sábado, 10 de fevereiro de 2018

Vitória em Viana, na Luz!!!

Viana 0 - 3 Benfica
14-25, 14-25, 22-25

Sem grandes rotações, mais uma vitória... numa jornada 'trocada'!!!

Bruno Triolho, bondade e sátiras

"Cada um sabe de si e Nosso Senhor sabe de todos. Ora aqui está uma pérola da sabedoria popular. Aplica-se a tudo. Até a clubes de futebol. Cabe, assim, aos sportinguistas discutir a vida associativa do seu emblema e cabe aos demais, aos que não são sportinguistas, evitarem intrometer-se gulosamente nessa discussão alheia com juízos, bitaites e outras ingerências atrozes. Dos aspectos teóricos aos conteúdos mais informais, o momento associativo em Alvalade dispensa, certamente, as opiniões e as sentenças vindas do exterior. Técnicos de opiniões gerais de outras cores e mestres do 'achismo' parcial, abstenham-se de exibir toda a vossa sabedoria sobre revisões de estatutos que não vos dizem respeito, sobre o método de Hondt, seja lá o que isso for, e sobre convocatórias que não vos convocam para coisa nenhuma. Enfim, abstenham-se de perorar sobre a vida dos outros a quem nunca perdoam quando esses 'outros' cometem o mesmíssimo pecado da intromissão nos momentos mais azougados dos vossos e dos nossos clubes, tal como acontece frequentemente.
Sobre a alegada 'crise' no Sporting já disse, portanto, tudo o que queria dizer. Isto é, nada. Há, no entanto, duas questões absolutamente marginais à vida própria dessa instituição desportiva que, por isso mesmo, por serem de essência marginal ao Sporting, não me impedem de achar qualquer coisa, ainda que insignificante como irão de seguida constatar.
A relação da comunicação social com o presidente do Sporting é exemplo de uma sujeição bastante curiosa. Admite-se, por reverência e protecção devida à figura institucional do dirigente de um grande clube, que lhe corrijam por bondade e zelo os erros ortográficos na transposição dos seus escritos do Facebook para o papel impresso ou para as edições on-line. Mas interrogo-me por que razão não existe a mesma bondade da imprensa livre, a mesma protecção e o mesmo zelo – mais importante é o zelo! – quando trata de dar à estampa, publicitar e fazer ecoar listas com os nomes de meia centena supostos proscritos como se um procedimento destes fosse inocente, inconsequente e normalíssimo no ofício de bem informar. Não causa assim admiração a renúncia de Vasco Lourenço ao cargo que detinha no clube. Não foi para isto que ele fez o 25 de Abril.
Depois da ortografia, da comunicação social e da política, segue-se agora a questão do teatro. Lamentou-se o presidente do Sporting de ser vítima de sátiras nos palcos de Lisboa. O facto, em si, nada tem de espantoso. O que é espantoso, para quem desconhece os sintomas, é o facto de o autoproclamado presidente Bruno 'Triolho' não perceber por que razão é ele, e logo ele que se considera mais inteligente do que toda a gente, um alvo dessas chacotas teatrais.
Para terminar, uma breve consideração sobre mais uma jornada da Liga: Benfiquinha, não corras logo à noite em Portimão e vais ver o que te acontece."

O teste de Portimão

"O jogo que o Benfica fará amanhã em Portimão funciona como mais um 'teste de stress' quando nos preparamos para entrar, agora sim, no ciclo decisivo. A última deslocação do campeão com um grau de exigência semelhante a este foi a Braga - onde acabou por vencer bem. Para não deixar pontos no Algarve, frente a uma das equipas mais interessantes da Liga, o Benfica terá de ser, pelo menos, tão forte quanto foi na Pedreira. Tudo o que seja rendimento abaixo desse nível pode ser insuficiente.
Há uma coisa em que Rui Vitória tem insistido desde que chegou aos encarnados: nunca se sabe onde se ganham ou perdem os pontos decisivos. E é mesmo assim. Vejam-se os últimos deslizes: o Benfica tropeçou no Restelo (frente ao actual 12.º), o FC Porto em Moreira de Cónegos (diante do 15.º) e o Sporting na Amoreira (com o 17.º). Parecia fácil, não era?
Mesmo sabendo que os calendários nunca são tão acessíveis nem complexos quanto aparentam, a verdade é que as águias ficam em boa posição caso vençam. Depois do Portimonense restam 12 jornadas, sendo que 7 se disputam na Luz. O clássico de 4.ª feira, no Dragão 'disse' que não há, por agora, nenhuma equipa mais forte do que o Benfica. O principal candidato ao título, porém, continua a ser o FC Porto. Dois pontos a mais e um jogo a menos, parecendo que não, é muita coisa."

