segunda-feira, 5 de março de 2018

Lixívia 25

Tabela Anti-Lixívia
Benfica ........ 62 (-4) = 66
Corruptos.... 67 (+11) = 56
Sporting .... 59 (+13) = 46

Mais uma vez, Soares Dias o salvador!!! Curioso como nas últimas jornadas o Soares Dias apitou 3 jogos dos Corruptos, todos com erros graves, em benefício dos Corruptos!!!
Mais escandaloso do que o facto de não assinalado o penalty óbvio sobre o Doumbia (0-0), só a tímida reacção dos Calimeros, que 'engoliram' e calaram!!!

Na Luz, o Hélder Malheiro - que estranhamente tem estado de fora das nomeações para os jogos dos 'grandes'! -, não é normal, um árbitro com 7 anos de 1.ª categoria ter tão poucos jogos com as principais equipas da Liga... esteve bem.
No final do jogo, foi elogiado por todos: de facto esteve bem no penalty sobre o Rafa, e esteve muito bem na forma como usou o VAR no lance do expulsão do Gamboa (ex-jogador da nossa formação!), mas... nos primeiros minutos, quando o resultado ainda estava em 'aberto' perdoou vários Amarelos a jogadores do Marítimo... só depois do 3-0, passou a apitar normalmente...
Um dos padrinhos do Malheiro na arbitragem é o Proença, portanto é preciso ter cuidado...!!!

Anexos:
Benfica
1.ª-Braga(c), V(3-1), Xistra (Verissímo), Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
2.ª-Chaves(f), V(0-1), Sousa (Tiago Martins), Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
3.ª-Belenenses(c), V(5-0), Rui Costa (Vasco Santos), Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Rio Ave(f), E(1-1), Hugo Miguel (Veríssimo), Prejudicados, Impossível contabilizar
5.ª-Portimonense(c), V(2-1), Gonçalo Martins (Veríssimo), Prejudicados, (4-0), Sem influência no resultado
6.ª-Boavista(f), D(2-1), Soares Dias (Esteves), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
7.ª-Paços de Ferreira(c), V(2-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
8.ª-Marítimo(f), E(1-1), Sousa (Godinho), Prejudicados, (1-2), (-2 pontos)
9.ª-Aves(f), V(1-3), Almeida (Vítor Ferreira), Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
10.ª-Feirense(c), V(1-0), Godinho (Xistra), Prejudicados, (2-0), Sem influência no resultado
11.ª-Guimarães(f), V(1-3), Soares Dias (Malheiro), Prejudicados, (1-4), Sem influência no resultado
12.ª-Setúbal(c), V(6-0), Godinho (Pinheiro), Prejudicados, Beneficiados, (8-0), Sem influência no resultado
13.ª-Corruptos(f), E(0-0), Sousa (Hugo Miguel), Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
14.ª-Estoril(c), V(3-1), Pinheiro (Manuel Oliveira), Beneficiados, Sem influência no resultado
15.ª-Tondela(f), V(1-5), Tiago Martins (Malheiro), Nada a assinalar
16.ª-Sporting(c) E(1-1), Hugo Miguel (Tiago Martins), Prejudicados, (5-0), (-2 pontos)
17.ª-Moreirense(f), V(0-2), Mota (Godinho), Nada a assinalar
18.ª-Braga(f), V(1-3), Soares Dias (Godinho), Prejudicados, (1-4), Sem influência no resultado
19.ª-Chaves(c), V(3-0), Esteves (Vasco Santos), Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado
20.ª-Belenenses(f), E(1-1), Paixão (Rui Oliveira), Nada a assinalar
21.ª-Rio Ave(c), V(5-1), Manuel Oliveira (Vítor Ferreira), Prejudicados, Sem influência no resultado
22.ª-Portimonense(f), V(1-3), Xistra (Rui Oliveira), Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
23.ª-Boavista(c), V(4-0), Tiago Martins (Malheiro), Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado
24.ª-Paços de Ferreira(f), V(1-3), Veríssimo (Esteves), Prejudicados, (1-7), Sem influência no resultado
25.ª-Marítimo(c), V(5-0), Malheiro (António Nobre), Nada a assinalar

