segunda-feira, 17 de abril de 2017

Lixívia 29

Tabela Anti-Lixívia
Benfica.......... 71 (-10) = 81
Corruptos..... 68 (+15) = 53
Sporting........ 63 (+11) = 52

Bastou o Benfica ganhar um jogo sem 'discussão' por larga margem e sem qualquer indício de beneficio (bem pelo contrário...), para deixar-se falar de arbitragem... a imprensa generalista 'calou-se' e nem o facto de terem existido incidentes iguais às 'jogadas' do Moreirense-Benfica, mas desta vez com os 'réus' a vestirem de azul ou verde, fez com que existisse Capas a 'chorarem' as injustiças do Apito!!!!!

Em Setúbal, o Rúben Semedo 'pisa' perigosamente um adversário, logo nos primeiros minutos... parecida com a jogada do Luisão em Moreira de Cónegos... mas desta vez, não ouvi nem li, as carpideiras a exigirem a Expulsão!!!
Pessoalmente, tal como defendi a semana passada, estas jogadas é para Vermelho...
Pouco depois, Bruno César, dá um pontapé, sem bola, num adversário... outro Vermelho que ficou por mostrar...
O Marvin, ainda fez o suficiente para levar o 2.º amarelo...
O Alan Ruiz também 'pisou' um adversário, levou Amarelo e se calhar devia ter levado Vermelho... Curiosamente, ouvi este lance na rádio, com Manuel Queiroz (encartilhado Corrupto...), a defender que o Amarelo foi exagerado!!!!!

Na Pedreira, tivemos mais uma orgia de palhaçadas e protestos Corruptos!!! Mergulhos para a piscina em catadupa (Soares em destaque neste aspecto...), Mini a 'apertar' a goela a um adversário... Brahimi a 'encostar' a tola... Inacreditáveis protestos do Soares e Oliver... não é preciso ser especialistas em leitura labial para perceber aquilo que o árbitro ouviu...!!! Enfim, um festival...
Os únicos lances onde os Corruptos podem 'queixar-se' na minha opinião, é no agarrão do Gamboa ao Filipe (mas para este lance ser penalty... todos os Cantos têm que merecer o mesmo escrutínio...) e o Amarelo ao Cartabia foi algo alaranjado...
De resto, toda a histeria, resume-se ao não terem ganho!!!
Apesar de todos os erros a arbitragem de Hugo Miguel foi melhor do que o habitual... pelo menos errou para os dois lados!!! Ao fim de 18 jogos dos Corruptos, lá 'descobriu' um penalty contra os Corruptos... mas ainda não foi agora que os Corruptos perderam um jogo apitado pelo Huguinho!!!!


Na Luz Nuno Almeida recebeu um 'brinde' do Benfica!!! Pois, a vitória clara, acabou por 'anular' todos os erros!!! E foram alguns...!!!
O mais grave, foi o penalty sobre o Mitro no final da 1.ª parte... incrível como o Fiscal-de-linha não viu nada!!!
A 'mão' do Luís Martins é involuntária... mas perto do final do jogo, num Canto, pareceu-me que após um cabeceamento do Luisão houve outra 'mão' na área, mas não consegui ver este lance na televisão!
Mas a minha principal critica, foi a vontade férrea do árbitro em não mostrar nenhum cartão Amarelo!!! As regras são para ser cumpridas... por acaso, acabou por não ter influência no resultado, mas alguns dos cartões perdoados ao Marítimo foram ridículos!

Anexos:

