segunda-feira, 17 de julho de 2017

Não existe campeonato da pré-época

"Mais importante que os resultados imediatos é a preparação para os jogos a sério. O Sporting te pressa e o Benfica precisa de mais meios.

Para que servem os jogos de preparação? De que valem as vitórias e as derrotas na pré-temporada? Estas perguntas, na vertigem do imediato, ficam demasiadas vezes por responder e, no fim de contas, são muito relevantes...
A única coisa realmente importante, de facto, é que cada equipa chegue à competição oficial na melhor condição possível. Porém, pelo caminho, há circunstâncias a considerar, que têm a ver, essencialmente, com a reputação dos clubes e o estado de espírito com que os adeptos vão encarar a época. Benfica e Sporting, por exemplo, estão em acção e não têm obtido resultados positivos; o que não quer dizer que a preparação não esteja a ser boa. Desde que as devidas ilações sejam retiradas...
No Sporting vê-se uma tremenda necessidade, de Jorge Jesus, de acelerar todos os processos de integração, mesmo que à custa de alguma razoabilidade. Os leões têm dois jogos determinantes para o todo da temporada, na Champions, em meados de Agosto, e precisam de criar automatismos tão cedo quanto possível. Esbarram, contudo, na dúvida sistemática que afecta quase todas as equipas de top: com quem vão poder contar (e, no caso dos leões, Patrício, William, Adrien e Gelson, ficam ou saem?), qual será o desenho final do plantel?
Já Rui Vitória, que não está tão pressionado pelo tempo, enfrenta uma magna questão. Perdeu Ederson, Nélson Semedo e Victor Lindelof, como vai recompor a defesa? E será que ainda vai ter de abdicar de mais unidades? Para já, a goleada sofrida frente ao Young Boys (o jogo valia o que valia mas para os emigrantes era importante!) só confirmou o que aqui escrevi há precisamente uma semana. O Benfica precisa de, pelo menos, contratar um defesa central de créditos firmados, se não quiser andar no fio da navalha numa época que pode ser histórica. Os encarnados, nesta altura já de cofres bem recheados, podem chegar a um penta inédito e, ao mesmo tempo (e quiça de igual importância), podem calar as vozes que lhes têm infligido danos reputacionais. Nenhum argumento falará mais alto, nem produzirá efeitos mais interessantes na óptica do Benfica, do que uma época de sucesso desportivo. E, por melhor que seja a formação do Seixal, por mais méritos que Rui Vitória possua, tal desiderato não será alcançado sem os meios necessários...

ÁS
Lewis Hamilton
A correr em casa, o piloto britânico teve um dia bom e aproximou-se de Vettel, deixando o campeonato de F1 ao rubro. Creio que este é um bom momento para reflectir sobre a importância da rivalidade na história do desporto. De Fischer a Spassky, de Borg a McEnroe, de Prost a Senna, de Cristiano Ronaldo a Messi.

ÁS
Fernando Pimenta

O canoísta português saiu do Campeonato da Europa com uma medalha de ouro (K1 1000) e outra de prata (K1 5000), o que confirma o nível altíssimo a que continua a competir. Já a dupla Francisca laia/Joana Vasconcelos (K2 200) garantiu a prata. Constatação imediata: vale a pena apostar na canoagem nacional!


ÁS
Nélson Semedo
dois anos, quando Maxi Pereira saiu do Benfica e assinou pelo FC Porto, quem conhecia Nélson Semedo? A afirmação do lateral-direito foi meteórica e levou-o a entrar pela porta grande no Barcelona, numa transferência estratosférica, que pode ir bem além dos €30 milhões. No futebol, o céu é o limite do sonho...

A idade, a falta de filtros e os espíritos livres
«Ronaldo é um excelente atleta, tem imenso mérito, mas é um estupor moral, não pode ser exemplo para ninguém...»
Gentil Martins, médico, in Público
Senti isso nos últimos anos de Mário Soares e sempre achei desprezível o aproveitamento que fizeram da sua derradeira fase pública. A idade avançada, mesmo quando não retira lucidez, por vezes leva os filtros, o que faz com que espíritos livres fiquem à mercê do que deles que se quer trazer à estampa. Matéria de reflexão, seguramente, para a classe dos jornalistas.

