sexta-feira, 16 de junho de 2017

O lixo fica à porta

"A comunicação social está em crise. Jornais que não vendem e canais televisivos que se digladiam por uma migalha de audiências são terreno fértil para o sensacionalismo e para a mistificação. Qualquer artista cospe para o ar, e logo temos uma bolha que enche primeiras páginas manhã após manhã, e ocupa os ecrãs serão após serão. Exalta-se o embuste, despreza-se a verdade. O que interessa é fazer barulho. Muito barulho.
O director de comunicação do FC Porto tem, neste contexto, revelado as suas habilidades. Põe lixo na ventoinha, e fica a observar o espectáculo. Reconheça-se que, em parte, consegue aquilo que quer. Por um lado, evita que se fale da profunda crise financeira, desportiva e institucional em que está mergulhado o clube que lhe paga. Por outro, ganha protagonismo pessoal que o deixa bem visto pelo chefe, como o cãozinho que, após levantar a pata, olha orgulhoso para o dono, abanando a cauda à espera do biscoito.
Perante isto só temos um caminho a seguir: mantermo-nos unidos, andar coma caravana, e continuar a ganhar, sabendo que, enquanto tal acontecer, os ataques serão reiterados e cada vez mais veementes, numa proporcionalidade correspondente ao aumento do desespero e da azia.
É importante percebemos que qualquer sinal de fragmentação dará força ao combate que nos movem. Não temos nada a temer, nem fantasmas para caçar. Em 2015 sofremos um ataque semelhante, também por via de um número de circo mediático, então protagonizado por um presidente rival. Respondemos com total união. Dois campeonatos depois sabemos que é essa a resposta que teremos de voltar a dar."

Luís Fialho, in O Benfica

Somos Povo

"Deviam ser umas três da manhã, no olho do furacão que é o Largo de São Miguel, em Alfama, quando Quim Barreiros, Rosinha e Xutos & Pontapés tiveram uma pausa e se começou a ouvir um tema a sobrepor-se aos demais: 'E o Benfica é campeão, e o Benfica é campeão, ô ô ô...'. O coro foi aumentado, os estrangeiros iam sorrindo, os não-benfiquistas olhavam para o chão desconsolados. Sim, fujam para onde fugirem, não têm escapatória. Podem andar pelas redes sociais a destilar ódios, pelas televisões regionais a criar fantasmas, mas é na vida real que sempre perdem.
Começam a perder quando desvalorizam o carácter popular do Sport Lisboa e Benfica, quando vêem nisso um defeito e se esquecem de somos nós - quem faz o mundo avançar. Como já perceberam, na segunda à noite andei pelos bairros lisboetas a festejar o Santo António. Comecei na Mouraria, fui a Alfama, passei pela Graça e pela Penha de França. Milhares de pessoas na rua, muita cerveja e muita sardinha assada, cheiro que não sai da roupa ou do corpo nem depois da primeira lavagem. É assim a noite de Santos, festa popular de que muita gente tem medo.
Dizem-me que é 'demasiada confusão' ou que 'isto está bom é para os estrangeiros'. É mentira. Essas são desculpas de quem sai pouco, de quem não está habituado a estar na rua com os seus compatriotas em manifestações de alegria. Se estivessem, perceberiam que a Noite de Santos é festa. Sim, há filas, encontrões, poucas casas de banho, excessos alcoólicos e anda-se muito a pé, mas esse é o preço a pagar para estar entre a nossa gente.
Vão pouco ao Marquês, digo eu."

Ricardo Santos, in O Benfica

Mais um triplete

"Gloriosa, a temporada da nossa equipa de basquetebol. Apesar de derrotas inesperadas, de inúmeras lesões de vários jogadores, de desconfiança sentida aqui e ali e do percalço da Supertaça, foi uma época brilhante. Depois das conquistas da Taça da Liga e da Taça de Portugal e da passagem à segunda fase de grupos da competição europeia, eis o Campeonato Nacional, o sétimo em nove temporadas, o que constitui um sinal inequívoco da hegemonia benfiquista na modalidade.
O mérito deverá ser reconhecido, desde logo, à direcção, pela aposta no ecletismo e pela disponibilização dos meios indispensáveis ao sucesso. Desde que Luís Filipe Vieira foi eleito pela primeira vez, a ideia abjecta de reduzir o clube a futebol deixou sequer de ser tema de discussão. O ecletismo faz parte da matriz fundacional do clube, esta direcção honra esse legado.
Também à equipa técnica e à estrutura, em particular a Carlos Lisboa, indelevelmente ligado a 17 dos nossos 27 títulos nacionais (10 como jogador, 2 como director e 5 como treinador) e aos seus adjuntos, Nuno Ferreira e Carlos Seixas, que formaram uma verdadeira equipa no banco. E aos jogadores, por terem sabido, nos momentos decisivos de uma época difícil, unir-se em torno dos objectivos do clube. Todos merecem respeito e agradecimento, mas permitam-me que destaque Tomás Barroso, Nuno Oliveira, João Soares e Nicolas dos Santos, por terem sabido conquistar um espaço na equipa que poucos previam.