Benfica
1.ª-Tondela(f), V(0-2), Pinheiro, Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), E(1-1), Oliveira, Prejudicados, (1-0), (-2 pontos)
3.ª-Nacional(f), V(1-3), Soares Dias, Nada a assinalar
4.ª-Arouca(f), V(1-2), Veríssimo, Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
5.ª-Braga(c), V(3-1), Sousa, Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
6.ª-Chaves(f), V(0-2), Martins, Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
7.ª-Feirense(c), V(4-0), Luís Ferreira, Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado
8.ª-Belenenses(f), V(0-2), Hugo Miguel, Nada a assinalar
9.ª-Paços de Ferreira(c), V(3-0), Esteves, Nada a assinalar
10.ª-Corruptos(f), E(1-1), Soares Dias, Prejudicados, Impossível contabilizar
11.ª-Moreirense(c), V(3-0), Godinho, Prejudicados, Sem influência no resultado
12.ª-Marítimo(f), D(2-1), Vasco Santos, Prejudicados, (1-4), (-3 pontos)
13.ª-Sporting(c), V(2-1), Sousa, Prejudicados, Sem influência no resultado
14.ª-Estoril(f), V(0-1), Paixão, Prejudicados, (0-4), Sem influência no resultado
15.ª-Rio Ave(c), V(2-0), Rui Costa, Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado
16.ª-Guimarães(f), V(0-2), Almeida, Nada a assinalar
17.ª-Boavista(c), E(3-3), Luís Ferreira, Prejudicados, (3-0), (-2 pontos)
18.ª-Tondela(c), V(4-0), Esteves, Nada a assinalar
19.ª-Setúbal(f), D(1-0), Pinheiro, Prejudicados, (1-1), (-1 ponto)
20.ª-Nacional(c), V(3-0), Godinho, Prejudicados, Sem influência no resultado
21.ª-Arouca(c), V(3-0), Mota, Prejudicados, Sem influência no resultado
22.ª-Braga(f), V(0-1), Tiago Martins, Prejudicados, (0-4), Sem influência no resultado
23.ª-Chaves(c), V(3-1), Almeida, Prejudicados, Beneficiados, (3-2), Sem influência no resultado
24.ª-Feirense(f), V(0-1), Soares Dias, Nada a assinalar
25.ª-Belenenses(c), (4-0), Esteves, Prejudicados, Beneficiados, (4-0), Sem influência no resultado
26.ª-Paços de Ferreira(f), E(0-0), Pinheiro, Prejudicados, (0-1), (-2 pontos)
27.ª-Corruptos(c), E(1-1), Xistra, Prejudicados, Beneficiados, (2-1), (-2 pontos)
28.ª-Moreirense(f), V(0-1), Tiago Martins, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
29.ª-Marítimo(c), V(3-0), Almeida, Prejudicados, (4-0), Sem influência no resultado

Sporting
1.ª-Marítimo(c), V(2-0), Nuno Pereira, Nada a assinalar
2.ª-Paços de Ferreira(f), V(0-1), Hugo Miguel, Beneficiados, Impossível contabilizar
3.ª-Corruptos(c), V(2-1), Martins, Beneficiados, (0-1), (+3 pontos)
4.ª-Moreirense(c), V(3-0), Almeida, Beneficiados, (2-0), Impossível contabilizar
5.ª-Rio Ave(f), D(3-1), Pinheiro, Nada a assinalar
6.ª-Estoril(c), V(4-2), Capela, Beneficiados, (4-3), Sem influência no resultado
7.ª-Guimarães(f), E(3-3), Soares Dias, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
8.ª-Tondela(c), E(1-1), Rui Costa, Beneficiados, (0-1), (+1 ponto)
9.ª-Nacional(f), E(0-0), Vasco Santos, Prejudicados, (0-1), (-2 pontos)
10.ª-Arouca(c), V(3-0), Xistra, Beneficiados, Impossível contabilizar
11.ª-Boavista(f), V(0-1), Veríssimo, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
12.ª-Setúbal(c), V(2-0), Rui Costa, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
13.ª-Benfica(f), D(2-1), Sousa, Beneficiados, Sem influência no resultado
14.ª-Braga(c), D(0-1), Hugo Miguel, Beneficiados, Sem influência no resultado
15.ª-Belenenses(f), D(0-1), Tiago Martins, Nada a assinalar
16.ª-Feirense(c), V(2-1), Esteves, Beneficiados, (1-2), (+3 pontos)
17.ª-Chaves(f), E(2-2), Almeida, Nada a assinalar
18.ª-Marítimo(f), E(2-2), Pinheiro, Prejudicados, (2-3), (-2 pontos)
19.ª-Paços de Ferreira(c), V(4-2), Veríssimo, Beneficiados, (3-2), Impossível contabilizar
20.ª-Corruptos(f), D(2-1), Hugo Miguel, Prejudicados, (1-1), (-1 ponto)
21.ª-Moreirense(f), V(2-3), Oliveira, Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
22.ª-Rio Ave(c), V(1-0), Esteves, Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
23.ª-Estoril(f), V(0-2), Rui Costa, Beneficiados, (0-1), Sem influência no resultado
24.ª-Guimarães(c), E(1-1), Sousa, Beneficiados, (1-2), (+1 ponto)
25.ª-Tondela(f), V(1-4), Paixão, Nada a assinalar
26.ª-Nacional(c), V(2-0), Jorge Ferreira, Nada a assinalar
27.ª-Arouca(f), V(1-2), Godinho, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
28.ª-Boavista(c), V(4-0), Mota, Nada a assinalar
29.ª-Setúbal(f), V(0-3), Pinheiro, Beneficiados, Impossível contabilizar

