quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

No final, só pode haver um vencedor

"Não é fácil encontrar uma época como a actual, em que, na viragem do ano civil, os principais campeonatos já estão decididos. É assim em Espanha; em França; na Alemanha; e em Inglaterra. Dúvidas só na corrida a dois entre Juve e Nápoles em Itália e, em Portugal, onde três equipas alimentam ambições realistas de alcançar o título.
Em condições normais, este contexto seria revelador de que a Liga NOS era disputada e competitiva. No entanto, está montado um cenário tal que a sensação com que se fica é que, se o Benfica for campeão, o país, arrastado pelo futebol autóctone, pode mesmo acabar.
Da mesma forma que o Benfica "não pode" ser campeão (grafo entre aspas, não vá o leitor tresler e disparar antes de interpretar), também Porto e Sporting, por razões distintas, não podem deixar de se sagrar campeões esta temporada.
O Porto por não estar habituado a tamanho jejum de títulos, ainda para mais estando numa situação financeira que precisa de ser revertida. Por isso mesmo, o Porto montou uma estratégia comunicacional eficaz, que teve o condão de fragilizar o adversário principal, ocultar os falhanços desportivos e unir os adeptos em torno da equipa. Claro está que sem resultados nada disto funcionaria, mas, com Sérgio Conceição, o Porto reinventou-se futebolisticamente e, num contexto de desinvestimento, é hoje uma equipa muito mais forte.
Já o Sporting, depois de quatro anos de presidência de Bruno de Carvalho e de quatro títulos do Benfica, investiu muito, preservando jogadores fulcrais, ao mesmo tempo que não hesitou em ir sucessivamente ao mercado – tudo indica, aliás, que a dose se irá repetir em Janeiro, com contratações de valores seguros, que poucos imaginariam ao alcance dos de Alvalade. Com três anos de Jorge Jesus – contratado para ganhar já –, o Sporting não pode não ser campeão este ano. 
Resumindo, depois da ofensiva comunicacional que orquestrou, o Porto tem de se sagrar campeão este ano; da mesma forma que depois do investimento que fez, o Sporting tem de conquistar o título. O problema é que, no final, só pode haver um campeão.
E onde fica o Benfica nesta equação? Para os adeptos, tudo o que não seja a conquista do penta é uma derrota absoluta. Ainda assim, enquanto organização, o Benfica está menos obrigado a vencer este ano. Aliás, tendo em conta o desinvestimento no plantel, o corolário natural é o Benfica não ser campeão.
Acontece que estamos em Janeiro e, mesmo com um futebol pobre, o Benfica está a três pontos da liderança e, caso vença as três próximas partidas (o dérbi de amanhã, mas, também, as duas deslocações sucessivas ao Minho), tornar-se-á o principal candidato à vitória. Porquê? Simples: ao contrário de Porto e Sporting, o Benfica está desobrigado de vencer, mas tem um balneário habituado a ganhar, a lidar com a pressão e a ultrapassar a adversidade. As melhorias exibicionais virão por acréscimo."

Resoluções 2018

"É tempo de perspectivar 2018. No plano profissional, renovo o compromisso do sindicato para a defesa do jogador:
1. Fundo de Pensões: Implementar este instrumento de poupança, respondendo aos problemas gerados pelo fim de carreira, lesão, doença ou desemprego.
2. Carreiras Duais: Formar e qualificar os praticantes durante a carreira, assegurando o sucesso na transição.
3. Saúde Mental: Investigar, diagnosticar, prevenir e assegurar tratamento adequado para os problemas psicológicos que afectam o jogador.
4. Educação Financeira: Capacitar os jogadores para uma gestão financeira sensata e criação de hábitos de poupança.
5. Responsabilidade Social: Afirmar o papel do jogador na relação com a comunidade, para que possa, realmente, fazer a diferença.
6. Academia do Sindicato:
Concretizar a visão desportiva, educativa e social do sindicato.
Em ano de Mundial, desejo a glória da nossa Selecção. Fora dos relvados, há muito para alcançar:
7. Diálogo Social: A pluralidade é a maior riqueza da governação. O movimento associativo deve assumir a sua autonomia, respeitar o diálogo e garantir compromissos.
8. Boa Governação: A ‘bolha’ que protege o futebol acabará por rebentar e será catastrófico. Impõe-se maior organização, disciplina e transparência.
9. Resultados Combinados: este flagelo exige Cidadania Desportiva Activa.
10. Justiça Desportiva: Devemos recuperar um modelo mais célere, justo e acessível a todos.
11. Conselho Nacional Desporto: Urge alterar a sua composição e definir novas competências. O Estado pode e deve fazer mais.
12. Formação e Futebol Feminino: A tutela e os clubes têm o dever de assegurar um espaço de progressão para jovens atletas portugueses e defender a igualdade de género através do futebol feminino. Não se admitem retrocessos."