quarta-feira, 30 de agosto de 2017

5.ª lugar

Desta vez, não 'deu' medalha, foi por pouco, por muito pouco...
Creio que a falta de competição da Telma, acabou por ser fatal. Recordo que a Telma tem estado a recuperar de lesão após os Jogos Olímpicos, participando em muito poucas provas...

A derrota nos Quartos-de-final nos últimos segundos não foi fácil de 'engolir'!!! Uma desatenção nos primeiros segundos do combate com a Francesa pelo Bronze, acabou por ser fatal, já que no resto do Campeonato a Telma não conseguiu 'recuperar'!

PS: O Nuno Saraiva, apanhou um adversário muito superior, na 3.ª ronda. Ontem o jovem Gonçalo Mansinho, conseguiu um 9.º lugar na sua estreia ao mais alto nível...

Queixinhas rima com choninhas...

"O Conselho de Disciplina (CD) da FPF arquivou a queixa feita pelo Sporting, que pretendia ver o benfiquista Eliseu castigado por uma alegada agressão praticada na partida com o Belenenses. Obviamente. Ao CD falta competência técnica para avaliar casos de arbitragem, não é para isso que serve, não é isso que lhe é pedido. Antes da chegada do VAR, ainda era possível argumentar que o árbitro não tinha visto a situação e seria por isso correta uma avaliação posterior (onde a opinião técnica do árbitro seria decisiva). Foi o que aconteceu, e muito bem, ainda recentemente, com Samaris.
Com o VAR - e foi esse o caso de Eliseu - a decisão da equipa de arbitragem (e esta será avaliada de acordo com o mérito das escolhas que faz) é sempre informada e necessariamente soberana. Seria uma tolice sem nome que um acto técnico de arbitragem fosse praticado por pessoas capacitadas apenas para interpretar os regulamentos disciplinares e aplicá-los.
Dito isto, vamos à parte das queixinhas, que encameiam (e enlameiam) no futebol português. A quem aproveita este clima de meninos de escola (choninhas!) sempre prontos a acusar os companheiros? Não percebem, os responsáveis das três maiores instituições desportivas de Portugal, que ao procederem desta forma não estão à altura da grandeza dos emblemas que representam? Que se transformam em péssimos exemplos para a sociedade?
Infelizmente, não vislumbro no horizonte quaisquer sinais de inversão destes procedimentos canhestros, tenho até a sensação de que o clima tenderá a agravar-se à medida que o campeonato caminhar para o fim..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Eliseu: escrever torto por linhas direitas

"Eliseu deveria ter sido punido pela entrada violenta sobre Diogo Viana, mas a decisão do Conselho de Disciplina (CD) em mandar arquivar o auto tem de se aceitar como justa. Porque o que estava em causa não era apenas o famigerado lance ocorrido no Estádio da Luz.
O que estava em causa era toda a base do, chame-se assim, direito do futebol. Em campo, e com todas as falhas e erros, a decisão do árbitro é soberana. Se um lance é visto e analisado dentro de campo, mesmo que mal, não pode vir depois um órgão disciplinar fazer de justiceiro. Porque se o faz hoje numa expulsão, terá de começar a fazê-lo depois em penáltis, pontapés de canto ou foras-de-jogo. Neste caso em concreto, não se pode dizer que tenha sido um lance não avaliado pela equipa de arbitragem, como aconteceu como o soco de Samaris em Diego Ivo.
Aliás, mesmo antes de haver uma decisão sobre este caso, levantou-se um pouco o véu do que esperava aos órgãos disciplinares para o resto da época: queixas e mais queixas, por faltas duríssimas, duras ou assim-assim. O CD tornar-se-ia, para usar uma expressão de José Manuel Meirim, num novo vídeo-árbitro, a juntar aos VAR já em vigor.
Não castigar Eliseu por aquela falta grosseira é uma injustiça, mas a justiça não se podia fazer por linhas tortas. O que tivemos neste caso foi um lance mal julgado, quer pelo árbitro quer (sobretudo) pelo vídeo-árbitro, como há tantos em tantos os jogos. A única justiça possível é penalizar os responsáveis pela injustiça: árbitro e vídeo-árbitro."