Corruptos
1.ª-Rio Ave(f), V(1-3), Veríssimo, Nada a assinalar
2.ª-Estoril(c), V(1-0), Luís Ferreira, Prejudicados, Sem influência no resultado
3.ª-Sporting(f), D(2-1), Martins, Prejudicados, (0-1), (-3 pontos)
4.ª-Guimarães(c), V(3-0), Sousa, Nada a assinalar
5.ª-Tondela(f), E(0-0), Hugo Miguel, Beneficiados, (1-0), (+ 1 ponto)
6.ª-Boavista(c), V(3-1), Almeida, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
7.ª-Nacional(f), V(0-4), Rui Costa, Beneficiados, Sem influência no resultado
8.ª-Arouca(c), V(3-0), Manuel Mota, Nada a assinalar
9.ª-Setúbal(f), E(0-0), Pinheiro, Nada a assinalar
10.ª-Benfica(c), E(1-1), Soares Dias, Beneficiados, Impossível de contabilizar
11.ª-Belenenses(f), E(0-0), Oliveira, Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
12.ª-Braga(c), V(1-0), Xistra, Beneficiados, Sem influência no resultado
13.ª-Feirense(f), V(0-4), Luís Ferreira, Beneficiados, Impossível contabilizar
14.ª-Chaves(c), V(2-1), Vasco Santos, Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
15.ª-Marítimo(c), V(2-1), Esteves, Prejudicados, Sem influência no resultado
16.ª-Paços de Ferreira(f), E(0-0), Soares Dias, Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
17.ª-Moreirense(c), V(3-0), Veríssimo, Beneficiados, Sem influência no resultado
18.ª-Rio Ave(c), V(4-2), Sousa, Beneficiados, (0-2), (+3 pontos)
19.ª-Estoril(f), V(1-2), Oliveira, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
20.ª-Sporting(c), V(2-1), Hugo Miguel, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
21.ª-Guimarães(f), V(0-2), Xistra, Beneficiados, (1-2), Impossível contabilizar
22.ª-Tondela(c), V(4-0), Luís Ferreira, Beneficiados, (0-1), (+ 3 pontos)
23.ª-Boavista(f), V(0-1), Veríssimo, Beneficiados, Prejudicados, (1-1), (+2 pontos)
24.ª-Nacional(c), V(7-0), Paixão, Beneficiados, (6-0), Sem influência no resultado
25.ª-Arouca(f), V(0-4), Hugo Miguel, Nada a assinalar
26.ª-Setúbal(c), E(1-1), Oliveira, Beneficiados, Impossível contabilizar
27.ª-Benfica(f), E(1-1), Xistra, Beneficiados, Prejudicados, (2-1), (+1 ponto)
28.ª-Belenenses(c), (3-0), Veríssimo, Beneficiados, Impossível de contabilizar
29.ª-Braga(f), E(1-1), Hugo Miguel, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar

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2015-2016

O lado positivo do 'derby' de Lisboa

"110 anos de 'derby' são no mínimo merecedores de respeito. Que se cale quem não sabe estar à altura da história e que ganhe o melhor...