Sporting
1.ª-Aves(f), V(0-2), Tiago Martins (Pinheiro), Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(1-0), Paixão (Hugo Miguel), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
3.ª-Guimarães(f), V(0-5), Hugo Miguel (Sousa), Nada a assinalar
4.ª-Estoril(c), V(2-1), Godinho (Tiago Martins), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Feirense(f), V(2-3), Soares Dias (Tiago Martins), Nada a assinalar
6.ª-Tondela(c), V(2-0), Manuel Oliveira (Tiago Martins), Nada a assinalar
7.ª-Moreirense(f), E(1-1), Godinho (Pinheiro), Beneficiados, (2-0), (+1 ponto)
8.ª-Corruptos(c), E(0-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
9.ª-Chaves(c), V(5-1), Rui Costa (Esteves), Beneficiados, Prejudicados (5-2), Sem influência no resultado
10.ª-Rio Ave(f), V(0-1), Sousa (Capela), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
11.ª-Braga(c), E(2-2), Xistra (Rui Costa), Beneficiados, (1-4), (+1 ponto)
12.ª-Paços de Ferreira(f), V(1-2), Tiago Martins (Xistra), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
13.ª-Belenenses(c), V(1-0), Almeida (Godinho), Nada a assinalar
14.ª-Boavista(f), V(1-3), Godinho (Vasco Santos), Nada a assinalar
15.ª-Portimonense(c), V(2-0), Capela (Xistra), Nada a assinalar
16.ª-Benfica(f), E(1-1), Hugo Miguel (Tiago Martins), Beneficiados, (5-0), (+ 1 ponto)
17ª-Marítimo(c), V(5-0), Xistra (Esteves), Nada a assinalar
18.ª-Aves(c), V(3-0), Pinheiro (Sousa), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
19.ª-Setúbal(f), E(1-1), Veríssimo (António Nobre), Beneficiados, Sem influência no resultado
20.ª-Guimarães(c), V(1-0), Godinho (Hugo Miguel), Nada a assinalar
21.ª-Estoril(f), D(2-0), Mota (Luís Ferreira), Nada a assinalar
22.ª-Feirense(c) V(2-0), Luís Ferreira (Manuel Oliveira), (1-0), Beneficiados, Sem influência no resultado
23.ª-Tondela(f), V(1-2), Capela (Esteves), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
24.ª-Moreirense(c), V(1-0) , Tiago Martins (Xistra), PrejudicadosBeneficiados, (0-0), (+2 pontos)
25.ª-Corruptos(f), D(2-1), Soares Dias (Pinheiro), Prejudicados, (2-2), (-1 ponto)

