quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Olhanense

Na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal (a nossa estreia), vamos a Olhão...
Agora, no Campeonato de Portugal (IIi Divisão), depois de vários problemas financeiros após a passagem pela I Liga.

Não foi mau, mas podia ser melhor: como todos os jogos com os 'grandes' são considerados jogos de alto risco pelas autoridades, o 'perigo' de jogar num campo sem condições é quase mínimo, assim o maior 'perigo' destes sorteios (além da possibilidade de enfrentar um 'grande'...) são as distâncias...! Preferia um jogo perto de Lisboa, mas...

O relvado em Olhão costuma estar em condições horríveis... vamos ver!!!

O jogo vai ser disputado depois da paragem das Selecções, com o Benfica - Manchester United logo a seguir, imagino que a partida seja antecipada, provavelmente para Sexta-feira (ou ainda mais cedo), 'abdicando' o Benfica dos Internacionais (Eliseu, Dias, Fejsa(?), Samaris, Zivkovic, Salvio, Jiménez, Seferovic, Joãozinho e Digui).

Em condições normais, o Campeonato é o grande objectivo... nos últimos anos, todos os Benfiquistas gostaram de vencer as Taças, mas nestas primeiras eliminatórias nunca houve 'pressão', porque as coisas estavam bem encaminhadas no Campeonato... Recordo-me por exemplo da vitória à rasca sobre o 1.ª Dezembro, na época anterior...!!! Este ano, o cenário é bastante diferente...
A margem de erro não existe, e com as contas do Campeonato complicadas, a vitória nas Taças tem outro impacto... Mesmo que uma eventual conquista de uma Taça nunca substitua o 37, vencer uma Taça, em vez de não vencer nada, é significativo...

Vontade tira discernimento

"Nem só com músculo e coração se ganha. Não deve ignorar-se a razão e a concentração.

Golo madrugador
1. Mesmo perante uma derrota por números tão expressivos, não pode apontar-se o dedo aos jogadores do Benfica em termos do músculo e coração que meteram no jogo, mas faltou algo fundamental, a estabilidade emocional. Provavelmente pelo momento que a equipa atravessa (mesmo vindo de uma vitória frente ao Paços de Ferreira), a vontade de ganhar e de dar uma resposta cabal retirou discernimento europeu aos encarnados, daí resultando sucessão de erros que não são normais. O primeiro golo do Basileia nasce de uma lançamento de linha lateral favorável ao Benfica, no último terço ofensivo, com a formação suíça a iniciar uma transição rápida, a contrastar com a lentidão do Benfica na recuperação defensiva. Essa desvantagem no marcador, muito cedo, obrigou Rui Vitória a alterar o plano de jogo inicial, alteração essa que passou essencialmente por subir o bloco colectivo, tentando pressionar o Basileia na sua primeira fase de construção, o que por sua vez deixou maior espaço nas costas da linha defensiva das águias.

Papel químico
2. Seria em mais uma bola parada a favor do Benfica (um canto) que o Basileia voltaria a marcar, novamente num ataque rápido e outra vez com a equipa portuguesa a não conseguir ganhar a primeira e a segunda bola e a sentir dificuldades para acompanhar a velocidade dos homens da casa. Dois golos quase a papel químico em termos de organização, face à lenta recuperação do Benfica.

Corredor esquerdo
3. Com Grimaldo e Cervi a funcionarem de forma positiva em termos ofensivos, explorando muito bem o espaço dado pelo Basileia no seu sistema de 3x5x2, o facto é que foram os mesmos intervenientes a sentir dificuldades em termos defensivos, sendo este o corredor preferencial para o Basileia chegar e importunar a baliza de Júlio César.

Descontrolo emocional
4. Com a entrada no segundo tempo e, pouco depois, o terceiro golo do Basileia, notou-se algum descontrolo emocional nos jogadores do Benfica, no que é exemplo a expulsão de André Almeida ao minuto 63. Com vantagem de três golos no marcador e em superioridade no número de jogadores, a equipa suíça preocupou-se em jogar mais no erro do Benfica, sem correr riscos, chegando dessa forma ao 4-0 e 5-0. Os últimos 15 minutos foram um inferno para os jogadores do Benfica, ansiosos pelo apito final."