O Sporting - Benfica do próximo sábado, que pode ser a chave do título, insere-se num contexto bem mais vasto, uma história de 110 anos de rivalidade sem fim à vista. Os dois grandes clubes de Lisboa defrontaram-se pela primeira vez em Carcavelos, corria o ano de 1907 e a monarquia portuguesa vivia o reinado de El-Rei D. Carlos, que seria assassinado no Terreiro do Paço precisamente dois meses depois desse jogo.
De então até hoje, leões e águias fizeram a expansão nacional de bicicleta, levados pelas pedaladas de Trindade e Nicolau e mais tarde foram transportados pelos emigrantes até aos quatro cantos do mundo, ganharam adeptos nos países que um dos integraram o Império lusitano e vivem hoje como projectos profundamente enraizados numa sociedade que sem eles não se reconhece.
Ao longo da história de Sporting e Benfica, no futebol e não só, encontram-se exemplos de títulos ganhos e pedidos graças à acção do rival, do golo de Martins ao Belenenses que fez as águias campeãs, à derrota dos encarnados na Luz que deu o campeonato ao FC Porto, abrindo-lhe as portas da glória em Viena. As relações entre os históricos emblemas de Lisboa foram sempre marcadas pela tensão; e a maior parte das vezes pelo respeito. De alguns anos a esta parte, através de uma vulgarização do discurso, acompanhada por uma prática de judiciarização das querelas, a relação tem-se degradado sem que se vislumbre benefício para qualquer das partes. O tempo encarregar-se-á de devolver Sporting e Benfica à rivalidade normal, feita de dignidade e respeito. Entretanto, importará em vésperas de derby decisivo, tirar palco aos incendiários, abrindo portas a quem fará a diferença dentro das quatro linhas. É tempo de debater as estratégias de Jorge Jesus e Rui Vitória e os trunfos que podem ter escondidos nas mangas; de especular sobre as qualidades de Rui Patrício, campeão da Europa e de Ederson Moraes, o goleiro que o mundo inteiro quer; de ponderar qual é a liderança mais forte, de Adrien ou de Luisão; de antecipar a forma como Alvalade vai receber André Carrillo; de fazer votos para que Gelson e Rafa brilhem no derby; e ainda, claro está, de fazer contas à luta de goleadores entre Bas Dost e Jonas, numa passagem de testemunho da Bola de Prata. Tanta coisa boa para falar...

ÁS
Rui Vitória
Depois de uma má exibição em Moreira de Cónegos, que povoou de dúvidas o universo encarnado, o Benfica recebeu e bateu o Marítimo com clareza, mostrando argumentos de campeão. Equipa mais junta, circulação de bola segura e ausência de erros defensivos deixaram no ar uma ideia de melhoria na véspera de Alvalade.
(...)

Rei
Jorge Simão
A resposta que os arsenalistas deram às notícias que apontam para uma nova equipa técnica na próxima época foi bastante forte. Depois de um triunfo em Santa Maria da Feira, ficaram, no último sábado, provavelmente a onze metros de uma vitória sobre o FC Porto. Grande luta com os rivais de Guimarães pelo quarto lugar!

Tempo de andar com os nervos à flor da pele
«Se está aqui como adepto devia ir para outra bancada. Se está como membro do Governo é lamentável que se comporte assim..»
Pinto da Costa, Presidente do FC Porto
O que está em jogo é muitíssimo e verifica-se uma tendência em alguns protagonistas para sucumbirem à pressão. O líder do FC Porto não gostou que o secretário de Estado José Mendes tivesse celebrado o golo do SC Braga e mudou de lugar no camarote presidencial da pedreira. Até ao fim do campeonato, outras tempestades destas, num copo de água, vão assolar o território nacional.

A gesta do Mónaco em busca da glória
A recta final da temporada do Mónaco está a ser exigente a ponto de se pensar que quanto mais alta é a árvore, maior é o tombo. Para já, a equipa de Jardim está a lutar bravamente contra as dificuldades e, com a ajuda de Bernardo Silva e Moutinho, Radamel Falcao deu aos monesgascos um triunfo suado frente ao Dijon.

'Special One'
O Manchester United derrotou o Chelsea e isso não significa que vá ser campeão de Inglaterra, já que o título não deve fugir aos 'blues' de Stamford Bridge. No entanto, na saga privada de José Mourinho, ganhar ao Chelsea numa tarde de poupanças a pensar na Liga Europa não pode deixar de ser especial. Para nós, há uma realidade que não devemos subestimar: Mourinho assegurou um lugar na história do futebol inglês e tem direito a ver o seu nome ao lado dos maiores mitos da pátria do futebol. A vitoria de ontem foi apenas mais um passo nessa caminhada..."

