sábado, 28 de julho de 2018

Vermelhão: à Bomba...!!!

Benfica 1 (2) - (4) 1 Juventus


Penúltimo 'treino' competitivo da pré-época, contra os 'eternos' campeões Italianos... Voltámos a fazer uma boa exibição, com alguns problemas a manterem-se!!!
Se 'sem bola', especialmente na pressão alta, temos estado muito bem, com a 'bola no pé' temos demonstrado alguns problemas: falta de velocidade, falta de criatividade e pouca gente em zonas de finalização...
Agora, o nível dos nossos adversários tem sido altíssimo... diria mesmo, que só na Champions poderemos encontrar equipas do mesmo nível... Mesmo sem algumas das suas 'estrelas' que ainda estão de férias, tanto o Sevilha como o Dortmund e esta Juventus estão muito acima dos nossos adversários internos (no que 'toca' a jogo jogado, porque por cá, os jogos são jogados de forma diferente)!!!
O grande destaque acabou por ser mesmo os dois golos: grandes bombas... teleguiadas!!!

Eu tinha poucas dúvidas, mas creio que hoje o Odysseas garantiu a titularidade e não é porque a concorrência é 'fraca'... o jovem Alemão tem de facto muito potencial! Foi ele que 'segurou' o mau início do 2.º tempo do Benfica.
Gostei novamente do Conti (mesmo com um erro semi-grave!)... o Rúben na esquerda perde qualidade na saída de bola... Hoje com mais minutos, voltei a gostar do Ebuehi, e se o maior 'medo' era a falta de capacidade defensiva do jovem nigeriano, creio que tem dado excelentes indicações... O 'teste' Fejsa/Alfa ao mesmo tempo, não correu muito bem, mas creio que foi uma questão de acerto posicional que pode ser rectificada... Chegámos a ter um meio-campo, com o Alfa, Gedson e o Parks! Na frente, as Alas continuam indefinidas, diria que Salvio e Zivo estão ligeiramente na frente com o Cervi a espreitar... mas continua a pensar que precisamos de um 'grande' reforço para as Alas!!! Aparentemente o Ferreyra está bem, foi só um susto... Mas estamos com alguns problemas: o Jonas está claramente com pouco ritmo (suspeito que tenha a ver com o problemas das costas... e não com as especulações sobre o contrato), e o Ferreyra e o Castillo ainda não 'calibraram' as movimentações com os colegas, no jogo jogado...!!!

Não costumo 'falar' de potenciais contratações, mas este Gabriel que se tem falado, na minha opinião 'encaixava' perfeitamente nas nossas necessidades, um médio com capacidade de ter bola, em zonas adiantadas, com criatividade, remate... e até algum caparro para as questões defensivas...!!!
Sinal positivo da digressão Americana, falta somente o jogo com o Lyon na Eusébio Cup, no Algarve. A equipa parece-me com intensidade acima do normal nesta altura da época, o que é bom tendo em conta os objectivos a cumprir em Agosto...

