sábado, 21 de julho de 2018

Vermelhão: vitória em Zurique

Benfica 1 - 0 Sevilha


Mais um teste, desta vez de grau de dificuldade maior, mesmo contra um adversário, com menos dias de preparação. Voltou a ser um jogo rasgadinho, com as defesas a serem quase sempre melhores que os ataques...!!!

A meio da semana, em Inglaterra no 'treino' que fizemos com o Swindon Town parece que jogámos em 433 e hoje voltámos a fazê-lo... parece que a decisão está tomada!!!

O Conti está mais adaptado, o Gedson continua a dar garantias... o Castillo marcou e deu nas vistas na forma como ganha quase sempre as bolas divididas, bem na utilização do caparro!!!
O 11 inicial, sem o Jonas, sem o Zivo (e sem o Krovi), acaba por perder criatividade, o problema da construção de jogo ofensivo foi claro...
Boa 2.ª parte do Zivo do Cervi e do regressado Rúben... o Alfa continua a encher as medidas! E continuo a gostar do Ebuehi mesmo com poucos minutos...
O Odysseas sem muito trabalho, fez um jogo tranquilo... suspeito que vai ser o titular!!! O Svilar era para ter sido o titular, uma lesão no aquecimento acabou por retirar-lo do jogo...

Agora vamos para os Stades! A dificuldade irá aumentar, até porque quando jogarmos com o Dortmund, já será o terceiro jogo dos Alemães na competição!

O treinador voltou a dizer que o plantel não está fechado, o timming das contratações, nem sempre é o desejado... mas para serem opção para a 3.ª pré-eliminatória da Champions já começa a ser tarde...!!! Segunda-feira teremos o sorteio...

PS1: A equipa B voltou a fazer um jogo treino, desta vez com o Real Massamá, que terminou com um 2-2. Com um bis do Daniel dos Anjos
Onze inicial: Daniel Azevedo, Simón Ramírez, Pedro Álvaro, Gonçalo Loureiro, Nuno Tavares, Edi Semedo, Gonçalo Rodrigues "Guga", Diogo Mendes, Tiago Dantas, Rodrigo Conceição e Anthony Carter.
Jogaram ainda: Fábio Duarte, Luís Pinheiro, David Zec, Godfried Frimpong, Ilija Vukotic, Bernardo Dias, Úmaro Embaló, Daniel dos Anjos e Ivan Saponjic.

PS2: Parabéns aos nossos jovens Hoquistas, pela Bicampeonato Nacional de sub-20, mesmo com algumas deserções pelo caminho!!!

Se jogarem como cantam, estamos tramados

"O Benfica este ano não tem pré-época. Aquilo a que se convencionou chamar de pré-época e que abraça um conjunto pueril de joguinhos sem outro interesse para o público afecto que não seja o de espreitar os 'reforços' ou de constatar se as caras conhecidas se reapresentam com alegria e boa disposição. Este Agosto, tem o Benfica de disputar duas eliminatórias de acesso à Liga dos Campeões - quatro jogos - mais os jogos da nossa Liga que arranca no segundo fim de semana do suposto mês dos calores. Perante os desafios atípicos deste calendário de verão, todos os joguinhos passam obrigatoriamente a jogões, com o maior interesse para a comunidade e para o treinador. Veremos o que acontece esta tarde no importantíssimo encontro com o Sevilha, com Julho a aproximar-se do fim e uma catrefada de opções a caminho. O único momento verdadeiramente de 'pré-época' neste Benfica de 2018/19 já aconteceu e foi amplamente divulgado pelo clube. Tratou-se de um interlúdio musical preenchido pelos 'reforços' no ambiente descontraído do estágio. Se jogarem como cantam, estamos tramados.
Sousa Cintra soma e segue. Negoceia com bons modos os regressos dos trânsfugas da equipa de futebol, compete com os rivais em todos os mercados, fornece lições de contenção e bom senso à colectividade, desinspira ódios, ignora as facções, investe ao mais alto nível no reforço das formações das modalidades de pavilhão. Em resumo, um brilharete. Só lhe falta contratar Ricardinho para a equipa de futsal, para o seu consulado transitório se saldar num êxito total face aos agouros da falência técnica.
Por consideração patriótica, os dispensadores de correspondência electrónica respeitaram o período de nojo a que os obrigava a participação da Selecção Nacional no Mundial da Rússia. Durante um mês e meio não houve emails para ninguém, ou por patriotismo ou porque não lhes estaria devidamente garantido o espaço mediático tendo em conta que havia um Campeonato do Mundo de futebol a decorrer. E com tanta notícia sobre Cristianos e Messis e Modrics e Mbappés e outros que tais, quem se iria ralar com emails? Voltaram agora os mesmos dispensadores de sempre, motivadíssimos com o aproximar da nova temporada futebolística interna, a despejar nos canais informativos mais material bifado a incautos, ou talvez não. Este tema tem-se revelado muito ingrato para quem o quer discutir, ética e jurisdicionalmente, em bases sólidas 100% desprovidas de facciosismo. Enquanto não vierem as autoridades do país dizer-nos, de modo inequívoco, se é falsa a correspondência e verdadeiro o arguido ou se é cristalina a correspondência e de pechisbeque o arguido, não há como chegar a conclusões. Até lá - até ser tudo claro e julgado -, o grito de "prendam-nos!", solto das entranhas da comandita do Apito Dourado, mais parece um relapso de inveja do que outra coisa. É que, cá pelo nosso país, a prisão não é para qualquer um. Isto, sim, foi já provadíssimo."