José Manuel Delgado, in A Bola

O futebol não é matemática

"Já o escrevera depois do clássico da Luz: Nuno Espírito Santo terá caído no pecado do excesso de confiança nesse jogo com o Benfica,acreditando que um empate, que o mantinha atrás dos encarnados seria suficiente para ser campeão. Baseou a aposta na crença de que o adversário perderá pontos até ao fim do campeonato - uma expectativa legítima -, mas terá sido demasiado optimista ao olhar para o seu próprio calendário, onde poucos vislumbrariam as facilidades previstas pelo treinador do FC Porto.
A começar, claro, pela deslocação a Braga, onde os dragões deixarem dois pontos. Talvez tenha sido até um mal menor, porque a derrota - essa sim, teria porventura decidido o nome do campeão - pairou na cabeça de todos os portistas nos segundos que antecederam o penalty ao poste de Pedro Santos. O empate mantém a equipa viva, mesmo que dependente do derby de sábado, o tal jogo em que, mesmo não o jogando, Nuno Espírito Santo apostou as fichas todas na sua fé.
A questão é que, depois do tropeção do FC Porto na pedreira, o Benfica perder pontos já não chega. É preciso que perca o jogo. Ou seja, no dia em que chumbou na matemática que ele próprio criou nas últimas semanas, Nuno Espírito Santo deu a Rui Vitória a possibilidade de fazer as suas próprias contas: em Alvalade há dois resultados que manterão os encarnados na liderança. Retira pressão ao Benfica no derby? Não toda. Mas alguma. Porque uma coisa é entrar a saber que empatar pode significar o adeus ao título, outra é entrar a saber que o empate pode chegar para o título. Faz muita diferença. Mesmo que, como já se percebeu, fazer contas antes da hora não seja lá grande estratégia. Porque, e nisso Vitória tem razão, nunca se sabe qual o jogo que decidirá as coisas. Pode estar por acontecer, mas também pode já ter acontecido."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Sem medo

"Não podemos, nem devemos ter qualquer contemplação com os actos de vandalismo ou terrorismo. Vem isto a propósito do cobarde ataque ao autocarro do Dortmund. Confesso a minha preocupação com o chegar do desporto ao radar do terrorismo. O futebol é um potencial alvo dos ignóbeis ataques terroristas. As respostas a estas ameaças não podem ser locais, terão que ser globais. As mais altas instâncias internacionais vão ter que ser capazes de combater eficazmente este novo e perigoso terrorismo. O Futebol tem que ser uma festa, dentro e fora das quatro linhas e a tolerância terá que ser zero a par do doping e da vergonha dos resultados combinados, a resposta do terrorismo terá de ser global.
Defendo há muitos anos o conceito família para assistir aos espectáculos desportivos, sempre em segurança, em ambiente festivo e a preços acessíveis, proporcionado momentos absolutamente inesquecíveis como aqueles que a nossa selecção tem mostrado. É bom ver pais e filhos, avós e netos, a deslocarem-se aos estádios, equipados a rigor sem temerem qualquer situação adversa provocada por bandidos, terroristas ou bombistas furtivos. O Futebol é o melhor espectáculo do mundo e devemos estar focados no jogo propriamente dito, sendo que os protagonistas só devem ser os jogadores e os treinadores. Não podemos mostrar receio, fraqueza ou medo, temos que responder com firmeza aos que tentam aproveitar-se das emoções do futebol para causar radicais ou extremistas. A verdade é que ninguém está verdadeiramente a salvo, o terrorismo está por todo o lado e compete a todos sem excepção combate-lo de forma eficaz. Ninguém está dispensado e não podemos dar tréguas aos terroristas."