Armando Evangelista, in A Bola

A arena de combate do futebol português

"Há pouco mais de uma semana, disputou-se em Dublin, capital da República da Irlanda, o jogo de futebol mais importante do ano naquelas paragens.

Mais de 80 mil pessoas assistiram no estádio à partida entre a equipa de Dublin e a de Mayo, enquanto centenas de milhares de outras a acompanharam pela televisão nas casas, pubs e restaurantes da cidade. Convém abrir aqui um parêntesis para explicar que desporto é esse a que os irlandeses chamam futebol. Na verdade, trata-se de uma mistura entre futebol, básquete e râguebi outrora muito promovida pelos nacionalistas irlandeses, que viram no desporto uma forma de afirmar a sua identidade.
Cada equipa tem 15 jogadores e, apesar das semelhanças com o râguebi, tudo se passa de forma limpa e correta. Olhando para o nosso futebol, embora seja aparentemente um desporto mais pacífico, o ambiente é claramente menos recomendável. Basta olhar para os tempos mais recentes: o Sporting faz “queixinhas” sobre jogos em que não é tido nem achado, que envolvem o clube rival, tentando prejudicá-lo; o director de comunicação do FC Porto ameaça e faz revelações sobre a vida interna do Benfica; L. F. Vieira faz comentários perfeitamente dispensáveis sobre Bruno de Carvalho, chamando-lhe “mitómano” e comparando-o a Vale e Azevedo. Insólito? Bizarro? Patético? É tudo isso e mais ainda: é a demonstração de que, fora das quatro linhas, o futebol português se tornou uma espécie de arena de combate em que vale mesmo tudo para desestabilizar o adversário.
Com a agravante de que qualquer boca, insulto ou acusação é amplificado/a até à exaustão nos intermináveis e indigentes fóruns de comentário desportivo. Os irlandeses têm fama de bêbedos e briguentos, mas depois da final do campeonato nacional pôde ver-se os adeptos dos clubes rivais conviverem em boa paz. Alguém consegue imaginar isso depois do Sporting-Porto do próximo domingo? Embora nos consideremos um “povo de brandos costumes”, por cá as coisas descambam facilmente para a violência, com episódios de pancadaria e até com vítimas mortais. Já era altura de os dirigentes deixarem de contribuir para esse ambiente de ódio cego e estúpido."


PS: Pois é, e este moralismo de algibeira também não ajuda!!! Então, os exemplos que o cronista conseguiu encontrar, envolvem os Corruptos e o Benfica?!!! E o Sporting?!!! E o principal responsável por ter baixado o nível das discussões futebolísticas abaixo de qualquer taberna?!!! O tal mitómano!!! Ou o Tareco do Mitómano, mais conhecido por Pug Saraiva?!!! Não houve uma única declaração que pudesse ter sido usada como exemplo nesta crónica, envolvendo os dois?!!!
E já agora, em relação ao Vieira, a acusação que vez ao mitómano, foi feita em determinado contexto, e por acaso, até é absolutamente verdadeira... após o próprio mitómano o ter admitido em público!!! Portanto como é que se continua a comprar o incomparável?!!!
E se o cronista for Benfiquista, sou obrigado a perguntar, se para se poder escrever num pasquim qualquer é obrigatório demonstrar activamente que é um 'não-Benfiquista'!!!

