segunda-feira, 24 de julho de 2017

O futuro dos clubes portugueses

"Não faltará muito para que o modelo que vai sustentando a competitividade dos grandes do futebol português se esgote.

Será que o modelo tradicional, onde os sócios são quem mais ordena, mesmo num contexto de SAD, usado ainda pelos principais clubes portugueses, tem os dias contados? Não será para já, quiça nem sequer para amanhã, que esta questão irá colocar-se mas creio que a entrada nas SAD de capital maioritário privado acontecerá. mais cedo ou mais tarde. A páginas tantas, nem mesmo este modelo de gestão que se baseia na formação e prospecção como meios geradores de mais-valias que equilibram as contas, será suficiente para garantir a competitividade a nível internacional. Daí até à entrada de investidores maioritários será apenas um pequeno passo. Quem são os grandes compradores do mercado em 2017/18? Os ingleses, que potenciaram uma fórmula americanizada que gera proventos gordos em direitos televisivos e trata a indústria do futebol com profissionalismo e rigor, sem as tentações autofágicas que marcam o quotidiano português; os colossos espanhóis, capazes de gerar receitas anuais da ordem dos 1000 milhões de euros; alguns alemães, com o Bayern à cabeça, que têm a Liga mais bem organizada do mundo e recebem um apoio assinalável da poderosa indústria germânica; e os italianos, com dinheiro fresco, de origem chinesa, dos clubes de Milão, a fazer a diferença. Depois ainda há que contar com os russos e os turcos e ainda com os inevitáveis clubes da China, onde em boa hora foram introduzidos travões administrativos à vertigem gastadora. Os clubes portugueses nem remotamente podem competir com nenhum destes e com as alterações que vão chegar na Champions, onde as grandes Ligas vão ser ainda mais beneficiadas, o panorama não é animador.
Que fazer, então, quando o modelo vigente se esgotar (e não faltará assim tanto...)? Aquilo que pode acontecer é a entrada de investidores que passem a mandar de facto - e em clubes médios e pequenos, entre nós, isso já se verifica - o que irá requerer uma prévia autorização dos sócios. Hoje, estou certo que tal projecto não passaria. No entanto, se a situação se degradar como é previsível que venha a suceder, se passarmos para um patamar competitivo, a nível internacional, mais baixo, provavelmente haverá condições para esse salto. Para já fica aqui, apenas, o alerta para um futuro diferente.

ÁS
Frederico Morais
Não venceu a etapa de J-Bay, mas esteve muito perto dessa proeza. E deixou a certeza de ter uma carreira fulgurante à sua frente, feita de qualidade, ambição, competência e... bom sendo. Portugal, país que acarinha o surf merece ter um representante assim, capaz de arrancar notas dez. 'Saca' foi grande, 'Kikas' pode ser maior!

ÁS
João Pereira
O triatleta do Benfica, recente campeão europeu e quinto nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, ajudou uma equipa dos encarnados, formada também por Melanie Santos, Miguel Arraiolos e Vanessa Fernandes, a conquistar, em Espanha, o título europeu para clubes, disputado em regime de estafeta. Evolução espantosa!

ÁS
Chris Froome
Quatro vitórias no Tour colocam já este inglês nascido no Quénia na história do ciclismo. Um triunfo mais (que tentará em 2018), elevá-lo ao patamar dos monstros sagrados Anquetil, Merchx, Hinault e Indurain. Inteligente a correr, forte na alta montanha e especialista no contra-relógio, Froome é um campeão.

Uma guerra de palavras que tem muito que se diga
«Bruno de Carvalho tem ciúmes de toda a gente, quer ter protagonismo e não sabe como. Tem inveja do que os jogadores ganham...»
Octávio Machado, ex-dirigente do Sporting
Se havia alguém que, de boa fé, ainda pensasse que o que tem sido noticiado sobre os bastidores do Sporting não passava de exagero da comunicação social, terá mudado de ideias, por certo. Bruno de Carvalho e Jorge Jesus estão reféns um do outro, num casamento de conveniência, que está dependente de resultados imediatos. Octávio Machado apenas disse: «O rei vai nu».

Catalunha de coração nas mãos por Neymar
se percebeu que o PSG esta mesmo a montar uma estratégia que lhe permita contratar Neymar sem infringir as regras do 'fair-play' financeiro. Perante este clima de incerteza o brasileiro optou pelo silêncio, deixando o planeta Barça à beira de um ataque de nervos. Não é fácil substituir alguém como Neymar...

