo o que temos é um manto de silêncio... e total incapacidade em dar resposta a qualquer das questões que levantámos! Por essa razão, importa de forma rápida recordar cada uma delas:
- Porque nada se sabe sobre a invasão ao centro de treinos de árbitros da Maia?
- Porque nada se sabe quanto às queixas referentes a ameaças e coação sobre alguns árbitros e os seus familiares?
- Porque nada se sabe sobre o que justificou o adiamento, fora dos regulamentos, da segunda parte do Estoril-FC Porto da época passada?
- Porque não se sabe ainda como é que uma perícia interna da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga Portugal foi parar a um blogue anti Benfica?
- Porque só surgem na praça pública fugas de contratos do Benfica, derivados da falha de segurança de comunicações entre Liga e Federação?
- E, por fim, como se explica que um clube já visado em várias instâncias por divulgar informação confidencial roubada a um outro clube não mereça qualquer tomada de posição por parte das entidades que gerem o futebol nacional?
Este silêncio é ainda mais preocupante quando o confrontamos com os primeiros sinais e indícios já visíveis nesta nova época. Primeiros sinais e indícios que nos levam a juntar duas novas questões ao rol daquelas que aguardam resposta urgente

Ao lote apresentado, Varandas Fernandes juntou mais uma série de questões sobre assuntos que preocupam o Benfica
- Sabendo nós o que dizem os regulamentos, perante as imagens que todos pudemos ver e as palavras que todos pudemos ouvir ao treinador do Futebol Clube do Porto, dirigidas ao árbitro do jogo da Supertaça, qual o critério que sustentou a decisão de só o punir com uma simples multa?
- Como se explica que, por situação bem mais discreta e sem insultos, o treinador Rui Vitória tenha sido castigado com uma suspensão de 3 jogos na época passada?
- Perante o recorrente gesto do jogador Brahimi, o que justifica que pela segunda vez tal gesto não tenha merecido qualquer atitude pro activa das entidades jurisdicionais e tenha sido necessário o Benfica requerer a sua análise?
- E que em situação idêntica o jogador Samaris fosse de imediato objecto de processo e consequente punição com 3 jogos de suspensão?
Fomos hoje informados do arquivamento do processo pela justificação que da visualização das imagens não resulta claro, evidente e inequívoco o comportamento denunciado. Ou seja, o recorrente gesto do jogador Brahimi a apertar o pescoço dos jogadores das equipas adversárias passa a ser um gesto de difícil interpretação quanto à sua agressividade. E tão mais grave é quando sabemos que esta decisão foi tomada sem ouvir nenhum dos intervenientes e nem sequer o árbitro do referido encontro O arquivamento do processo ao Brahimi não nos deixa satisfeitos. E porquê? Porque não está a ser feita justiça. Está-se a decidir com dois pesos e duas medidas. Em relação a atletas do Benfica, foram punidos com três jogos com atitudes mais leves do que o gesto praticado pelo Brahimi. Queremos que todos sejam julgados de forma igualitária. O arquivamento é mau para o desporto e para as instituições. Se este é o exemplo após a 1.ª jornada, então prevêem-se tempos difíceis.
Este episódio está ao nível dos históricos episódios das fugas dos árbitros à frente dos jogadores, de tão triste memória, e que colocam a autoridade das instituições na rua da amargura. Queremos deixar muito claro que não nos vamos calar. Não é possível existir uma competição com regras claras e idênticas para todos os clubes da Primeira Liga, com uma única excepção. Excepção, curiosamente, para quem invade centro de treinos de árbitros, tem processos em análise do seu director desportivo precisamente por ameaças a árbitros, é porta-voz do roubo de informação confidencial de outros clubes, insulta com total impunidade logo no primeiro jogo da época a equipa de arbitragem.
E, perante isto, ainda beneficia de critérios difíceis de entender e de justificar. O ambiente de coação e ameaças sobre os árbitros tem de acabar, mas para isso eles precisam de sentir que têm quem os defenda nos órgãos que gerem o futebol português. Queremos regulamentos e regras iguais para todos. Nada mais do que isso. As ameaças e as coações não podem ser premiadas. Queremos respostas, exigimos explicações