Corruptos
1.ª-Estoril(c), V(4-0), Hugo Miguel (Luís Ferreira), Nada a assinalar
2.ª-Tondela(f), V(0-1), Veríssimo (Malheiro), Beneficiados, Impossível contabilizar
3.ª-Moreirense(c), V(3-0), Manuel Oliveira (Tiago Martins), Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Braga(f), V(0-1), Xistra (Esteves), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Chaves(c), V(3-0), Rui Oliveira (Hugo Miguel), Nada a assinalar
6.ª-Rio Ave(f), V(1-2), Sousa (Godinho), Nada a assinalar
7.ª-Portimonense(c), V(5-2), Luís Ferreira (Sousa), Nada a assinalar
8.ª-Sporting(f), E(0-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
9.ª-Paços de Ferreira(c), V(6-1), Manuel Oliveira (Veríssimo), Beneficiados, (5-1), Sem influencia no resultado
10.ª-Boavista(f), V(0-3), Hugo Miguel (Tiago Martins), Nada a assinalar
11.ª-Belenenses(c), V(2-0), Veríssimo (Luís Ferreira), Beneficiados, (0-2), (+3 pontos)
12.ª-Aves(f), E(1-1), Rui Costa (Esteves), Nada a assinalar
13.ª-Benfica(c), E(1-1), Sousa (Hugo Miguel), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
14.ª-Setúbal(f), V(0-5), Tiago Martins (Rui Oliveira), Beneficiados, (0-3), Impossível contabilizar
15.ª-Marítimo(c), V(3-1), Mota (António Nobre), Nada a assinalar
16.ª-Feirense(f), V(1-2), Veríssimo (Paixão), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
17.ª-Guimarães(c), V(4-2), Soares Dias (António Nobre), Prejudicados, Beneficiados, (4-2), Impossível contabilizar
19.ª-Tondela(c), V(1-0), Godinho (Soares Dias), BeneficiadosPrejudicados, (2-0), Impossível contabilizar
20.ª-Moreirense(f), E(0-0), Luís Ferreira (Manuel Oliveira), Nada a assinalar
21.ª-Braga(c), V(3-1), Hugo Miguel (Almeida), Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
22.ª-Chaves(f), V(0-4), Soares Dias (Mota), Beneficiados, Prejudicados, (3-0), (+3 pontos)
23.ª-Rio Ave(c), V(5-0), Xistra (Rui Oliveira), Nada a assinalar
18.ª-Estoril(f), V(1-3), Vasco Santos (Luís Ferreira), Beneficiados, (1-0), (+3 pontos)
24.ª-Portimonense(f), V(1-5), Sousa (Hugo Miguel), Beneficiados, (1-4), Sem influência no resultado
25.ª-Sporting(c), V(2-1), Soares Dias (Pinheiro), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)

Jornadas anteriores:
Épocas anteriores:
2016-2017
2015-2016

Fernando Pimenta

Grande contratação para o Projecto Olímpico do Benfica. Fernando Pimenta já é o melhor canoísta português de todos os tempos, mas ainda tem muito anos pela frente...
A ambição que o Pimenta demonstra em todas as competições, encaixa perfeitamente no espírito Benfiquista... Mais um Benfiquista que irá lutar por medalhas em Tóquio-2020...

Simplesmente Jonas

"Já é difícil encontrar adjectivos que façam justiça a Jonas. Aos 33 anos, o brasileiro que há quase quatro anos o Benfica resgatou do desemprego continua a ser, é indiscutível, o melhor futebolística a jogar em Portugal - este ano com a concorrência de um enorme Bruno Fernandes. Não só pelos golos que marca - que seriam, por si só, argumento suficiente para colocá-lo no patamar dos melhores jogadores das águias -, mas também pelo muito que joga e pelo muito que faz a equipa jogar. Temos - não nós portugueses em particular, é assim em quase todo o mundo - uma tendência natural para olhar para o BI, como se os 30 traçassem, no caso concreto dos futebolísticas que não guarda-redes, à fronteira entre o apogeu e o inevitável começo do declínio. Mas depois olhamos para os números de Jonas e lembramo-nos de que se trata, afinal de preconceito sem grande sentido.
Aos 33 anos (é sempre bom repetir), Jonas está, talvez, na melhor fase da sua carreira. Na Liga faltam-lhe três golos para bater a máxima marca a nível de golos pelo Benfica - em 2015/2016 marcou 32 e, com nove jornadas por disputar, só um desastre poderá evitar que a supere. Por agora leva 30, uma média de 1,2 por jogo que faz dele o avançado mais eficaz da Europa, à frente de Messi, Cavani, Aguero, Salah, Kane e muitos ouros craques - seja, de forma natural, candidato à Bota de Ouro não fosse o caso de considerar-se (e com razão, há que admitir) mais fácil marcar golos em Portugal do que em Espanha, Inglaterra ou Alemanha.
Olhando para os números de Jonas fica também claro que grande parte da culpa do Benfica continuar na corrida ao penta é dele. Jonas é daqueles jogadores que garantem vitórias independentemente da táctica. Daqueles a quem se aplica o termo ele e mais dez. Não há, lembemo-nos, muitos assim -porque ter um destes por cá deve ser visto por todos os que gostam de futebol, como um privilégio."