Benfica sem tempo para perder tempo

"Com um programa imponente para o mês de Agosto, o Benfica não tem realmente tempo para perder tempo na pré-temporada ou lá como chamam a este período estival. Por norma, a tal pré-temporada é uma fase única, amplamente consentida pelo patronato, em que os treinadores se vão dedicando a atividades de laboratório em lugares mais ou menos exóticos perante o beneplácito da imprensa, a benevolência dos adeptos e a curiosidade mórbida dos rivais. A estes luxos não se pôde entregar o Benfica este ano. Está a pouco mais de uma semana do seu primeiro jogo oficial da temporada, um desafio de importância maior - trata-se de chegar ou não chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões - e tem por adversário o Fenerbahçe da Turquia, que não sendo, nem de perto nem de longe, um papão do continente europeu é, ainda assim, uma grande e presumível chatice.
O presidente do clube turco chama-se Ali Koç e, usando a prerrogativa do optimismo desmesurado que pertence a todos os presidentes dos clubes de futebol, chamou alegremente à atenção para o facto de "este Benfica" que lhes saiu na rifa já não ser "o velho Benfica". Foi assim que foi entendido por cá, como uma provocaçãozinha, o seu discurso. Mas mal. Não quis o presidente do Fenerbahçe menorizar as capacidades do Benfica, com que se irá brevemente encontrar, só pelo prazer da picardia. O senhor Koç referia-se, e com carradas de razão, ao "velho Benfica" de Shéu, de Nené e Jordão que pespegou 7 golos ao Fenerbahçe numa inspirada quarta-feira europeia do distantíssimo ano de 1975, cabazada essa que, ainda hoje, deve provocar uma comoção, para não lhe chamar trauma, aos numerosos adeptos daquele emblema da cidade de Istambul. A cada um o seu Celta de Vigo.
Destinava-se, assim, a consumo interno a comparação deste Benfica - que não pespegará 7-0 a este Fenerbahçe - com o Benfica de há 43 anos que cometeu precisamente essa proeza. O senhor Koç falava para "dentro" do seu clube mas a verdade é que foram igualmente as suas considerações muito apreciadas no Estádio da Luz, não por reconhecimento da homenagem implícita a Shéu, Nené e Jordão, mas porque uma alfinetada destas, mesmo involuntária, espicaça sempre a equipa e sabe-se como é importante ter a equipa espicaçada nas grandes ocasiões. E nas pequenas também. Por vezes, há presidentes que julgando estar a falar para dentro dos seus clubes nem imaginam como estão, de facto, a falar para fora e com que impacto.
O próprio presidente do Benfica falando esta semana em Newark para uma plateia de benfiquistas afirmou ser o Benfica não um grande clube "mas um gigante". Falava para dentro do Benfica ou falava para fora do Benfica, Luís Filipe Vieira? Na realidade, falou exclusivamente para fora e não foi pelos motivos mais piedosos. Um gigante, pois… Fora, uma coisa destas irrita. Dentro, nem é preciso dizer, já toda a gente sabe disso há séculos."

Estabilidade precisa-se

"Prestes a arrancar os dois campeonatos profissionais do calendário nacional, e bem à portuguesa, há ainda muitas coisas a definir, sobretudo no que à arbitragem diz respeito. Os árbitros já começaram também a sua pré-temporada e preparam-se para lidar cada vez melhor com a ferramenta do VAR, que chegou para ficar, mas alguns temas fundamentais continuam por acertar.
É público que os prémios de jogo dos árbitros não são aumentados desde 2009/10 - há, portanto, nove anos. Na época passada, houve conversações entre a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) e a Liga Portugal, no sentido de corrigir esta injustiça. À nossa proposta do início de temporada, a Liga contrapôs com uma oferta ainda aquém das pretensões dos árbitros.
Os árbitros acreditaram que tudo poderia ser diferente este ano, com a passagem de todos os temas relacionados com a arbitragem para a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), algo que muito agradava à nossa classe. O problema é que, prestes a entrar em Agosto, a Liga ainda não aceitou a proposta feita pela FPF e que já incluía uma grande parte das pretensões dos árbitros.
Mais uma vez, um tema de cariz decisivo para a estabilidade das competições profissionais é deixado para segundo plano. Mais uma vez, os árbitros são tratados como parentes pobres e distantes do futebol. Mais uma vez, a memória é curta e parece que não aprendemos nada com os erros do passado."