Corria atrás das camionetas do lixo

"Houve um dia em que os tanques soviéticos entraram na Checoslováquia. Esse dia foi terrível para um homem chamado Emil Zatopek.
Há checos admiráveis. Por exemplo: Jaroslav Hasék.
Autor de uma das obras primas da literatura do mundo: O Valente Soldado Shcveik. Absolutamente obrigatório!
Dizia Hasék: «Não há lugar onde seja mais fácil roubar do que em Praga. E, estivesse ele onde estivesse, ia ao mais fundo dos bolsos das pessoas e desaparecia sem ser visto».
Os soviéticos foram ao mais fundo dos bolsos de Emil Zatopek, a Locomotiva de Praga.
Em 1946, tinha a II Grande Guerra chegado ao fim, as forças aliadas estacionadas em Berlim resolveram organizar uns campeonatos de atletismo. A Checoslováquia tinha um único representante: marchou, orgulhosamente, na cerimónia de abertura, segurando a bandeira do seu país. Em redor do estádio, o público casquinava risadas imbecis: aporrinhava a sua figura esquelética, escanzelada. 
Apepinavam Emil Zatopek!
Na prova de 5000 metros dessa espécie de olimpíada de trazer por casa, o escanzelado de Praga foi correndo, correndo, simplesmente correndo. Era aquilo que ele sabia fazer. Dava voltas à pista de cinza ultrapassando adversários e voltando a ultrapassá-los.
Havia 80 mil pessoas a vê-lo nessa tarde de Berlim.
Nunca mais o esqueceram.
Praga é uma cidade que parece recortada em cartolina colorida.
Os topos das igrejas erguem-se por cima das casas como se dedos infantis tivessem gasto o seu tempo nos rococós pontiagudos, aqui e ali desacertados na imperfeição própria de um trabalho de meninos. 
Dezenas, centenas de igrejas. Recortes em escada a partir do rio, a crescer por cada uma das margens do Vlatva. São Nicolau, Nossa Senhora de Týn, São Francisco Serafim, São Venceslau, São Salvador, São Clemente.
E Emil! Emil Zatopek!
Depois de os tanques soviéticos terem esmagado as ruas de Praga, houve uma súbita oposição passiva.
As pessoas faziam-se tolas como o Valente Soldado Shveik.
Se um soldado soviético perguntasse alguma coisa, por mais simples que fosse, a resposta deveria ser tão intrincada como os infinitos labirintos de Kafka, tão grotesca como Gregor Samsa, de repente transformado num enorme escaravelho.
Até as tabuletas de indicações foram mudadas de lugar.
Não havia soldado soviético que se orientasse naquela praga de Praga.
Na Praça de São Venceslau, uma manifestação tomou forma.
Zatopek ia a passar, no seu passo firme. Chamam-no! Aclamam-no!
Era um homem simples, Zatopek.
Exigem-lhe que fale, a ele que não sabe o que dizer naquela situação; obrigam-no a exprimir-se, a ele que só quer correr dali para fora como fizera em Helsínquia, em 1952, vencendo os 5000, os 10000 metros, a Maratona.
Nunca ninguém como Emil Zatopek!
Ele solta a palavra que o há de prender: daí a pouco serão os Jogos Olímpicos do México, 1968, exige aos soviéticos que respeitem a trégua sagrada de Olímpia, condena a invasão, embaraça-se no pensamento e no discurso que lhe tolhe o pensamento.
Nesse tempo, Emil Zatopek era um arquivista cinzento de um ministério mazombo. Foi exonerado, erradicado do exército, proibido de residir em Praga.
Roubaram-lhe tudo. Até a dignidade.
Exila-se no noroeste do país, junto à fronteira alemã: Jachymov. Trabalha nas minas de urânio, empurra vagonetas, suja a farda de ganga coçada.
Ah! Que nome extraordinário: Emil Zatopek!
Seis anos mais tarde, os novos governantes de Praga, roubam-no outra vez: exigem-lhe que regresse à capital, servirá de exemplo para aqueles que se opuseram ao barulho sinistro das lagartas dos tanques soviéticos esmagando o empedrado matemático da Ponte Carlos.
«Há mais igrejas em Praga do que dias num ano», escreveu Ingvalt Unsted.
Zatopek poderia ter esfregado a pano as fachadas das igrejas de Praga.
Havia algo que ninguém, nem todos os ladrões de Praga, podiam roubar a Emil Zatopek - a popularidade. Foi varredor de ruas e gritavam o seu nome enquanto varria ruas. As pessoas debruçavam-se nas janelas para ver Zatopek esvaziar baldes de porcarias urbanas na sua dignidade de homem que aceitava as porcarias humanas. Erguia um caixote e estralejavam as palmas. Os seus companheiros de trabalho recusam-se a partilhar horários com ele, sentem-se diminuídos, assumem a vergonha de uma tirania que não é deles.
Jan Echenoz escreveu como ninguém sobre Emil Zatopek: «Um homem doce…».
E ele corria, na sua passada inconfundível e vitoriosa, na peugada das camionetas do lixo que percorriam as ruas de Praga com as suas mais de quatrocentas igrejas…"