PS: Ok, se o lance do Eliseu foi analisado pelo árbitro e pelo VAR e assim não deve ser revisto pelo CD; então se o lance do Samaris não foi visto pela equipa de arbitragem, e por isso o Samaris foi castigado; então o lance do Brahimi, pelo menos não foi 'visto' pelo árbitro!!! Portanto, seria lógico perguntar se o VAR viu o lance do Brahimi... certo?!
E já agora, também seria interessante perguntar porque é que o CD só actua perante 'queixas', e não actua independentemente das 'queixas'?!!!
E por último, o actual Presidente do CD, prometeu, 'castigar' os Clubes que promovessem litigância por má fé... será que as 'queixas' dos Lagartos, perseguindo os jogadores do Benfica, não 'encaixam' nesse perfil?!!!

Expatriação e Futebol: Quando a capacidade de Adaptação se transforma no Elemento de Sucesso.

"A poucas horas de terminar a janela de transferências entre clubes, as equipas começam a ficar com os seus plantéis fechados... pelo menos, até à nova abertura de mercado, em Janeiro.
Clubes investem as suas reservas (poucas ou muitas) na contratação “daquele” atleta que irá fazer a diferença na época que se inicia... e o “jogo das expectativas” começa.
De fato, de parte a parte, atletas e clubes/treinadores, na data da assinatura do contrato criam uma “ilusão” acerca do que irá acontecer nos meses (dias!) que se seguem... ilusão essa que, muitas vezes, depressa cai por terra.
Em boa verdade, o que se encontra “em jogo” são as expectativas que o atleta cria e a vida que se idealizou versus o que, de fato, começa a acontecer e, quanto mais depressa se fizer o ajustamento entre expectativa e realidade, mais rapidamente se poderão aproximar de uma “nova realidade”, agora já construída sobre uma base mais sólida - que, mais não é do que o tempo de adaptação que o atleta necessita.
Muito frequentemente, compram-se atletas que marcam 30 golos num campeonato e, de parte a parte (atletas e treinadores/clubes), cria-se a expectativa de que, quase de imediato, o atleta irá demonstrar todo o seu valor, justificando o investimento realizado.
Contudo, nem sempre acontece.
Adaptação a um novo treinador, um novo balneário, um novo estatuto (ou falta dele..) no balneário, um novo estilo de vida (com mais ou menos liberdade ou mais ou menos mobilidade), à ausência física (pelo menos inicial) das suas figuras de referência e da sua rede de suporte social, a necessária adaptação ao clima (calor, humidade, frio...), à alimentação e às nuances (por vezes, fracturantes) entre culturas... tudo isto ocorre, em simultâneo, com uma necessidade cada vez mais manifesta de "validação" e desejo de não deixar escapar uma única oportunidade.
Trata-se, por assim dizer, de um gigante desafio de adaptação (para alguns, vivido como se da própria ‘sobrevivência’ se tratasse) que, muito frequentemente se transforma num ‘pequeno cocktail Molotov’... o qual, uma minoria (porque de quem desiste não se fala..) consegue superar.
A expatriação, enquanto fenómeno social e desportivo tem sido, já há alguns anos, bastante discutida e, sem surpresa, tem-se revelado um fenómeno complexo, influenciado por muitos eventos, expectativas, condições e pressões que afectam a rede de suporte e capacidade do individuo em se ajustar à nova realidade.
Manter níveis de performance óptima, em contexto de expatriação, principalmente quando se trata de jogadores jovens (rever http://tribunaexpresso.pt/opiniao/2017-04-12-Quando-os-golden-boys-se-transformam-em-shadow-boys) torna-se, por isso, uma tarefa desafiante.
A questão subjacente não está, de fato, associada aos "créditos desportivos" dos atletas que, invariavelmente, foram sobejamente reconhecidos no passado mas sim, às suas competências de adaptação e de vida que, não tendo sido "testadas" e/ou treinadas em contexto "interno", acabam por se revelar uma espécie de "jogo de roleta russa", cuja taxa de êxito resulta da confluência aleatória de um conjunto de características de personalidade do atleta e da capacidade de recepcionar o atleta, por parte do clube, reconhecendo a sua condição de expatriado.
A capacidade de manter a confiança, ligar com ansiedade ou raiva e manter seu foco, quando tudo muda à sua volta e a capacidade de prever o que quer que seja (o comportamento de outros, do clube, a reacção do corpo ao treino, ao frio, ao calor... entre tantas outras) é francamente diminuta, revelam-se fundamentais para que a qualidade desportiva do atleta se possa manifestar.
Precisa-se, por isso, que clubes e treinadores apostem fortemente na criação de programas de apoio e optimização de atletas expatriados, garantindo-lhes o máximo equilíbrio e estabilidade possíveis para que, de forma muito rápida, o atleta se possa concentrar apenas no aspecto desportivo e, ainda, que os atletas evoluam na sua ambição e compreendam que o fenómeno do (seu) sucesso resulta, para além dos aspectos desportivos, de um conjunto de competências de adaptação e de vida, não menos importante.
Atletas, Clubes e Treinadores devem, por isso, considerar esta condição, por forma a fazer o devido planeamento da mesma, garantido com isso, maiores condições de sucesso."