Ricardo Quaresma, in A Bola

A exportação do modelo português

"O director desportivo português do PSG fez manchete no 'l'Équipe' com o tema da pressão sobre a arbitragem. Para nós? 'Déjà vu'...

Antero Henriques, director desportivo do Paris Saint-Germain (PSG), concedeu uma entrevista ao diário L'Équipe, no último sábado, onde é plasmada a filosofia lusitana para o pré-jogo, nos momentos importantes. O dirigente parisiense fez votos para que houvesse uma excelente arbitragem no PSG - Real Madrid da Champions, deixando implícitas várias questões subjacentes, nomeadamente as queixas dos franco-cataris no recente confronto com os merengues e, mais relevante ainda, a caótica arbitragem do Barcelona -PSG da época passada, que tanto penalizou a turma da Cidade Luz.
Sem quaisquer paliativos, passemos ao essencial. O que pretende Antero Henriques ao conceder esta entrevista ao L'Équipe? Colocar o foco, no Parque dos Príncipes, sobre a equipa de arbitragem, procurando evitar, na versão benévola, prejuízos e tentando, numa visão mais perversa, colher, através da pressão, algum benefício. Isto e mais nada.
Estamos, pois, perante a exportação do modelo português de condicionamento público das arbitragens (e quem, por cá, nunca tiver pecado, que atire a primeira pedra), a que a imprensa gaulesa acabou de aderir. Sim, quando o L'Équipe escolhe para manchete a frase: «Queremos Uma Arbitragem Excepcional» sabem bem ao que vai, como, quando e porquê. Uma vez mais, por cá, quem nunca tiver pecado, que atire a primeira pedra.
Cavemos um pouco mais fundo, nesta temática. Até que ponto é legítimo, a um clube como o PSG, que não faz parte da realeza europeia, criar condições que não inclinem o campo quando defronta um dos tubarões do Velho Continente? O trauma de Camp Nou, quando, há um ano (8/3/2017) perdeu por 6-1 depois de ter vencido por 4-0 em Paris, prejudicado por um trabalho inqualificável do alemão Deniz Aytekin, permanece vivo e remete-nos para outra questão. Até que ponto devem ser accionados mecanismos cautelares de protecção, seja do Caldas quando joga na Vila das Aves, do Tondela quando defronta o Sporting, do Belenenses quando joga contra o FC Porto ou do Estoril quando mede forças com o Benfica?

Nota final, em relação à UEFA, e ainda a pensar no que subjaz às declarações de Antero Henrique, lídimo representante do modelo português. Porquê a recusa do VAR? Têm medo de perder o quê?
(...)

Ás
Ivo Oliveira
Portugal não tem tradição nos grandes eventos de ciclismo em pista, daí a importância acrescida da medalha de prata de Ivo Oliveira nos Mundiais que se disputam em Apeldoorn, na Holanda, na prova de perseguição individual. Temos equipamentos, nomeadamente os bairradinos, que não têm de ser Elefantes Brancos...

Neste caso, como em todos: investigue-se!
«Você pode achar que estamos a mentir. Não faz sentido? É a sua opinião. Você pode ter uma opinião que não faz sentido. É legítimo»
Francisco J. Marques, entrevista à Sábado
A PJ vai apurar as circunstâncias de um pagamento do FC Porto ao Estoril, uma semana antes do jogo em que se defrontaram, na Amoreira. Investigue-se, apurem-se responsabilidades, estabeleçam-se inocências ou culpas. Pergunta: Porque se deve diabolizar, neste caso o anonimato e louvá-lo, por exemplo, no caso dos e-mails? Quem vive confortável com esta incoerência?

Bernardo que não é defesa-esquerdo...
O algarvio Cavém, histórico jogador do Benfica e do Benfica e da Selecção, foi bicampeão europeu jogando com o Barcelona (1961) a extremo esquerdo e com o Real Madrid (1962) a defesa direito. Bernardo Silva, brilha no City a extremo direito, depois de recusar ser, na Luz, defesa esquerdo. Mesmo os mais argutos, por vezes, falham.