Uma vitória no feminino
Quando Portugal se qualificou, pela primeira vez, para um fase final de um Campeonato da Europa de futebol no feminino, foi entendimento generalizado que a missão estava cumprida e não se deveria exigir mais a esta geração que acabara de fazer história. Afinal, ontem, na Holanda, Portugal venceu a Escócia e deu mais um passo na afirmação da modalidade no nosso país (e que bom seria se Benfica e FC Porto aderissem...). Parabéns a Fernando Gomes, grande impulsionador na FPF do futebol feminino, ao seleccionador Francisco Neto e a todas as jogadoras, especialmente Carolina Mendes e Ana Leite, as autoras dos golos da turma das quinas."

José Manuel Delgado, in A Bola

A queda dos poderosos

"«Acha que um chefe de Estado iria dispensar o seu tempo a qualquer um? Posso falar com qualquer presidente, de qualquer país, mas eles também estarão a falar com um presidente. Eles têm o seu poder e eu tenho o meu: o poder do futebol, que é o maior poder de todos.» A frase pertence a João Havelange, presidente da FIFA durante 24 anos, entre 1974 e 1998, e exprime bem o sentimento de muitos dos homens que governaram o futebol mundial durante décadas. Ele, como Joseph Blatter, e outros, prolongaram-se em cargos de liderança no desporto internacional apesar das muitas alegações de corrupção que sempre os envolveram.
Muitos desses homens caíram na sequência do Fifagate, que conduziu a várias detenções em 2015. Outros, apesar das suspeitas, resistiram mais tempo até que foram tombando. Ángel Maria Villar foi o último dos dinossauros do dirigismo do futebol. O presidente da federação espanhola e vice-presidente da FIFA e da UEFA está em prisão preventiva sem direito a fiança, acusado de ter prejudicado a sua própria federação num valor próximo dos 45 milhões de euros.
Homens como Villar estiveram demasiados anos no poder. Ao ponto de muitos deles se sentirem intocáveis. A herança de Gianni Infantino, actual presidente da FIFA, é pesada. Um passo em falso pode comprometer uma instituição que volta a lutar por uma imagem credível depois de ter sido amachucada por aqueles que a comandaram desde os anos 70 até à saída de Blatter. É certo que alguns caíram, mas outros continuam a ter influência e deixaram alunos em posições de destaque. Uns podem sair, mas é importante que as autoridades mantenham a vigilância sobre os que ficam."