A defesa do Benfica

"1. Da defesa titular no tetra sobra apenas um jogador, o capitão Luisão. O facto é conhecido. Não se pense, contudo, que as saídas de Ederson, Nélson Semedo e Lindelof e, ainda, de novo, as lesões de Grimaldo (e também de Jardel), preocupam essencialmente pelo impacto que têm na forma como o Benfica defende. Na verdade, num clube que joga 90% dos seus jogos em ataque organizado, estas alterações profundas na defesa têm mais efeito sobre a forma como a defesa participa no ataque do que, propriamente, sobre o desempenho defensivo da equipa. Até porque, a este respeito, o Benfica tem em Fejsa um jogador com uma inteligência rara na reacção à perda da bola e na forma como se reposiciona em transição defensiva.
Há um ano, a disputa pela baliza era entre Ederson e Júlio César. Dois guarda-redes com um óptimo jogo de pés e que permitiam a construção desde trás, de facto, com onze jogadores. Com a titularidade de Ederson – que tem uma amplitude de movimentos única e irrepetível –, a defesa passou, além do mais, a poder jogar mais subida, queimando espaço no meio-campo, enquanto o guarda-redes controlava de forma magistral a profundidade. Ederson era (ainda) mais importante a atacar do que a defender. Hoje, com Júlio César intermitentemente no estaleiro, a baliza será disputada por Varela (que tem um jogo de pés sofrível) e um jovem belga acabado de atingir a maioridade?
Se Jardel a sair com a bola não tem a qualidade de Lindelof, nas laterais o problema é mais agudo. Sem Grimaldo e sem Nélson, a equipa não fica comprometida defensivamente, mas a participação dos laterais no jogo ofensivo é muito diferente. A Eliseu já falta fôlego para pisar terrenos interiores e André Almeida nunca será um lateral ofensivo. Mas se, na temporada transacta, Jardel, Eliseu e Almeida eram, eles próprios, planos b muito competentes, o mesmo não se pode dizer das alternativas a estes jogadores.
Surpreende por isso que, quatro jornadas passadas do campeonato e com o primeiro jogo da Champions a avizinhar-se, não tenha havido nenhuma contratação para resolver os problemas atacantes da defesa do Benfica, enquanto se vai especulando sobre mais alas e avançados (posições para as quais há uma manifesta crise de abundância). Até quinta-feira à meia-noite, ainda podem surgir novidades, mas teria sido sempre preferível resolver o problema atempadamente.

