sexta-feira, 28 de julho de 2017

Heptacampeões!

"Nélson Évora, Marcos Fortes, Hélio Gomes, Rasul Dabo, Tiago Aperta, Marcos Caldeira, Jorge Paula, Rui Pedro Silva, Bruno Albuquerque e dez pontos de atraso no Nacional de atletismo. Parabéns Sporting por mais um vice-campeonato e pela alegria de nos ter 'roubado' uns quantos atletas. Somos heptacampeões! Tem sido absolutamente brilhante o trabalho desenvolvido pela nossa secção de atletismo, impulsionado pelo projecto olímpico, também ele muito bem conduzido. O Benfica não é, actualmente, um mero campeão ocasional na modalidade, sendo antes hegemónico, assim o atestam os sete títulos consecutivos e o repetido sucesso, ano após ano, nos diversos escalões. 
Como bem disse Cosme Damião, em 1914, após a saída de Artur José Pereira para o Sporting, 'no imediato o dinheiro vence a dedicação. No futuro, a dedicação goleia o dinheiro'. Este axioma do benfiquismo e tantos outros da autoria do 'pai do benfiquismo' são a garantia, se devidamente interpretados e aplicados consoante a conjuntura, de estarmos mais perto do sucesso. Em pleno século XXI, talvez seja necessária uma fase mais longa: O Sporting, não se sabe como, estoira dinheiro. Nós temos dedicação, competência, estratégia e racionalidade no investimento, que é feito em meios humanos e materiais e em metodologias. No imediato, o dinheiro permite fazer umas flores, apresentar uns atletas no relvado. No futuro, todos os factores críticos de sucesso goleiam o dinheiro. Até porque nós também o temos, mas preferimos investi-lo criteriosamente ao invés de apostarmos todas as fichas nuns aplausos efémeros antes de uma partida de futebol."

João Tomaz, in O Benfica

Funcionário do mês

"Há alguns anos, trabalhei com um tipo que tinha tudo para ganhar o prémio de Pior Colega do Mundo. Não era benfiquista, é só o que vos posso dizer. Este artista chegava sempre uma ou duas horas depois de todos os outros, arranjava quase sempre uma desculpa para sair mais cedo - ir buscar os filhos, uma doença repentina, urgência familiar ou cobrir um evento cuja notícia acabaria por nunca sair na revista onde trabalhávamos - e ganhava o dobro do resto do pessoal. Em dias de fecho de edição conseguia sempre escapulir-se e os seus textos chegavam constantemente atrasados. Era o tipo de pessoa que dava pena. Sempre a queixar-se do mundo, um pequeno Calimero. O seu último 'golo' profissional já tinha sido marcado há uns anos e ele continuava agarrado a esses tempos. Pensava ter uma forma física - e profissional - que já ninguém lhe reconhecia, mas lá está... o pior cego é sempre aquele que não quer ver. E o resto da equipa sempre a aparar-lhe os golpes.
Um dia disse-lhe: 'Olha lá, se não estás bem, faz-te à vida. Vai mostrar o teu valor para outro lado'. Ele não foi. Manteve-se sempre à espera do despedimento, da indemnização e fazer castelos no ar de como era a última bolacha do pacote, desvalorizando quem trabalhava muito mais e melhor e ganhava sempre menos no fim dos mês. Até hoje sinto vergonha alheia dessa pessoa.
Lembrei-me desta personagem esta semana, quando li que Taarabt tem vontade de voltar ao plantel do SL Benfica."

Ricardo Santos, in O Benfica

À Benfica

"O fim-de-semana passado trouxe-nos bastantes alegrias e mostrou, a quem queira ver, qual é a maior potência desportiva nacional.
No open de Minsk, em Judo, o Benfica esteve muitíssimo bem representado: ouro para Telma Monteiro em -57kg e bronze para João Martinho em -81kg. Tratou-se do regresso aos combates da melhor judoca portuguesa de todos os tempos – que não competia desde os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, de onde, como todos se recordam, veio com uma medalha de bronze ao pescoço. Foi pois um regresso em grande estilo, arrasando todas as suas adversárias.
O Triatlo fez história, e sagrou-se Campeão Europeu de equipas mistas, mesmo não podendo contar com João Silva (lesionado). Trata-se do primeiro título internacional colectivo conquistado por um clube luso na modalidade, o que já de si é digno de nota. Com este triunfo, o Benfica igualou também o Barcelona em número de conquistas europeias máximas em diferentes desportos (recordemos os títulos europeus de Futebol, Futsal, Hóquei masculino, feminino e Atletismo-Estrada). Nenhum outro emblema português se aproxima, sequer, destes registos.
Cá no burgo, revalidámos o título nacional de Atletismo em Leiria (o sétimo consecutivo!), derrotando aqueles que, no início da temporada, nos haviam tirado vários atletas, aliciando-os com ordenados milionários. Pelos vistos, os que ficaram são melhores do que aqueles que saíram. Não precisámos deles para voltar a ser campeões. Ou seja, talvez estivessem cá a mais.
Enquanto isto, o Futebol segue os seus trabalhos de pré-época, para que na Supertaça a máquina esteja devidamente oleada."