O “imperativo” da felicidade - um exercício de liberdade ou enclausuramento?

"De uma forma geral, a felicidade tem sido considerada como uma das principais âncoras para alcançarmos o que desejamos - a investigação tem demonstrado como a experienciação deste "estado de alma", facilita o nosso "drive" para atingirmos certos resultados ou a nossa vontade em termos relações sociais com ao adequado laço afectivo.
Por esta razão, este tema tem vindo a ganhar cada vez mais espaço em todas as áreas de performance, sendo fácil encontrar inúmeros relatos da sua aplicação no contexto desportivo, empresarial ou na vida em geral das pessoas. 
Globalmente, associamo-la a níveis elevados de bem estar e saúde mental.
Conscientes deste impacto, investigadores de diferentes universidades têm-se dedicado nas últimas décadas a tentar compreender porque é que existem pessoas mais felizes que outras e como poderemos tentar alcançar maiores níveis de felicidade.
Em paralelo, e acompanhando este movimento da ciência, multiplicaram-se milhares de livros de auto-ajuda sobre o tema (só na Amazon, aparecem mais de 20.000 exemplares diferentes!), eclodiram um sem número de "líderes espirituais" (infelizmente, na sua grande maioria, mais focados em fins próprios comerciais do que em ajudar verdadeiramente o outro...) predispostos a ajudar os demais a alcançar a emoção mais desejada e, inclusivamente, assistimos a uma tendência gigantesca em associar a felicidade às experiências que vivenciamos no dia-a-dia, motivando as pessoas a uma busca continua e incessante de... felicidade.
Mas, será que esta "vaga de felicidade" estará a aproximar-nos, efectivamente, desse objectivo? 
Lamentavelmente, esse não parece ser esse o caso. De facto, andamos antes a "treinar", o que poderíamos chamar de acções de "sensation seeking" e "risk taking", muitas vezes associadas a comportamentos de adição (que se traduzem, numa "espécie" de sensação momentânea de "felicidade"... falsa - porque externa e não internamente motivada).
Atendendo a que a investigação nos aponta para duas importantes dimensões, que confluem na nossa percepção de felicidade, que são a satisfação global que temos com a nossa vida e a percepção de felicidade subjectiva (em cada acção do nosso quotidiano), de repente, tudo à nossa volta nos "empurra" para a necessidade de procurarmos introduzir cada vez mais experiencias de felicidade na nossa agenda.
Resultado: uma gigantesca dispersão para tentar introduzir uma multiplicidade de estímulos, buscando sempre a "próxima" experiência de "bem estar" e, invariavelmente, e porque estamos a falar apenas, em mais uma forma de treinar comportamentos aditivos... a necessidade de ELEVAR cada vez mais o nível de risco nas actividades que escolhemos (e, aqui, podíamos estar a falar de coisas tão distintas como saltar de paraquedas ou, por exemplo, "flirtar" com um(a) estranho(a) enquanto o(a) nosso(a) parceiro está sentado na sala ao lado...).
