"Ano após ano, temos a consciência de que «Portugal fez uma coisa extraordinária no mundo: criou ele próprio o seu próprio País!»
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2. Pode parecer estranho mas as palavras de ontem, e estas reflexões que acabámos ed fazer, são enquadráveis, e neste jornal de referência e com verdadeira consciência do tempo que atravessamos. Vivemos, neste longo período de santos populares, episódios e factos, sons e orações, opiniões e reflexões, que não revelam virtudes e não evidenciam o devido respeito. Pelo outro. pelos outros. Sabemos que vivemos, em razão de penúria dos investimentos publicitários nos media, uma crescente luta e busca de audiências. Cada vez mais parece não existir grande diferenciação entre canais específicos de informação e canais temáticos. E conhecemos, a partir de uma Directiva europeia que muitos ignoram, que importa fazer uma distinção entre o conceito de programas de informação geral e programas regulares de natureza informativa geral. E também tudo isto, que recentemente foi objecto de interessante ponderação por parte do Tribunal da Relação de Lisboa, num motivador acórdão, levou a «radicalismos televisivos» em que a paixão perturbou a razão e em que, e em certos momentos, e na linha de Alain, «reflectir é negar aquilo em que se acredita»! Conheço bem, e por experiência própria, a dificuldade de combinar a paixão com a razão. E tive e tenho presente sempre, com René Descartes, que «as paixões são todos boas por natureza e nós apenas temos de evitar o seu mau uso e os seus excessos». Que se podem sempre antecipar. Basta conhecer a história e saber que tudo é transitório. Seja que cada o poder, seja, até, a vida. Já que cada um de nós é um ser que não se repete!
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Fernando Seara, in A Bola