sábado, 22 de julho de 2017

Da frontalidade

"Octávio Machado foi, revelou-o Bruno de Carvalho, a terceira escolha quando, no início de 2015/16, foi convidado pelo Sporting para director geral do futebol. Para os mais atentos não terá sido novidade - basta ler as notícias dessa altura -, mas a confirmação desse facto foi a forma encontrada pelo presidente leonino para atingir o agora ex-funcionário onde todos sabem que lhe dói mais: no orgulho.
Diz Bruno de Carvalho que a única coisa que não lhe agradece é a entrevista concedida numa altura inconveniente para os interesses do Sporting. Admite-se, até que Bruno de Carvalho se tenha sentido magoado. Mas não terá ficado, de certeza, surpreendido. Porque foi Octávio Machado a ser ele próprio. E foi por Octávio Machado ser como é, e sempre foi, que o Sporting decidiu convidá-lo numa altura em que a Bruno de Carvalho - e talvez a Jesus - pareceu ser importante contar na estrutura com alguém com o seu perfil: beligerante, sem medo do confronto, disposto a dar o peito às balas sem receio das consequências - mesmo que já então talvez desactualizado quanto às necessidades do futebol moderno. Não estaria agora, por certo, à espera que Octávio saísse (ou fosse empurrado) de forma pacífica. Esperou umas semanas e desabafou. Como se sabia que faria.
Quanto à frontalidade - ou à falta dela - de Octávio Machado, acusado por Bruno de Carvalho de ter demitido por carta e sem com ele falar cara a cara: muito antes do final da época já se sabia que Octávio era visto em Alvalade como estando a mais. Ele percebeu-o sem que alguém lho tivesse dito na cara. E decidiu sair pelo seu próprio pé e de maneira que sempre o caracterizou: sem medo da guerra, não admitindo ser o bode expiatório do insucesso desportivo. Surpresa?
Só para quem não o conhece."

Ricardo Quaresma, in A Bola

PS: O mais 'estranho' ou nem por isso, é numa análise a este 'duelo de palavras', o colunista não ter percebido, que a 1.ª entrevista do Octávio foi completamente inócua, falando muito sobre nada, e não acusando ninguém directamente... se não tivesse existido a 'resposta' do Babalu, tudo teria sido esquecido rapidamente...!!!