Os fenómenos de adição são já de tal forma visíveis que os estudos nos indicam que os "viciados na felicidade", transformam-se invariavelmente em pessoas demasiadamente egocêntricas, cegas na sua busca de Felicidade, com muito menos capacidade de introspecção, danificando por completo aquelas que são as suas relações significativas - onde, de resto, assenta uma larga fatia da possibilidade de podermos, de facto, experienciar felicidade.
Muitas vezes, esta rede de suporte social da pessoa em questão, ainda têm que "levar" com o "teatro dos iluminados"... ou seja, assistirem de muito perto a um exercício de superiorização e soberba, onde "eles é que sabem, estão num nível superior de desenvolvimento e, por isso, vão ensinar quem está à sua volta a encontrar também a felicidade"... muitos acham até, que encontraram a "sua vocação" quando, na realidade, e assistido de perto, mais não é do que uma extrema necessidade de validação, assente na "vampirização" dos afectos e reconhecimento do outro (ficaríamos aqui a escrever 3 dias sobre tema).
De facto, em 20 anos de carreira, nunca vi alguém, genuinamente mais "evoluído" em termos do seu desenvolvimento pessoal, preocupado em fazer "uma campanha de marketing" acerca disso... na realidade, são até as pessoas que, muitas vezes quase em "silêncio", nos acompanham ao longo de uma vida, contudo, são quase sempre, os nossos "pilares".
São pessoas que, ao invés de rejeitarem as emoções negativas, antes as aceitam e integram na sua vivência, sem medo ou vergonha de, pontualmente, assumirem que estão tristes, angustiados, deprimidos... enfim, infelizes!.
É que, paradoxalmente, a investigação também nos indica que, só consegue ser genuinamente feliz, quem for igualmente capaz de experienciar a profunda tristeza - por outras palavras, é importantíssima uma boa capacidade de regulação e adaptação emocional.
E agora, em que ficamos?
Na realidade, até a investigação nos indica, actualmente, que quanto mais perseguimos a felicidade, menos a conseguimos experenciar e, curiosamente, também aqui a questão prende-se com algo que é muito trabalhado na área da performance:
Preocupamo-nos demasiado com o resultado (ser feliz) e pouco com o processo.
Por outras palavras, o que estou, de facto, a fazer de forma sistematizada (com todas as etapas de treino de resistência à frustração, inevitavelmente necessárias) para me aproximar desse propósito? 
Em suma, procurar coleccionar experiências de felicidade atrás de experiências de felicidade, com 30 amigos diferentes (já agora, emocionalmente, não conseguimos manter relações com a necessária qualidade emocional com mais do que uma mão cheia de pessoas...), traduz-se inevitavelmente, num efectivo treino de uma espécie de "rush" emocional, em nada diferente de nos sentarmos à frente da televisão a "devorar" um quilo de chocolate.
É que, a felicidade é subjectiva e é um processo descoberta interna (às vezes lenta) que tem que, necessariamente, possibilitar a nossa vivência como seres inteiros que somos - logo, integrando as "ditas" emoções negativas que, quase sempre, são o berço da nossa felicidade.
Porquê, então, fugir delas?"