2. Em Vila do Conde, o Benfica empatou e empatou bem. Uma vez mais, ficou demonstrado que contra equipas que procuram jogar futebol no campo todo e que actuam subidas, o Benfica tem dificuldades para afirmar o seu jogo. Um problema que não é novo e que se repete desde que – vai para oito temporadas – jogamos com um meio-campo a dois e, frequentemente, em inferioridade numérica na zona central. Menos mal que, ao contrário dos nossos rivais, perante um insucesso, o clube não ganhou o hábito de se escudar nas arbitragens ou noutros factores que não o futebol jogado."

O mercado fecha à meia-noite de quinta

"A Portugal vão chegar apenas as réplicas do massivo terramoto que é este mercado de 2017. Mas a filosofia das compras é complexa...

Fechou a primeira fase da I Liga portuguesa. O campeonato para agora, por compromissos da equipa de todos nós, e à meia-noite da próxima quinta-feira encerra o mercado. na sexta-feira, prometo, será possível avaliar, com uma clareza cristalina, o que podem valer os candidatos ao título; até lá, haja calma, refreemos as conclusões absolutas com meios de análise relativos, e partamos apenas a seguir para a formulação de uma ideia sobre a época de 2017/18. Faço votos para que, na próxima temporada, o mercado encerre a 31 de Julho, conferindo alguma sanidade à formulação dos plantéis. Haverá, estou certo, muitos interesses associados à manutenção do mercado em aberto até às calendas, mas o futebol, através dos treinadores, deve marcar posição, em nome da  coerência e da construção da equipa. Se houver dúvidas em relação ao que aqui estou a plasmar, preto no branco, basta esperar até à próxima hora zero de sexta-feira para constatar as diferenças exponenciais que vão verificar-se. Mbappé vai para o PSG e a partir daí vamos assistir a uma efeito-dominó que também chegará à periferia (a Portugal...).
Se as equipas portuguesas que jogam para o título mantivessem, tal e qual, os plantéis com que afrontaram a quarta jornada da I Liga, o FC Porto estaria servido em qualidade que não em quantidade; o Sporting estaria muito confortável; e o Benfica estaria carente em três posições, há muito referenciadas, mas ainda por preencher: guarda-redes, defesa-central e médio-defensivo. Porém, nos próximos quatro dias muito água correrá debaixo das pontes e os derradeiros cartuxos serão queimados, num contexto susceptível de alterar profundamente a fisionomia da competição. Para quem tiver a memória curta bastará lembrar que Jonas - o mais decisivo jogador da última épocas - apenas chegou ao Benfica lá no decorrer no mês de Setembro...
Portugal é um player menor no contexto europeu, mas mesmo assim, valerá a pena reflectir sobre a filosofia das contratações. Qual deve ser a principal prioridade? Contratar para negócio, ou contratar para fazer equipa? Muitas vezes, a tentação do investimento no jogador que pode significar mais-valias no futuro próximo, mas sem utilidade imediata, acaba por prejudicar o trabalho do treinador (o silêncio dos inocentes?).

(...)

A grandeza de Jardim depois da goleada...
«O Marselha é um grande clube, quando era jovem era dele que ouviamos falar em Portugal. É preciso respeito, isto foi só um jogo».
Leonardo Jardim, treinador do Mónaco
vinte anos que o Marselha não sofria uma derrota tão expressiva na Liga francesa (6-1). E logo frente a um rival mediterrânico, o Mónaco, que tem vivido o sobressalto de perder as estrelas mais cintilantes! Na hora do triunfo, Leonardo Jardim foi magnânimo com o adversário, o que só engrandeceu o seu sucesso. Um orgulho para o futebol português.

