sábado, 5 de agosto de 2017

Rui Vitória e a difícil arte de substituir insubstituíveis

"Seferovic, Willock e Chrien: pena que nenhum deles seja médio-defensivo.

O Benfica sofreu 14 golos em 6 jogos na pré-temporada, o que é um exagero para uma equipa que se habituou e que habituou os seus adeptos a uma solidez defensiva só ao alcance de campeões. O problema, bastante visível, não encerra nada de sobrenatural.
O bruxo é, presume-se, o mesmo mas o Benfica viu sair de uma assentada o guarda-redes Ederson, o defesa-lateral Nélson Semedo e o defesa-central Lindelof e os destinos que tomaram estes jogadores dizem tudo sobre a sua incomparável valia. E, assim sendo, comparar o actual grupo defensivo do Benfica ao "ensemble" que brilhou em 2016/2017 será sempre um exercício confrangedor.
Só por milagre conseguirá o Benfica reconstruir um sector recuado que se aproxime da qualidade exposta por aquele trio de ouro e este "drama" vai marcar, inelutavelmente, a temporada de 2017/2018 na Luz.
Do meio-campo para a frente continua o Benfica aparentemente bem servido e três dos chamados "reforços" apresentaram credenciais nestes 6 jogos de preparação antes de a coisa ser a sério. O suíço Seferovic, o inglês Willock e o eslovaco Chrien, sem deslumbrar, mostraram habilidades em número suficiente para aprovação nestes exames de verão.
Pena que nenhum deles seja um médio-defensivo porque o Benfica, até ver, continua dependente de Fejsa – e só de Fejsa – nessa zona charneira de tudo o que de bom e de mau pode acontecer a uma equipa num jogo de futebol. Boa sorte e toda a saúde do Mundo para Jonas, Pizzi e Luisão – os 3 essenciais – e quem sabe se o tal ‘penta’ não acabará mesmo por acontecer?

O preço dos golos, Jiménez e os outros
Se a História se repetir e o Benfica chegar às derradeiras jornadas da próxima Liga apertado na classificação por um dos seus rivais (ou pelos dois ou até por três, dando-se o caso de aparecer um intruso na luta pelo título) e se vir na obrigação de conquistar os 3 pontos na sempre difícil deslocação a Vila do Conde, quem é que vai marcar desta vez o golo salvador se Raúl Jiménez for vendido até ao fim deste mês de Agosto? Seferovic, pois claro, dirão os adeptos mais optimistas ainda encantados com os golos suíços na pré-temporada.
Mitroglou, pois claro, dirão os mais tradicionalistas que não esquecem o golo grego que valeu os 3 pontos em Braga na época passada. No entanto, dificilmente conseguirá o Benfica manter o mexicano, o suíço e o grego nos quadros. Raúl Jiménez é o mais completo dos três e é o que detém um reportório mais amplo. Por isso mesmo é o que tem maior valor de mercado e o que fará mais falta.

Rafa
Ou sim ou sopas
Não foi barato o preço que o Benfica pagou ao Sp. Braga por Rafa e eram bem altas as expectativas criadas em torno do jogador. Em 2016/17, o ano de estreia na Luz, Rafa não passou do assim-assim. Em 2017/2018, passará?

Cervi
Em todo o campo
O argentino foi figura importante na conquista do ‘tetra’ acrescentando aos seus dotes ofensivos uma surpreendente capacidade de luta e de sacrifício. E foi assim que conquistou o treinador e os adeptos. 

Grimaldo
Questão lateral
Vender Grimaldo é uma possibilidade para o Benfica, o indisputado rei dos encaixes chorudos. A questão é que com Grimaldo o Benfica fica mais forte e sem Grimaldo nem de perto nem de longe se lhe vê sucessor no horizonte. Haverá sempre Eliseu?"

