quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Benfica no caminho certo

"Seferovic adaptou-se, há entrosamento com Jonas. Vão fazer muita 'miséria' no campeonato.

Jogo emotivo e reacção minhota
1. O primeiro encontro para a Liga na Luz, esta época foi um jogo emotivo, logo a partir dos primeiros minutos, com as equipas a entrarem muito bem. Após inaugurar o marcador, o Benfica controlou e o segundo golo serviu para dar ainda mais estabilidade à equipa, que ia para o intervalo a ganhar. O golo do SC Braga complicou, principalmente porque surgiu pouco antes do intervalo. A equipa do Benfica poderia o golo deu moral ao SC Braga. Aliás, veio a provar-se isso mesmo no segundo tempo, porque depois daquele golo a acabar a primeira parte, a equipa entrou melhor no jogo, soltou-se e procurou o golo do empate.

Experiência falou mais alto
2. Apesar da reacção do SC Braga no final da primeira parte e no início do segundo tempo, a experiência da equipa do Benfica e a qualidade dos jogadores que tem no plantel acabou por permitir fazer coisas que os outros não fazem, como foi possível ver naquele lance de contra-ataque, que resultou no terceiro golo da equipa. A partir desse momento, o conjunto de Rui Vitória esteve mais por cima do jogo em relação ao SC Braga, ganhou mais estabilidade e apresentou uma melhor organização em campo.

Videoárbitro e polémicas
3. No lance do segundo golo do SC Braga dá a entender que não está fora de jogo. O videoárbitro vai ser uma guerra durante o Campeonato. As dúvidas, polémicas e críticas vão continuar, porque as opiniões vão continuar a divergir quando há lances duvidosos. Quem está no videoárbitro tem de estar muito atento.

Seferovic foi destaque
4. Neste jogo viu-se um jogador que chegou ao nosso futebol e se adaptou muitíssimo bem, e isso é algo que vem do seu valor. Seferovic foi uma grande aquisição, é trabalhador e goleador. Tem demonstrado que se adaptou ao Benfica, há um bom entrosamento com o Jonas. Vão fazer muito miséria no Campeonato. Sou defensor do Mitroglou, tem outras características - Seferovic é rápido, tem grande mobilidade -, mas já fez dupla fantástica com Jonas. Seferovic aproveitou a oportunidade, mas Mitroglou também vai ser importante. O Benfica tem de ter jogadores de grande qualidade. Neste momento Seferovic está à frente, agarrou o lugar. E o Benfica começou bem e quem começa bem pode acabar bem."

Álvaro Magalhães, in A Bola

PS: Nunca coloquei em causa o Benfiquismo do Álvaro... mas muito sinceramente, a 'opinião' do Álvaro deixa muito a desejar: hoje fala do golo anulado ao Braga, porque foi esse o lance 'escolhido' pelo anti-Benfiquismo para manchar a vitória do Benfica, mas 'esqueceu-se' do penalty sobre o Jardel... Esse sim, obrigava uma intervenção do VAR!

Cadomblé do Vata

"1. Para estreia do video árbitro na Luz não está nada mal: 2 penalties por marcar a favor do SLB e 1 golo mal anulado ao Braga... tenho para mim que esta nova tecnologia é gerida pela mesma empresa do SIRESP.
2. Aviso à minha esposa: estou a desenvolver uma ligeira paixoneta pelo Seferovic... acho que o pai do Cardozo e a mãe do Jonas tiveram um caso amoroso na Suiça e daí nasceu o Haris.
3. É bom que se entenda que o golo do Hassan não surge de uma fífia do Jardel, aquilo foi tudo planeado... foi a forma do SLB agradecer ao povo egípcio o tratamento de choque que deram ao Inácio.
4. Aplaudir Varela de cada vez que toca na bola, é contraproducente em termos de confiança... é dizer-lhe que o temos em tão pouca conta que nem pensamos que ele seja capaz de bater um pontapé de baliza.
5. É errado dizer que o clima de crispação que se vive entre o SLB e os verdes e azuis põe em causa a credibilidade do futebol português... o que de facto tira credito ao pontapé na bola nacional é golos como o do Jonas não valerem por dois."

