sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Aselhices e infelicidades

"Afastamento da Taça foi o mais duro revés desta época. E, ao contrário da prestação europeia, esta derrota pode ter impacto no que falta da época.

«Erros meus, má fortuna, amor ardente». Foi muito mais que uma derrota o que aconteceu em Vila do Conde. No futebol a definição do justo e do injusto é muito ténue. O Benfica fez o suficiente para vencer o Rio Ave e não venceu.
Saí do Bessa irritado com a exibição, com o resultado e com a prestação da equipa, mas, na quarta-feira, saí de Vila do Conde com a tristeza de uma tremenda injustiça. Ser eliminado da Taça foi o mais duro revés desta época e, ao contrário da prestação europeia, esta derrota pode ter impacto no que falta da época. Desde logo porque se tratava de um dos principais objectivos e vencer a Taça de Portugal passou a estar fora da agenda. Já venci jogos esta época em que não gostei nada da exibição (Portimonense), mas desta vez não se poderá apontar nada a Rui Vitória, nem aos seus jogadores. Estou inteiramente com o treinador, em primeiro lugar porque meteu a melhor equipa a jogar (eu apenas colocava Zivkovic) desde início. Notou-se que queria ganhar e tentou tudo para o conseguir. Podíamos, e devíamos, estar a vencer por três ou quatro ainda na primeira parte e acabámos vítimas de algumas aselhices e muita infelicidade. Rui Vitória arrisca, empata e perde Luisão, ficando a jogar com dez... Parabéns ao Rio Ave, e siga para Tondela.
Domingo é o presente e o futuro. A época está a ficar mais curta, Campeonato e Taça da Liga... e não há alternativa. Escrevo assim porque não aceito que se facilite na Taça da Liga, quero o mesmo empenho e investimento desportivo que o da passada quarta-feira, no jogo da Luz, contra o Portimonense, onde vencer pode não chegar, é preciso o foco na vitória e no resultado. Nada melhor nos poderia acontecer para este campeonato do que vencer em Janeiro a Taça da Liga.
Nas modalidades o Benfica está em pleno - basquetebol, andebol, hóquei em patins, futsal e voleibol correm para os objectivos. Em todas as modalidades, o Benfica ocupa um dos dois primeiros lugares e luta para títulos, com destaque para o voleibol, onde tivemos uma saborosa vitória sobre o rival recém-chegado e uma boa prestação europeia.
E assim reconhecendo os «erros» e sabendo da «má forma», declaro intacto o «amor ardente» ao Benfica. Espero que, ao contrário do poema, possa ter «fundada esperança» no «Génio da vingança».
Viva o Benfica!"

Sílvio Cervan, in A Bola

Vamos ao 'caneco'!!!

Talleres 4 - 7 Benfica
Rocha, Nicolia(3), Rodrigues, Diogo

Como não foi possível realizar a Taça Intercontinental o ano passado, resolveu-se este ano criar uma competição com 4 equipas: os quatro vencedores continentais das duas últimas épocas! O Benfica e o Talleres (Arg) em 2015/16; e o Reus (Esp) e o Concepcion (Arg) em 2016/17.

O jogo correu bem ao Benfica, ganhámos vantagem cedo, e mesmo quando o Carlitos reduziu para 4-5, rapidamente voltámos a aumentar a vantagem... e até deu para 'gerir' o plantel nos últimos minutos!
A única nota negativa, foi mesmo a lesão arrepiante do 'Chiquinho' que deu uma valente 'cornada' no poste... 'rasteirado' pelo Trabal!!!! Mas parece que estará apto para amanhã...

Amanhã, vamos disputar uma Final internacional com o Reus a jogar em casa. E depois do que se viu na outra meia-final estou com muito receio: Peixoto/Rainha (a famosa dupla que roubou o último título nacional ao Benfica!), ofereceu de bandeja a Final à equipa da casa: Reus! Uma vergonha... gente totalmente corrupta!