Um desafio em prol da transparência
Convidámos, então, os dirigentes e os quadros de todas as entidades relacionadas com o futebol a tornar público o seu passado profissional e ligações clubísticas. Fizemos este desafio em nome da máxima transparência no sector. O incómodo foi notório. E o incómodo foi notório pela simples questão que, ao ser efectuado, acabava de uma vez por todos com o mito de que o Benfica supostamente dominaria as principais estruturas do futebol português. E mais ridículo tem sido assistir a alguns que publicamente defendiam essa tese virem agora tentar minimizar esta iniciativa com as teorias mais absurdas, precisamente porque isso desmentia de forma perentória o que andaram a tentar plantar de forma caluniosa e falsa.
Não se pode é dizer que o Benfica domina, quando se sabe que em alguns cargos até estão pessoas que foram apoiadas por outros clubes, contra a vontade do Benfica. E, porque sabem que se entrarmos numa análise minuciosa sobre cada entidade e cada nome que o compõem, o que diziam era totalmente falso.
Andaram a alimentar uma tese durante mais de um ano, agora que avançamos com factos concretos, uns assobiam para o ar, os outros encontram as explicações mais delirantes só porque sabem que tinham de assumir que esse pretenso domínio não é justificável em nenhum facto concreto. E, porque tinham que assumir que nos últimos anos, o Benfica ganhou mais, pela simples razão porque trabalhou melhor, teve melhores treinadores, jogadores como se comprova inclusive pela sua procura e cobiça no mercado internacional. Curioso, quando fazemos um apelo em nome da transparência total e escrutínio total, surja quem procure desvalorizar esta iniciativa.
Agora que o campeonato se inicia, e tal como prevíamos, bem podem plantar notícias de pretensas suspeitas com base em denúncias anónimas que nada nos vai desviar de desmontar uma a uma e nos locais próprios, cada cabala e cada mentira. E mais uma vez não deixa de ser sintomático verificar que só surjam notícias com fugas ao segredo de justiça de processos que envolvem e são contra o Benfica."

Voleibol 2018/19

Começaram hoje os treinos da nova época. Ainda com alguns jogadores ausentes, por compromissos com as Selecções, e com a grande novidade da secção: o novo treinador Marcel Matz.
O professor Jardim foi muitas vezes o bode expiatório da crítica sempre que tínhamos um resultado negativo... Nunca foi dessa opinião, o Marcel tem experiência de campeonatos mais competitivos e com mais qualidade do que os nossos, mas cuidado com as armadilhas!

Oposto:
Theo Lopes (ex-Bolivar Voley)
Hugo Gaspar

Zona 4:
Rapha (ex-Jeopark Kula Voleybol)
Winters
Lopes
Bernardo Martins (ex-Sp. Caldas)

Central:
Wohlfahrtstatter (ex-Tourcoing Lille Métrople)
Honoré
Flip
Zelão
Sinfrónio (formação)

Distribuidor:
Violas
Pinheiro (ex-Paris Volley)
Manuel Rodrigues (formação)

Líbero:
Casas
Simões (formação)

Várias alterações, mas parece-me que o Benfica mexeu-se bem no mercado. A grande variável, na minha opinião, será o nível do Theo Lopes. Com o Gaspar cada vez mais veterano, o nível com que o reforço brasileiro - com grande curriculum -, se apresentar, será decisivo... O Mrdak no final acabou por actuar a nível elevado, mas notava-se que era um jogador com muitas oscilações, precisamos de um Oposto dominador e regular...
Mas outras posições, o regresso do Rapha e a contratação (finalmente) do Nuno Pinheiro, são garantias de qualidade. Ficamos mais fortes... e até o Peter nome complicado parece ser uma mais valia...
Com a oposição, a manter um orçamento impossível de competir (e lá para Janeiro se calhar ainda vão contratar mais alguém...), fizemos o que tinha de ser feito: se tudo correr bem, estamos mais fortes.

Mas muito cuidado, porque apesar de tudo o que se passou, a negra foi decidida pelo apito... mesmo com o Geraldes de fora, os hábitos devem-se manter...!!!