Seferovic: o avançado que fará o Benfica fechar um patrocínio irónico com o fabricante do Imodium

"Bruno Varela
Tem tudo para conquistar os adeptos, desde que não toque na bola. Há 25 anos que não víamos alguém tão desconfiado de si mesmo na baliza do Benfica. Nesse caso chamava-se Paulo Sousa e jogava a médio centro.

André Almeida
Começou mal e foi melhorando até convencer alguns crédulos de que o Benfica não tem um problema nesta posição. O lance individual já perto do fim é uma ode ao ressalto em que não se percebe se André Almeida transporta a bola ou se é esta que transporta André Almeida. Seja como for, convenceu os adeptos. Seria muito melhor jogador se tivesse um sósia que entrasse em campo discretamente para cumprir as tarefas defensivas, assim permitindo ao verdadeiro André Almeida ocupar-se das restantes funções exigidas a um lateral moderno.

Luisão
Mais uma vez não passaram por ele as maiores fífias da defesa. No entanto, registamos algo que nos parece inadmissível na sua presença de hoje na Luz. 20 títulos em 13 anos, numa só modalidade, e nem uma volta olímpica, Luisão? Eu sei que não é nenhuma vitória contra o Praiense, mas caramba. 

Jardel
Apresenta algumas melhorias ao nível das funções cognitivas, mas o quadro clínico continua a aconselhar a maior precaução. A sua falha de marcação no golo do Braga é uma proeza extraordinária. Parecia impossível chegar ao lance depois de Hassan. Segundo o vídeoárbitro não sofreu um penalty no final da primeira parte, isso ou o homem ausentou-se para urinar, ou acham que um vídeoárbitro não faz uma pausa para ir à casa de banho como qualquer um de nós no sofá? Enfim. Tudo isto incomodar-nos-ia muito mais se fôssemos a favor do vídeoárbitro.

Eliseu
Forma uma dupla temível com Jardel, neste caso temida por todos os benfiquistas. O vídeoárbitro não viu.

Fejsa
Quando a sua acção defensiva falha, todo um mundo de possibilidades parece abrir-se aos adversários que, talvez por excesso de deslumbramento, não tenham aproveitado devidamente. Felizmente para nós, Fejsa continua a falhar muito pouco.

Pizzi
É como aquela miúda nas fotos do Instagram que olha para a câmara, dá-nos a mão e parece dizer "Queres vir comigo? Confia em mim, eu sei para onde vamos e esse lugar chama-se felicidade", mas muito menos atraente.

Salvio
Aos 26', após um lance estúpido como tantos outros de Salvio, o comentador residente da BTV disse, como se fosse nosso pai, que "não podemos criticar o Salvio, porque ele dá muito à equipa". Apesar de não termos fixado sequer o nome do comentador, foi a gota de água que nos fez passar os 40 minutos seguintes a criticá-lo. E só nos calámos porque entretanto ficou 3-1.

Cervi
Diz-se "raça, crer e ambição", "raça, querer e ambição" ou "Franco Cervi"?

Jonas
Encontrou um colega que gosta de jogar xadrez, isto depois de dois anos a jogar às damas e ao peixinho com Mitroglou ou Jimenez. A sua felicidade é quase palpável, e, sim, isto soou mal. Um golo, uma assistência e vários lances com e sem bola que dão ao adepto a sensação de ter feito algo de produtivo com as últimas horas desta quarta-feira.