P.S.1 A vitória ante a Oliveirense em hóquei foi absolutamente épica e deixa-nos a um triunfo do título. O 25.º na minha opinião.

P.S.2 Mais um título nacional: Futsal, Sub-20. Amargo e inesperado o afastamento da final da nossa equipa sénior."

João Tomaz, in O Benfica

95 por cento

"Na passada sexta-feira à noite assistimos a mais um grande momento da vida do Sport Lisboa e Benfica. O Orçamento do Clube para a época desportiva 2017/18 foi aprovado por esmagadora maioria dos Sócios - 95% dos votos. Com um resultado líquido positivo muito relevante (10,1 milhões de euros), o que significa um aumento do lucro orçamentado em 1,7 milhões de euros, tudo isto foi resultado da dinâmica e crescimento da actividade de merchandising e quotização e ainda na contínua aposta no reequilíbrio dos capitais próprias. Em relação ao Departamento de Sócios, está previsto um crescimento das receitas de 13,7%, crescimento esse suportado no contínuo investimento em comunicações e criação de incentivos à inscrição e manutenção de novos Sócios.
Quanto ao Departamento de Marketing, o crescimento das receitas de exploração previsto será de 51,5%, resultante da aposta na segunda linha de equipamentos, na distribuição internacional e na abertura de duas novas lojas.
Em relação às Modalidades Desportivas, haverá um reforço do investimento na competitividade das mesmas e no ecletismo do Clube, com um crescimento das receitas de 6,2%.
Quanto ao Futebol Juvenil, o crescimento será na ordem dos 39%. Após mais uma clara e transparente apresentação do vice-presidente, Nuno Gaioso, só temos de estar confiantes em relação ao futuro. Conforme o próprio vice-presidente disse, 'no Benfica a bola tem entrado e não tem entrado por acaso'. O Orçamento 2017/18 representa o compromisso encontrado entre a sustentabilidade financeira do Clube, a manutenção da sua competitividade desportiva e eficiência operacional nas várias áreas de actividade."

Pedro Guerra, in O Benfica

Estupidez humana

"Sinceramente, acho - e diria mesmo: tenho a certeza - que estamos todos malucos em Portugal. Portugal foi considerado o país mais seguro do mundo, e a verdade é que culturalmente regredimos imenso.
Hoje, qualquer coisa que se especule cria logo certezas de que é verdadeira, desconfiamos de tudo e de todos, acreditamos que estão sempre a passar-nos a 'perna', a ter interesse por outra coisa que não nós mesmos, aprenderam todos a pedinchar e a insinuar, e a 'carrada' de comentadores da política e mais umas botas ajudam a vender este produto, porque sabem que esse mesmo produto é que vende e pode ser com ele que esses comentadores podem continuar a ganhar 'rios de dinheiro'.
Se todos soubessem o que verdadeiramente se encontra por detrás do que vamos assistindo, cada vez com mais comentários - isto só em Portugal, está tudo doido, de certeza que ficaríamos envergonhados.
Atingimos o limiar da estupidez humana e ninguém se apercebeu disso. Afinal de contas, tudo isto não é mais do que sempre aconteceu - as relações humanas sempre foram beligerantes, ou a História não é feita de 'pêro, molho e batadada', de invejas, ou já se esqueceram do que aprenderam na escola?
(...)"