E agora, Jesus?
Tudo aponta que o Sporting falhe, pela décima sexta vez consecutiva, o título nacional. Para Jesus isso significará três insucessos seguidos, num contexto de enorme ebulição do clube de Alvalade, mergulhado em promessas presidenciais de glória por concretizar. Qual é melhor opção estratégica de JJ? Apostar tudo na Liga Europa, uma via verde para a Champions? E quem estará mais confortável neste momento, Jesus, cuja competência não é contestada, ou Bruno de Carvalho, que está na antecâmara de falhar mais um objectivo leonino?"

José Manuel Delgado, in A Bola

Falemos de talento

"O pequeno génio do mundo do futebol que é Messi deverá ter resolvido, definitivamente, a questão do título espanhol. O Barcelona tem sido esta época, de muito longe, a melhor equipa. Pequenas escorregadelas aqui e ali deram alma ao Atlético de Simeone, mas o argentino pouco mais tem do que isso para combater o talento e milhões de um clube que é mais do que isso. Messi merece inteiramente mais um título. Tem feito uma belíssima temporada, divide sempre com CR7 as atenções do Globo e é um daqueles jogadores que temos o prazer de ver brilhar nos nossos dias. Somos privilegiados.
Há outro ‘Messi’ a dar cartas. E é português. Chama-se Bernardo Silva e deu ontem mais uma vitória a Guardiola. Em Inglaterra as dúvidas sobre a conquista do título eram menores, mas o craque fez questão de mostrar que o Manchester City não tem mesmo rival em terras de Sua Majestade. Parece fácil. Não é. É preciso ter jogadores que valem e custam ouro, mas depois saber guiá-los da melhor forma. É o que o técnico tem feito.
Jonas é outra estrela em destaque. Não da mesma galáxia de Messi ou Bernardo Silva, mas um dos maiores do nosso cantinho. Se o penta for uma realidade, muito a ele se deve.

PS: Astori. 31 anos. Deixa uma filha de dois. Leia as palavras de Buffon. Muito melhores do que as minhas."

Estranho badagaio o do Estoril

"O Estoril é um mistério. A equipa muda de treinador, ‘apaga’ uma má primeira volta e transforma-se: faz uns grandes 45 minutos com o FC Porto e fica a vencer por 1-0, vai empatar a Guimarães, ganha em casa ao Tondela e ao Sporting – aos leões, num jogo quase perfeito – e marca seis golos e não sofre nenhum em três jogos e meio. Ainda triunfa em Moreira de Cónegos antes de lhe dar o badagaio: derrotas em casa com o Belenenses e na segunda parte com o FC Porto, em Chaves e de novo no seu terreno, por goleada, frente ao Sp. Braga, não apontando um único golo e sofrendo 13 (!) nesses outros três desafios e meio – em que assinou exibições horríveis. Peço desculpa por só escrever uma singela frase: isto não é normal.
Seis derrotas na Liga dos Campeões? Eliminado das Taças da Liga e de Portugal? A cinco pontos do líder no campeonato? Tudo isso daria uma época arrumada, não fosse o Benfica isso mesmo, o Benfica. É impressionante o modo como os adeptos acorrem a apoiar a sua equipa e acreditam na conquista do penta. Eles sabem que isso apagaria tudo o resto...
Já os fãs do Sporting poderão ter entrado agora numa fase difícil, pelo cenário totalmente inverso. Os leões ganharam a Taça da Liga, estão nos ‘oitavos’ da Liga Europa, podem chegar à final da Taça de Portugal, ainda não disseram adeus ao título – uma derrota dos portistas na Luz relançaria a luta – e somam sucessos em várias modalidades. Mas ser campeão no futebol profissional é tudo o que o Sporting precisa. E enquanto isso não acontecer, não haverá sossego em Alvalade.
A oito pontos da frente, poderá Jorge Jesus fazer com que a equipa continue focada nos objectivos e com os níveis psicológicos em alta? É que do ponto de vista futebolístico a sensação com que fiquei é que se tivessem Gelson e Bas Dost, e com o FC Porto de sexta-feira, os leões teriam saído vivos do Dragão. Mas não vale chover mais no molhado: a cabeça no ar de Gelson afastou-o do clássico, e o homem que sabe tudo, ao manter o holandês em campo contra o Astana para além do que a prudência aconselhava, borrou o resto da pintura. Nada a fazer, viver é errar.
Não se trata da história clássica do homem rico e do homem pobre porque eles já estão ricos os dois e mais ficarão até ao final das carreiras. Mas se dá gosto ver jogar Bernardo Silva – e vê-lo marcar golos fantásticos – animado pela confiança e pelos elogios de Guardiola, é penoso ver a forma como André Gomes se arrasta em campo – e falha passes uns atrás dos outros – uma vez que o renovado apoio de Ernesto Valverde se apaga nos assobios que chegam das bancadas.
Não é o único caído em desgraça. Cedido pelo Inter, João Mário já é suplente, não utilizado, do West Ham, ou seja, espalhou-se ao escolher a Itália, hoje um cemitério para os jogadores portugueses, pois também Nani não se impõe na Lazio e André Silva não consegue ser titular no Milan. Veremos que implicações isso terá para os três, tão apertada se apresenta a concorrência para os nossos 23 do Mundial."