Seferovic
O pânico na defesa bracarense foi evidente desde o primeiro momento. Voltou a facturar e só não marcou mais porque o Braga tem um guarda-redes. Há um lance na primeira parte em que Seferovic surge na esquerda e de repente se vê acossado por 3 ou 4 jogadores do Braga, como se fossem miúdos a tentar tirar a bola a um adulto. Há muito que o Benfica precisava de um jogador assim. É o tipo de avançado que causa diarreia aos defesas na véspera. Melhor: parece ainda mais possante a jogar na Luz. O Benfica devia fechar um patrocínio irónico com o fabricante do Imodium.

Filipe Augusto
O novo Filipe Augusto defrontou pela primeira vez o velho Filipe Augusto, hoje conhecido como Danilo. Foi um choque titânico entre dois seres humanos detidos por Jorge Mendes. De um lado, Filipe Augusto a representar as Ilhas Caimão. Do outro, Danilo a vestir as cores do Panamá. No final, só um podia sair vencedor: Jorge Mendes, óbvio.

Jiménez
Exibia um sorriso estranho antes de entrar em campo, provavelmente amarelecido pela chegada de Seferovic. Não sendo necessário um golo seu para dar mais um título ao Benfica, ausentou-se do jogo, e com alguma razão.

Diogo Gonçalves
Ouviu atentamente as indicações de Rui Vitória antes da estreia: "Vais ali para a linha lateral e ficas quietinho, o jogo acaba daqui a 3 minutos e não me cheira que vás ter tempo para grande coisa, aliás, é por isto que eu tapo a boca quando dou indicações aos jogadores, metade das coisas que digo são só para encher chouriços. Enfim. Boa sorte. Dá cabo deles, miúdo, que é como quem diz, não faças muita coisa, porque isto tá ganho." Superou as expectativas com um bom drible e um quase golo."

Ser saudável: nova atitude, nova “moda” ou apenas mais um processo de “fuga para a frente”?

"O "ser saudável" transformou-se, já há alguns anos, num dos segmentos de new business com maior progressão em termos comerciais.
Empresas do sector público e privado desmultiplicam-se em acções, ora de marketing, ora de informação, onde, com um intuito comercial ou puramente pedagógico, procuram "agitar" (dificilmente será mais do que isto e, conseguindo este efeito, já será muito bom) a consciência da comunidade, no que respeita aos seus "indicadores de saúde".
Por esta razão, são lançadas muitas campanhas de marketing (no caso da indústria do fitness) ou até de triagem no despiste de determinada condição clínica (diabetes, surdez, risco cardiovascular, entre outras), em diversos canais de comunicação.
De facto, uma maior consciência global da importância da saúde, através de uma mudança do paradigma anterior, mais focado na "doença", tem resultado numa comunicação em massa de que "devemos agir" de forma diferente, escolhendo comportamentos de saúde e não de doença (ex: consumo exagerado de doces, sedentarismo).
Até aqui, tudo ok.
Contudo, tratar-se-á, apenas, de mais uma "moda"?
As características antropométricas de cada pessoa são claramente distintas, a resposta fisiológica ao exercício ("entendido" pelo nosso organismo como um processo "agressivo" que origina uma resposta inflamatória) é diferente consoante a nossa "qualidade" muscular, o tipo de exercício, o contexto que nos envolve e... até o nosso estado emocional.
Então, se em busca de ser mais saudável as pessoas se "documentam" em ferramentas como os vídeos na internet onde, os bloggers, vloggers e "opinion makers" (por vezes, com largas centenas de milhar de seguidores) eticamente responsáveis (porque, lamentavelmente, há muitos que não o são), reflectem apenas sobre as "receitas de saúde" que seguem para dar resposta às suas características pessoais (atendendo a que não possuem conhecimento científico adequado para aconselhamento especifico) ou em, por exemplo, livros... os resultados serão, certamente, pouco rigorosos, pouco consistentes e, lamentavelmente em alguns cenários até perigosos, dado estarmos a falar de ferramentas de comunicação em larga escala, logo, incapazes de dar resposta à especificidade única do corpo de cada pessoa...
Logo, aquilo que maioritariamente se alcança:
- são clientes para as clínicas de fisioterapia, resultantes de overuse, erros posturais ou técnica incorrecta;
- são clientes para a área nutricional, resultantes de desregulação de um padrão alimentar que não se adequa às necessidades do sujeito, com forte compromisso da qualidade emocional (maior labilidade), do sono e fadiga;
- são clientes para a área cardiovascular, com episódios agudos de miocárdio;
Entre tantas outras áreas que "beneficiam" da "nossa vontade" (às vezes, quase vivida como um processo de "escravatura" auto-infligida, por pretender apenas dar resposta a uma "exigência social") em ser saudável.
Em boa regra, e como em tantas outras áreas, ser "saudável", começa por cada pessoa tentar perceber o que é que isso representa para si própria, atendendo ao seu actual "state of art", que mudanças está disposta a fazer (por si e para si... não porque as pessoas à sua volta estão todas a fazer a dieta "a" ou "b", a treinar neste ou naquele ginásio...) e, acima de tudo, procurar ajuda de técnicos especializados para o efeito e aceitar e comprometer-se com a alteração de um estilo de vida... para a vida.
Acima de tudo, é suposto "ser bom" ou, por outras palavras, é suposto que esta mudança traga mais bem-estar (psicológico) e não o inverso."

