sábado, 27 de janeiro de 2018

Líderes...

Sp. Tomar 2 - 5 Benfica

Começamos a sofrer um golo de penalty nos primeiros segundos do jogo (a existir falta seria sempre fora da área...), mas acabámos por dar a volta antes do intervalo...
No 2.º tempo após uma agressão que o Miguel Rocha sofreu, transformada em falta contra o Benfica, a equipa desconcentrou-se, e acabámos por sofrer um golo (2-3), deixando o jogo em aberto...
Só nos últimos 3 minutos, atingimos a tranquilidade...

Vitória, com um percalço !!!

Benfica 3 - 1 A. Espinho
25-14, 25-15, 22-25, 25-16

O objectivo era de 'poupar' jogadores para a eliminatória Europeia, mas o 3.º Set acabou por ser demasiado mau... especialmente as acções do Mrdak que acabou por contaminar o resto da equipa! O Sérvio começou a época dando maus sinais; depois fez alguns jogos onde parecia estar a melhorar; mas o rendimento voltou a 'cair' a pique... Sem o Gaspar, a equipa perde muita qualidade...

O novo substitui o velho? Sim, talvez, mas calma aí...

"Ainda que entradote na idade e, por isso mesmo, já esfumada aquela verve que lhe foi tão preciosa nas batalhas contra o Terreiro do Paço, deu-nos o presidente do FC Porto esta semana – a semana em que pelo décimo ano consecutivo se conseguiu "ver livre" de mais uma Taça da Liga – prova cabal de que em matéria de bom senso e de agilidade mental nada tem a temer no confronto directo com o seu anunciado sucessor Francisco José Marques. O funcionário em questão será, em função das circunstâncias, um bom director de comunicação do FC Porto mas, realmente, tem de contratar com urgência um director de comunicação para si próprio se quiser avançar para a presidência.
É que este Francisco, sendo umas boas décadas mais jovem do que o presidente do FC Porto, saiu-se esta semana com uma frase de índole autopromocional – "no futebol português tem de haver um Chico esperto" – que, certamente, nem como slogan lhe renderá proveitos. Porque se é para ser "esperto" que se candidata, com franqueza, apenas "esperto" é, enfim, coisa pouca.
Esperto a valer foi o ainda Pinto da Costa quando a imprensa – ávida de sururus e nostálgica daquelas tiradas "com a ironia do costume" (tão século XX!) – quis saber a sua opinião sobre o modo e, sobretudo, os modos com que o presidente do Sporting celebrou na tribuna VIP de Braga a grande penalidade convertida por Bryan Ruiz que colocaria a sua equipa na final da Taça da Liga. Ao contrário de qualquer Chico esperto intelectualmente capaz de dedicar a semana que antecede a visita do Benfica ao Restelo a insultar de alto-a-baixo "Os Belenenses", o presidente do FC Porto sabe dar importância às urgências do momento e sabe dar valor à utilidade prática de um parceiro institucional por mais idiota que se apresente aos olhos vesgos de escrutinadores parciais.
Frustrando os intentos sensacionalistas dos jornalistas, e mantendo com firmeza o rumo da estratégia traçada, disse Pinto da Costa não estar ali "para dar lições" a ninguém. Isto, sim, é de estadista consciente da sua obra, do seu currículo, do seu legado. No dia – que venha longe! – em que o presidente do FC Porto quiser e puder "dar lições", aí sim, vamos ter o caldo entornado.
Na semana passada, como estarão recordados, nasceram e morreram milhões de especialistas instantâneos em estruturas de betão e esta semana, para variar, foi a vez de milhões de especialistas instantâneos em leitura labial surgirem do nada e para nada. O Tiquinho já pediu desculpa ao treinador que de tão traumatizado que ficou nem conseguiu ver os penáltis. O Coentrão não pede desculpa a ninguém porque, segundo explicou, é "um homem" e não "uma máquina". Mas está equivocado. É uma máquina. Se fosse um ser humano tinha sido expulso em Setúbal e em Braga. Agora, francamente, expulsar uma máquina…"

Mais longe do título e mais tristes

"Não é verdade que haja sempre um 'Manel' capaz de substituir um lesionado. Só Jonas é mais difícil de substituir do que Krovinovic.