Por que razão Mbappé irá para o Real Madrid

"Na última vez que Florentino Pérez comprou uma estrela de um clube francês baseado no élan de um Campeonato do Mundo, a coisa correu mais ou menos. James Rodríguez, contratado ao AS Mónaco por 75 milhões de euros em 2014, deixou o Real Madrid há um ano sem deixar verdadeiros arrependimentos. E no entanto não há dúvidas de que o presidente do clube merengue virá procurar o sucessor de Cristiano Ronaldo em França. Não será Neymar, porque o brasileiro borrou demasiado a sua imagem durante o Mundial e porque a verdadeira pepita parisiense é francesa.
Há, logo à partida, um critério desportivo: o que vai faltar à equipa de Julen Lopetegui nos meses mais próximos? Um goleador, um jogador capaz de ocupar o centro do ataque com Karim Benzema (ou com outro qualquer), de causar problemas aos adversários pela velocidade e pela técnica. Kylian Mbappé tem isso tudo e até muito mais. No PSG e na selecção francesa joga a partir da direita por razões colectivas: em Paris, há que deixar espaço ao centro a Cavani e à esquerda a Neymar; na selecção, não é capaz de constituir o ponto de apoio de uma equipa que sofre com frequência e que não adora ter muito a bola. Mas no Mónaco ele jogava pelo meio com Radamel Falcao. Num Real Madrid que procurará a posse de bola, ele estará muito à vontade, seja à esquerda, à direita ou ao meio, consoante os desejos do ex-treinador do FC Porto.
Depois, há um critério político. Desde que instalou Zinedine Zidane no banco, Florentino Pérez não comprou ninguém. Em poucos meses, perdeu as suas duas estrelas: o francês que incarnou o Real-versão-Pérez, primeiro como jogador e depois como treinador, e a estrela portuguesa que levou o clube aos seus últimos grandes sucessos. Enquanto for liderado por este presidente, o clube das treze Ligas dos Campeões, não resolverá transformar-se numa instituição vulgar. Quer os melhores. Atrás, já tem Raphaël Varane, que teria assegurado a Bola de Ouro de 2018 se jogasse noutra posição. No meio tem Luka Modric, Toni Kroos ou Isco. À frente, porém, já não há Ronaldo. E não é preciso ser Florentino Pérez para se saber quem é o jogador que faz sonhar o Mundo e, por inerência, os adeptos madridistas.
Há três dias, um amigo que vive em Boston veio jantar a minha casa. Ele interessa-se pouco por futebol, mas só me falava de um nome: Kylian Mbappé, aquele de quem as suas filhas de oito anos, também elas pouco viradas para o ‘soccer’, querem um autógrafo. Na capital da Nova-Inglaterra, como por todo o lado no planeta, as camisolas com o nome do miúdo de Bondy (no Norte de Paris) serão em breve tão numerosas como as que têm estampado Messi ou Ronaldo.
A vitória da França no Mundial não é forçosamente a de Mbappé, mas marcou o seu advento. Em Julho de 2018, a história basculou. Messi e Ronaldo, como outros campeões imensos antes deles, nunca serão campeões do Mundo. A excepcional rivalidade que os opôs durante dez anos aproxima-se do termo. Mbappé, por seu lado, já é campeão do Mundo aos 19 anos. É também duas vezes campeão de França (uma com o AS Mónaco e outra com o Paris Saint-Germain), como se atraísse o sucesso. Ainda tem “muitos objectivos a concretizar no futebol”, como ele mesmo explica friamente, mas já integrou a casta dos muito grandes.
O incomparável Pelé elogiou-o duas vezes durante o último Mundial – e isso, Florentino Pérez também há-de tê-lo notado. Por muito ambiciosos que sejam, o PSG e a Ligue 1 serão em breve demasiado pequenos para Kylian Mbappé. O próprio já o sabe, tal como Cristiano Ronaldo havia chegado a essa conclusão com o Manchester United em 2008. CR7 e o seu agente, Jorge Mendes, tinham-se posto de acordo com Alex Ferguson para que on jogador não deixasse Inglaterra a não ser um ano mais tarde. É possível que a entourage da futura estrela do futebol mundial esteja neste momento aí. À espera de ter ganho o suficiente em Paris para poder deixar o clube de forma “própria”.
Dentro de um mês, dentro de um ano ou dentro de dois anos. Mbappé será o próximo Ronaldo do Real Madrid. Está escrito. Resta uma incógnita: encontrará ele, como Ronaldo encontrou em Messi (e vice-versa) um adversário à altura?"