Drible driblado

"O Brasil é o país de Pelé, que além de inventar tabelinhas mitológicas com Coutinho ainda usava as pernas dos adversários para tabelar e driblar.
E de Garrincha, o anjo das pernas tortas, que chamava todos os rivais de João, porque tanto se lhe dava que fossem um desconhecido perna de pau do Bangu ou o mais endeusado central de uma selecção europeia: cedo ou tarde, acabaria fintado, talvez humilhado.
No Brasil, até um médio-defensivo, como Clodoaldo, teve o desplante de numa final de Mundial, a de 70, fazer uma pedalada e driblar ainda antes do meio-campo quatro italianos, em plena era do catenaccio, para dar início ao talvez mais icónico de todos golos colectivos da história.
Uma fotografia de Denilson, rodeado de quatro turcos a tentarem sem sucesso tomar-lhe a bola na meia-final do Mundial de 2002, tornou-se famosa.
Ronaldinho Gaúcho tinha um repertório de dribles riquíssimo. Romário só tinha um, a vírgula, mas resultava sempre. Ronaldo Fenómeno começou por usar a força para, depois de a perder, passar a concentrar-se na qualidade de execução. Robinho ainda hoje é chamado de rei da pedalada. Se o deixassem, a cada jogo Neymar fintaria o Louvre, a Torre Eiffel e o Cavani.
No país em que o quase anónimo Kerlon inventou a finta da foca – levar a bola na cabeça até ser travado, normalmente, em falta – há ainda especialistas em chaleiras, chapéus, dribles da vaca, canetas e elásticos, como Rivellino.
E o maior driblador do Brasil e do mundo, porém, não fez mais de 13 jogos como profissional do São Paulo: chama-se Falcão e a curta experiência no futebol de campo foi apenas um parentesis de uma carreira excepcional no futebol de salão.
Vem esta introdução a propósito de um levantamento da empresa Footstats publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em Novembro do ano passado que prova que a tradição brasileira do drible está a perder-se: segundo o estudo, apenas 3,8 fintas foram tentadas por jogo na Série A do Brasileirão de 2017, 2,6 delas (70%) com êxito. Em 2016, ano em que começou a contabilidade, os números já eram baixos mas não tanto – 4,2 tentados, 3,1 certos (72,2%).
Como não há dados do passado, o jornal pediu a protagonistas da época para “fazer as contas”: “Esse número de dribles por jogo de hoje eu tentava por ataque antigamente”, diz o habilidoso Edu, que fez 584 jogos pelo Santos, de 1966 a 1978 e participou nos mundiais de 66 (com 16 anos), 70 (campeão) e 74.
Zé Sérgio, ponta driblador do São Paulo do início dos anos 80, lembra que no seu tempo, se não tentasse um drible a cada jogada, era vaiado. Rivellino acrescenta que hoje, pelo contrário, quem tenta um chapéu ou uma caneta, é acusado de desrespeitar o rival. “O futebol usa muito computador mas computador não dribla nem faz golo”, diz entretanto o antigo “goleirão” e treinador Emerson Leão.
Mas os números, os tais números, parecem dar razão às equipas que privilegiam o passe como principal fundamento do ataque em vez do tal rasgo individual capaz de derrubar uma marcação individual ou de torcer um esquema táctico, outrora a imagem de marca dos jogadores brasileiros. Basta notar que o clube que mais acertou dribles por jogo - 3,3 – foi o Atlético Goianiense, que acabou isoladíssimo na lanterna vermelha. E que Bruno Henrique, o ousado ala do Santos que mais “um contra um” tentou de todos os participantes no Brasileirão, não foi sequer cogitado para a seleção brasileira do organizadíssimo Tite, apesar dos 16 golos ao longo do ano.
Num momento em que as mais recentes estatísticas revelam que no mundo, incluindo nos Estados Unidos, nunca se comeu tão poucos hamburgueres, e que até em Cuba se fuma cada vez menos, talvez faça sentido que por todo o globo, até no Brasil, haja um refluxo do drible. Filosofando, tal como uma dentada num Big Mac ou uma baforada num Cohiba são hábitos eventualmente saborosos mas medicamente não recomendados, os pensadores do futebol de hoje sentem que, na era da zona, do passe e da pressão, o drible é arriscado para a saúde das suas equipas.
Ou então, os dribladores estão a tornar-se uma daquelas espécies em extinção, como os oleiros, artistas do barro, ou os tapeceiros, artistas dos tecidos. O tempo o dirá. Até lá, nada como ver imagens antigas de todos os génios da finta, brasileiros ou outros."

Época em jogo em Portimão

"Percebo a agrura dos meus amigos do Sporting. Nem nos melhores sonhos dos rivais se conseguiria estragar tanto.