Quando aquilo que não controlamos não nos ajuda

"Escrevi neste mesmo espaço no início da época desportiva – assente também na história dos últimos quase 40 campeonatos – que dos três candidatos, aqueles que preenchiam os maiores requisitos para chegar ao título seriam Benfica e FC Porto.
A análise não teve em conta as centenas de informações que constam do plantel de cada um dos clubes, nem das características técnicas, tácticas e físicas de todos os jogadores que constituem cada um dos plantéis. Acima de tudo, a história dos campeonatos desde 1980 indica-nos que um treinador campeão não volta a repetir o feito noutro clube nacional.
A mesma história dá-nos dois grandes candidatos no que diz respeito ao perfil do treinador: aquele que cumpre a primeira temporada no clube; ou um que viva uma sequência de conquistas consecutivas.
Nada disto retira qualidade a Jorge Jesus e a entrega a qualquer um dos outros treinadores. Está, no entanto, comprovado que as nossas qualidades são maiores ou menores de acordo com aquilo que, na liderança, se chama vantagens e forças do contexto que perfazem a liderança situacional. É interessante perceber que há treinadores que conseguem mais sucesso sempre nos mesmos contextos, independentemente do clube onde estão, e que existem outros que apenas atingem esse mesmo sucesso no mesmo clube.
Os que conseguem sucesso em todos os clubes por que passam são muito raros, daí quase todos nós nos lembrarmos deles desde dos tempos da televisão a preto e branco.
Aquilo que um treinador não controla, se pensarmos bem, são dezenas de coisas. A um nível macro, um treinador não controla o calendário, o clima e os castigos das equipas adversárias. Não controla se os adversários chegam de uma semana com jornada europeia ou se a seguir ao jogo que preparam há jornada europeia. E, se calhar, não que goste do tema, não controla algo que cada vez tem mais impacto no desempenho: o imenso ruído que está à volta da competição, das equipas e que alguns treinadores conseguem potenciar. Uns mais, outros menos.
A um nível micro não controla se esse mesmo ruído é recebido pelos jogadores e como os mesmos reagem. Não controla, por exemplo, como é que o clube gere e lidera algumas temáticas próprias ou indirectamente relacionadas com o mesmo. Pensarmos que tudo isso passa ao lado de uma gestão de balneário – que cada vez recebe cada vez mais informação vinda de fora – é desprezar algo, que mesmo não controlando, temos de conseguir filtrar e gerir. A gestão do que não controlamos é, ainda por cima, por vezes mais complexa.
Na alta competição encontramos algo raro, dado que na normal sociedade passamos a vida a ouvir pessoas a desculparem-se do seu insucesso por algo que não controlam. É confortável e menos responsabilizador. Na alta competição os treinadores querem controlar e saber de tudo. Só isso lhes traz um mínimo conforto de poderem ser altamente competentes naquilo que dominam.
Voltando aos dados de que falei inicialmente no artigo, Jorge Jesus foi para o Sporting convencido que iria ser ele próprio a estrutura, pois levaria bons ensinamentos de como ser campeão. Se calhar, até seria o mais provável. Contudo, veio à superfície o perfil de liderança do presidente leonino e uma estrutura centralizada na sua pessoa. A história dá-nos constantemente ensinamentos de que não é possível coabitar com isso durante muito tempo. Vamos aguardar."