Distribuição dos títulos deste Verão

"A pré-temporada termina hoje oficialmente às 20h45 no momento em que Artur Soares Dias apitar para o início do jogo entre o Benfica e o Vitória de Guimarães. É a decisão da Supertaça. Sempre que uma pré-temporada chega ao fim logo se animam, ou desanimam, as variadas hostes atirando-se com feroz capacidade analítica aos balancetes das respectivas tesourarias, deitando contas aos resultados de uma quantidade de joguinhos de Verão "que valem o que valem", consagrada expressão popular que serve para diminuir o impacto das escorregadelas ou para impedir euforias, conforme der jeito. 
Uma pré-temporada não se dá por finda sem o inevitável cotejo entre triunfadores absolutos e derrotados em toda a linha, entre bons e maus negócios, enfim, entre as mais variadas situações decorrentes deste empolgante campeonato do Verão. Está ainda acesa a discussão sobre quem, por exemplo, conquistou a Taça Regresso Pré-Temporada 2017 porque, de facto, os competidores nesta categoria foram fortíssimos. É verdade que o regresso de Aboubakar ao FC Porto foi esplendoroso em golos e que seria o camaronês o vencedor se não se tivesse dado o caso, um desenlace teatral, de o presidente do Sporting ter anunciado o seu próprio regresso, desta feita musical, ao Facebook. E, assim, lá segue a Taça Regresso Pré-Temporada 2017 para Carvalho em detrimento de Aboubakar.
A Taça de Campeão Pré-Temporada 2017 vai para o FC Porto porque não perdeu um único dos seus confrontos de Verão e ganhou muitos mais do que aqueles em que empatou para além de ter recuperado o espírito Paulinho Santos em palavras, pensamentos e obras. Na categoria das compras, o Sporting foi o grande vencedor gastando mais do que os seus concorrentes o que lhe permite apresentar-se uma vez mais com o plantel mais caro da Liga. Quem pode, pode. Já o Benfica fica com o prémio das vendas visto que se desfez por uma batelada de jogadores para o Barcelona e para os dois Manchesters. Quem não pode, não pode.
A Taça Melhor Negócio Pré-Temporada 2017 vai para o Sporting pelos contornos operacionais da contratação do argentino Acuña embora, para alguma gente embirrenta, a Taça Pior Negócio Pré-Temporada 2017 vá também para o Sporting pelos contornos operacionais da contratação do argentino Acuña. A atribuição da Taça Arrependimento Pré-Temporada 2017 vai estar em discussão até ao cair do pano porque é difícil escolher entre o arrependimento de Octávio Machado por ter servido com toda a lealdade o Sporting Clube de Portugal e os remorsos de Fábio Coentrão por ter dito que só serviria com toda a lealdade o Sport Lisboa e Benfica. É provável que esta Taça seja atribuída ex-aequo a não ser que hoje, até às 20h45, alguém mais se arrependa fulminantemente de um erro do passado e ultrapasse Octávio e Coentrão no capítulo das contrições, o que, com franqueza, é quase impossível de acontecer."

A Paz nasce da Ética!

"Este fim de semana tem início mais um Campeonato Nacional de Futebol da Primeira Divisão. Fazendo o balanço do processo coletivo do nosso futebol, devemos sublinhar, nele, duas grandes características. Por um lado, a muito boa valia pedagógica e técnica dos nossos treinadores e o prestígio das nossas escolas de formação de jogadores, que têm oferecido ao futebol mundial alguns dos seus melhores jogadores. Por outro, o elevado grau de conflitualidade entre os principais dirigentes dos nossos principais clubes, o que dificulta um diálogo lúcido e sereno entre os “agentes do futebol” e, num tempo em que as técnicas de publicidade e de propaganda atingiram um elevado grau de eficácia, cria falácias e sofismas do mais cego facciosismo, que se ampliam e reproduzem, tanto individual como colectivamente.
Não passa de um logro um Desporto sem Ética, porque sem Ética não há Desporto, nem Paz verdadeira.
Sem Ética, não há Desporto? Assim é! Não há jogos, há pessoas que jogam. Por isso, o Desporto não se resume, unicamente, a uma Actividade Física, porque é uma Actividade instauradora e promotora de valores. Fazer Desporto é competir, sob a base sólida das “leis do jogo” e… daqueles valores sem os quais impossível se torna viver humanamente! Por isso, a transcendência (a superação), no Desporto, prende-se com a globalidade do ser humano e portanto é simultaneamente física e psíquica e espiritual. Também os dirigentes, os “dirigentes-adeptos” e os adeptos dos clubes de futebol são convidados a transcender-se. Como? Tornando-se cada vez mais livres e libertadores: livres, porque se libertaram dos conflitos resultantes de cegos clubismos, particularismos, reducionismos; libertadores, porque se mostram capazes de lançar pontes de solidariedade em direcções aos clubes rivais.
Aos órgãos da Comunicação Social, apela-se para que se vinculem a uma informação criteriosa, e verdadeira, opondo-se à promoção de “faits divers”, e a uma banalização de um futebol de casos.
No Desporto, mais do que competição, deveremos criar verdadeira “coopetição” (um misto de competição e de cooperação). No dealbar do Nacional de Futebol 2017/18, pedimos licença para lembrar a todos os dirigentes desportivos, mormente os dirigentes dos principais clubes, que é preciso entrar numa era nova de mais diálogo, de mais cooperação, de mais concertação.
O progresso do nosso futebol precisa urgentemente da Paz que nasce da Ética – precisa de homens que, porque eticamente se transcenderam, sejam novos e façam novas todas as coisas. Com “homens caducos” as estruturas continuarão decrépitas. E, com “estruturas decrépitas”, até os homens de poderosos recursos teóricos e práticos, com dificuldade encontrarão espaço, para inovar ou reformar. “A Paz nasce da Ética”, queremos dizer: a Paz só com Ética se concretiza. Com Homens, portanto!"