Pimenta de Ouro
Em Agosto de 2016, nos Jogos do Rio de Janeiro, Fernando Pimenta queixou-se das folhas da lagoa Rodrigo de Freitas que se prenderam à canoa e o terão impedido de chegar às medalhas no K1 1000m. Um ano volvido o português ficou com a prata nos Mundiais de K1 1000m e sagrou-se campeão do mundo em K1 5000m. Numa das raras modalidades bem pensadas e executadas em Portugal, Pimenta vê finalmente compensada a aposta de risco que fez depois de Londres e que o levou a desfazer a parceria com Emanuel Silva, no K2 1000m...

'Money makes the world go round'
Um combate entre o campeão de MMA e o campeoníssimo de boxe poderia dar a sensação de uma americanice tipo Alien-Predator, sem sentido desportivo. Porém, Mayweather e McGregor lutaram com total seriedade durante dez assaltos de grande espectáculo, que fizeram girar mil milhões de dólares. Chapeau!"

José Manuel Delgado, in A Bola

Os novos desafios da videotecnologia

"Importa não esquecer que o videoárbitro é um projecto embrionário e, por isso, falível.

Ponto prévio: sou totalmente favorável à implementação da tecnologia no futebol. Reconheço que teria sido melhor se ela fosse implementada com mais tempo, tal como reconheço que o ambiente que se viveu na época passada justificou a opção de a introduzir no imediato. Sou igualmente da opinião que a videotecnologia repõe maior verdade desportiva, porque diminuirá muitos dos erros grosseiros. Importa não esquecer que este é um projecto embrionário e por isso, falível. Importa ainda não esquecer que os árbitros - agora também VAR - são estagiários nesta matéria e apesar de frequentarem um curso intensivo nos últimos meses, só agora concluíram a licenciatura e puseram mãos à obra.
Dito isto, permitam-me alguns conselhos generalizados e bem intencionados.
Caros árbitros, este é um projecto em constante evolução. O passado atesta-o (a versão original do IFAB já foi actualizada oito vezes) e o futuro o confirmará. Penso que há um passo importante para dar em breve: o de apertarem a malha. Sabemos que faz sentido a directriz para a mínima interferência e que a estão cumprir na íntegra. Mas a prática tem-nos mostrado, aqui e ali, que há algum excesso de zelo na altura de intervir. Vejam isto com outra distância: o que videotecnologia pressupõe é que se sirva o futebol, dando-lhe mais verdade. Isso significa que quando uma imagem mostra que há penálti, é porque há penálti. Quando mostra que uma entrada é violenta, é porque ela é violenta. Quando mostra que é grosseira, é porque ela é grosseira. Não pensem demasiado no tamanho da prova. Não é preciso que um erro seja visto da Lua para que possa ser corrigido: basta que exista. Essa mudança de chip vai beneficiar o futebol e libertar-vos dessas algemas apertadas.
Caros árbitros assistentes, a recomendação de não punir o fora de jogo (em caso de dúvida e/ou perigo potencial) faz sentido: mais vale anular, tardiamente, um golo ilegal do que interromper, precipitadamente, um que deveria acontecer. Mas, em vossa defesa e para bem do jogo, procurem calibrar essa bitola. É que a vossa principal missão continua a ser a análise do fora de jogo. Se ele existe, punam-no. Se ele acontece, assinalem-no. Depositar demasiadas certezas na videoverdade pode não ser sempre boa opção: pensem que poderá haver o dia em que um offside não assinalado dará lugar a uma falta ou canto e que daí nascerá um golo. É um dissabor a evitar.
Caros treinadores/jogadores: não se aproveitem da videovantagem. O encosto ao adversário na busca de um empurrão, a intromissão nas pernas do defensor para justificar a infracção ou o aparato da queda após um contacto provocado pode até iludir a videoanálise mas não vos prestigia nem vos define. Não é esse o espírito desta tecnologia. Ela pode até obrigar-vos a mudanças tácticas mas não deve descaracterizar a vossa essência e a vontade de vencerem com mérito.
Caro Duarte Gomes, caros comentadores, não se esqueçam de que já foram árbitros, jogadores, dirigentes. Sabem o que se sente e o que se vê em campo. Conhecem a dinâmica do jogo, a natureza dos contactos e a normalidade dos choques. Não se tornem em árbitros de laboratório. Não permitam que a vossa análise seja escrava absoluta de imagens repetidas até à exaustão. Mantenham, com sensatez e equilíbrio, a ponte entre a experiência vivida e a função que hoje desempenham.
Se cada um ajudar, todas conseguem."