Vermelhão: Era uma vez... #rumoao37 !!!

Benfica 3 - 1 Braga


Só não gostei dos primeiros minutos... mas a equipa adaptou-se a estratégia do adversário, e a partir desse momento o jogo só teve um sentido, até ao 3-1. O próprio golo do Braga não reflectia a 'corrente' do jogo... O Benfica atacava, criava perigo, recuperava a bola rapidamente e longe da nossa área.. e só a ineficácia manteve o resultado 'apertado'!
Com o 3-1, a equipa entrou em modo 'gestão' e mesmo assim foi o Benfica a estar mais perto do 4.º golo!
Admito que fiquei surpreso com o 442 do adversário, e o Benfica teve de facto algumas dificuldades iniciais em perceber as movimentações do Braga: basicamente atraiam o Almeida, que subia para pressionar, e depois tentavam 'meter' na Bola nas 'costas' do Luisão (creio que será uma estratégia, que será usada por mais equipas)!!!
O facto da linha defensiva do Benfica estar a jogar muito recuada (precavendo as tais bolas nas costas dos nossos Centrais), faz com que percamos muitos ressaltos e 2.ªs bolas, mas mesmo assim, o nosso meio-campo foi quase sempre superior... e com a bola nos pés, conseguimos criar perigo... E se tivéssemos Laterais mais ofensivos, então a 'avalanche' ainda teria sido superior, porque o Braga abria 'buracos' com alguma facilidade, sempre que a velocidade subia... A 1.ª linha de pressão do Braga até nos criou alguns problemas, mas depois, com a bola nos últimos 30 metros, tudo era mais fácil...
As fragilidades defensivas notam-se... Além das questões individuais, existem alguns dados que me preocupam: temos poucos jogadores fisicamente 'fortes', e alguma falta de velocidade, principalmente lá 'atrás'... e se internamente, a 'coisa' pode não ser grave, quando o grau de dificuldade dos adversários aumentar, será problemático...
O Varela teve pouco trabalho, esteve quase sempre bem... mas no golo - e apesar da hesitação do Jardel -, fez uma 'mancha' murcha! Naquela tipo de bolas, o Varela tem que 'abafar' o avançado (o Ederson era especialista nestas situações), e não se deve 'encolher'!!!
Gostei da exibição do Jardel - apesar da tal hesitação no golo... -, pareceu-me, finalmente, a recuperar o ritmo perdido... O Luisão vai ser o 'alvo' preferível dos nossos adversários, vão tentar explorar a falta de velocidade do capitão, mas a experiência e o jogo pelo ar nas bolas paradas defensivas, faz dos Luisão, neste momento, titular!!!
Grande jogo do Almeida... a fazer tudo, mesmo naquilo que não são as suas melhores qualidades! O Eliseu teve uma 1.ª parte complicada, mas melhorou no 2.º tempo. Encontrou um falso extremo, e a equipa demorou a encontrar a solução colectiva para dominar o adversário...
Fejsa em modo normal (para os supersticiosos: o Fejsa já jogou, portanto a probabilidade do 11.ª título consecutivo é grande!!!) ... e o Pizzi em modo 'maestro'! Os passes directos Pizzi / Seferovic vão fazer estragos...!!!
