quinta-feira, 12 de outubro de 2017
O caminho para a excelência
"Nos dias de hoje, em que as curvas do tempo aguçam um sentido de grande exigência para as funções que nos são requeridas, atingir o estatuto de bom no cumprimento das tarefas, será suficiente para qualificar o resultado conseguido?
No Desporto como na vida Empresarial ou Comunitária os índices que qualificam esse módulo referencial “obrigam” a um exigente conjunto de pressupostos em que se tornam indispensáveis a capacidade de autocrítica, pela avaliação de comportamentos com base duma humanização por via do elogio e a capacidade de resiliência no sentido de ver superadas as adversidades existenciais, fazendo das fraquezas forças, convertendo as adversidades em oportunidades, fazendo duma situação de crise um fenómeno de adaptação enriquecida pelos atributos ministrados.
A humilhação pública por um resultado consequentemente negativo, podem gerar uma insatisfação momentânea sem dúvida, mas também poderá também servir de “arma de arremesso” para a criação de atitudes arrebatadoras com vínculo de sucesso garantido, pois as experiências negativas vividas podem ajudar a reencontrar esse caminho com a generosidade de quem lhe assiste de forma até mais segura, porque melhor estruturada.
Outra vertente a ter em atenção para trilhar o caminheiro para a excelência, pudemos defini-la como o altruísmo, expressão de generosidade por aqueles que nos rodeiam, respeitando o valor da diferença pela descoberta solidária e tolerante dos valores da sua identidade marcada pela personalidade individual, reconstruindo por uma renovação de comportamentos todo um potencial que possa garantir sucesso.
Uma outra constante em apreço é o valor do carisma associado à gestão da emoção, sendo capaz de ver ultrapassados os medos, inseguranças, angústias, pessimismos depressões, não se exigindo o que não é possível de momento atingir, fazendo, contudo, do exercício, do treino e do trabalho, a arte contemplativa e ilustrada dos valores onde reside o habitáculo para o êxito.
Para a obtenção destes objectivos difíceis, porque encorajadores, termos que contar com gente, cuja diferença seja justificada pela definição entre ser simplesmente bom, ou ser potencialmente excelente profissional:
Um bom profissional executa a tarefa solicitada pelo respeito, ética e disciplina pelo plano traçado, enquanto um excelente profissional é capaz de ultrapassar essas premissas com ousadia, coragem na descoberta de novos caminhos, tentando ir ao encontro do imprevisível, influenciando os seus companheiros de grupo/equipa.
Um bom profissional corrige os erros, tratando os sintomas das anomalias detectadas. O excelente profissional tudo faz para evitar o conflito, prevenindo-o, manipulando a arte de questionar as razões e tratar de ver no sucesso obtido uma importante fórmula de reiniciar um novo processo, reinventando situações que permitam confirmar essa arte de fazer bem feito, conectado com a intuição para atingir a excelência. Para estes, as crises começam a ser concebidas no auge do sucesso e a gestão dos fracassos inicia-se sob os aplausos do pódio, retirando a sabedoria dos erros, alegria das dores, a força das decepções (Cury, A. 2008).
Bons profissionais, geralmente gastam muito tempo a olharem-se ao espelho da sua imagem de glória. Os excelentes profissionais valorizam com frequência a força do colectivo, promovem o código do altruísmo, arrebatando com a generosidade do conhecimento a arte da dúvida, fazendo do sucesso o princípio de toda a causalidade.
A título de exemplo e dada a fundamental importância, pelo rendimento e resultados dos jogos da nossa selecção no sentido do recente apuramento para o Mundial da Rússia 2018, creio mesmo, que estamos perante excelentes profissionais.
A acrescentar o capital de magistratura de liderança do nosso seleccionador Engº Fernando Santos que manipula a arte de ser, por um código de valores onde habita uma sólida estabilidade emocional, que permite encorajar e estimular, e através duma generosa convicção para o êxito, é capaz de fazer reunir em cada gota de suor dos nossos campeões, paixão, rebeldia, consciência, amor e razão. Como temos vindo a confirmar, transformar a crença num desejo que faz renascer a convicção para a conquista do êxito, tem sido uma estratégia pessoal de forte aplicabilidade, consagrada numa narrativa de ambições que a história sempre fará recordar. Por isso, não simplesmente bom, mas potencialmente um excelente profissional.
Também na figura do nosso capitão Cristiano Ronaldo, (máximo representante de toda uma equipa coesa e dinâmica), como por vezes tenho repetido, parece que revela com o jogo uma linguagem de amor e raiva no toque da bola, coroado por um semblante onde se vislumbra felicidade.
De um momento para o outro a virilidade, o talento, a agressividade se transforma em gestos de harmonia e com uma eficácia emocionalmente excitante, transferindo para o grupo uma renovação de estímulo para a conquista do sucesso. Por isso, não simplesmente bom, mas potencialmente, um excelente profissional.