A mais-valia do VAR

"Agora que terminou o Mundial, é interessante analisar alguns dados divulgados pela FIFA relativos à arbitragem. A introdução do VAR foi a grande novidade, mas, ao contrário do que muitos diziam, o tempo útil de jogo não se reduziu. Pelo contrário, até aumentou em relação ao Brasil'2014: passou de 55 para 57 minutos. Comparando com a nossa Liga, onde cada revisão demora em média 74 segundos, no Mundial demorou acima dos 85 segundos. O número de reversões foi semelhante: uma decisão alterada a cada três jogos.
Em 64 jogos tivemos 455 lances verificados, o que dá uma média de sete por jogo. Foram revistos um total de 20 e apenas três não foram alterados pelo árbitro de campo. Em 17 situações, as imagens foram revistas no relvado. Das 20 decisões revistas, 15 foram relativas a lances de possível penálti. Só dois golos foram anulados por fora-de-jogo.
Um número muito interessante e que mostra a mais-valia do VAR, é que 99,3 % das decisões foram corretas. Não menos importante é que, sem o VAR, a média é pouco inferior (95,6%), o que demonstra da grande assertividade dos árbitros.
Houve apenas um amarelo por simulação e quatro vermelhos, nenhum por conduta violenta. Um dado que nos pode fazer concluir que o VAR acaba por ser dissuasor de maus comportamentos. No total, registaram-se 223 cartões amarelos - média de 3,48 por jogo -, na sua maioria devido à imprudência dos atletas. O número de penáltis mais do que duplicou em relação ao Brasil (de 13 para 29), sendo que nove deles foram assinalados após intervenção do VAR."


PS: Aquilo que a FIFA não publica, é o número de lances que deviam ter provocado a acção do VAR, e não foram analisados!