Valentino Rossi: génio corajoso

"Valentino Rossi nasceu para ser corredor de motos. Este fim-de-semana, apesar de ser quinto no GP Aragón, foi 3.º na classificação para a corrida. Notável! A lógica e a idade não contam para ele. Foi corajoso e valente em ter corrido mesmo diminuído fisicamente com uma perna partida. Não tem nada a provar (38 anos, 9 títulos, 115 vitórias e 360 grandes prémios disputados), é um corredor imprescindível como cartaz no MotoGP.
Uma corrida com a presença de Rossi não tem nada a ver sem ele. Não desiste de ser pela décima vez campeão.
Há muitos anos deixei de ter um clube de futebol preferido. Quando mais novo, era do Benfica pelo Eusébio, um jogador assombroso que deu tudo pelo Benfica, chegando a jogar magoado e com analgésicos porque a sua presença em campo era importante, no plano monetário e desportivo. Nesse tempo confundia-se o Benfica com o Eusébio. Sigo o futebol português com algum distanciamento, sem clubite e sem paixão exacerbada.
Em Espanha sou pelo Real Madrid enquanto lá jogar o Cristiano Ronaldo. Sigo o Mourinho para onde ele for. Já fui pelo Chelsea, depois pelo Inter de Milão, a seguir pelo Real Madrid, mas já o era em Espanha pela presença do Ronaldo. No futebol italiano seguia o Roberto Baggio onde ele jogasse: Milão, Juventus, Inter de Milão e Brescia. O jogador mais completo que vi jogar no futebol italiano, uma espécie de 9 e meio que jogava atrás do ponta-de-lança
Em Inglaterra sou pelo Manchester United, via Mourinho. Tenho por hábito seguir pessoas e não clubes. No ténis sou um fã de Federer e a espaços de Del Potro por influência do meu filho. No ciclismo Nibali admiro muito, gosto de Froome mas tem sempre uma equipa que o ajuda muito.
Nas motos sou um incondicional de Valentino Rossi, mesmo gostando de Miguel Oliveira que é português. Rossi é um génio e uma alegria na minha vida e nos fins-de-semana que corre. No GP San Marino não correu e eu não vi a corrida. Voltou com a sua recuperação espectacular e surpreendente, lá estive a ver a extraordinária corrida, mesmo com a perna fracturada, ficando em 5.º lugar.
É um consolo vê-lo correr. No dia que se retire será um dia de luto para mim. Sinto-me um felizardo de estar vivo e ter tido o prazer de ver correr Valentino Rossi, chegando a vê-lo ao vivo no Estoril em que dava quase uma volta ao 2.º classificado.
Por ele cheguei a ter moto quando era mais novo, ter o prazer de andar de moto e sinto-me totalmente identificado com ele. Tenho-o no rol dos meus amigos virtuais.
A sua recuperação passados 22 dias demonstra que a medicina tem evoluído muito. Mas, também, prova que Rossi com 38 anos o seu corpo está aí para as curvas e permite-lhe acalentar a esperança de vencer o seu 10.º título Mundial. Há dois anos roubaram-lhe um título mais que certo pela habitual união espanhola contra o italiano. Mas o mais importante é a ambição e ganas de correr.
Resta este ano a Rossi utilizar as corridas como preparação para a próxima época 2018/2019, em que espero que não seja a última.

Nota: FC Porto em grande! Benfica um desastre! Sporting assim-assim!"