O Salvio voltou a irritar o 3.º anel!!! Decidiu quase sempre mal junto da área... mas voltou a ser importante noutros aspectos... principalmente, na condução de bola, já que com o Pizzi é dos poucos jogadores que consegue ultrapassar 'linhas' com a bola no pé, no confronto físico... O Cervi é um daqueles jogadores com tal entrega, que até os erros são perdoados!!! Importantíssimo no equilibro do nosso meio-campo...
Jonas a ser Jonas... até no picanço com o Central adversário (já vem do ano passado...). A questão física parece-me importante: o Jonas tem sido bem substituído, porque fisicamente não dá mais... Este problema não me parece ser um problema da pré-época, parece-me um problema que se vai prolongar durante toda a época... Ainda bem que temos o Raul!!!
Foi o meu primeiro jogo, ao vivo, do Seferovic... e o homem é mesmo um 'tanque'! Uma das melhores contratações do Benfica nos últimos tempos! Tem características que 'encaixam' perfeitamente nas nossas necessidades... E não é só quando tem a bola que faz a diferença, nota-se uma preocupação em toda a equipa, quando recupera a bola, procurar a velocidade do Haris... hoje, até exageraram algumas vezes! Isto é algo que não acontece com nenhum dos nossos outros avançados... Remate fácil, fortíssimo na 'luta' de braços, quando embala, mesmo pressionando, ganha quase sempre a bola ao adversário directo... E além das questões físicas, é inteligente a jogar, sabe passar... e tal como o Rui Vitória disse: está feliz!!!
O Augusto entrou na fase da 'gestão' é para os tais últimos 15 minutos, é útil...!!! O Jiménez entrou tarde... O Digui estreou-se oficialmente...
Em relação à arbitragem já estou a prever a polémica!!!
A arbitragem na minha opinião - sem ver as imagens - foi horrível: critério disciplinar desastroso, perdoando vários cartões aos jogadores do Braga... alguns duplos; e tecnicamente também errou... Agora, o tal golo anulado, parece-me uma boa decisão... Sendo que o VAR nunca poderia inverter a decisão da equipa de arbitragem, já que as imagens não são inequívocas! Eu já escrevi sobre isto, mas parece que a 'ignorância' continua: o VAR só pode alterar uma decisão de 'campo' com imagens claras... e não com 'parece que...'!!!
Amanhã irei 'inaugurar' a Lixívia, depois de ver os lances todos na televisão, mas fiquei com dúvidas em pelo menos 4 lances na área do Braga... mas sei que, os 'tribunais' nem sequer os viram!!!
Bom arranque, mas... Faltam 33 jogos, e cada um será uma Final... Com os 'problemas' defensivos, a eficácia ofensiva será ainda mais importante... Portanto vamos lá atinar a pontaria!
É bom recordar, que neste momento, das equipas que ambicionam o título máximo, fomos os únicos que tivemos 2 jogos verdadeiramente competitivos... e ganhámos os dois, com clareza...!!!

PS: Boa prova do David Lima nas Meias-finais dos 200m, nos Mundiais de Atletismo. O tempo não foi nada de especial, a chuva não ajudou, mas mostrou ter potencial para correr nestes palcos...

