sábado, 23 de dezembro de 2017

Este Natal quero o Snowden, o My Documents de BdC, o Spotify de Francisco Marques e sessões com Susana Torres (...)

"Natal. Tempo de união, de atenção redobrada ao próximo, um momento especial em que devemos celebrar… ****-se, a sério que também fomos corridos da Taça da Liga? Não me chegava ter de comprar os presentes todos nas próximas 36 horas, ainda tenho que sofrer com o pior desempenho desportivo dos últimos 15 anos no futebol profissional.
Como se tudo isto não bastasse, de cada vez que quero saber mais sobre a actualidade do clube ou ler algumas das análises ao momento da equipa, sou obrigado a fazer uma gincana visual para me desviar das notícias sobre emails. É o equivalente digital de atravessar uma rua cheia de poias, termo popular que o meu editor autorizou, mas que o autocorrect insiste em corrigir para pois, como se me dissesse: ó amigo, você pôs-se a jeito.
Enfim.
Por enquanto ainda não corrige automaticamente a palavra emails para “corrupção activa”. Assinalo com agrado esta nossa réstia de dignidade neste novo e admirável mundo das tecnologias.
Mas então, o que quero eu no sapatinho este Natal? Quero um Edward Snowden.
Mesmo não tendo constituído uma equipa para tal, o Benfica participa hoje numa nova modalidade. Depois da derrota humilhante no Fifa 2017 frente à maior potência desportiva nacional, o Benfica participa hoje na Liga Norton Antivirus 2017/18, e não me parece que um director de informática seja suficiente. Isso seria um pouco como acreditar que iríamos chegar ao penta por causa de Rui Vitória e não apesar dele. Nem um vídeo do Guilherme Cabral nos convenceria disso. O Benfica precisa, isso sim, de um hacker.
Não faço ideia se Jorge Mendes é amigo de Vladimir Putin, mas é muito provável que tenham o mesmo gestor de conta no Panamá. Comecemos por aí e não tarda estaremos a acertar o salário e o prémio de assinatura do Snowden. É fundamental que não olhemos a meios e acima de tudo que não cometamos os erros do passado. O dinheiro gasto no salário do Taraabt teria permitido a contratação de toda a equipa da PC Clinic.
Mas o Benfica não precisa apenas de um hacker. Este Natal o Benfica precisa de uma nova ideia de jogo. Esqueçam o acesso ao mail e as buscas desenfreadas por provas de tráfico de influências ou corrupção activa. Pensemos diferente. Se conseguirmos entrar no computador de Bruno de Carvalho, não devemos perder tempo com o Outlook. Vamos direitinhos à diretoria My Documents, onde encontraremos uma pastinha chamada “Pessoal”, dentro da qual, acredito eu, estará uma outra pastinha chamada “Pensamentos”. Aí estarão os poemas escritos por Bruno de Carvalho após um empate numa noite fria em Arouca ou em Tondela.
Os poemas serão muitos e bons, algures entre o haiku e a falta de talento. Imaginem uma Adília Lopes se fosse sócio da Juventide Leonina e apenas tivesse lido os Lusíadas no secundário e alguns versos de manjerico:

Posta arouquense
Quem conta um conto
Acrescenta um ponto
Bardamerda, lá empatámos
Novamente.

Depois de embaraçarmos Bruno de Carvalho, devemos ir atrás dos restantes. Aposto um dedo mindinho em como Nuno Saraiva anda há dez anos a escrever um romance histórico sobre um amor impossível no Reino Visigótico ou tem uma pasta encriptada onde guarda os seus gifs favoritos do Insónias. A seguir, vamos atrás de Francisco Marques e descubramos a sua lista de compras, não de árbitros mas do supermercado. Imaginem descobrirmos que Francisco Marques só compra na secção de biológicos e gosta de tofu fumado!
Ou abrir o Spotify do senhor e encontrarmos uma playlist privada com canções de Demi Lovato, Hardwell e Paulo Gonzo. Ou - isto já é um pouco cruel - percebermos pela agenda que Francisco Marques tem uma aula de zumba todas as 3ªs às 9 da manhã. Vegan, groupie de Demi Lovato e praticante de Zumba.
Mais valia ser apanhado a entregar uma mala cheia de dinheiro a Soares Dias. É toda uma imagem de durão que cairia por terra. Mas há mais. O histórico do Internet Explorer 7 utilizado por Pinto da Costa deve ser um mimo: links da Timeout Porto com os dez melhores restaurantes para um jantar romântico, 30 tentativas de recuperação da password e pesquisas como “aumentar o tamanho de letra do browser” ou “o que é o tinder”. Enfim, acho que perceberam a ideia.
Não seria nenhuma vitória europeia no hóquei em patins ou um pentacampeonato, mas acho que seria uma forma desempoeirada de aceitarmos aquilo em que o futebol português se tornou.
Se nada disto for possível, caro Pai Natal, peço-te umas sessões individuais da Susana Torres com alguns dos nossos jogadores e o óbvio ululante: eu gostava de encontrar alguns pés no dito sapatinho, obtidos não por mutilação de corpos humanos mas por uma qualquer engenharia financeira que assegurasse ao Benfica dois ou três novos reforços para a defesa e para o ataque, uma espécie de Grupo de Operações Especiais que pegasse de estaca em Janeiro e neutralizasse as ameaças na Liga, a tempo de celebrarmos o pentacampeonato.
Se também nada disto for possível, acordem-me quando o Natal e esta época desportiva chegarem ao fim."