Substituição no defeso: sai Cristiano Ronaldo, entra Frederico Morais

"Hoje é o dia seguinte. Terminou ontem a 6.a etapa do circuito mundial de surf, que se realizou em Jeffreys Bay, na África do Sul. Frederico Morais, 25 anos, Cascais, foi brilhante.
Andemos um verão para trás, mais propriamente para os acontecimentos do Euro 2016 de Futebol. Portugal teve uma campanha pautada por timidez na fase de grupos, dando lugar a capacidade de lutar, criatividade e determinação rumo à vitória final. A telenovela desportiva tinha, na altura, uma personagem principal: Cristiano Ronaldo, o maior desportista português dos tempos recentes.
Julho 2017. Cristiano está de férias e não participa na história contada do dia-a-dia. Toda a gente está farta da especulação do afamado mercado de transferências e outras notícias não preenchem a agenda desportiva. Até que o jovem surfista português entra em acção.
Curiosamente, disse a alguns amigos em privado que a entrada de Morais em prova tinha muitas semelhanças com o Euro 2016. Foi passando as suas baterias com mestria, mas a expectativa que lhe confiava deixava aquela certeza de que estava um furo abaixo das suas reais capacidades. Chegamos à 4.a ronda e Frederico defronta o campeão mundial em título, o havaiano John John Florence, e o campeão desta prova em 2016 (ele também ex-campeão mundial), o australiano Mick Fanning. Ajustou o que teve de ajustar. Comportou-se exactamente como ele próprio trabalhou para surfar uma das melhores ondas do mundo, a qual não permite menos que performances desportivas excepcionais. Resultado final: 19.07 num total de 20 pontos e os dois campeões relegados para o round de repescagem.
Um dia mais tarde, entramos naquele que foi considerado o “wildest day” dos tempos recentes do surf profissional. Um tubarão branco empurra quatro surfistas para dentro do barco de apoio. Três campeões do mundo (Florence, Fanning e o brasileiro Gabriel Medina) e Frederico. É uma imagem que vai perdurar no tempo não pela via do encontro improvável, mas antes porque cenas dos próximos capítulos iriam ser escritas logo de seguida, antevendo um futuro sólido para o português. 
Começava então a bateria dos quartos-de-final onde Morais voltava a defrontar Florence. Em regime de “mata mata”, o prodígio havaiano apresentou-se ao mais alto nível, deixando o português à procura da pontuação quase perfeita no último terço da bateria – um teste perfeito à tenacidade de Morais. À semelhança do primeiro penálti de Cristiano que desfez o empate frente à Polónia, Frederico foi brilhante e termina com a onda perfeita (10 pontos) rumo às meias-finais, com uma pontuação de 19.77 em 20 pontos. A onda da decisão foi feita nos segundos finais, nivelando com normalidade o sofrimento que todos nós estamos habituados a vivenciar. Foi a segunda vez que um português atingiu a perfeição no topo do surf mundial, depois de Tiago Pires em 2008, no Taiti. Alguns ficaram de lágrimas nos olhos, outros gritaram de felicidade e muitos bateram palmas. A personagem principal deste dia passou a ser Frederico Morais, com abertura de jornais de TV e rádio, capas na imprensa escrita, ilimitadas conversas de WhatsApp e inúmeras reacções nas redes sociais. É o arrastar de multidões e o conquistar dos portugueses!
Em Portugal, temos por norma começar a celebrar cedo, com ovações de vitória quando a competição ainda vai a meio. É o nosso espírito latino caracteristicamente quente nas emoções. Mas Frederico nem quer saber. Ainda em fase de digestão do momento, indica que se “foi histórico, ainda melhor”, mas que “agora é focar e querer sempre mais”. É a sabedoria popular que diz que não há duas sem três. Depois de o capítulo i ditar o “melhor heat da minha vida” nas palavras de Frederico, o seguinte foi de superação com o “melhor depois do melhor”, chegando o terceiro, ou o dia das finais, se preferirem. Pela frente, outra vez um ex-campeão do mundo, o brasileiro Gabriel Medina, mas o resultado foi pronunciado pelos comentadores internacionais, apelidando Morais de “man o war” (caravela portuguesa) em jeito de ilustração do espírito letal e autoritário com que conquista o seu lugar na final.
Perceba-se a importância do que acabara de acontecer. Frederico está no seu primeiro ano na elite do surf mundial e já contava com um 5.o lugar em Bells Beach, uma das ondas mais icónicas do mundo. Na que foi considerada a melhor etapa do ano até ao momento, e certamente uma das melhores de sempre, dado o impressionante nível de surf que se viu nas ondas de Jeffreys Bay, Morais inscreve-se definitivamente nos livros dos melhores dos melhores, terminando num excelente 2.o lugar frente ao brasileiro Filipe Toledo e arrecadando 8000 pontos para consolidar a sua nova 12.a colocação no ranking mundial. Acima de tudo, posiciona-se para o ataque ao restrito grupo do top-10 mundial, segura garantidamente a sua qualificação para 2018 e fica debaixo de olho para a prestigiante distinção de “rookie of the year” (melhor estreante do circuito mundial). Quando Toledo se dirigiu a ele em palavras durante a entrega de prémios, Frederico, sempre nobre e com a bandeira portuguesa enrolada nas pernas, olhou-o firme e de frente, num misto de raça vencedora e humildade perante o momento de reconhecimento da sua grandeza no clube dos enormes do surf mundial.
Foi a melhor prestação de sempre de um português no World Championship Tour. Dos expatriados espalhados pelo mundo aos portugueses em solo nacional, todos em uníssono aclamam como forma de retribuição de tamanha honra para o país das cinco quinas: Obrigado, Kikas. És um herói nacional!"

Francisco Simões Rodrigues, in i

PS: Alguns podem perguntar: qual a ligação com o Benfica?!
Pois, o heróis desta crónica (e da anterior) é Benfiquista, e neste momento é o 12.º do ranking Mundial!!!

Kikas ganhou à Alemanha de 74, passeou frente ao tiki-taka espanhol, dizimou a Holanda de Cruyff e só perdeu na final com o Brasil de 2002


