Últimas indefectivações

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Zidane, um senhor

"Zidane inteligentemente bateu com a porta, com classe e diplomacia, exactamente como treinava o Real Madrid. Florentino Pérez não é flor que se cheire, para si, só é bom e imprescindível quem vença, o resto não conta para ele. Zidane há 2 anos e meio tomou conta de um Real Madrid a arder com a saída de Rafael Benitez, apagou o fogo e tornou o clube pujante. Mas isso já passou, não conta.
Zidane apesar de ser um vencedor com vários troféus em tão pouco tempo: três Ligas dos Campeões; dois Mundiais de Clubes; duas Supertaças da Europa; uma Supertaça de Espanha; uma Liga. O âmago foi ter vencido somente uma Liga, o seu calcanhar de Aquiles. Mas pedir-se mais é ridículo! Se tivesse perdido a Liga dos Campeões seria convidado a sair.
O desgaste foi enorme e este adeus com souplesse demonstra que o dia-a-dia no Real Madrid não era fácil. Tirando a Liga dos Campeões, o Real Madrid teve uma péssima temporada, perdeu o ensejo de vencer o campeonato muito cedo e a ridícula eliminação na Taça do Rei.
Depois, o gerir um balneário sedento de jogar e complicado com tantas vedetas, faz mossa e erosão. 
Zidane, antes que o mandassem embora, saiu sem ninguém contar. Zidane percebeu que o plantel já não dava mais, mas o Real Madrid quer sempre mais. Todavia para isso teria que prescindir de alguns jogadores e integrar outros. Depois de tornar este plantel como uma família não tinha condições nem feitio para esse corte geracional. Esteve, até ao fim, fiel a si próprio, aos jogadores e à sua maneira de ser. Agora vem outro treinador que fará o mais cruel e difícil.
Zidane preferiu retirar-se e ser solidário com os seus jogadores e as suas vitórias. Saiu pelo seu pé sem ser despedido, que seria um vexame para quem deu tanto ao clube.
Zidane sai, mas não vai treinar nenhum clube, pode porventura ser treinador da selecção francesa e, um dia, mais tarde, voltar ao Real Madrid.
O Real Madrid precisa de ser renovar e reciclar e não vai ser fácil. Aproxima-se uma travessia do deserto venha que treinador vier a seguir. Igualar Zidane será sempre muito difícil, deste modo, será sempre pior e mais complicado.
Zidane teve o feeling de perceber que se não saísse por si, seria empurrado mais cedo ou mais tarde. Se algumas vedetas fossem embora talvez ficasse, assim, seria o seu suicídio.
Vem aí o Real Madrid do futuro, com o redesenho do plantel, pois começa a pesar os anos para alguns jogadores. Depois deste choque, da saída de Zidane há que voltar a começar de novo. A incógnita é saber qual o papel de Ronaldo depois disto tudo?
Ronaldo deveria seguir o caminho de Zidane, o problema é o seu contrato blindado."

Sem comentários:

Enviar um comentário

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!