Roger Federer
muitos anos, quase vinte, João Lagos disse-me: «Toma atenção, o Federer vai ser o maior tenista da história». Registei. Ontem, perante o 19.º 'Grand Slam' do tenista, coincidindo com a oitava vitória em Wimbledon, recordei quem me falou do suíço, com conhecimento de causa. De férias no Alvor, foi aí que assisti ao feito de Federer. A televisão do Restinga estava ligada, sem som, e parecia que ninguém estava a ligar à final. Porém, quando Roger Federer concretizou o 'match point', ouviu-se um aplauso espontâneo, que demonstrou a universalidade do veterano tenista (e creio que não havia nem um suíço no restaurante da praia...).

Espanha, tão perto e cada vez mais longe!
Garbiñe Muguruza, vencedora em Wimbledon, é a mais recente heroína do desporto espanhol. Mais uma vez constato: Espanha, tão perto e tão longe... 'Nuestros hermanos' são um país de desporto, enquanto nós não passamos de uns amadores, meros coleccionadores de boas vontades. E não há quem queira mudar isto?"

José Manuel Delgado, in A Bola

O viajante Adu, o cepo Karadas e Fabrice Alcebiades Maieco (?) - assim, de repente, os maiores flops do Benfica (...)

"Freddy Adu
Até hoje continuamos a tentar perceber se a culpa foi do championship manager, de vários olheiros com cataratas, da internet, ou se tudo não passou de uma brilhante jogada de marketing que nos enganou a todos. Sim, a você também. O ano é 2006. O Youtube existe há cerca de 1 ano. Os primeiros vídeos de gatos começam a ser carregados para a plataforma e tudo corre bem. Ouvimos falar de um jogador norte-americano, muito novinho mas incrivelmente talentoso. Os vídeos não mentem. Freddy Adu é o nome. Bola coladinha ao pé, dono de um sprint muito respeitável, e tão novinho que até assusta. O céu é o limite.
Era ver aquele talento prodigioso a ultrapassar adversários como se fossem pinos, desde relvados de futebol semi-amador a campos de futebol americano. 11 anos mais tarde, o mundo questiona-se: seriam de facto pinos? O que sabemos hoje é que Freddy Adu passou pelas instalações do Benfica numa fase da sua carreira em que, sinceramente, já fazia lembrar os Guano Apes a tocarem numa semana académica. Notável para alguém que chegou a Portugal com apenas 19 anos. Desta feita via-se ali talento, não para o futebol mas para constar de um texto como este. 11 jogos miseráveis e 2 golos depois, ainda contratualmente ligado ao Benfica, Freddy Adu terá descoberto a sua verdadeira paixão: viajar. Foi assim que ao longo dos 9 anos seguintes o nosso Freddy passou por França, Grécia, Turquia, regressou aos EUA, esteve no Brasil, na Sérvia e na Finlândia. E isto se falarmos apenas de contratos de trabalho. Fez tudo isto antes dos 30 anos de idade e antes de voltar aos EUA, onde infelizmente a modalidade evoluiu ao ponto de tornar evidente que Freddy Adu não é nem nunca foi grande futebolista. Moral da história? Não acreditem em tudo o que vêem na internet.

Mostovoi
Anos houve no Benfica em que, por muito bom que se fosse, nem o talento poderia salvar os jogadores (e os adeptos) da desilusão. Aleksandr Mostovoi chegou ao Benfica para prolongar a linhagem russa no Benfica. Não que esta tenha produzido resultados épicos, mas Yuran e Kulkov chegaram a ser importantes. Ora, Aleksandr Mostovoi chegara com fama de ser tão bom ou melhor que estes dois. 9 jogos e uma época depois, a presença de Mostovoi no plantel fazia tanto sentido quanto chamarmos russa a uma pilha de batatas, cenouras e ervilhas coberta de maionese.
Pior contratação porque não deu em nada, melhor porque, de todos os flops benfiquistas, quase nenhum outro foi tão bem sucedido após sair do clube - excepção feita a Mario Stanic, que também se veio a descobrir, depois de abandonar o clube, ser um bom jogador de futebol. Mostovoi é hoje conhecido em Espanha como o Príncipe de Vigo, um jogador cerebral e aguerrido como como poucos que voltaria a aparecer no radar do Benfica, desta vez como um dos principais autores de uma goleada histórica, o 7-1 do Celta ao Benfica. Fez um golo e três assistências, e só não fez mais porque felizmente um jogo de futebol dura 90 minutos.