O mistério Rui Vitória

"Ninguém ganhou tanto em tão pouco tempo quanto Rui Vitória e mesmo assim parece que não chega. Pode haver quem não aprecie o estilo politicamente correto que resulta em "amenas" conferências de imprensa. Pode também não se gostar da ideia de jogo que implantou no Benfica. Mas os resultados são o que são e, pelo menos por isso, seria de bom tom dar mais crédito ao treinador das águias do que aquele que continua a ser dado. Chega a ser um mistério tanta desconfiança.
A pré-época não deixou boas sensações e há adeptos que estão a morrer de saudades dos craques que foram vendidos. Ainda ontem Rui Vitória lembrava que este clima de dúvidas não é novo. Passou-se o mesmo quando saíram Renato Sanches e Gaitán, por exemplo. Ou quando Ederson teve de ocupar a baliza – de urgência! – numa célebre deslocação a Alvalade. E ainda quando Lindelöf teve de substituir por longos meses o lesionado Luisão. O novo "problema" tem um nome. Ou melhor, dois: Bruno Varela. Veremos até quando.
Não se pense, porém, que o Benfica está a fazer tudo bem. O caso Pedro Pereira é desastroso e obriga Vieira a comprar um lateral até ao final do mês. O empenho de Buta não foi suficiente. Rui Vitória deixou-o fora da lista de convocados para a Supertaça e isso quer dizer, antes de mais, que os ‘Nélsons Semedos’ não nascem debaixo das pedras."

Ganhar amanhã e estar na próxima

"Mesmo que a taça de amanhã não seja super, é para tentar vencer, pois é um título inscrito no calendário de ambição benfiquista.

Acabou uma pré-época com resultados desportivos tão fraquinhos, como naquelas pré-épocas que precederam as temporadas gloriosas. Será apenas um optimismo estatístico, mas, a verdade, é que no Benfica tem sido quase sempre assim. Quando ganhávamos 5-0 ao Real Madrid a época era fraquinha, quando levávamos cinco do Arsenal a época era vitoriosa.
Até agora pouco interessava o resultado, a partir de amanhã pouco interessa, se o resultado não for bom. Neste início de temporada ficaram claras as fragilidades, e ficaram demonstradas as potencialidades. Corrigindo as primeiras, e trabalhando as segundas, chegaremos ao êxito.
A Supertaça, não sendo uma competição de imenso prestigio, é o jogo que define quem foram os dois melhores da última épocas. Benfica e Vitória merecem por isso disputar o título de amanhã. Quero ganhar amanhã, mas quero ainda mais estar na próxima Supertaça.
O martírio das lesões não larga o Benfica, veremos se André Almeida recupera, seria uma opção importante no objectivo de Aveiro.
Mesmo que a Taça de amanhã não seja super, é para tentar vencer, pois é um título oficial, inscrito no calendário de ambição Benfiquista.
Quando sou obrigado a comentar a compra de um jogador por €222 milhões, pedem-me a absurdo.
O preço em causa, a forma de saída, a forma de pagamento, as comissões do pai do jogador, o comportamento deste antes de sair, tudo me leva a crer que ninguém vai sair bem deste negócio. Embora alguns possam sair mais ricos.
Neymar é um excelente jogador, Barcelona um histórico do futebol e o PSG um novo rico endinheirado, tudo legítimo. A forma como as coisas se apresentam, os métodos e os processos perecem-me lamentáveis. Infelizmente o valor das coisas (e também dos jogadores), é muitas vezes apenas o seu preço. Triste a sociedade, e o mundo, onde se confunde o valor das coisas com o seu preço. Esta sociedade onde a honra, o compromisso e a ética deixam de ter valor, por não terem preço, não vai por bom caminho, se ainda tiver caminho.
Talvez por isso, quando Totti se despediu no Olímpico de Roma, não foram apenas os tiffosi romanos que choraram, foram também aqueles que apreciam os jogadores, os heróis e os mitos muito para além das comissões nas transferências."

Sílvio Cervan, in A Bola

Mau arranque...

Não começou bem a participação dos Benfiquistas no Mundial de Atletismo em Londres!
A Marta Pen ficou aquém do que pode nos 1500m. É sempre complicado 'acertar' numa prova, sempre muito táctica... Tendo em conta a inferioridade física, para evitar aquela luta de cotovelos, continuo a pensar que a Marta nestas provas deverá defender-se, atrás do pelotão, e acelerar nos últimos 600m... Mas a Martinha ainda tem muitos anos de competição pela frente... pessoalmente, acho que mais do que os resultados nos grandes Campeonatos, a Marta deverá continuar a bater as suas melhores marcas pessoais...

O David Lima fez este Verão grandes marcas nos 100m, mas a sua prova preferencial são os 200m, mesmo assim aquele 'arranque' foi decepcionante... Talvez o 'peso' do Estádio serviu de travão...

Ambos os atletas para o ano nos Europeus, terão ambições reforçadas...