Compulsão, mais Danilo e mais dérbi

"Aquilo, sim, 'aquilo', a que se convencionou chamar 'comunicação', nomeadamente nos grandes portentos do nosso futebol, parece estar entregue a gente tarada. A tara, singular, manifesta-se numa compulsão para a calúnia clínica. Poderia dar-lhes para a calúnia cirúrgica, sempre pensada, ainda que lastimável, e tem um objectivo preciso. Mas não, dá-lhes para a calúnia clínica que leva de roldão ânimos, reputações e princípios não só de árbitros mas também dos próprios jogadores de futebol de cuja profissão dependem estes assalariados da comunicação para poderem ter, também eles, uma profissão.
Tomemos o exemplo esclarecedor de Francisco José Marques, o antigo jornalista que hoje exerce funções na comunicação do FC Porto, e de Nuno Saraiva, o antigo jornalista que hoje exerce funções na comunicação do Sporting, ambos metódicos difamadores da honrada profissão dos jogadores da bola de que se alimentam. Se para Saraiva, como estarão recordados, os jogadores do Braga que foram empatar a Alvalade se apresentaram em campo com uma energia muitíssimo suspeita, para Francisco José a explicação da goleada que o Benfica aplicou em Tondela reside não no facto de a equipa do Benfica se ter, por uma vez, enganado mas no facto de os jogadores do Tondela se terem apresentado com uma energia também muitíssimo suspeita e apelidada de "hospitaleira". Tarados, enfim, mas não tanto.
Um dia, presume-se, se pretenderem ou mesmo necessitarem de voltar a exercer a profissão de jornalista num qualquer reputado órgão de comunicação que os acolha, estes dois terão certamente o cuidado de se apresentar nos seus regressos à isenção exibindo aos novos patrões os respectivos boletins médicos que atestarão clinicamente que estão 100% curados da tara que os vem afligindo nos presentes transes.
A meio da semana, a expulsão de Danilo no jogo com o Rio Ave desencadeou mais um episódio no homem da comunicação do FC Porto. Danilo foi muito bem expulso como o próprio jogador reconheceu em termos públicos. "Peço desculpa pela minha atitude irresponsável e desnecessária no lance do segundo cartão amarelo. São atitudes que não se podem repetir!", escreveu o internacional português na sua conta de uma qualquer rede social enquanto, ao mesmo tempo, Francisco José Marques publicava uma fotografia de um Ferrari vermelho – não o de Alan Ruiz, obviamente – atirando-se directamente ao malandro do árbitro que, vindo do "extremo Sul" do país, expulsou Danilo como mandam as regras. É o que temos.
Na primeira quarta-feira de 2018 vamos todos ficar a saber se o problema deste lamentável Benfica é apenas um peculiar "quiproquó" com as quartas-feiras ou se, como parece mais razoável do ponto de vista científico, será mesmo um problema de uma outra dimensão. É também para estas coisas que servem os dérbis."

FCP e SCP com suspeitas de enorme gravidade

"Ministério Público abre inquérito a pressões e ameaças sobre os árbitros. Tendo hoje tomado conhecimento através da notícia do Jornal “SOL” da abertura de um inquérito por parte do Ministério Público sobre as eventuais ameaças, contactos directos e pressões do FCP e SCP a árbitros e outros agentes desportivos, que se revestem de enorme gravidade, o Sport Lisboa e Benfica está seguro de que haverá uma rigorosa e exigente investigação e apuramento dos factos por parte das entidades competentes tanto no âmbito criminal como desportivo.
Na realidade, desde a invasão do centro de treinos da Maia, de forma mais ou menos explícita, as ameaças e coações têm sido do conhecimento publico, com destaque para a forma sistemática como dirigentes do FCP têm colocado em causa a honorabilidade das equipas de arbitragem, como também pelas ameaças públicas de diversos membros dos grupos organizados de adeptos do FCP que através do uso das suas redes sociais visam árbitros e suas famílias.
Não deixa de ser também preocupante verificarmos que, pelos indícios descritos, também o SCP, através de vários dos seus responsáveis, tenha estendido a sua pretensa aliança à prática das mesmas formas de coação e pressão que culminou na contratação de um ex-árbitro e observador para a sua estrutura com funções difíceis de enquadrar e entender.
Recorde-se que oportunamente, o Presidente da FPF ouvido em audição na Assembleia da República denunciou e deixou provas de algumas dessas ameaças, intimidações e pressões sobre as equipas de arbitragem e seus familiares, factos também publicamente assumidos pelo Presidente da APAF. E uma simples questão impõe-se, mas afinal quem as faz?
Quem tem procurado condicionar dessa forma a actuação das equipas de arbitragem e deturpar a verdade desportiva?
FCP e SCP, depois da prática de diversos crimes de divulgação e promoção de correspondência privada, têm agora acrescidas suspeitas de outro tipo de condutas que personificam um regresso a um passado de triste memória, numa reincidência intolerável que exige das entidades competentes uma minuciosa e eficaz investigação."

João Correia



O Dr. João Correia não tem experiência televisiva, quando ouvi a frase sobre os possíveis indícios trafico de influências, antecipei logo que ia ser retirada do contexto!
O que é dito, é claro: um ou outro e-mail, lido isoladamente, fora do contexto, podia ser interpretado como tráfico de influências...
Por exemplo o e-mail do Vieira para o Paulo Gonçalves, sobre a nota do árbitro Rui Costa, sem o enquadramento dos regulamentos que existiam na altura, é um deles....