A qualidade do Benfica

"O estado de espírito da nação benfiquista está abalado como há muito não se via. As palavras ofensivas dirigidas a Rui Vitória após a eliminação da Taça de Portugal ficaram por conta de meia dúzia de insatisfeitos, mas é um sinal que se segue aos assobios e aos lenços brancos com que os adeptos se despediram da equipa no final do jogo com o Basileia, que fechou a lamentável participação do Benfica na Liga dos Campeões.
Esse desastre europeu, o afastamento precoce da Taça, o atraso pontual no campeonato, as dúvidas que persistem relativamente à qualidade de jogo da equipa e os erros (cada vez mais evidentes) que foram cometidos no mercado de verão conduziram a esta falta de paciência que vai alastrando perigosamente pelas bancadas. Vieira já decidiu, por isso, que não vai esperar pelo final de temporada para ‘abanar’ o Seixal.
Há notícias, em abundância, que apontam para uma pequena revolução. O objectivo é rejuvenescer a equipa e recuperar a ambição que foi desaparecendo à medida que os títulos iam sendo conquistados. De qualquer forma, será sempre um exagero afirmar que há um défice de qualidade para lutar pelo penta. Se fosse o caso, o Benfica – mesmo este Benfica – nunca chegaria ao Natal com apenas 3 pontos de atraso para um FC Porto tão pujante e para o melhor Sporting dos últimos anos."

Frederico Morais x Vasco Ribeiro

"“Resta-me agradecer-te toda a motivação e fica aqui uma promessa: não vou descansar enquanto não estiver ao teu lado”.

Estas palavras foram proferidas por Vasco Ribeiro a 9 de Dezembro de 2016, 4 dias dias após Frederico Morais se ter qualificado para a elite do surf mundial. Estes 4 dias foram longos para alguns participantes desta história que acompanharam estes momentos emocionalmente. Foram longos para aqueles que festejavam bem de perto com Frederico. Foram também longos para os fãs e jornalistas que esperavam por uma reacção de Vasco. Mas foram com certeza mais longos para este último que via o seu parceiro de geração atingir o objectivo que ambos comungam. Mas a palavras proferidas têm tanto de hombridade desportiva como de ambição de campeão.
Frederico Morais e Vasco Ribeiro têm sido uma das duplas mais interessantes não só do surf português como também do desporto nacional. Desde muito cedo que disputam entre si uma série de objectivos nas suas carreiras sem perder o foco mútuo de se tornarem maiores e melhores amanhã. Vasco foi campeão nacional da Liga MEO Surf pela primeira vez em 2011. Frederico seguiu-lhe os passos em 2013. Entre eles disputaram os títulos máximos do surf português de 2011 a 2015. No plano internacional, Morais foi o 5º melhor júnior do mundo em 2012 e Ribeiro foi campeão mundial júnior em 2014.
Sobre a qualificação de Frederico, Vasco foi perentório: “não estou surpreendido e sei que vais destruir tudo”. Estas palavras foram também o mote que Ribeiro assumiu para ele próprio no seu projecto desportivo. Reunido com quem fez o percurso de qualificação no passado, designadamente Tiago Pires e o seu parceiro José Seabra, Vasco ditou para ele próprio que, no topo das suas prioridades, tinha um e um só objectivo: qualificar-se para o World Championship Tour (WCT). Para o efeito, primeiro voltou às vitórias que lhe fugiam deste 2014 ao vencer as 2ª e 4ª etapas da Liga MEO Surf (vindo a sagrar-se campeão nacional de 2017 mais tarde) e segundo, teve o pico de forma da performance desportiva exactamente no primeiro campeonato mais importante do ano em termos de pontos, o Ballito Pro, etapa sul-africana do circuito de qualificação com graduação máxima. Juntou-lhe mais um resultado expressivo numa das etapas havaianas. Mas os objectivos mundiais não foram cumpridos. Não recebeu a licença de graduação para o WCT2018.
Por sua vez, Frederico fez uma brilhante época no WCT. Assumindo as suas fraquezas com respeito, encarando as oportunidades de melhoria com determinação e agarrando os seus pontos fortes com ambição. Morais fecha, nestes dias e no Hawaii, a sua época de estreante na elite do surf mundial. A melhor de sempre de um português. E, ao lado dele e com ele, esperamos que consiga vencer o prestigiante título de ‘rookie of the year’ (melhor estreante a nível mundial). Em termos gerais, com forte segurança, poderá inferir-se que os seus sonhos e objectivos foram acedidos.
Enquanto apoiante de primeira linha do sucesso dos surfistas portugueses, acompanhei e faço questão de continuar a seguir estes dois portugueses de excelência com máxima atenção. Frederico, hoje em dia, é a grandeza personificada de um país solidamente afirmado nas mais variantes do desporto mundial. Vasco, é conhecido pelos momentos espontâneos de genialidade como os que levou a erguer a taça do único título mundial que Portugal escreveu nos livros da história do surf.
Voltando às palavras trocadas no ano passado (e mantendo-as válidas também no final desta época desportiva que agora termina), Frederico respondeu ao Vasco com um “És o maior! Estou à tua espera.” Genial! Vamos em frente Campeões. Até para o ano!"