O Benfica venceu o Rio Ave de forma categórica, mas não se livrou de uma valente susto na primeira parte. Grande reviravolta, num jogo de inegável qualidade, com óptimos indicadores, uma vez mais, de Zivkovic. Nesta fase já não se deve perguntar se joga, mas antes onde joga o jovem talento.
Agora vamos ao Algarve testar as nossas ambições. O jogo em Portimão é, exceptuando Alvalade, o mais difícil até ao fim do Campeonato. Teremos todos os alçapões, até porque os adversários sabem que se vencermos seremos candidatos até ao fim. Sábado não jogamos três pontos, jogamos as aspirações de uma época.
Não gosta, por sistema, de falar dos adversários e dos seus problemas internos. Com uma picardia ou outra dentro das regras da rivalidade, nunca me pronunciei sobre questões internas dos rivais. Mas, neste momento, vejo a agrura dos meus amigos sportinguistas, e percebo-a. Numa altura em que o Sporting ganha a Taça da Liga, o Benfica empata no Restelo, o FC Porto perde pontos em Moreira de Cónegos, o Sporting assume a liderança do campeonato ao minuto 86 contra o Vitória, o presidente do principal rival vê-se envolvido num processo judicial mediático, o que faz a liderança leonina? Realiza uma assembleia-geral desastrosa, cria um clima de guerra civil, não vence o vento da Amoreira, congela no frio do Dragão uma Taça de Portugal, lança uma chantagem sobre os sócios e desabafa estados de alma no Facebook. Nem nos melhores sonhos dos rivais se conseguiria estragar tanto em tão pouco tempo.
Os sportinguistas transitam do sonho do conseguir quase tudo para o receio do conseguir quase nada. Nesta fase, os sportinguistas percebem que Bruno de Carvalho tem mais facilidade em vencer assembleias-gerais do que campeonatos. Bruno de Carvalho tem mais popularidade que Marcelo Rebelo de Sousa, tem o apoio de mais de 80 por centro dos sportinguistas e mais de 95 por cento dos rivais.
O mal de outros não me alegra, quero apenas vencer em Portimão, essa é a vitória que nos aproxima o sonho da realidade. A nossa realidade é feita de factos, somos tetra e queremos ser penta, temos 36 títulos de Campeões Nacionais e queremos 37."

Sílvio Cervan, in A Bola

Vitória...

Benfica 9 - 1 Grândola

Obrigação cumprida, a caminho dos Oitavos-de-final da Taça de Portugal.

Ganhar em Portimão

"Há que reconhecer a persistência dos detractores do Benfica. É formidável como se notabilizam pela sua imaginação fértil, não bastas vezes distorcendo a realidade para que esta vá ao encontro das suas pretensões. Por exemplo, sobre a goleada imposta ao Rio Ave, houve quem tenha alegado a sorte de o Benfica ter empatado a partida quase imediatamente após o reatamento da segunda parte, tentando desvalorizar assim, implicitamente, a brilhante segunda parte da nossa equipa. É um argumento canhestro, por várias razões, que não passa de uma mera tentativa vã e ridícula de escamotear algo que me parece evidente e que já não há quem ouse negar: O Benfica está bem vivo na luta pelo título. Aparentemente, é surpreendente... Vejamos, há três ideias fortes que nos têm sido vendidas desde o início da época. O Benfica desinvestiu, Rui Vitória é limitado e o plantel à sua disposição não tem qualidade para lutar pelo penta; O FC Porto apresenta uma capacidade nunca antes vista para impor uma dinâmica no jogo que impossibilita os seus adversários de respirarem, quanto mais de lutarem por um pontinho que seja: O Sporting tem um plantel recheado de grandes jogadores orientados pelo mestre da táctica e potenciador mor de talento.
Como explicar então que o Benfica, este Benfica debilitado por diversos problemas físicos de jogadores fundamentais, possa acalentar, à 22.ª jornada, a renovação do título? Não serei eu a explicar-lhes. Que continuem a encontrar refúgio para os seus insucessos na diabolização do Benfica ao invés de se consciencializarem do nosso mérito, que só nos ajudarão. Quanto a nós, lutaremos sempre pelos três pontos. É o único caminho!"

João Tomaz, in O Benfica

Vamos ao circo

"Imaginem que eu não poderia escrever aqui que não concordo com a forma como o Sport Lisboa e Benfica geriu a sua comunicação durante esta época. Ou que não poderia utilizar o meu Facebook para dizer que prefiro ver o Zivkovic no lugar no Krovinovic. Ou que não poderia ir à BTV e dizer que a primeira prioridade do SL Benfica deve ser abater o seu défice. Imaginem que eu tomaria uma destas posições - como tomo - e depois a direcção do meu clube me passaria, a ver como uma persona non grata.
Agora imaginem que estão em casa, tranquilos, a ver televisão ao fim da tarde e o vosso presidente aparece nos ecrãs a assustar-vos: - 'Eu ou o caos'. Ou que o mais importante dirigente do SL Benfica se refira a vocês - e a mim - com insultos, linguagem grosseira e ameaças. E até vos acenaria com a expulsão de sócios. E vos trataria como atrasados mentais e só vos aceitaria se dissessem que sim a tudo e mais alguma coisa, pedindo-vos poderes quase absolutos e restringindo de forma vergonhosa a vossa liberdade de expressão e os vossos movimentos dentro do universo do nosso clube. Ou que o nosso líder utilizava o cargo para benefício pessoal, para expor a sua vida privada, para anunciar momentos relevantes familiares ou para vos prometer um pote de ouro no fim do arco-íris.
Já imaginaram? Então podem ficar descansados. Isto é o Benfica. Aqui sabemos tratar democraticamente dos nossos loucos. E já tivemos o nosso calvário. Os outros que se amanhem enquanto assistimos à novela desde o cadeirão."

Ricardo Santos, in O Benfica