Só pode ser um bom augúrio

"Destaques ou críticas individuais são nesta fase da pré-época ao mesmo tempo inevitáveis e potencialmente injustas

Aumentou a exigência e o Benfica cumpriu com razoável qualidade. Não por vencer mais dois jogos, mas por mostrar uma linha de contínua melhoria.
Contra o Sevilha, o Benfica fez um jogo interessante, e contra o Dortmund, num jogo de maior dificuldade, frente a um adversário de alta voltagem, conseguiu um jogo ainda mais conseguido. Este ICC é torneio com qualidade impressionante, são as melhores equipas do mundo e os jogos mais interessantes de pré-época.
O Dortmund, que tinha vencido e convencido (M. City e Liverpool) todos os jogos desta época, teve no Benfica um adversário capaz de lhe criar problemas. Há seguramente detalhes (dois são evidentes) que urge melhorar neste Benfica, mas ter esta qualidade e apresentar este nível competitivo em fase ainda embrionária da época só pode ser um bom augúrio.
Destaques ou críticos individuais são nesta fase da pré-época ao mesmo tempo inevitáveis e potencialmente injustas. Há realidades diferentes, tempos de treino diferentes, origens diferentes, adaptações diferentes e por isso estamos com análises sempre mais perto do erro do que do acerto.
No entanto, é óbvio que ver Jonas tão longe da disponibilidade física que nos habituou é motivo de estranheza. Mas tudo isto é irrelevante, se chegarmos a dia 7, contra os turcos, em bom nível. O sorteio não podia ter sido pior, porque os condicionalismos para o play-off - impossibilidade equipas russas jogarem contra ucranianas, inviabiliza um Kiev - Sparak Moscovo. Por esta razão, em caso de ultrapassar o Fenerbahçe, já sabemos que não temos sorteio, temos quase nomeação de adversário. Uma vergonha para a UEFA. O Benfica tem o melhor ranking de todos os que disputam este fase de eliminatórias e acaba prejudicado por isso. Há uma solução, grandes jogos, grandes exibições, e grandes vitórias do Benfica.
Por falar em vitórias, no atletismo obtivemos o título de campeão nacional pela oitava vez consecutiva. Para quem quer saber o que é dominar uma modalidade, é belo exemplo, merecedor de elogios.
Os sub-19 alcançaram a final do Europeu com brilho, em jogo cheio de destaques individuais, mas que deixam fundadas esperanças de vitória em final latina."

Sílvio Cervan, in A Bola

Modelo colaborativo

"Ultimamente tenho trabalhado na concepção de um modelo colaborativo que permitirá a empresas do mesmo sector, logo algumas delas concorrentes, a mitigação de riscos e a consequente potencial diminuição de custos. Sempre que estou envolvido num projecto deste género, penso frustrado no nosso futebol, em que subsiste uma quase total ausência de visão global do negócio, apesar de algumas iniciativas pontuais, embora geralmente enviesadas e assimétricas quanto aos objectivos. a que se propõem as partes.
Foi o caso, por exemplo, da submissão do brunismo, que assolou o Sporting nos últimos anos, à vilipendiação costumeira, por parte da liderança portista da ética desportiva e da sã rivalidade. Se do 'Papa' e seus acólitos já tudo se espera - a este propósito recordo-me sempre daquela ideia de José Cardoso Pires sobre algumas pessoas só serem tão religiosas para que possam pecar - do Sporting nunca se sabe o que esperar.
O Sporting é, por oposição ao seu autoproclamado rival, um projecto de clube falhado por se deixar enredar na sua ambição irrealista (superiorizar-se ao Benfica). É, por conseguinte, propício a que o brunismo e outros ismos prevaleçam frequentemente sobre o que seria consentâneo com a sua grandeza e o seu historial indiscutivelmente assinaláveis. E, assim, o brunismo, enquanto projecto individual de poder e instrumento de validação de um complexo messiânico, dispôs-se a tudo, incluindo a submissão ao FC Porto, para tentar relegar o Benfica para uma posição inferior à sportinguista.
Não é notável, mas há que reconhecer que, neste domínio, houve a partilha de um objectivo comum e uma estratégia concertada de concorrentes (?) no futebol português."

João Tomaz, in O Benfica