Karadas
Cepos houve muitos, mas só um poderia ter competido com Ivica Kralj pelo nome da nossa página de Facebook. Azar Karadas. A tentação da piada fácil poderia levar-nos a resumir este cromo simplesmente ao seu primeiro e último nome, mas seria injusto, não apenas porque diminuiria o jogador, mas ainda porque não nos daria pretexto para nomear o seu tio e empresário: Jack Karadas. Azar foi contratado pelo Benfica após uma alegada exibição vistosa ao serviço do Rosenborg, numa noite gélida quase tão difícil de explicar quanto o caso Camarate. Treinado por Giovanni Trapatonni, Azar Karadas viria a marcar 4 golos importantes num dos campeonatos mais atípicos da história do futebol, que terminaria com Bruno Aguiar e Simão Sabrosa em cuecas num balneário do Bessa a ouvir música num iPod.
Anos mais tarde, encontrou a felicidade no centro da defesa do Kasimpasa, clube turco em que alguns de nós teriam lugar como avançados. Em 2010, já refeito da sua carreira, Karadas confessou à imprensa portuguesa que nunca devia ter jogado como avançado, uma afirmação que faria mais sentido se lhe retirássemos as palavras "como" e "avançado".

Felipe Menezes / Djuricic
Um brasileiro, o outro sérvio, o mesmo talento desperdiçado, a mesma irritação causada aos adeptos. Infelizmente nunca jogaram juntos. Teria sido uma espécie de acontecimento científico desse ano, um abrandamento de partículas nunca antes visto. Em comum têm duas coisas. Chegaram ambos ao Benfica rotulados de craques. Um chegou como craque brasileiro, aquele selo de qualidade que nunca nos desiludiu. O outro chegou como craque sérvio numa altura em que qualquer pessoa natural desse país seria bem recebida na Luz, eventualmente até com um contrato de trabalho à sua espera (vide irmãos de Matic e Markovic). Para além disso, jogavam ambos com aquele ar de enjoadinho, como se ninguém desde os infantis lhes tivesse explicado que é preciso correr ou que a bola não é só para eles. Desculpem lá, amiguinhos.

Fabrice Alcebiades Maieco
Não tem nome de futebolista, o que talvez explique os contornos da sua passagem pelo Benfica. Fabrica Alcebiades Maieco é Akwá, o segundo maior equívoco em que julgámos ter encontrado um novo Eusébio. Akwá tem no entanto uma enorme vantagem face a Pedro Mantorras: dois joelhos operacionais. Tirando isso, os talentos de um e outro nunca foram comparáveis. Mantorras era repentino. Akwá dava pena. Mantorras era veloz. Akwá era atroz. Mantorras irradiava alegria em campo. Akwá devia ter sido irradiado. Mantorras era fortíssimo nos lances individuais, Akwá era fraquíssimo em qualquer colectivo. Mantorras foi avaliado em 18 milhões de contos, Akwá foi avaliado em 18 milhões de kwanzas. Enfim. Akwá mal jogou no Benfica, felizmente, e a grande verdade é que nenhum deles foi o novo Eusébio, até porque o Rei era moçambicano e estes dois são angolanos, o que acaba por ser um bocadinho racista da vossa parte."

A “vingança” de Pizzi

"O leitor vai achar-me narcisista, mas quando o Witsel deixou a Luz respondi espontaneamente a um amigo benfiquista que me perguntou, aflito, quem o poderia substituir: 'O Enzo Pérez.'.