Agora é a sério (e 'à condição' do que se quiser)

"Foi também notável o acervo ganhador na mente e espírito dos jogadores, o que, só por si, é meio caminho andado para se ganhar

Supertaça
Finalmente começou a chamada temporada oficial. Como habitualmente, por via da Supertaça Cândido de Oliveira. Nada a dizer quanto ao nome do notável português que a ela está associada, mas lá que embirro com a tão superlativa designação Supertaça é verdade. Pode argumentar-se que a expressão está consagrada pelo mundo fora em provas nacionais e internacionais. Todavia, trata-se do único troféu em que não há verdadeira competição, a não ser os 90 minutos de um jogo. Enquanto nos campeonatos, taça de Portugal e taça da Liga, todos têm acesso de acordo com os regulamentos, A Supertaça é a excepção, onde até nem sempre se defrontam os vencedores das duas competições, podendo calhar jogar um vencido. Foi o caso, este ano, do valoroso Vitória Sport Clube. Por isso, quando se faz uma aritmética simples de troféus conquistados (outra coisa são títulos conquistados), juntar a Supertaça é, no mínimo, fazer uma tropelia à dita aritmética, pois que, ao menos, para a tomar em conta a soma deveria ser ponderada pela importância dos torneios. Mas isso, são contas de outros rosários...
Falemos agora do jogo de Aveiro, o meu distrito. Bom espectáculo, com assistência vibrante e educada e, como habitual, com os vimaranenses a dar lições de apoio inegociável e independente do resultado. Quando ao jogo, foram 90 minutos bem jogados, com nuances de predomínio e um vencedor justíssimo. Arbitragem tranquila, apesar do compulsivo comentário anti-benfiquista do ex-árbitro Marco Ferreira e de certos tribunais de habitual unanimidade também anti-benfiquista. Enquanto sócio, apreciei, sobretudo, o escol de atacantes para todos os gostos e a diferença (para muito melhor) quando se tem Pizzi como chefe de orquestra. Aliás, surpreende-me que o seleccionador nacional o considere apenas no segundo plano das suas opções. Foi também notório o acervo ganhador na mente e espírito dos jogadores, o que, só por si, é meio-caminho andado para se ganhar. Como já escrevi, a questão-chave é o sector recuado, rezando para que Fejsa (que alguns teimam em continuar a pronunciar como Fégesa) não se lesione e Jardel possa retomar a boa forma da época 2015/16. Quanto ao guarda-redes, Bruno Varela esteve bem, mas tem de crescer. E Grimaldo terá voltado à enfermaria? As lesões já atingiram 12 atletas, muitas de natureza muscular. O que se passa, pergunta muita gente como eu, leigo na matéria?

Luisão
Anderson Luís da Silva - mais conhecido pelo aumentativo Luisão, não tivesse ele 1,93de altura - e que vai para a 15.ª época no Benfica, é, depois da Supertaça de sábado, o atleta com mais títulos conquistados ao serviço do SLB. Vinte no total, embora aqui também devamos perceber que os dezanove de Nené são mais valiosos, pois, no seu tempo, a Supertaça estava em processo de parto e a inseminação artificial da Taça da Liga ainda longe de acontecer.
De Luisão não se pode dizer que chegou, viu e venceu. Precisou dessa variável, às vezes tão vezes desprezada e traiçoeira a velocidade com que, num ápice, se transforma um jogador banal num astro e como se reduz a pó uma antes cognominada estrela. Luisão teve de vencer, com profissionalismo, perseverança e determinação, fases de desconfiança da exigente tribuna encarnada. Passo a passo, soube conquistar a consideração e gratidão dos adeptos e construir uma carreira brilhante, enquanto jogador e na qualidade de capitão de equipa (é na história do SLB o jogador com mais jogos como capitão).
Com a precisão de um relógio suíço, tem sabido conjugar eficiência, experiência, autoridade, discernimento, rigor, solidariedade, inteligência, posicionamento. Uma trave-mestra que qualquer treinador gosta de ter. Para isso, um factor contribui decisivamente nas últimas épocas: a serenidade emocional que adveio de não pensar em transferências que, não raro, obnubilam mesmo os espíritos mais estáveis. E, entre muitos momentos marcantes da sua carreira, elejo o seu golo, em Maio de 2005, que derrotou o SCP e permitiu acabar com um penoso jejum de títulos no campeonato.
«Sinto-me como um adolescente a desfrutar da profissão», disse Luisão há algum tempo. A confissão do jogador foi sobretudo a confissão de homem que sonha e busca. Quase com o sorriso da criança que, por certo, continuará a existir dentro do homem. Porque já Miguel Torga escrevera: «Não desisto de ser criança. É o que me vale».
Particularmente comoventes foram a vénia e o emotivo amplexo que, no final do jogo de Aveiro, um outro grande jogador da história do Benfica, Minervino Pietra deu a um Luisão feliz, honrado e grato.
Benfiquistas sempre gratos, Luisão!