"Fará em Outubro 21 anos desde que um surfista português venceu pela primeira vez um heat do campeonato do mundo de surf, e logo na primeira etapa alguma vez realizada em Portugal. Antes chamava-se World Championship Tour, mas a lógica já se aplicava: os melhores atletas do mundo competiam nas melhores ondas e o Kelly Slater ganhava que se fartava. Bom, foi mais ou menos isso. O mar naquele dia no Cabedelo não estava propriamente épico, nem isso interessou para nada. A primeira vitória de um português tem um nome: Bruno Charneca, Bubas para os amigos, para os rivais e para os adolescentes como eu que devoravam a SURF Portugal e a Surf Magazine, ou viam o Portugal Radical e sonhavam com a Rita Seguro. Se estiveres a ler, Rita, olha, muááá.
A vitória do Bubas não foi coisa pouca. O local da Caparica eliminou nem mais nem menos que Kelly Slater. Não era este Kelly Slater quarentão cheio de travadinhas (um génio ainda assim). Era um Kelly Slater que nessa temporada ganhou 7 das 14 etapas disputadas e conquistou o quarto título mundial da sua carreira e o terceiro consecutivo, lançadíssimo para ultrapassar o tetracampeonato de Mark Richards. Fez o penta duas épocas depois e ganhou o sexto título da carreira. Talvez não tenha sido esse Kelly Slater sedento de vitórias que naquele dia competiu no Cabedelo, uma vez que se sagrara campeão mundial antes da prova arrancar devido à ausência de Shane Beschen.
Não sei se foi esse o motivo da falta de comparência do Slater na primeira ronda da prova - estava no papo - ou se perdeu mesmo os aviões, mas o facto é que o melhor surfista de todos os tempos começou a prova na segunda ronda. Entrou na água, surfou de forma desinteressada e fez o dia ao Bubas e ao surf português. Chamam-lhe ronda de repescagens ou dos perdedores (losers round), o que é precisamente o que estou a fazer e/ou sou. Sou só um espectador anónimo do surf português, confortavelmente à espera do set na ronda dos perdedores. Uma pessoa aprende a viver com essa inaptidão e às tantas já se dá por satisfeita se molhar o rosto com água salgada na companhia dos amigos. Mas dizia, hoje repesco pelo melhor dos motivos. Hoje fez-se história. O Frederico Morais, Kikas para os amigos e para os adultos como eu que têm saudades da SURF Portugal e da Surf Magazine, o Frederico Morais quase ganhou.
O tanas. O Frederico Morais foi à final em J-Bay! Aviou três campeões mundiais pelo caminho! Surfou que se desunhou! Conquistou o mundo inteiro com a linha de surf mais elegante e entusiasmante de toda a prova, John John, Jordy ou Toledo incluídos. Há muitos anos que os surfistas da bancada gerem as suas vidas pessoais e profissionais de acordo com o fuso horário em que decorrem as etapas do Mundial de Surf, e hoje não foi excepção. Acordei ligeiramente atrasado para as meias-finais e já o Kikas encostava o Gabriel Medina às cordas. 24 horas antes tinha feito o mesmo com o John Johh Florence nos quartos de final, pela segunda vez em dois dias. Nas últimas horas, vi amigos e conhecidos comparar este feito à vitória portuguesa no Euro, o que é compreensível. Mas permitam-me a correcção: nós fomos campeões europeus de futebol depois de jogar contra Hungria, Islândia, Polónia, Croácia e País de Gales e finalmente a França. O feito do Kikas é de facto menor em termos absolutos, mas muito maior na cabeça do adepto de surf. O Kikas ganhou duas vezes à Alemanha de 74, passeou frente ao tiki-taka espanhol, dizimou a Holanda do Cruyff e só perdeu na final com o Brasil de 2002.
O que é que tudo isto tem a ver com o Bubas? Simples. Na cabeça de um adepto de surf que há mais de 20 anos anseia por vitórias portuguesas numa modalidade para a qual nascemos poeticamente destinados, isto é algo que há muito merecíamos. Não por um atleta, mas por todos os atletas e todas as praias. O Bubas mereceu limpar o sarampo ao Slater porque estava a surfar em casa e a minoria de adeptos pediam essa vitória, mas mereceu ainda mais pela beleza e benção de ter nascido português, numa terra que os melhores poetas descreveram quase sempre virados para o mar. Quem diz o Bubas diz o Dapin, o João Antunes, o Rodrigo Herédia, o Marcos Anastácio, o José Gregório ou o Ruben Gonzales que foram espoliados de inúmeras vitórias no EPSA ou em qualquer etapa do WQS. Eu sei lá. Ainda me lembro de comparar o Miguel Fortes ao Tom Curren. Estes tipos que eu não conheço de lado nenhum e me propinaram bastantes vezes foram o meu clube, como são hoje o Kikas ou o Vasco Ribeiro de licra vestida, o Nicolau von Rupp ou o Hugo Vau quando surfam heats contra ondas mutantes na Irlanda ou na Nazaré, ou o Miguel Blanco e o João Kopke quando estão simplesmente a viver vidas mais interessantes do que a minha, quase sempre dentro de água. Se um adulto com dois filhos diz isto de pessoas mais novas do que ele, imaginem um miúdo que começou a surfar há 6 meses. Só quem já esteve dentro de água sabe o quão inspirador ou intimidante é ver esta gente no line-up.
Este adepto sabe que as coisas em competição têm uma explicação quase sempre lógica, mas não sabe se está assim tão interessado nisso. Certo, existiram factores estruturais que impediam a primeira geração de surfistas de competição de vingar lá fora, talvez os primeiros não fossem animais de competição como hoje vemos surgir, e sim, hoje os miúdos estão mais bem artilhados para os 30 minutos de um heat, bem como para as agruras e deslumbramentos de uma vida passada a viajar e a competir. Mas talvez, aliás, quase de certeza que nada disto seria exactamente assim se em 2000 um miúdo chamado Tiago Pires não se tivesse sagrado vice-campeão mundial júnior no Guincho, isto numa altura em que os tais factores estruturais ainda pareciam uma barreira insuperável. O tanas, disse ele com uma gana e talento só superados pelo Dean Morrison. Quis o destino que nesse dia ficássemos novamente em segundo lugar, e mais uma vez ganhámos. Demos uma abada à aparente sina do surf português. Afinal não era impossível. O Tiago Pires continuou a sua carreira brilhante ao longo dos 16 anos seguintes, com uma vitória inesquecível em Ribeira d’Ilhas em 2005 que o deixou à porta do World Tour. Dois anos depois qualificou-se para a primeira divisão do surf mundial e por lá ficou, fruto de talento e trabalho, durante oito anos em que as madrugadas a olhar para um ecrã se tornaram ainda mais interessantes, algumas quase comoventes, porque finalmente tínhamos lá um português. Os anos foram passando e o Tiago tornou-se um surfista como nenhum outro no panorama competitivo português. Hoje, depois dele e de sei lá quantos resultados notáveis dos que vieram a seguir, as coisas alinharam-se de tal forma que o resultado do Kikas, ainda que possa surpreender alguns, não é mais do que o corolário natural do trabalho de quem nasceu num país abençoado. Que ninguém celebre menos à medida que os portugueses forem conquistando vitórias num desporto para o qual nasceram.
Entretanto, fui ver o que é feito do Bubas. Encontrei-o no LinkedIn. Tem trabalhado na área da informática. Não sei quantos de vocês se lembram, mas o Bubas tinha um dos cutbacks mais bonitos do surf português. Os dois empregos mais recentes que teve tinham escritório no Havai e em Santa Bárbara, na Califórnia. Talvez a profissão e a vida o tenham afastado um pouco mais do surf, mas os melhores surfistas são os que procuram obsessivamente uma forma de permanecerem próximos do mar. São peixes que aguentam umas horas fora de água. Quanto a mim, adepto na ronda das repescagend, já lá vai o sonho de um verão sem fim. Esse morreu, mas não me esqueço dos verões ou invernos passados junto ao mar. De cada vez que o Kikas surfar, esperarei o impossível: que regressemos todos ao verão para buscar os instantes que ainda não vivemos junto do mar. Nós e o surf português."