Embora este jogasse a extremo, vi nele qualidades para jogar mais no miolo do campo: era muito batalhador, nunca se dava por vencido, segurava bem a bola e corria com ela dominada.
Mas, tempo depois, Enzo também saiu - e o problema voltou a colocar-se. Não havia, aparentemente, no plantel do Benfica ninguém para o substituir. Sucede que, num jogo da Taça de Portugal contra o Braga, na Luz, Jorge Jesus fez um onze alternativo e colocou Pizzi na posição 8. E foi para mim uma revelação, mostrando capacidade para ter bola e visão de jogo para fazer passes a rasgar - daqueles que, como por magia, deixam para trás os defesas adversários e isolam os companheiros. Mas, depois deste jogo, Pizzi não voltou a actuar nessa posição.
Tempo mais tarde, em conversa com Jesus, este mostrava-se preocupado com a falta de um número 8, e eu alvitrei, a medo: ‘’Tem o Pizzi...’’ Mas apesar de ter sido ele a experimentá-lo no lugar, não se mostrou convencido: “Ao Pizzi falta intensidade, não mete o pé, não mete a cabeça…’’ De facto, nesse jogo com o Braga, ele fora parcialmente responsável pelo golo que derrotara o Benfica, deixando Pardo correr sozinho durante 30 metros.
A verdade é que, no jogo a seguir à nossa conversa, Jorge Jesus meteu mesmo Pizzi a titular na posição 8. E ele saiu-se bem. E a partir daí não mais largou o lugar. Aquele que nunca passaria de um número 7 mediano tornou-se um excelente número 8.
Quando Jorge Jesus saiu, porém, o tempo de Pizzi parecia ter acabado. Fora uma “invenção” de Jesus e este já não riscava nada na Luz. No seu lugar passou a jogar - e bem - André Horta. Pizzi começou então a sentar-se no banco, e quando entrava era para jogar a extremo direito, na sua antiga posição. 
Mas Horta lesionou-se, Rui Vitória ainda tentou outras experiências - tais como meter Samaris a jogar ali -, mas acabou mesmo por render-se a Pizzi. E este fez tão bem ou tão mal o lugar que nunca mais o largou. Passou a ser tão insubstituível… que nunca era substituído. Tornou-se um dos jogadores com mais minutos. Quando parecia esgotado, ia buscar sempre novas energias a uma reserva escondida. Nunca parava, como as pilhas Duracell.
E acabou por ser considerado, este ano, o melhor jogador do campeonato.
Depois de ter vencido o cepticismo de Jorge Jesus, depois de ter obrigado Rui Vitória a render-se, depois de ter conseguido ser convocado para a selecção, só falta mesmo a Pizzi convencer Fernando Santos a dar-lhe a titularidade na equipa nacional. Já faltou mais. Até porque, sempre que foi chamado a actuar, nunca desiludiu."

Benfiquismo (DXXXII)

Nas cartas, o King, não devia ser rei...!!!

Joana de Prata

Medalha de Prata, para a Joana Vasconcelos e a Francisca Laia, no K2 200m, nos Campeonatos da Europa de Canoagem de Velocidade que decorreram este fim-de-semana na Bulgária.
Após a 'não-qualificação' Olímpica a Joana precisava de uma resultado deste tipo...

A Teresa Portela está numa fase 'complicada'! Pessoalmente, acho que a Teresa no K1 dificilmente chegará às medalhas nas grandes competições... pessoalmente gostaria de ver o K2 com a Teresa e a Joana na distância Olímpica, eu sei que até agora nunca tiveram grandes resultados sempre que competiram em conjunto, mas tudo é uma questão de prioridades...

O João Ribeiro teve um Campeonato discreto, sendo que a Final B no K2 foi inesperada... deve ter acontecido um erro grave, seguramente...

No K2 200m (J. Vasconcelos, F. Laia), conquistaram o 2.º lugar na Final A
No K4 500m (J. Vasconcelos, T. Portela, F. Laia, M. Cabrita), ficaram em 9.º lugar na Final A
No K2 500m (J. Vasconcelos, T. Portela), ficaram em 9.º lugar na Final A
No K1 200m a Teresa Portela, ficou-se pelo 8.º lugar na Final A

No K4 500m (E. Silva, J. Ribeiro, J. Varela, D. Fernandes), conseguiram o 6.º lugar na Final A
No K2 500m (E. Silva, J. Ribeiro), ficaram-se pelo 2.º lugar na Final B



PS: Este fim-de-semana na Polónia decorreu o Europeu de Atletismo de sub-23, com vários atletas do Benfica.
O destaque vai para a estafeta de 4x100m, com três Benfiquistas (José Lopes, Rafael Jorge e Ricardo Pereira, além do Ricardo Ribeiro atleta do Sporting), que ficaram em 5.º lugar na Final, com um bom 39.55s.
Neste último dia, o André Pereira, acabou por fazer uma grande prova nos 3000m obstáculos, em 8:52.10m, com um 8.º lugar, batendo o seu recorde pessoal, e depois acabou por ser desclassificado...!!!!
Destaque também para as melhores marcas pessoais, do José Lopes nos 100m e do Miguel Rodrigues nos 20Km Marcha...