Duarte Gomes, in A Bola

SL Benfica recorre para o TAD

"O Sport Lisboa e Benfica considera totalmente inadequado, desajustado e injusto o castigo hoje aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ao presidente do Sport Lisboa e Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, pelo que de imediato adoptará os procedimentos adequados no sentido de recorrer desta decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).
O presidente do Sport Lisboa e Benfica, no exercício das suas legítimas funções e do seu livre direito de expressão, entendeu dar resposta a um conjunto de permanentes e reiteradas declarações ora demagógicas, ora falsas, e na maioria dos casos eivadas de intoleráveis insinuações.
E não é admissível qualquer tipo de interpretação que não tenha em conta o contexto e a necessidade de legitima defesa onde essas declarações se inseriram.
Destacamos nomeadamente as falsas declarações de um presidente de uma instituição que inventou publicamente uma conversa que nunca existiu e que, posteriormente desmentido, veio afirmar que afinal estava a ironizar, facto que omitiu quando fez tais declarações.
Não se deixa de estranhar a existência desta sanção sustentada num Acórdão cujos argumentos estão em flagrante oposição à mais recente jurisprudência do Conselho de Disciplina.
Esta iniciativa sancionatória é tanto mais surpreendente quando se tem assistido a campanhas difamatórias do bom nome do SL Benfica e dos seus agentes, e a discursos cujo nível de linguagem é baixo e desprestigiante para as competições desportivas, em que não são conhecidas quaisquer sanções.
O SL Benfica saberá interpretar esta sanção e agirá em conformidade sem descer ao nível daqueles que vêm desafiando e desrespeitando as decisões da justiça desportiva."

O inimigo comum

"O projecto anti-matchfixing, "Deixa-te de Joguinhos", entrou na fase de sensibilização dos agentes desportivos, através de sessões informativas que serão levadas a cabo em todos os clubes das competições profissionais. Desportivo de Chaves e Moreirense deram o pontapé de saída.
O Sindicato, a Federação e a Liga estão unidos em torno deste projecto e reconhecem a responsabilidade comum que o tema da integridade no futebol acarreta.
Apesar da dimensão do problema, estou convicto de que em Portugal cumpriremos o dever de sensibilizar jogadores, treinadores, dirigentes e demais agentes que contactam com o fenómeno para a importância do combate a este inimigo comum.
Neste sentido, importa recordar que a manipulação de resultados não é exclusiva de divisões inferiores, nem envolve apenas os agentes desportivos em dificuldades financeiras. Qualquer competição objecto de aposta desportiva, independentemente do contexto, é um potencial alvo daquelas práticas criminosas.
O novo enquadramento penal e disciplinar para a corrupção desportiva, em geral, e para a manipulação de resultados, em especial, é um importante elemento dissuasor. Queremos que jogadores e árbitros, enquanto elementos chave no contexto desta forma de criminalidade, saibam reconhecer os comportamentos ilícitos e tenham consciência das sanções aplicáveis.
Além disso, ficarão a conhecer a plataforma de denúncia criada no âmbito deste projecto. Não haverá desculpas para o desconhecimento da lei ou da regulamentação aplicáveis e todos poderão, em segurança, denunciar.
O futebol não é manipulação, é paixão, dedicação e talento. Quero, por isso, enviar os meus parabéns ao Cristiano Ronaldo pela revalidação do título de melhor jogador a actuar na europa. Em Portugal e pelo mundo fora, não poderíamos ter melhor exemplo."