Pragal Colaço, in O Benfica

Batalha mediática aquece o País

"O FC Porto escolheu com mestria o momento para dar início à operação e-mail. Acabado o campeonato, jogada a final da Taça, sem futebol (de clube) dentro das quatro linhas que suscitasse opiniões apaixonadas, o tempo a que comummente se chama silly season afigurou-se esplêndido para fazer medrar um tema que é sempre sucesso garantido, situado algures entre o tráfico de influências e a corrupção. Independentemente da força das cartas que os dragões têm em mãos, o timing não podia ser melhor; e o só futuro nos dirá se estamos perante um poker de ases ou um bluff.
Para já, o assunto está entregue às autoridades e cada um vai adaptando o que vai sendo divulgado à medida dos seus desejos. Porém, esta é uma batalha de comunicação - que coincidiu, e não terá sido por obra do acaso - com o anúncio das sanções da UEFA ao FC Porto e é no plano mediático que as hostilidades vão continuar a desenrolar-se.
E neste particular a abordagem do Benfica ao tema tem pecado por escassa; perante a ofensiva a que está a assistir-se, ao clube da Luz não chega uma defesa clássica, remetendo para os tribunais a última palavra. Há uma dimensão pública nesta matéria, que, importante ou não, está já na rua, que o Benfica não deve descurar, sob pena de vir a sofrer danos de imagem relevantes.
E há também, associada à questão material constante dos e-mails, um outro problema, que tem a ver com a proveniência dos mesmos. Por certo que a Polícia Judiciária, que tem uma secção dedicada ao crime informático, deslindará o caso. Porque em 2017, a segurança das comunicações electrónicas é um dos pilares da nossa sociedade."

José Manuel Delgado, in A Bola

Até quando?

"Até quando? Até quando vamos ficar de braços cruzados? Até quando quem tem poder para resolver as coisas vai ficar a olhar, a assobiar para o lado enquanto matam, lentamente, o futebol? O que se passou nos últimos dias foi deprimente. Uma vergonha. Foi a prova de que por cá as coisas não mudaram tanto como se pensava que tinham mudado. E não se pense que quem está agora a denunciar e-mails e afins é menos culpado do que os outros. Nada disso, porque também não eram inocentes os que denunciaram casos semelhantes no passado. Porque não o fazem nem fizeram por quererem acabar com o jogo viciado. O que todos querem mesmo é ficar na cadeira do poder quando o vento mudar. Por isso sim, investigue-se. E puna-se for caso disso. Mas é hora de ir, de uma vez por todos, ao fundo da questão.
É hora de perceber que estamos perante um jogo de poder. Que só faz sentido enquanto os clubes puderem decidir matérias que não deviam estar nas suas mãos. Repare-se o que aconteceu na última AG da Liga, para discutir o Regulamento Disciplinar. Devia ser importante, certo? Mas em vez de se debaterem temas sérios, assistiu-se a uma luta entre os grandes para ver quem atingia melhor os outros: o valor limite das prendas aos árbitros (porque não se acaba de vez com elas e ponto final?), o saber se é lícito cuspir fumo ou outras substâncias na zona técnica ou se deve ser punido jogos à porta fechada quem apoia claques ilegais. Usam-se como soldados para chegar a vitórias que só festejam os clubes mais fracos, pagos por empréstimos de jogadores ou transferências que só servem para isso.
Conclusão: se tirarem aos clubes o poder de decidir sobre arbitragem e disciplina, deixando-lhes apenas margem para definirem os modelos organizativos da competição, o jogo de influências (que é de há muitos anos) deixará de fazer sentido. E assim começaremos a salvar o futebol. Que é, no fundo, o que nos devia interessar a todos."