A vitória sobre o Desportivo de Chaves teve sabor amargo. Mesmo depois de uma boa exibição e um de resultado inequívoco, na cabeça dos benfiquistas só havia espaço para lesão de Krovinovic. Fez magia no passe do primeiro golo para Jonas, rouba a bola e lança a jogada do segundo golo de Jonas, esteve sempre bem e em todo o lado e até depois de lesionado esteve soberbo a marcar encontro com os colegas no Marquês de Pombal. Com o resultado decidido, numa bola sem nenhum perigo, uma lesão de gravidade afasta um dos co-autores da reviravolta exibicional do Benfica esta temporada. Ganhámos ao Chaves e ficámos mais longe do título e mais tristes. Não é verdade que haja sempre um Manel capaz de substituir um lesionado com esta classe e influência, embora seja missão dos treinadores fazer crer que sim. Neste Benfica só Jonas seria mais difícil de substituir do que Krovinovic e todos os benfiquistas sabem isso. No meu exercício de treinador de bancada, diria que era Pizzi quem melhor faria o lugar de Krovinovic, mas, ainda assim, ficaria a faltar alguém para fazer de Pizzi. É contigo Rui Vitória, resolve-nos lá mais esta! O lema terá que ser mais uma dificuldade, mais uma superação. Vai ser preciso ainda mais alma, querer, competência e ambição para superar esta dificuldade.
Na próxima segunda-feira contra o Belenenses, estão em jogo três pontos, um modelo de jogo e a aspiração ao 37.º título por parte do Benfica. De repente ficou de enorme importância a deslocação a Belém, não para ver a aspiração Benfica nascer mas para ver a ambição Benfica renascer. Diga-se que, ali mesmo, ao lado da Farmácia Franco seria o local ideal para fazer algo de especial. Esperamos ter um Benfica no Restelo capaz de dobrar as tormentas e muito apoiado pelos adeptos que nunca faltam e nunca fraquejam.
Na passada quarta-feira jogou-se em Braga uma meia-final de uma das mais importantes e prestigiadas competições. Um presidente aos saltos na tribuna presidencial, um treinador que não consegue ver a marcação dos penalties e abandona o relvado rumo ao balneário só acontece nas disputas das mais importantes provas. Parabéns ao vencedor da presente edição da Taça da Liga. Destas taças que muitos almejam pela primeira vez a sua conquista, temos cá sete no Cosme Damião."

Sílvio Cervan, in A Bola

Vitória na Madeira

CAB Madeira 72 - 76 Benfica
21-20, 20-14, 13-18, 18-24

Jogo complicado, contra um adversário difícil, que quando tem todos os jogadores disponíveis, é uma das equipas mais fortes da Liga...

Continuaremos na luta

"É opinião generalizada (e acertada, do meu ponto de vista) de que houve um Benfica pré e outro, para muito melhor, pós-Krovinovic. Mas se me parece indiscutível que o jovem croata se revelou uma peça fundamental na melhoria substancial da produção futebolística da nossa equipa, já me parece abusivo considerar-se que tal se deveu unicamente à sua enorme capacidade técnica e táctica. A alteração de sistema foi fundamental, face ao rendimento titubeante de Pizzi e às dificuldades de Jonas, na primeira metade desta época, para ser, simultaneamente, o principal concretizador e criador das manobras ofensivas. Pizzi passou a jogar apoiado no meio-campo, o que o libertou de algumas responsabilidades ofensivas e, sobretudo, reduziu-lhe o espaço que lhe cabe nas tarefas defensivas. Jonas, por seu turno, ganhou liberdade de movimentos e, curiosamente, por jogar sem um jogador mais fixo ao seu lado, tem beneficiado de mais espaço na área contrária. Krovinovic revelou-se o apoio ideal a Pizzi e demonstrou a importância de dar seguimento a todas as jogadas, não só pela intencionalidade ofensiva, mas também por raramente perder e posse de bola, evitando assim desequilíbrios defensivos. A mudança de sistema beneficiou também os extremos e laterais pois passaram a rarear as situações de inferioridade numérica junto às linhas. Porém, entretanto, a equipa, como um todo, subiu de forma, reencontrou-se com o seu objectivo principal, o penta, pois é notório que os níveis anímicos estão mais elevados. Neste momento, é bastante mais fácil para João Carvalho ou Zivkovic (acredito que seria uma boa opção) assumirem as despesas que têm estado a cargo de Krovinovic do que teria sido há uns meses..."