Competência com classe

"O Benfica voltou a estar a 5 pontos do FC Porto e distanciou-se do Sporting com mais uma goleada, desta vez frente ao Marítimo, numa manifestação de competência e classe que só pode ter deixado Rui Vitória muito satisfeito. O técnico teve, também ele, motivos para celebrar, pois não é todos os dias que se chega aos 100 triunfos por um só emblema. E depois há Jonas, esse bálsamo para quem gosta de bom futebol, com golos que vão do simples ao brilhante com a mesma facilidade de quem bebe um copo de água. Ontem era dia do brasileiro e o hat trick foi mais uma adenda a uma história de ouro que deixará ao serviço do Benfica.
Focado apenas na liga e sem distracções, o Benfica de Rui Vitória espera agora um deslize do FC Porto. Olha para cima e para baixo ao mesmo tempo, pois para além do título há a luta pelo acesso à terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. O clube da Luz depende de si próprio para alcançar esse objectivo. O penta é acreditar até ao fim. Ainda há muita Liga para jogar.
O comportamento dos leões no campeonato após a queda no Dragão é uma incógnita, pois as lesões são muitas e as competições várias. A gestão de Jorge Jesus e as prioridades da equipa ditarão muito da sua sorte. Talvez fosse hora de contar com todos. Nunca é tarde."

Maior proveito encarnado

"Depois das prestações do fim de semana, aproximam-se as finais.

Não podiam ganhar os três (grandes) numa jornada em que o polo de maior interesse se centrava no estádio do Dragão com a recepção ao Sporting, para quem este embate se apresentava como decisivo.
Ganhou o Futebol Clube do Porto, consolidando com a conquista dos três pontos correspondentes a sua posição de liderança, ao mesmo tempo que deixou mais para trás um dos concorrentes directos, o qual poderá ter-se despedido da ideia durante tantos meses alimentada de ser tornar campeão 16 anos após a sua última conquista.
Como tantas vezes acontece, o futebol voltou a não ser justo: pelo que exibiram as duas equipas durante noventa minutos e contadas as oportunidades registadas dos dois dados, a divisão de pontos talvez reflectisse melhor o que se passou no magnífico relvado portista.
Porém, a verdade, é que nada se compadece com sentimentos, uma vez que são apenas os resultados que contam.
Depois do excelente espectáculo, sob todos os pontos de vista, ficava em suspenso o jogo do dia seguinte, em que o Benfica iria comprovar se estava ou não em condições para prosseguir a perseguição ao líder e, ao mesmo tempo, afastar da luta pelo segundo lugar o seu maior adversário de Lisboa.
E, aqui, a previsão não saiu defraudada: em mais uma exibição de grande qualidade, o Benfica tirou todas as dúvidas que pudessem restar, e despachou os madeirenses com uma goleada das antigas, numa noite em que Jonas fez chegar a sua produção de golos às três dezenas.
Os números que ficaram da jornada são cruéis para o Sporting, pois recuperar nove pontos ao Futebol Clube do Porto parece ser tarefa inatingível. A miragem leonina fica-se agora pelo segundo lugar, especialmente importante dado permitir o acesso à Champions, o torneio dos milionários da velha Europa.
Para o Benfica, a diferença, cinco pontos, parece mais atenuada mas também difícil de superar, pelo que as nove jornadas que faltam para cumprir todo o calendário serão autênticas nove finais."