Ricardo Quaresma, in A Bola

O futebol não são futebóis

"Houve uma noite, 18 de Abril de 1990, em que celebrei um engano abraçado a um polícia, ambos aos saltos e eufóricos. E nem o digo porque o engano já deve ter prescrito, e daí ser fácil confessar, mas porque a actualidade fute-jurídica me tem atazanado com uma ameaça: será que um dia destes aparece um e-mail incriminando-me? Ou, pior, há imagens da celebração indecente? É que não posso esquecer que tudo se passou em público e num estádio.
Naquele pedaço de bancada em frente à bandeirola do canto esquerdo do nosso ataque estava todo o mundo de pé. De pé, pela emoção, faltavam sete minutos para sermos eliminados de mais uma final europeia, e também porque as sardinhas não se enlatam sentadas. O engano foi do género sincero, expôs-se a uma multidão de testemunhas - a lenda conta que, naquela noite, o Estádio da Luz abriu-se para 130 mil pessoas.
Ainda hoje, quando rememoro os acontecimentos, a mais de um quarto de século, se sou obrigado a aceitar a minha culpa, sei que ainda há dúvidas. Pontapé de canto a nosso favor, a bola tabelou na cabeça de Magnusson, o nosso sueco, e foi para o meio de um trio dos do Marselha, de onde surgiu um patrício meu do Uíge, Vata de seu nome, negro de pele e vermelho de alma e camisola, que, em queda, falhou o toque de cabeça, falhou o ombro (embora ele tenha passado o resto da vida, até hoje, a insistir que não: "Foi ombro, mesmo!") e deslizou para o braço direito. E, daí, para o 1-0.
Tudo aconteceu numa fração de segundo. O que não deixa de ser notável, porque nesse flash (que hoje, com as invenções posteriores da internet e do YouTube, só com repetições constantes podemos ficar com a leve ideia do que aconteceu), nesse instantinho mínimo, pois, dois cidadãos comuns, um jornalista e um polícia, sem combinação prévia, puseram-se a estudar, nos regulamentos da Taça dos Campeões Europeus, o articulado que regula as diferenças de golo. E ainda há quem se admire dos impulsos neurocerebrais que colam uma bola ao pé canhoto de Messi, quando dois tipos, repito, comuns, já que jornalista e polícia, conseguiram num ápice juntar as peças do mistério e resolvê-lo: "Lá, Marselha, foi 2-1; cá, Luz, é 1-0, vamos passar, é a glória!"
E, desenlace enunciado, se atiraram logo aos braços um do outro, sem se conhecerem, para além do não sei o quê que é o golo dramático de um dos nossos. Num contentamento igual ao de Arquimedes, que apesar de sábio saltou da banheira e passeou nu pela cidade. Ele gritando "Eureka!" ("encontrei!", em grego), e nós, goelando o golo, "Benfica!", que quer dizer "todo o corpo mergulhado no fluído da aflição, se sofre a acção de uma força de fora para dentro das redes, cuja intensidade é igual a ganhar, dá-lhe ganas para saltar."
O ponto a que eu quero chegar é que, apesar de aparentemente coniventes com um crime, eu e o meu cúmplice fardado temos atenuantes. Sei que é difícil acreditarem quando, como eu próprio o disse, nenhum dos dois era peco, até sabíamos fazer rápidas contas de cabeça. Sim, sei que fomos infractores dos códigos de cidadania geral e os das respectivas corporações em especial, celebrando um ato que devia ser punido - o que eu confesso (ele, não sei, abandonei-o logo a seguir à nossa fugaz, apesar de intensa, união de facto). Porém, apesar de tantas provas incriminatórias, sinto - hoje e depois dos escândalos fute-jurídicos referidos acima - que o meu ato não pode ser confundido com essas práticas.
Desde logo, é importante ter em conta que é próprio do homem misturar a realidade que testemunhou. O acontecimento que aqui me traz passou a ser conhecido como a "mão de Vata." Mas é só mania, igual à das metáforas clássicas de recorrer à morfologia humana, tipo "calcanhar de Aquiles", etc. Desde aquela noite de 1990 - minto, desde que tive oportunidade, graças às tais invenções da internet e do YouTube, de passar noites a expiar a minha culpa com repetições e repetições daquele minuto 83 - comecei a pôr em causa Homero e Eurípedes, naquele pormenor de o "calcanhar" ser a única parte vulnerável de Aquiles. Porque não o menisco, que era também a única parte vulnerável de Eusébio?
O facto é que a "mão de Vata" - que passa por ser a metáfora da felicidade conseguida por um crime - é uma inverdade histórica! Isso eu vi e revi. A bola saída do cocuruto de Magnusson foi bater no braço, no cotovelo ou no antebraço de Vata, um deles (é o que sugerem as imagens), e daí partiu para o golo que celebrei. Não que seja menos crime: bater no músculo coracobraquial, junto à omoplata, ou bater na ponta do dedo médio é igual - invalida o golo. Mas o facto é este: na "mão de Vata" não foi. Quero eu dizer: não posso em consciência acusar-me de cumplicidade porque o futebol são também acasos que nos ofuscam.
Partindo desse pressuposto, o meu gesto não é o mesmo de mancomunar, combinar, conluiar resultados, a frio e com e-mails. Os meus gritos, os meus abraços, a minha alegria autêntica foi por um golo. No momento, celebrei a magia de um herói meu, como celebrei outras magias que o futebol me tem dado. A elegância de José Águas, a potência de Eusébio, o mandar de Coluna, a energia organizada de Cristiano Ronaldo, o maravilhosamente atrapalhado e legítimo golo do Eder, a atrapalhação que deu em golo, afinal faltoso, de Vata, o ver o outro, o adversário, George Best, quando ninguém ainda o conhecia, a encher a minha casa de beleza e de choros convulsivos à minha volta (levámos 5-1, na Luz), o futebol, dizia eu, prega-nos partidas, sortes e azares - e é tão bom. E, sim, é fácil de confessar quando nos abraçamos e gritamos por um engano, porque isso não traz vergonha.
Outra coisa é outra coisa. Isso de que agora se fala precisa de ser investigado. E, a ser provado, não se reclamem dos meus gritos de alegria como cúmplices - são exactamente o oposto."