Fundos sem fundo

"No início era a bola e os jogadores: nasceu o futebol-jogo fantástico.
Depois, com o tempo, nasceram os clubes e um desenvolvimento imparável.
Durante muitos anos, as competições locais e internacionais foram os pontos máximos do encantamento e do envolvimento de gerações.
Surgiram ídolos que se “libertaram da lei da morte” e proezas que pulverizam tempos e distâncias: criam-se lendas, partilhas de momentos com história.
Com naturalidade englobam-se novos conhecimentos (ciência, tecnologia, metodologia, novos materiais), novos interesses e especialistas.
De repente, num surto quase epidémico, como “cogumelos espontâneos”, o jogo passou a ser um campo para criar riquezas, das mais variadas formas. Os milhões tornaram-se motivação sem limites. 
A criação de fontes de receitas pulverizou-se num esquema piramidal, sem regras nem princípios, mas com fins definidos: lucros, dinheiro, muito dinheiro… e vítimas colaterais.
O talento cedeu o lugar aos activos. Sobrevalorizam-se jovens, precoce e perigosamente, para criar bolsas ininterruptas de recrutamento e de criação de utopias, muitas vezes trágicas mas na maioria silenciadas pelos esquecimentos intencionais.
Engenharias financeiras, artificiais, mas muito “criativas”, chegam em força, multiplicam-se sem nunca se entender onde tudo começa e acaba, com alguns, que não entram em campo, a ganharem muitos milhões. Compram-se direitos sobre jogadores, clubes e estádios, vendem-se participações variadas, multiplicam-se clubes e rotas por onde viajam jogadores, trocam-se posições e, nesses percursos de vaivém, há sempre campeões de lucros “pornográficos” que criam novos jogos: esconde-esconde do dinheiro.
Futebol engrossa contas bancárias de investidores de sucesso e da descoberta de paraísos, particularmente fiscais… A quem servem e como continuam com estrondoso êxito a permitir a evasão fiscal?
Estes galopantes estratagemas (muitas vezes criados por quem nunca calçou chuteiras ou nunca entendeu o jogo) têm destruído a essência do jogo, têm desperdiçado e usado jovens talentos e criado mitos com pés de barro, numa alienante venda de ilusões, com resultados dramáticos. 
Progressivamente os interesses (do investimento e do jogo) passam a ser contrários, adversários, aprisionando o jogo e procurando impor uma agenda escondida: alterações constantes de leis de jogo, implantação de critérios e ponderações para salvaguarda das equipas mais ricas, mais poderosas, negócios cada vez mais estratosféricos, estranhas escolhas de locais para Mundiais, casos contínuos de corrupção e muitos mais pormenores que, no fundo da linha, mantêm o sonho nunca abandonado da criação da Superliga europeia, como expoente máximo do negócio mas também como pandemia que pode matar um património da humanidade - o futebol-jogo.
No futebol-jogo anseia-se por atingir patamares sempre mais elevados, onde todos se procuram distanciar do fundo.
No futebol-negócio o Fundo é outro campeonato, mesmo que eventualmente conduza ao caos e perversidade.
“O futebol, como os estouvados de boa família, perde a sensibilidade e a vergonha e teima em viver acima das suas posses”. (in Jerry Silva, “Futebol: Desafios e Rumos para vencer” 2016,136)
O conhecimento é sempre um percurso imparável. A utilização desse conhecimento potencia a diversidade e a criatividade. O futebol evolui imparavelmente graças ao contributo dos talentos e da genialidade dos jogadores bem como à competência e inovação dos treinadores.
Dentro das 4 linhas assistimos a várias criações, a descobertas, a sinfonias orquestradas.
Essa realidade promove um crescimento sustentado do número de praticantes, preferencialmente de jovens, mantendo o jogo como espaço de entendimento global.
Mas são muitas e diversas as influências do economicismo fundamentalista que se abateu sobre o futebol mundial.
A recente detenção do Presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Ángel Villar que ocupa o cargo desde 1988 e também membro da UEFA e vice-presidente da FIFA, por suspeita de corrupção, é um sinal preocupante dos riscos de contágio do negócio para o jogo.
Os investidores conseguem criar “vias-sacras” labirínticas por onde circulam direitos, investimentos, vendas e lucros, curiosamente penalizando sempre o elo mais fraco – o jogador (excepção para os craques galácticos).
“… fica a conhecer-se a composição complexa dos direitos económicos do jogador: 30% do Cruzeiro, 20% nas mãos dos supermercados BH, 20% do fundo de investimento Futinvest, 10% da Agremiação Desportiva Ovel (onde Lucas Silva começou a jogar), 10% do banco BMG, que também é patrocinador do clube de Belo Horizonte e, por fim, 10% do próprio jogador… (in Pippo Russo, “A Orgia do Poder”, 2017; 264)
E porque o negócio, sem regras nem controlo sistemático, pode criar riscos acrescidos e condições para uma autêntica feira franca, uma espécie de bilderberguização do futebol, basta analisar os documentos do Fotball Leaks vindos a público, para se perceber que há muitos “fundos sem fundo”. 
Tiago Carrasco, no seu trabalho “Apostas Viciadas” (in A Revista do Expresso, 15.07.2017) analisa também o relatório da FederBet sobre eventual manipulação de apostas, jogos fantasmas e viciação de resultados no futebol nacional, particularmente em divisões secundárias, nas quais se referem investidores (da China, de Singapura e não só) dirigentes, jogadores e treinadores, bem como os efeitos nefastos para vários clubes, alguns com passado histórico no futebol português.
O Futebol (o desporto em geral) permite alcançar dimensões únicas, motivantes, que reforçam a confiança, desde que não se permita que o futuro seja hipotecado e “enjaulado” por interesses alheios e contrários ao seu desenvolvimento.
Assim e tendo como exemplo a evitar os génios da pintura que, em vida, não venderam as suas telas e passaram por extremas provações, desejamos que as entidades que tutelam o futebol em particular e o desporto em geral, saibam sempre cumprir com lealdade e competência as funções que lhes foram confiadas.
Fundo sem fundo? Não, obrigado!"