Campeonato sem o 'à condição'
Que me desculpem os puristas das designações. Para mim a agora chamada Liga (com obrigatório aditivo comercial) continua a ser sempre o campeonato. Aliás, dizemos campeão, mesmo se falamos da Liga. Não deveria ser ligão?
Começou aos soluços a primeira de 34 jornadas, curiosamente marcada para hoje, quarta-feira, e que, no entanto, se limita a 2 dos 9 jogos! Adiante..
Esta noite, vai jogar-se o encontro mais significativo, o Benfica-Braga, num entusiástico e repleto Estádio da Luz. Como não tenho por hábito fazer uma antecipação do que vai acontecer, prefiro escrever sobre o que já aconteceu.
Sobretudo centrado no campeonato à condição. O campeonato começou e ela (a condição) voltou. Não desisto aqui em A Bola de lutar pela supressão daquela indigente expressão. Primeiro, porque não se deve dizer à condição, mas sob condição. Segundo, porque quando se diz ou escreve condição deve dizer-se qual é.
E o que é que li na segunda-feira, depois da empolgante exibição e notável vitória leonina em Aves? Logo na capa rezava assim: «Bis na Vila das Aves garante liderança». Surpreendido com tão arrebatador título, fui ler o desenvolvimento da notícia. Lá encontrei a condição da tal liderança: a de ser à condição («O Sporting... assumiu a liderança da prova à condição»). E perguntei para com os meus botões: que condição logo no primeiro jogo da primeira jornada? Aliás, mesmo que tivesse empatado, o Sporting era líder à condição por ter jogado fora. Faz sentido impingir o à condição logo no primeiro prélio quando faltam jogar 305 partidas? E porque não ir um pouco mais além e dizer que o Sporting naquele fia era o campeão à condição? Evidentemente, à condição de ninguém mais jogar!
Não largo a minha contenda contra esta mendicante e exasperante expressão que, aliás, levou nas duas últimas épocas o Sporting e o Porto a serem verdadeiros campeões à condição. Depois da liga real de Rui Santos, temos a liga à condição. O Benfica, coitado, limitou-se a ser campeão, sem querer transportar essa auréola de campeão condicionado. Imagine-se se a moda pega no ciclismo. Por exemplo, num contra-relógio ouvir-se dizer que o ciclista A é o vencedor à condição, enquanto os corredores que partem depois dele ainda não iniciaram a prova...

Contraluz
- Palavra:
VAR (não confundir foneticamente com BAR). Acrónimo que designa o videárbitro, mas que, ao contrário de que muita gente pensa, resulta das iniciais em inglês de Video Assistant Referee.
- Desilusão:
Com surpresa, constatei que a RTP não está a transmitir os campeonatos do Mundo de Atletismo (Londres). Vá lá, temos a Eurosport que nos permite ver o imperdível torneio. Mas tenho pena.
- Símbolo:
Usain Bolt. Quase imbatível no hectómetro (e não só), com a coragem dos verdadeiros campeões, resolveu terminar a carreira aos 31 anos (que faz este mês), ainda no auge, mas consciente que depois da subida vem a descida.
- Pensamento:
«Estou consciente das minhas próprias limitações. E esta convicção é a minha força»
(Mahama Gandhi)"