Mais uma vez... doping (no desporto profissional)

"A preocupação com o doping no desporto profissional é pura hipocrisia. E, certos casos, com acompanhamento médico, até pode ser bom para a saúde do atleta

Polícias científicas de todo o mundo, “civilizado”, analisam “canos de esgoto” de prédios de bairros e têm encontrado substâncias psicotrópicas, cocaína, etc... etc..., e, quando querem, através do “A.D.N.”, até chegam a identificar pessoas.
A questão aqui a tratar é muito simples: trata-se de hipocrisia, cinismo e protecção de interesses vários.
Um atleta profissional, é hoje, o que era, na antiguidade, um gladiador.
As “marcas”, os tempos, as distâncias, as “cargas”, são hoje de tal teor, que a prática de qualquer modalidade profissional, de alta competição, não é recomendável, e a curto prazo, conduz à incapacidade e à morte.
Qualquer médico, sério, de medicina desportiva, sabe isto, mas, a sociedade continua a ser enganada com esta questão do “doping”.
Correr 100 metros em “10 segundos” não tonifica o coração, dá é cabo dele. Levantar 4 vezes o peso da própria pessoa (70kgx4=280kg) não dá “saúde” à coluna vertebral de um ser humano, etc... etc... 
Que as autoridades de Saúde Pública se preocupem com o uso de drogas, e não de doping, nas escolas, (Liceus e Faculdades), estamos inteiramente de acordo, e é uma despesa que representa um investimento na juventude e, de certo modo, a preservação de um futuro, sem drogas!
Mas a preocupação com doping, no Desporto Profissional, é pura hipocrisia. Então por que não controlam os trabalhadores da Auto-Europa, quando fumam 4 maços de tabaco, por dia, e tomam 6 cafés???
É que isso é doping, e então? E nas Escolas controlam a “urina” dos alunos, todos os meses?As Federações Desportivas têm que destrinçar entre desporto amador e desporto profissional, e têm que separar as águas.
E não venham falar na pureza do “Espírito Olímpico” e em outras “tretas”, pois até o Barão de Coubertin dizia que “os jogos não eram para dar saúde a ninguém” ... .
E hoje são só para profissionais, pagos ao preço do “ouro”, e são iguais a qualquer artista de circo, que também ninguém controla.
Impediram a Rússia de participar nos Jogos Olímpicos, em atletismo, sob pretexto que o Estado consente no ”doping” dos seus atletas, é pois a altura própria para propor , mais uma vez, que se acabe com a farsa do controlo do “doping” para o Desporto Profissional.
É que, em certos casos, e com acompanhamento médico, até pode ser bom para a saúde do atleta, certas substâncias que evitem atingir a exaustão, no quadro do “Síndrome Geral de Adaptação”, com as suas cinco fases.
Sejamos sérios e tratemos, com seriedade o que é sério e não destorçam a realidade; quem precisa de ser controlado contra a droga, são todos os alunos das Escolas Secundárias e Faculdades, isso é investir no futuro do País, controlar o “Doping” dos profissionais é só proteger um “negócio” instiuido, mas sem sentido.
É que quem tem poder para decidir tem que ter conhecimento, coragem e colocar os interesses da Grei acima dos interesses de grupos instalados com negócios que tentam sobreviver apelando a uma falsa moral e invocando a protecção da saúde que a própria actividade destrói sem que com isso ninguém se preocupe!
É aqui que o Ministério da Educação tem uma palavra a dizer!!!"