Desafios de Rui Vitória

"Com 8 derrotas (e 4 empates) em 25 jogos oficiais, o Benfica chega a esta fase apenas com o campeonato e a Taça da Liga para disputar. Em termos desportivos, não seria certamente o esperado pelos responsáveis encarnados, mas por seu lado este calendário mais desafogado pode vir a ser uma vantagem, face aos rivais, na luta pelo título. Em paralelo, as águias encontram-se numa fase de algumas indefinições que a abertura do mercado pode ajudar a clarificar.
Este cenário é comum a todas as equipas. Sempre que surge um ciclo vitorioso, com muitas conquistas consecutivas, os clubes tendem a fazer um desinvestimento no plantel. Confiantes de que a base existente é suficiente para voltar a ganhar, e perante os constrangimentos financeiros das SAD’s, a tentação de "fazer o mesmo com menos" leva a essa tomada de decisão. Pode correr bem, mas também pode correr mal, porque os adversários também tentam tornar-se mais competitivos. 
Face à saída de 3 jogadores nucleares da defesa (Ederson, Nélson Semedo e Lindelöf) e de um ponta-de-lança com características únicas no plantel (Mitroglou), o Benfica optou por não colmatar essas saídas com a vinda de jogadores capazes de ter rendimento imediato, ao nível do que era garantido pelos antecessores.
A legítima aposta em jovens valores é um trajecto que leva mais tempo, pelo que a entrada de nomes como Bruno Varela, Svilar ou Rúben Dias, obriga a um período de evolução que nem sempre se coaduna com as necessidades da equipa, caso os resultados não sejam positivos. É mais fácil valorizar activos em momentos vitoriosos, veja-se os casos no passado de Renato Sanches ou Gonçalo Guedes, entre outros, do que em fases em que se está menos bem.
Tendo este plantel nas mãos, e depois de 2 anos de sucesso em que aplicou, com mérito, a fórmula que Jorge Jesus tinha implementado anteriormente no Benfica, Rui Vitória chegou à conclusão de que não tem jogadores para continuar a jogar no mesmo sistema táctico. Assumiu um risco, ao mudar as ideias de jogo que foram trabalhadas ao longo de vários meses, passando a ter o 4-3-3 como estrutura preferencial, opção que trouxe melhorias à qualidade de jogo dos encarnados e que potencia as qualidades de Krovinovic, que dá mais imaginação e criatividade ao meio campo. Mas esta não é uma transição fácil e não surge de um dia para o outro.
A grande questão é perceber se este 4-3-3 tem pernas para continuar a crescer, ou se as movimentações das águias no mercado em Janeiro serão feitas a pensar no regresso à fórmula inicial. Entretanto, a falta de um lateral direito capaz de dar mais profundidade ao jogo ofensivo parece ter sido detectada (de acordo com o que vamos vendo nas notícias). De resto, poderá fazer sentido a chegada de um médio centro (para cobrir as oscilações de forma de Pizzi) e de um avançado mais fixo para jogar na área.
Com um atraso de apenas 3 pontos para os rivais FC Porto e Sporting na liga, o Benfica está na luta (e numa situação bem melhor do que aquela em que estava há um mês) e aproxima-se de uma fase de decisões importante no que respeita a ajustamentos na sua equipa, ao mesmo tempo que vem aí o duelo com o Sporting, logo a abrir o ano, que pode muito bem determinar o caminho que a equipa irá trilhar na segunda volta, em termos de confiança e motivação. Uma coisa parece-me desde já certa: do ponto técnico e táctico, Rui Vitória está a ter a temporada mais exigente e desafiante desde a sua chegada à Luz.

O Craque – Peça importante
Cristiano Piccini chegou esta época ao Sporting e rapidamente conquistou um lugar na lateral direita, posição em que os leões sentiram problemas no ano passado. O italiano tem sido uma das opções mais regulares (só falhou um jogo da liga portuguesa) e garantia de consistência defensiva, conseguindo também subir pelo corredor para apoiar na frente. Jogador alto, é também importante no jogo aéreo e, como se viu em Barcelona, pode ainda dar uma ajuda no centro da defesa. Tem sido uma peça importante no Sporting.