Bagão Félix, in A Bola

Europa do futebol a duas velocidades

"Tiago Craveiro, director-geral da Federação de Futebol (FPF), concedeu ontem uma entrevista ao diário desportivo espanhol Marca sobre a experiência portuguesa do videoárbitro (VAR). Há uma grande curiosidade em todo o planeta-futebol relativamente ao desempenho desta tecnologia e os países que aceitaram ser cobaias nesta fase de testes estão sob observação e escrutínio. Tiago Craveiro reafirmou o sentido de modernidade que tem norteado a FPF, lembrando que o novo sistema não erradicará por completo o erro ou a polémica: apenas será mais um instrumento em prol da verdade desportiva. Aliás, a supertaça da Holanda teve um caso que se pensava que seria meramente académico (penalty não assinalado, contra-ataque, golo e o VAR a aconselhar o árbitro a voltar à primeira jogada, anulando o golo e optando pela grande penalidade) mas que no fim do dia, quando a poeira assentou, serviu para mostrar urbi et orbi que prevaleceu a justiça. Até hoje, com seis jogos disputados na Liga, as arbitragens foram boas, sem necessidade de correcção pelo VAR. Mas virão outras partidas em que as coisas não serão pacíficas e há que estar preparado para este embate, com a serenidade de quem sabe e que está do lado certo da história e que por isso se apresenta imune ao ruído...
Portugal, nesta matéria, está na vanguarda de uma Europa do futebol que se posiciona a duas velocidades, no nosso caso mais ao ritmo da FIFA, e em contraste com o conservadorismo de uma UEFA que viu ontem, em Skopje, como uma final europeia pode ser traída por um golo em fora de jogo, que não passaria no crivo do VAR."

José Manuel Delgado, in A Bola

Pensamentos

"1. Conversa entre dois adeptos de um clube após a sua equipa ganhar devido ao videoárbitro (VAR):
- É realmente uma boa medida.
- Sem dúvida, muito mais justo.
Uma semana depois, conversa entre os mesmos adeptos após a sua equipa perder devido ao VAR:
- Afinal, isto é só para nos prejudicar.
- Sem dúvida, mais uma manobra.
Não é uma questão de verdade desportiva, mas sim de cultura desportiva.

2. Ainda em relação ao VAR. Muitas vezes, os adeptos terão de habituar-se a festejar duas vezes. Quando a equipa marca e quando o VAR valida o lance depois de o árbitro o ter anulado. É como ganhar o Euromilhões mas só celebrar a sério quando o dinheiro cai  na conta. O número de ataques cardíacos corre o sério risco de aumentar, assim como os níveis de esquizofrenia, face à tensão a dobrar e à inevitável montanha russa de emoções (seja qual for a decisão) no espaço de poucos segundos. O céu e o inferno passam a andar de mão dada.

3. «Em 1969 deixei as mulheres e o álcool. Foram os piores 20 minutos da minha vida».
(George Best)
«Em 2017 deixei o Facebook. Foram os piores 20 minutos da minha vida».
(Bruno de Carvalho)

4. Juan Mata decidiu doar todos os meses um por cento do ordenado para fins sociais e pediu para outros jogadores o seguirem. Onde estão eles? A começar por Neymar, que vai ganhar a cada oito minutos o salário mínimo português. E os clubes, que tal fazerem o mesmo com as receitas de jogos? O dinheiro tem cada vez menos coração, como se viu no casamento de Messi: média de 37 euros por pessoa, sabendo que a verba seria para a caridade.

5. Ainda bem que os pais não podem colocar cláusulas de rescisão aos filhos quando nascem. Por enquanto. Alguns bem gostariam.

6. «No futebol são onze contra onze e no fim ganha a Alemanha», disse um dia Gary Lineker. «No futebol são onze contra onze e no fim ganha o Benfica», digo eu."

Gonçalo Guimarães, in A Bola