João Tomaz, in O Benfica

Rainhas do Drama

"Primeiro era porque o SL Benfica tinha vendido jogadores importantes e esta época não ia render nada. E ganhámos a Supertaça. Depois foi porque a equipa estava cansada e os outros é que eram espectaculares. E esqueceram-se de que somos Tetracampeões.
A seguir, vieram as eliminações das taças internas e das provas europeias e os adversários saltaram de contentes porque o Glorioso estava afastado de tudo. Antes do jogo com eterno terceiro classificado do campeonato português, vieram as acusações de que o Benfica não tinha fio de jogo, nem treinador com capacidade para dar a volta ao atraso na classificação do campeonato. E veio um baile da bola. E mais três seguidos: Moreirense, Braga e Chaves. Notas artísticas, elogios públicos, tudo sem espinhas, como dizem os comentadores que interessam: nós, o povo. Agora é a lesão de Krovinovic. E lá vem a esquizofrenia colectiva dizer que, a um ponto do segundo e a dois do primeiro, estamos arrumados. Mas será que dá para paragem com a histeria? A história - recente e antiga - do Sport Lisboa e Benfica é da superação. Já ficou mais do que provado que os nomes pouco interessam, porque há sempre alguém que surge a substituir e a marcar a diferença. Sim, o miúdo Krovinovic é craque e tem feito um excelente trabalho no meio-campo da equipa. E então? A única coisa que podemos fazer é dar-lhe força e ajudar a cumprir o seu desejo de nos encontrarmos no Marquês. Temos banco, temos vontade, temos mentalidade, temos tudo para chegar ao Penta. Deixem-se de dramas e de invenções, por favor. Mais respeito pelo plantel.
E um abraço Krovinovic, põe-te bom depressa porque fazes falta ao futebol e ao clube. Tu e todos os outros que vestem a nossa camisola."

Ricardo Santos, in O Benfica

Um artista maior que os outros

"O que têm em comum Beethoven, Bach, Mozart, Vivaldi, Schubert e Chopin? A resposta é fácil: todos eles pertencem ao leque de mais talentosos compositores de todos os tempos. E para além disso, o que têm estes músicos em comum? A resposta é ainda mais fácil: nenhum deles foi capaz de conceber uma única melodia mais apaixonante e suave do que Jonas.
Aquilo que Jonas faz a cada fim de semana é humilhar estes pobres rapazes da música clássica. A 9.ª sinfonia de Beethoven não passa de um 'Chupa, Teresa' ao lado do golo de Jonas ao Chaves. Harmonia não é misturar drama e ternura numa partitura. Harmonia é ganhar espaço à entrada da área com uma subtil simulação e pontapear um objecto esférico contra um conjunto de redes protegidas por um privilegiado que assiste de bem perto a tamanha astúcia. Uma das singularidades da Língua Portuguesa é a sua riqueza flexível. A variedade e elasticidade de palavras que nos permitem dizer exactamente o mesmo da mais variada forma. Ainda assim - e apesar de ter percorrido dez vezes o dicionário à procura de resposta - não há uma palavra capaz de descrever Jonas. Uma! Mas o que é isto? Os cientistas da Linguística andam a dormir? Há quem se envergonhe de ser português devido à falta de transparência política. Eu tenho vergonha de ser português porque ainda ninguém inventou uma palavra que faça juz à genialidade de Jonas.
Deus é injusto. O que fez Krovinovic para merecer esta lesão? Se foi pelo egoísmo de não deixar os adversários tocaram na bola e passá-la só aos amiguinhos, eu assumo aqui publicamente que já cometi atrocidades bem piores. Senhor Deus, teria sido mais justo castigar os ligamentos do meu joelho. Eu preferia."