A Jogada – Lenda viva
Depois do prémio The Best, atribuído pela FIFA, Cristiano Ronaldo completou o seu "penta" com a entrega da sua 5.ª Bola de Ouro. Trata-se do reconhecimento de um jogador que já é uma lenda viva da história do futebol, que ano após ano se tem mantido a um nível competitivo muito alto e que, além dos prémios individuais também tem contribuído para conquistas colectivas. E a vontade de ganhar mais troféus e ser ainda melhor continua intacta, como se estivesse no início da carreira. E os recordes continuam a ser batidos. Com o golo apontado esta semana, tornou-se o melhor marcador de sempre em Mundiais de Clubes. Notável.

A Dúvida – Alargamento a caminho?
A reintegração do Gil Vicente na 1.ª Liga, após as decisões dos tribunais relativas ao "Caso Mateus" parecia estar definida para a época 2019/20, em função do memorando de entendimento subscrito por Liga, Gil Vicente e Belenenses. No entanto, a FPF pareceu dar a entender que pretende que esta situação seja resolvida de forma mais célere. A confirmar-se, falta saber que solução poderá ser encontrada para que isso aconteça. Teremos um alargamento do campeonato a 20 equipas na próxima temporada?"

Agressões de adeptos a jogadores

"1. Agressões de adeptos a jogadores: sanção ao clube promotor do espectáculo?
Tendo-se recentemente assistido, em Portugal, a uma invasão da área de competição por parte de um adepto e à agressão (na forma simples) de um jogador (agente desportivo), coloca-se a questão do tipo de sanção a aplicar ao clube organizador do espectáculo desportivo. Ora, os clubes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional aprovaram, no âmbito e para os efeitos do Regulamento Disciplinar que lhes é aplicável, o artigo 181.º, n.º 2 que reflecte sobre a agressão física a jogadores por parte de sócios ou simpatizantes e que faz com que o árbitro atrase o reinício do jogo por período de duração igual ou inferior a 10 minutos. No caso em concreto, o clube sujeita-se a ser punido com a sanção de realização de jogos à porta fechada entre o mínimo de um e o máximo de dois e vendo-lhe, acessoriamente, ser aplicada uma multa entre 50 Unidades de Conta (5.000 €) e 150 UC (valor legal de referência para pagamentos).

2. O porquê de se sancionar os clubes por atos praticados por terceiros.
O artigo 172.º, n.º 1 do Regulamento Disciplinar da LPFP contém o princípio geral que confere a resposta a esta pergunta: os clubes são responsáveis pelas alterações da ordem e da disciplina provocadas pelos seus sócios ou simpatizantes nos complexos, recintos desportivos e áreas de competição, por ocasião de qualquer jogo oficial. Há quem entenda que tal princípio é inconstitucional, mas a verdade é que tal norma se encontra estabelecida no regulamento que os próprios clubes aprovaram e que a ele se sujeitam. Contraditório? Talvez. Mas a verdade é que a tanto a justiça desportiva como a própria lei (39/2009 actualizada pela 52/2013) conferem aos clubes e SAD o estatuto de promotor de espectáculo desportivo, pelo que estes se encontram sujeitos às contraordenações previstas para as falhas de segurança nos estádios."

O bom, o mau e o vilão

"E se de um momento para o outro se souber que alguns desportistas portugueses poderão estar em risco de incorrer numa penalização por terem faltado a controlos antidoping? Esta é uma situação que pode ocorrer em 2018 e qualquer leitura que se faça neste momento pode estar ligada às desavenças entre José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, e Rogério Jóia, líder da Autoridade Antidopagem de Portugal.
É por isso que os próximos capítulos serão decisivos para se ficar a conhecer os movimentos de cada entidade. É um assunto que seguramente vai merecer a devida atenção dos tribunais, mas ao mesmo tempo é intrigante no sentido do balanço de forças. Quem vai perder? É a grande questão. Normalmente não há empates nesta situação e a corda vai esticar. Cada um tem os seus argumentos e sabe as linhas com que se cose. Há um lado ético que deve ser respeitado e neste prisma a verdade está acima de qualquer suspeita.
Por outro lado, não deixa de ser menos importante qualquer declaração ou omissão da parte do Governo sobre esta matéria. Prudência acima de tudo é o primeiro passo. Mas o silêncio também pode ser o prenúncio de algo. O que se adivinha é algo muito grave.
O COP suspendeu a presença no CNAD e o Governo sabe disto há muito tempo. Admito que nesta contagem decrescente para os Jogos Olímpicos de Tóquio será muito difícil assistir a um debate ou plenário sobre doping tendo na mesma mesa Constantino e Jóia. Vamos estar particularmente atentos aos próximos capítulos para se saber quem é, afinal, o bom, o mau ou o vilão."