A bazófia gera ilusões de poder

"A notícia da renovação do contrato de Eliseu caiu bem entre os benfiquistas. A somar aos atributos do futebolista há a memória fresca da lambreta da festa de Maio que deu a volta ao mundo pela criatividade e perícia postas na celebração. Sendo uma iniciativa individual logo passou a paixão colectiva tal foi o sucesso da iniciativa motorizada do jogador.
Apesar das garantias prestadas pelo treinador do FC Porto sobre a inevitabilidade de o próximo título ir parar ao Dragão e apesar das garantias prestadas pelo presidente do Sporting sobre a inevitabilidade de o mesmo título ir parar a Alvalade e reconhecendo, facilmente, os benfiquistas que o caminho a percorrer em 2017/2018 será árduo, ninguém poderá levar a mal o facto de haver uns quantos milhões em Portugal que se deitam sonhadoramente a adivinhar como poderá Eliseu surpreender-nos no próximo mês de Maio dando-se o caso de, contra todas as promessas de sucessos alheios, o título for parar à Luz pelo quinto ano consecutivo. Mas não foi por isso, certamente, que o Benfica prolongou por mais uma temporada o vínculo com o seu sempre disponível lateral-esquerdo. Acelera, Eliseu. 
Famoso há décadas pela sua frase-mistério-insondável "vocês sabem do que estou a falar", Octávio Machado foi surpreendentemente pródigo em pormenores e em destinatários para os recados que entendeu dar na sua entrevista à CMTV. A análise das questões que se prendem com a vida da equipa de futebol do Sporting e com a vida da equipa de dirigentes do Sporting, por questão de bom senso, deve ser deixada a cargo dos comentadores, dos jornalistas e dos adeptos afectos ao clube de Alvalade.
Octávio levantou, no entanto, uma questão que tem a ver com a chamada "comunicação social" e que não deixa de ser intrigante para quem – por hobby ou por resquícios do velho ofício – se interessa pela evolução das artes da informação e do jornalismo em Portugal. Afirmou, perentoriamente, o ex-director do futebol do Sporting que, no decurso do seu moroso processo de abandono das funções, lhe foi oferecido por um responsável do clube a hipótese de escolher qual o programa de televisão em que mais gostaria de actuar integrando um dos variados painéis de comentadores de coisas da bola. Ora isto não faz sentido. Não faz sentido e é ofensivo da reputação de estações como a TVI e a CMTV serem os clubes – o Sporting, neste caso – a usar um poder que lhes permitiria impor os seus comentadores e até a retirá-los de cena como se de um mero presidente da Liga se tratassem.
Não será de duvidar da palavra de Octávio. É provável que a proposta de escolher uma estação de televisão lhe tenha sido feita. Mas é de duvidar – e muito – da suposta autoridade para o efeito do "programador" que lhe fez a proposta. A bazófia gera ilusões de poder. Só pode ter sido isso."