O melhor sítio do pelotão está longe de ser o ideal

"Um engenheiro belga, chamado Bert Bocken, professor nas universidades belga de Lovaina e holandesa de Eindhoven, concluiu com exactidão, com recurso a supercomputadores, superprogramas de análise de dados e simulação em túnel de vento com 121 bonecos em tamanho real, qual o melhor local para se estar num pelotão de ciclismo. E, para além do que nos diz o senso comum - que ir na roda de outro ciclista permite poupar energia! -, quantificou os ganhos consoante o posicionamento: por exemplo, ir na cabeça do pelotão, de cara ao vento, não é o mesmo que ir de cara ao vento mas sozinho, em fuga. O que puxa o pelotão faz 86% do esforço de um fugitivo, porque o estudo do engenheiro belga demonstra que a termodinâmica faz com haja uma pressão da roda dianteira do segundo ciclista do pelotão sobre a roda traseira do que vai na sua frente, ou seja, "empurra-a". O estudo foi ao ponto de determinar que na cauda do pelotão basta fazer entre 5% a 7% do esforço de quem vai na frente para manter a mesma velocidade.
Nestas etapas do Tour ditas de transição, entre Alpes e Pirenéus, neste caso, propícias a fugas ou a serem controladas pelas equipas dos sprinters que não desistiram, as formações dos líderes da classificação geral ou daqueles que aspiram a destroná-los podem dedicar-se a uma espécie de "repouso activo" - rolar sem ter o desgaste de puxar pelo grande grupo. Mas isso não significa que façam a "viagem" onde Bert Bocken diz ser o melhor sítio do pelotão - é que rolar na cauda significa estar exposto a toda uma série de riscos que quem discute o topo da geral dispensa bem, casos de cortes provocados por quedas ou furos ou uma mera aceleração na frente da corrida. Daí termos visto hoje a Sky, Movistar e Sunweb circular não na frente do pelotão mas logo atrás. Não no melhor sítio, mas no sítio ideal para fazer face a qualquer necessidade."

Pré-época de Champions

"Um Benfica de topo faz-se contra adversários de topo. É preciso ver o que não está bem para melhorar se queremos ir à Liga dos Campeões.

Os adeptos não gostam de ver os seus clubes perderem, nem em amigáveis de pré-época. No entanto, são bem mais inteligentes os clubes e treinadores que usam a pré-época para expor as fragilidades dos plantéis do que aqueles que se arrastam em vitórias balofas com clubes de divisões secundárias.
Nas últimas épocas vi muitas vezes o Benfica ter pesadas derrotas de pré-época a caminhar para enormes vitórias durante a temporada. Derrotas a tempo de se fazerem correcções ou de se adquirirem reforços rumo aos títulos são vitórias, não são derrotas.
Saber que vamos jogar contra Sevilha, Dortmund, Juventus e Lyon é para mim uma prova de qualidade e rigor na preparação de uma época. Um Benfica de topo faz-se contra adversários de topo. Por isso é bom jogar contra três adversários de top 10 do ranking da UEFA. É preciso ver o que não está bem para poder melhorar. É preciso um nível competitivo de topo para poder estar preparado para lá chegar. Se queremos estar na Liga dos Campeões, temos que fazer uma pré-época de Liga dos Campeões. O Sevilha, amanhã, em território suíço, é um desses degraus de preparação com o objectivo de conhecer e testar o Benfica 2018/19. As pré-épocas destinam-se a preparar épocas de sucesso, não se destinam a anestesiar ou enganar adeptos mais precipitados.
Há títulos que interessam pouco, são os dos jornais de Julho a Agosto.
Segunda-feira já temos sorteio da terceira pré-eliminatória da Liga milionária, onde desejo, por agora, fugir de Istambul (Fenerbahçe) e Moscovo (Spartak). Tirando estes adversários, qualquer outro é bom para um Benfica de qualidade nesta fase da prova. Esperemos não começar com sorte madrasta.
A França foi campeã do Mundo sem surpresa. Ganharam sem brilho e festejaram sem educação nem civismo.
Ronaldo é um jogador fantástico e, mesmo numa idade avançada, bate recordes mediáticos nas transferências e nas noticias. Pode dizer-se o que se quiser, mas esteve em grande nível na sua chegada e apresentação em Turim. Depois de United e Real Madrid, uma Liga dos Campeões pela Juventus fazia dele o melhor de todos os tempos. Pode até não conseguir (mais provável), mas só tentar já é de campeão, mesmo para mim simpatizante do Torino. Talvez por isso Ronaldo irá viver em Superga, na encosta mítica onde esbarrou o destino dos deuses, desses que ligam para sempre o Benfica e o Toro à história do futebol. Ronaldo sabe por onde passeiam os deuses."

Sílvio Cervan, in A Bola

Família...



PS: Com recado subliminar (ou nem por isso...) escondido, será?!