Outro nome que importa fazer realçar, o Prof. Doutor José Carlos Noronha na liderança da Unidade de Saúde e Performance das nossas Selecções.
Articula e cultiva como ninguém a nobreza do seu silêncio como expressão de esplendor. Habita no Professor Noronha a arte de fazer reacender a chama do sucesso daqueles que lhe “passam pelas mãos” e também pelo coração.
Na certeza das suas convicções, reside a sabedoria na arte da medicina e traumatologia desportiva, logo meio caminho andado para produzir o êxito. Por isso, não simplesmente bom, mas potencialmente um excelente profissional.
Sem dúvida, e por inteira justiça devo referir o nosso Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Campeão dos Campeões, Dr Fernando Gomes. Simboliza a imagem que bem retrata uma serena tranquilidade, na forma inteligente como gere a liderança, responsavelmente partilhada.
Como magistratura de influência, indicia uma autêntica fonte mobilizadora onde a perseverança, civilidade, astúcia tem marca registada, e que a imagem do tempo tem vindo a consagrar e nós portugueses, tanto aplaudimos. Por isso, não simplesmente bom, mas potencialmente, um excelente profissional.
Uma referência especial para o Director Geral da Federação Portuguesa de Futebol, Dr Tiago Craveiro, um autêntico desmultiplicador por excelência das competências que lhe são atribuídas.
A Football School, ou Academia da F.P.F. recentemente criada com o objectivo de qualificar de forma mais profícua e competente as funções dos agentes desportivos, na promoção e o desenvolvimento do Futebol em Portugal, quer na formação de Treinadores, Arbitragem, Dirigismo, Saúde e Performance, Investigação e Desenvolvimento, implementando parcerias com instituições do ensino superior, para formação contínua e pós graduada, é um dos muitos exemplos da mestria do Dr Tiago Craveiro, que importa fazer realçar e também aplaudir, mas de pé!... Por isso, não simplesmente bom, mas potencialmente, um excelente profissional.
A nossa Federação também aqui assume categoria mundial no seu míster.
Este apuramento para o mundial na Rússia 2018, é prova inequívoca que a Federação Portuguesa de Futebol está a rasgar com estilete de aço os traços duma exemplar identidade nacional, que a história do tempo vai convertendo numa organização em regras, as regras em disciplina, a disciplina em resultados e os resultados em sucesso.
Viva Portugal"
Redirectas LI - Ederson Santana de Moraes
Ederson vai fazendo as delícias dos adeptos do Manchester City. Jogo após jogo mostra toda a sua categoria. Impressiona o modo como tão afirmativamente se tem imposto numa equipa e num campeonato de exigência máxima. Nas declarações que vamos lendo e ouvindo percebe-se todo o respeito que já conseguiu conquistar entre os seus pares. É um gigante crescendo a cada dia. Falta saber onde esse crescimento o irá ainda levar.
Diz-se por aí que se os citizens estão encantados da vida nós benfiquistas estamos com uma grande indigestão tal a saudade daquele que foi "provavelmente, o jogador mais valioso que passou pelo Benfica nos últimos largos anos" (Leonor Pinhão, Dixit).
Eu não poderia estar mais de acordo. E a indigestão que vou sentindo agudiza-se a cada dia que passa. Fico perplexo com o modo como tudo o que está relacionado com Ederson e a sua substituição foi e está a ser conduzido.
Se para mim era evidente que Ederson era um jogador de elite destinado a grandes voos nunca me passou pela cabeça ver o Benfica deixar partir tão grandioso valor sem o mínimo sinal de planeamento por mais elementar que seja.
Quando Oblak fugiu para Madrid fiquei completamente descansado assim que vi Ederson na baliza pela primeira vez. Fiquei com a ideia que a formação e a famosa estrutura do Benfica sabiam muito bem o que estavam a fazer. Depois fiquei com bastantes reticências quanto à sapiência atribuída por antecipação quando tomei conhecimento que 50% do passe de Ederson já não pertenciam mais ao Benfica. Como era possível que um jogador da formação desde os 15 anos com o potencial enorme que Ederson apresenta estivesse agora colocado nessa situação. Uma série de questões surgiram em minha mente mas sempre esperei que a SAD tivesse a capacidade de reverter a situação de uma forma atempada. A espera desaguou numa notícia insistentemente triste e numa lacónica declaração do presidente: "tivemos que os deixar ir".
O modo como a questão vai sendo abordada pelos ilustres fazedores de opinião não difere muito do apresentado então como um grandioso negócio só ao alcance dos grandes clubes mundiais. Se Leonor Pinhão fala da nossa azia outros existem que se vão valendo do "somos tetra", "não é como começa é como acaba", "são fases" e do não menos incisivo "Janeiro". O que aconteceu ao famoso "jogo a jogo"?
Nós indefectíveis só gostaríamos de poder voltar a cantar o incomparável: "Ninguém pára o Benfica!"
Pelo Benfica Sempre!
Redheart