Redirectas XLVII - Dever de consciência

 
Caros companheiros, sinto-me hoje na obrigação de tomar a palavra e dizer o que me vai na alma. 
Existem resultados e exibições que marcam a história. Temo que este seja um deles. Espero que não seja necessário mais para que as vozes necessárias se façam ouvir.
Depois do Boavista só havia um caminho possível e a equipa está fazendo precisamente o caminho inverso. É sinal que existe muita coisa errada e uma grande incapacidade.
Muito mais grave quando esta é a época em que todos tinham a obrigação de demonstrar que o Benfica ganha dentro do campo. Este é o campeonato que vai ser apontado por todos como o campeonato da verdade. Quem não percebe isto não percebe nada.
E vamos jogar à Suíça e fazemos esta figura quando os nossos rivais fazem as exibições que fizeram?
Estar com a equipa é saber mostrar a nossa indignação quando é necessário e este é o momento para fazê-lo. Não existem mais desculpas. O discurso tem de ser outro. E o presidente tem de dar a cara numa hora destas. Não podemos dizer que temos um plano a médio e longo prazo e que não vamos mudar por causa de um mau resultado. O plano tem de ser mudado e é já.
O modelo actual da SAD está totalmente errado. É imperativo que os melhores jogadores fiquem no clube mais tempo. Caso contrário a formação não nos trará as vitórias desejadas. As conquistas ambicionadas por todos nós. A glória que o Glorioso merece respirar.
Inadmissível vender o Renato Sanches e deixá-lo agora a jogar no Swansea. O Renato podia jogar mais 10 anos no Glorioso que jogaria todos os jogos com a alegria contagiante que nos deu a mais saborosa remontada de que tenho memória num campeonato inesquecível. E sim, foi dentro de campo que ele levou o Benfica ao título de campeão. Tricampeão. Um miúdo fora de série com uma alegria contagiante que hoje está desvanecendo ao ser relegado para um qualquer Swansea. Um miúdo de 18 anos vendido para o Bayern de Munique. O que estavam à espera que acontecesse?
O Ederson tinha de estar na baliza do Benfica. Ele inúmeras vezes referiu em entrevistas que jogaria no Benfica com todo o prazer por muitos anos. Alguém tem dúvidas que teríamos o melhor guarda-redes do mundo no estádio da luz durante anos e feliz a manter as nossas redes invioladas e a criar lendas? Menos de 20 milhões entraram nos cofres do SAD pelo melhor guarda-redes que alguma vez passou pelos relvados da luz e tão depressa não se verá outro igual. Inadmissível. Quando formamos o melhor do mundo não o vendemos. Ficamos com ele até que ele seja o jogador mais bem pago do plantel e capitão se for preciso. 
O futebol é mais do que uma mera empresa. O Ederson hoje vale muito mais que os 40 milhões. E o Benfica perdeu muita qualidade e muito dinheiro com as vendas que tem feito. O Renato era um jogador para ser vendido daqui a 4 ou 5 anos por largas dezenas de milhões. Tudo isto eu vi e escrevi a seu tempo. Quando é que a SAD vai perceber que é essencial manter os jogadores para o projecto da formação dar certo?
O dinheiro no futebol só vai crescer. Destruímos uma equipa em 1994 por causa do bicho papão do dinheiro. O Rui Costa foi vendido por 5 milhões de euros agora estamos a fazer a mesma coisa. Dando 20 milhões de euros a bancos + 20 milhões a empresários e afins a cada ano.
Façam conta aos jovens da formação que foram vendidos e imaginem esses mesmos jogadores hoje na nossa equipa. Poderiam agora ser vendidos dois ou três deles pelos tais 80 milhões certo? O Benfica tem tanta capacidade de vender um jogador por 100 milhões quanto o Mónaco. E quem disser o contrário está iludindo o povo. E notem que esses 100 milhões já estão ultrapassados no tempo. Agora fala-se é de 200 milhões.
O modelo actual da SAD é vender muito e a preço de tabela. Abordagem totalmente errada do negócio. Os grandes jogadores não podem ser tratados como mercadoria. Os grandes jogadores são seres humanos. Merecem ser tratados com respeito. 
Os grandes jogadores são para ser valorizados na Champions League. O Benfica é cabeça de série. Tem de ficar em primeiro no grupo. No mínimo segundo. A direcção da SAD deve ter esse objectivo como número 1. Muito mais do que ganhar o campeonato. Eu já o escrevi. O futebol joga-se na Europa não em Portugal.
Com o resultado de hoje todo o plantel do Benfica desvalorizou milhões. Se as acções tivessem alguma representatividade estariam a esta hora a descer a pique. É como uma farmacêutica ver um medicamento seu banido do sistema de saúde mundial. Um evento que deixa repercussões diversas. A SAD tem de saber isto ainda que o adepto comum não o consiga ver. A valorização do Benfica é feita a cada jogo da Champions League e não num jogo contra os Paços de Ferreira desta vida. Imaginam o estrago de imagem que a Emirates teve esta noite? 
Fazem-se contas de contabilidade básica na SAD do Benfica quando as variáveis a considerar na análise económica de um negócio como o futebol exigem bem mais do que olhar para o deve e haver do dinheiro que entra e sai a cada ano. No futebol são os grandes jogadores e os grandes técnicos que trazem as grandes vitórias e as grandes receitas. Se estamos formando os melhores jogadores do mundo temos de ter capacidade para mantê-los nos nossos quadros a valorizar o nosso clube e não os nossos concorrentes directos.
Certo? 