Seferovic é o reforço da pré-temporada

"A pré-época serve para colocar a nu debilidades e necessidades a tempo de as colmatar. É assim em estruturas competentes e capazes.

O Benfica venceu (2-1) ontem o Bétis depois de ter sido goleado (1-5) na Suíça pelo Young Boys. Tenho discutido com amigos, muito deles benfiquistas, sobre o que é uma boa pré-época. O que queremos, enquanto adeptos de um clube, da pré-temporada da nossa equipa?
Já aprendi, por experiência própria, que queremos coisas diferentes. Para mim uma boa pré-época foi a que Jorge Jesus fez no Benfica e culminou com duas derrotas (Arsenal e Valência) e uma goleada na Emirates Cup, depois de vários encontros com insucessos desportivos. Foi a consciência da realidade que permitiu que ainda nesse Agosto, Luís Filipe Vieira fosse buscar quatro soluções, entre as quais estava, por exemplo, Jonas. Resultado: Benfica campeão. E foi a competência de saber escolher soluções que permitiu que o tetra seja uma realidade.
Uma pré-época onde se somam vitórias sobre equipas de baixo valor competitivo anima os adeptos, mas esconde a realidade de um desastre anunciado. A pré-época serve para colocar a nu debilidades e necessidades a tempo de as colmatar. É assim em estruturas competentes e capazes.
O pior da pré-época é ver jogadores banais em bom plano. Vendem jornais, ludibriam a realidade e sobem a expectativas dos adeptos. Porém, os dirigentes experimentados sabem ler a realidade e melhorar o futuro.
Ontem, a vitória no Algarve foi mais um passo para se construir o caminho, corrigindo o que é preciso e melhorando nos processos de quem fará o nosso futuro. Seferovic parece não ter sido apenas um reforço, mas sim o reforço desta pré-temporada encarnada.
Vamos começar a época com uma Supertaça e jogos difíceis no campeonato. É aí que temos que chegar em bom nível, são esses os jogos que temos que vencer. Quero chegar a 5 de Agosto e retomar a conquista de títulos.
Os adversários também ganham pouco, ou quase nada nesta pré-época, mas vão chegar preparados ao início das provas oficiais. Respeitá-los é a melhor forma de os poder derrotar. Amanhã, contra o Hull City, vamos, essencialmente, preparar a partida frente ao V. Guimarães. Serenidade e confiança, mas atenção e competência rumo ao 37."

Sílvio Cervan, in A Bola

Vai Marisa...

Começou ontem em Grosseto, Itália, o Campeonato da Europa sub-20 de Atletismo (Juniores).
Como não podia deixar de ser a grande 'esperança' Benfiquista, é a Marisa Vaz de Carvalho, que hoje não desiludiu, qualificando-se com alguma facilidade para a Final nos 100m barreiras, passando as eliminatórias (13.78s) e a meia-final (13.51s) sem tremer... Fez o 2.º tempo nas Meias-finais, a inglesa é claramente favorita, mas nas barreiras tudo é possível, basta um toque mal dado, e muda tudo...

Ontem o João Esteves, nos 100m, ficou em 16.º nas meias-finais dos 100m com 10,78s... tinha feito, 10,82s nas eliminatórias.

O Diogo Guerra nos 110m bar. não conseguiu ultrapassar as eliminatórias, com 14.95s.