Pedro Soares, in O Benfica

9x9=81

"Há casos em que os números falam por si. Não porque imperam hoje na comunicação, mas porque se trata de pessoas, de vidas concretas que a solidariedade benfiquista tocou. Estes números contam uma história: a pequena história da Fundação dentro da grande história do Benfica imenso.
No primeiro nove contam-se os anos do nascimento, da ideia do Presidente, da criação pelos pioneiros, dos primeiros passos dados e da construção do sonho até ao ponto, de crescimento, em que hoje nos encontramos. Pelo meio fica a experiência extraordinária de desbravar os primeiros caminhos, identificar objectivos, chamar parceiros, experimentar projectos, corrigi-los e fazê-los ganhar escala. 'Para ti Se não faltares!', 'KidFun - Educação para Valores', 'Benfica Faz Bem', 'Desporto Adaptado', 'Walking Football', não eram mais que ideias numa folha branca e são hoje parte da vida de tantos e tantos portugueses...
No segundo nove contam-se os lugares do Universo Benfica a que a Fundação já conseguiu chegar, cumprindo Portugal à maneira de Pessoa, fazendo da nossa Língua a nossa Pátria e ligando, pelo sonho e pela identidade, latitudes e hemisférios de Lisboa à Gorongosa, do Haiti a São Tomé e Príncipe.
No produto deste trabalho, 81, contam-se as vidas, de corpo e alma, que são a nossa razão de existir.
Das crianças e jovens aos mais idosos, das cidades aos campos, das paixões clubísticas ao cultivo da tolerância entre os diferentes, das famílias às instituições, do Exercito aos estabelecimentos prisionais, o Benfica está onde tem de estar e deu a honra desse trabalho à Fundação.
Obrigado, Benfiquistas!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Ti Si Prvak

"Tudo estava a correr bem. O Benfica ganhava folgadamente, e aproximava-se dos rivais na classificação. Parecia encontrada a equipa-tipo, onde um jovem croata, ao fim de uma parca dezena de jogos, se tornara peça-chave, e símbolo da recuperação competitiva dos encarnados. Krovinovic chegara aos 89 minutos desta partida como um dos melhores em campo. Talvez o melhor, não fossem os dois golos de Jonas. Com um pulmão inesgotável na recuperação de bolas em zonas adiantadas, com uma precisão de passe ao nível da perfeição, com uma leitura de jogo digna de craque, o jogador contratado ao Rio Ave era uma das grandes revelações da temporada. Um médio de grande classe, como o Estádio da Luz sabe apreciar.
Pudéssemos voltar atrás no tempo, e ter-lhe-íamos gritado para que deixasse aquela estúpida bola sair. O jogo estava ganho, e disputava-se a meio-campo. Mas Krovi tem o sangue dos campeões, e não dá um lance por perdido, mesmo quando tem de desafiar as leis da física.
O joelho cedeu. A temporada acabou para ele. O sonho de estar no Mundial esfumou-se. O futebol, como a vida, traz-nos obstáculos, por vezes cruéis, dos quais temos de saber reerguer-nos. Aos 22 anos, Krovinovic está a tempo de ganhar muitos títulos, de fazer uma grande carreira, como a sua qualidade futebolística impõe.
E a equipa vai certamente encontrar soluções. Em 2013-14 ficámos sem Salvio. Em 2014-15 ficámos sem Fejsa. Em 2015-16 ficámos sem Luisão. E em 2016-17 estivemos meia temporada sem Jonas. Do azar fizemos forças, e tudo acabou em festa.
Agora vai ser igual: estaremos no Marquês com Krovinovic, e por Krovinovic."

Luís Fialho, in O Benfica

O Atletismo

"Semana após semana, continuam as conquistas do Sport Lisboa e Benfica. Depois do Futsal, seguiu-se o Atletismo. No passado fim-de-semana, em Pombal, as nossas equipas masculina e feminina de Juniores escreveram mais duas páginas brilhantes. Superiormente orientados pela professora Ana Oliveira, mais de meia centena de jovens talentos conquistaram o Campeonato Nacional em Pista Coberta. A equipa masculina alcançou o 8.º título consecutivo. Quanto à nossa equipa feminina, fez o tricampeonato O que mais impressiona nestes resultados é a política do Sport Lisboa e Benfica. Tal como acontece em todo o Clube, a aposta na formação continua a ser uma das principais bandeiras. Quem vê os atletas do Glorioso em pista sente orgulho na forma como representam o nosso emblema e, sobretudo, o espírito colectivo. A professora Ana Oliveira e toda a estrutura que lidera são os principais responsáveis por esta forma de estar.  Sublinho que alguns atletas se têm sacrificado nestas competições, apesar de não estarem a 100 por cento. Como se trata de provas em que todos os pontos contam, alguns dos nossos atletas são verdadeiros exemplos de dedicação, determinação e espírito de sacrifício. A forma categórica como as nossas equipas bateram o eterno rival Sporting diz tudo acerca da qualidade dos nossos talentos. Destaque especial para três recordes nacionais. Manuel Dias, no Heptatlo, é um nome a reter. Tal como devemos pôr os olhos em dois quartetos - Delvis Santos, David Reis, João Geadas e João Coelho; e ainda Gisela Cruz, Delphine Nkansa, Érica Grangeia e Patrícia Rodrigues. Estes oito talentos bateram os recordes nacionais nas estafetas 4x200 metros."