Viva o Benfica!

Redheart

Vermelhão: Digestão difícil !!!

Basileia 5 - 0 Benfica


Não é fácil escrever depois de resultados destes... portanto para evitar arrepender-me no futuro próximo, vou tentar ser mais 'curto' do que o habitual!!!

Uma das coisas que tenho dificuldade em compreender, é como é que o Benfica prepara estes jogos (Champions, fora...), praticamente da mesma forma como jogámos com o Paços na Luz, no último Sábado!!! A ausência de uma alternativa no Modelo de jogo é irritante... e hoje, nem sequer podemo-nos queixar das lesões: pois não tínhamos ninguém lesionado!!! O único 'ausente' foi mesmo o Krovinovic... e se calhar, se tivesse sido inscrito, seria titular!!!

Com o golo do Basileia no primeiro ataque, nunca saberemos qual seria a estratégia dos Suíços, mas eu aposto que pouca coisa iria mudar se o Basileia não marcasse nos primeiros minutos!!!
O Basileia obviamente observou os nossos jogos, viu como tivemos dificuldades com o Portimão e com o Boavista (principalmente estes dois...), nas transições defensivas... e sendo assim os Suíços 'mudaram' a sua forma de jogar (algo que nós aparentemente não sabemos fazer...)!!!
O Basileia, como equipa habitualmente vencedora na Suíça (este ano, até está a correr mal...), joga normalmente em ataque continuado... em posse, mas percebeu que com o Benfica, seria mais fácil 'mudar'!!!

E por isso, é que na 1.ª parte tivemos muita bola, muita posse em ataque, algumas oportunidades - apesar da lentidão e da incapacidade de entrar pelo 'meio' (e nos flancos estamos mais débeis...) -, mas o Basileia pareceu sempre mais perigoso...!!! E desta vez, até se o apitadeiro não tivesse sido tão 'caseiro', a sensação que ficou, é que a consistência defensiva do Benfica nunca iria aguentar os 90 minutos...!!!
Houve de facto momentos neste jogo que nos fizeram recuar até Vigo, sendo que desta vez a combinação penalty, expulsão poucos minutos depois, foi decisiva no avolumar do resultado! Mas se a derrota tivesse sido por números mais pequenos, os problemas não desapareciam... As debilidades estão à vista... E tal como eu já escrevi, em Janeiro alguma coisa poderá ser rectificada, mas já iremos tarde para a Champions... e para o Campeonato vamos ver!!!

E não são só as debilidades que todos apontam nos pasquins e nas redes sociais: o Benfica nas últimas épocas, além do envelhecimento do 'onze' (e naturais consequências...) e da perda de muito talento: perdeu velocidade (com e sem bola), perdeu jogadores com força, perdeu altura... E se internamente dá para remendar, nestes jogos com equipas fisicamente bem preparadas é quase impossível... Basta recordar alguns dos jogos da pré-época: Young Boys, Leipzig... por exemplo!
E isto é independente do talento com bola individual e colectivo...ou da leitura táctica. E nos jogos com o Manchester vamos provável 'entender' da pior maneira a importância destes factores!

Pragmaticamente os zero pontos esta noite não são o 'problema'!!! O 'problema' maior foram os zero pontos com o CSKA, somados aos zero pontos de hoje!!! Acredito que ainda podemos lutar pelo lugar na Liga Europa com os Russos, mas a Champions já era...

Numa leitura mais alargada, esta edição da Champions está a mostrar qual será o futuro próximo, se nada for alterado: a diferença entre os Clubes dos grandes mercados e os Clubes dos pequenos e médios mercados é cada vez maior... Mesmo aqueles Clubes dos mercados pequenos e médios, que ainda davam alguma 'luta' aos grandes, todos eles habitualmente 'vendedores', estão em grandes dificuldades... Esta é a realidade. Poderá haver excepções pontuais, mas a tendência a médio e longo prazo é clara...

Agora, depois deste resultado só existe um caminho: ganhar nos Barreiros...