Luís Fialho, in O Benfica

Mais de 200 mil

"Agora que ultrapassámos a barreira dos 200 mil Sócios, resta-nos um novo objectivo - alcançar os 300 mil. O Sport Lisboa e Benfica é assim mesmo. Nunca nos podemos dar por satisfeitos com os objectivos traçados e alcançados. Fizemos o processo da renumeração, que os nossos estatutos impõem, e porque gostamos de trabalhar e viver com números verdadeiros, partimos dos 155 999 Sócios, em 28 de Julho de 2016. Em menos de um ano temos mais de 45 mil novos Sócios, tendo ultrapassado a barreira dos 200 mil. Nos últimos quarto meses, não contando com Julho, entraram 8 595 novos Sócios. E podemos orgulhar-nos de termos associados em todos os cantos do Mundo.
Os dois jogos em Berna, na Suíça, na Uhren Cup, provaram a força dos nossos adeptos. A Suiça é o segundo país para onde os portugueses mais emigram, logo a seguir a França. E para quem não sabe, fora de Portugal a Suíça é o país onde o SL Benfica tem mais Sócios - 3 331. Recentemente, tive o privilégio de conhecer os dirigentes e os sócios da nossa Casa em Zurique. De todos recebi lições e manifestações de benfiquismo. Desde o presidente António José Figueiredo, passando pelo incansável João Pais, um tondelense que vale a pena conhecer, e acabando no Armindo Matos, entre outros que formam os '13 magníficos' dirigentes que gerem uma das nossas embaixadas suíças, todos eles vibram, sofrem e respiram benfiquismo. Todos me explicaram como conseguem gerir a nossa Casa. Todos sonham com o projecto da Nova Imagem das Casas do Benfica. Não tenho dúvidas que o nosso Departamento de Casas, Filiais e Delegações a todos irá contentar."

Pedro Guerra, in O Benfica

Homens com calças doutros

"Todos os defesos, impretrívelmente, os não-grandes recebem por empréstimo dos maiores clubes jogadores por empréstimo. Normalmente, jogadores saídos das equipas B com poucas possibilidades de integrar os plantéis da casa-mãe e que têm oportunidade de jogar com regularidade, acelerar o crescimento e confirmar ou não credenciais. Sempre assim foi, sempre assim será e na última temporada até foi introduzida a norma de não serem permitidos mais de três por cada equipa. Até aqui, tudo mais ou menos bem.
No entanto, para ludibriar a norma, nos últimos tempos há quem compre o passe de jogadores, o trespasse rapidamente para outro clube com manobras contabilísticas nas quais os direitos económicos ficam em determinado clube, mas existem cláusulas de recompra que não implicam pagamentos em dinheiro vivo. Muitos desses jogadores nem por uma vez envergam a camisola do grande pelo qual assinaram. Estranho? Sim. Complicado? Sem dúvida. Se compromete a integridade das competições? Claramente. Se a Liga já fez alguma coisa para precaver esta situação? Zero, mas também é regulada pelos clubes, pelo que não se pode esperar grande coisa...
Esta manobra, pelo menos a curto prazo, por vezes permite a equipas de menor dimensão segurar-se entre o escalão maior do futebol nacional. Pode chegar para uma época, talvez duas, no máximo três. Mas num domingo qualquer a casa vem mesmo abaixo e quando já não houver margem por um qualquer motivo para receber estes jogadores, se calhar, sobrará muito pouco. Talvez quase nada. «Com as calças do meu pai também eu sou um homem», diz um ditado. Por isso, talvez seja bom por vezes não aceitar vestir as calças dos outros, pois quando estas definitivamente se rompem, fica-se nu. E o armário está vazio..."

Hugo Forte, in A Bola