Pedro Guerra, in O Benfica

Mais pernas. E mais cabeça

"Durante milhares de anos, a competição desportiva era essencialmente interpretada apenas a partir dos aspectos positivos mais simples, subjacentes à prática física: a manutenção e salvaguarda das capacidades físicas do indivíduo, o ânimo próprio que leva à superação individual, a concorrência directa com o outro, o esforço conjugado no seio das equipas para o vitória colectiva sobre opositores e, por fim, o reconhecimento e glorificação pública dos vencedores, com a inevitável projecção da imagem do campeão sobre o ego do espectador passivo.
Todavia, nos tempos modernos, a formidável pressão mediática potenciada pelas transmissões directas da rádio e da televisão não só desenvolveu exponencialmente o interesse e o consumo dos públicos relativamente aos eventos desportivos, como lhes carreou colossais investimentos publicitários, tendo provocado o dramático sobredimensionamento daquele último factor - o da glorificação - no paradigma em que as sociedades definem agora todo o processo desportivo.
Do saudável exercício físico-somático inicial, em que o Homem fundamentalmente desfruía de si próprio e da Natureza, aos restritos campos de jogos fechados em parques e pavilhões baptizados por regras, e às competições universais organizadas e aos seus grandes eventos mediáticos, decorreram séculos e séculos. Mas bastaram apenas quatro ou cinco décadas para que chegássemos onde hoje estamos, podendo dizer-se, sem erro, que toda a epifenomenologia envolvente do Desporto parece muito mais influente do que o esforço e o exercício primordiais do Atleta. Os conflitos em torno do Desporto que agora vivemos nas bancadas e nos sofás (e nos corredores da Justiça...) até aparentam ser mais determinantes e são, certamente, muito mais escandalosos do que os desafios em campo. Mas, na verdade, não vale a pena iludirem-se os ingénuos e os corrécios, porque, nos registos finais, não é assim que fica escrito: como dantes, como sempre, só ganha, mesmo quem tiver mais pernas. E mais cabeça.

PS: Quero deixar aqui um grande abraço solidário ao jovem Filip Krovinovic: sê forte e não desesperes, porque, felizmente, estás no Benfica e, aqui, todos juntos, sabemos esperar por ti!"

José Nuno Martins, in O Benfica

Direito à opinião

"Ainda bem que temos direito à diferença de opiniões. A análise a um jogo de futebol pode ter várias abordagens, nem sempre temos acesso a toda a informação mas podemos sempre comentar o que vemos dentro das quatro linhas. Só que uns olham para o jogo e não vêem o mesmo que outros. É perfeitamente normal, as nossas vivências e experiência são diferentes. A emoção com que se aborda o jogo, o desconhecimento de muitas das variáveis e o bom senso, ou falta dele, são três factores determinantes para muitas falhas evidenciadas por quem critica os intervenientes no jogo. As questões técnicas, tácticas e físicas têm uma abordagem diferente das psicológicas. Nas primeiras, as opiniões, são normalmente mais peremptórias, a certeza de que o problema é técnico, táctico ou físico ganha certezas que não acontecem quando se abordam os problemas de ordem psicológica. Estes são entendidos, muitas vezes, como desculpas para o insucesso. Poucos são os que entendem que estas condicionam todas as outras. Há muitos exemplos, mas teimam em não lhes dar a devida importância.
Por outro lado as questões fisiológicas, fundamentalmente as relacionadas com a recuperação entre jogos, têm hoje uma importância decisiva no rendimento das equipas. As viagens e as condições em que as mesmas se fazem, e a habituação a um ritmo competitivo mais intenso, são, por exemplo, dois factores que influenciam essa mesma recuperação. As condições estruturais marcam uma diferença fundamental entre os competidores de uma mesma prova. A exigência é cada vez maior, e quem não acompanha este desenvolvimento fica irremediavelmente para trás. Há uns anos falava-se de treino invisível, uma excelente forma de referir a importância das condições em que se processa a recuperação entre treinos e jogos. Claro que a maioria só comenta os jogos, sem perceber o que de facto é invisível."

José Couceiro, in A Bola