Cadomblé do Vata

"1. Zivkovic tem tanto talento por m3 de corpo que pode ser considerado uma aberração... naquele 1,70m cabe tanta classe, que dava para encher o corpo todo do Brian Deane e nem sobrava espaço para meter lá o pouco que havia dentro do Pedro Henriques.
2. Eu que sou do tempo em que Eliseu era criticado pelos adeptos, eu incluído, só posso ficar feliz por o ver subir ao panteão dos Ídolos do Plantel... no final de contas a conclusão que tiro é que o problema do Thomas não era a inexistência de mobilidade, era não ter carta de motociclos.
3. Nos últimos anos, no SLB parece ter sido estabelecido que extremo esquerdo de sucesso é nº 20, ponta de lança goleador é canhoto e defesa direito voador é negro... fica assim definido que não interessa o talento, o êxito alcança-se mantendo padrões.
4. Seferovic não marca há 1 jogo... temos de começar já a puxar das estatísticas dele ou podemos esperar mais uns meses?
5. Às vezes os árbitros pecam por facilitismo e noutras por excesso de zelo. Por exemplo, num jogo amigável, quando um defesa rasteira um avançado isolado à entrada da área não se deve expulsar o infractor... num caso destes é mais correcto mostrar amarelo ao faltoso e assinalar penalty a favor da vítima."

Lisandro López está mesmo a precisar daquele empréstimo ao Besiktas com opção de compra

"Júlio César
Obrigado várias vezes a jogar com os pés, tendo tocado mais vezes na bola do que alguns jogadores de campo.

Buta
Neste momento qualquer opção para a direita parece parece superior a Pedro Pereira, o que pode enviesar esta análise. Aurélio Buta não comprometeu e até teve dois ou três lances ofensivos bem conseguidos. Nada de mais, mas Nélson Semedo também não impressionou na primeira pré-época. Agora pensem.

Luisão
De pedra e cal como titular, até porque não há mais.

Lisandro López
Uma tentativa de sair a jogar resultou no golo do Hull. Nada que um empréstimo ao Besiktas com opção de compra não resolva.

Eliseu
Um dos jogadores em melhor condição física no jogo de hoje. Quase marcava aos 81 minutos num pastel a 35 metros da baliza. Seria um prémio justo para uma exibição perfeitamente banal.

João Carvalho
Os mestres da auto-ajuda dizem-nos que a vontade e o trabalho superam todas as barreiras. João Carvalho mostrou vontade e trabalhou, mas não superou um adversário da segunda divisão inglesa. Não me cheira que vá ficar no plantel.

Samaris
Não sendo o jogador mais equilibrado do plantel, teve a seu favor o facto de ser um dos poucos adultos no onze titular.

André Horta
Torna-se complicado quando não percebes se é a primeira ou a segunda época de um jogador no plantel principal. Anda lá, miúdo. Apostei um jantar no Edmundo em como tu chegavas a titular da selecção.

Carrillo
Ajuda saber que vai ser vendido.

Diogo Gonçalves
Talvez seja prematuro aumentar a sua cláusula de rescisão.

Mitroglou
Passou o jogo a insultar Rui Vitória por não ter colocado Jonas ao seu lado. Foi procurando outras referências no ataque como eu quando vou à procura de fraldas tamanho 4 e dou por mim no corredor das fraldas para incontinentes: um misto de embaraço e desorientação, na esperança de que ninguém esteja a ver.

Filipe Augusto
Hoje esteve um pouco melhor. O seu QI aumenta à medida que perde os quilinhos a mais. Ainda assim terá que fazer mais para ser o suplente de luxo de que o Benfica precisa.

Chris Willock
Grande passe para Seferovic aos 82'. Não é um Ferrari como diz a alcunha, mas temos aqui um Dacia Duster com equipamento de série. Nas mãos desse grande mecânico Rui Vitória, nunca se sabe. 

Bruno Varela
Nunca um terceiro guarda-redes tinha tido tanto protagonismo numa pré-época do Benfica. O que vale é que vem aí o segundo guarda-redes do Vitória de Guimarães, senão estávamos bem lixados. 

Chrien
Mais alguns minutos bem conseguidos do novo Matic.

Jardel
Bem. Mostrou a inteligência emocional que Lisandro só parece ter quando está no Instagram a escrever frases inspiradores para as suas selfies.

Rúben Dias
Merece mais minutos e provavelmente vai tê-los - na equipa B.

Seferovic
Um acontecimento raro. Seferovic é aquele tipo que aparece na noite a acompanhar um amigo nosso e tem tudo para se tornar um fardo, mas, surpresa das surpresas, apesar de não o conhecermos de lado nenhum passam-se duas horas, começamos a falar da última temporada de House of Cards, do Gentil Martins e de gajas no Tinder, e vai-se a ver já somos amigões. Seferovic é assim. Tem tudo para dar certo, pelo menos se sobreviver à bebedeira da pré-época.

Jonas
Entrou e disse: "calma mininos, papai chegô."

Zivkovic
Belíssimo amuse-bouche de um menino que vai partir tudo esta época."

Um Azar do Kralj, in Tribuna Expresso