Hermínio Loureiro, in A Bola

A alegria do futebol

"É um tipo baixo, redondinho. Está de costas para o campo adversário, quando recebe a bola. Veste camisola azul e calção preto e ainda está no seu meio campo, a dois metros da linha divisória e do grande círculo. Recebe a bola com o pé direito e roda para ficar com ela no pé esquerdo. Nesse subtil movimento de 180 graus já deixou dois adversários para trás, dois anjinhos de camisa e calção brancos, dois anjinhos ingleses. Galga vinte, mais de trinta metros e há outro homem que lhe vem fazer a cobertura, mas que um ligeiro desvio do pé esquerdo do homem de azul à bola tira logo do caminho. E já está à entrada da área inimiga. Os defesas ingleses estão em linha impecavelmente, como sempre os defesas ingleses estão, e um dos centrais vai ao homem. Mete o pé esquerdo, mas o seu pobre pé esquerdo – pé esquerdo de back – não se compara à subtileza e arte do pé esquerdo do homem de azul e negro que controla a bola. Com o mais macio dos toques, num milésimo de segundo, já o veloz fugitivo lhe dá um metro de avanço. O imparável homem baixo, redondo, de coxas cheias, está agora dentro da grande área. O defesa esquerdo, o outro central e o guarda-redes adversários fecham-se num garfo que o tenta crivar com três dentes. E ele, o homem tão gordinho como um jovem merceeiro, tão gordinho como um empregado de restaurante que se vê que gosta de comer sofregamente e bem, só com o pé esquerdo, sempre com o pé esquerdo, adorna a bola para a direita, evitando o guarda-redes, suporta a entrada do lateral esquerdo já atrasado e não deixa que o central sonhe sequer ser parte interessada. E a bola despede-se do pé esquerdo do homenzinho de azul e negro para ir beijar na boca as redes dessa baliza de um estádio mexicano. O homem gordinho tomba entre o eufórico e o esgotado nessa relva posta e regada para nela se sonharem os mais olímpicos dos sonhos.
Esta é a relva. E o slalom divino e o pé esquerdo de que tenho estado a falar são de Maradona. Juraria, aliás, que, depois dele ter recebido a bola, só o seu pé esquerdo conduziu, tocou, fintou, desviou e rematou o que eu julgo ser o mais belo golo de sempre da história do futebol. Descrevi-o e na minha descrição ele fintou, iludiu, ultrapassou, venceu gloriosamente seis adversários e é mentira, que eu bem sei que foram sete. Só que não há forma de as palavras puderem descrever a jogada e caber ainda o sétimo inglês tirado da fotografia – aquilo sim, foi um Brexit e god save the queen.
E agora vejam, Maradona já se levantou, corre e exulta ao longo da linha final. Vai direito à bandeirola vermelha espetada na marca de canto, à espera que cheguem os companheiros para festejarem e levarem a inocente e pura alegria ao povo que está nas banca das. Há-de haver ali advogados e engenheiros, talvez operários e empregados de escritório, um doce casal burguês de Buenos Aires e dois amigos das Pampas, malta que dança tango. Há ricos e pobres e Maradona, a alegria gordinha e aos saltos de Maradona, une-os a todos.
E eu, ecuménico que sou, diria mais, a alegria, o prazer descarado quase obsceno de Maradona, une o estádio inteiro, os argentinos vencedores e os ingleses vencidos. Une-os o prazer do futebol.
Foi assim que eu aprendi a ver futebol. E não consigo gostar, zanga-me muito a maldade que tenho visto, ao longo de mais de uma década, fazer ao futebol. O rancor, o ressentimento, a sórdida teoria da conspiração, os cânticos de ódio, peço imensíssima desculpa, mas não vejo nisso um átomo de amor ao futebol.
Não me venham falar do escrutínio milimétrico da arbitragem. Grande parte do maravilhoso encanto do futebol vem também dos erros. Nesse mesmo jogo, Maradona marcou um golo com a mão – com a mão de Deus, ironizou ele, nesse tempo em que o futebol era superior e por isso se autorizava e deliciava com a ironia. Sem esse golo a mitologia do futebol seria mais pobre – abençoado árbitro que se enganou e deu ao mundo, durante semanas e semanas, a possibilidade de sorrirmos. O que esse golo e essa mão serviram de cerveja e conversa em pubs ingleses
A dimensão humana do futebol é o erro. O de arbitragem incluído. Mas é uma ilusão e um revisionismo histórico pensar que foi a arbitragem que fez o domínio do Sporting e dos cinco violinos na década de 50, que foi a arbitragem que fez o domínio do meu SLB e de Eusébio, Coluna e Simões durante os anos 60 e 70, ou que foi a arbitragem que fez a glória do FCP de Gomes, Madjer e Futre nos nos anos 80 e 90. Não foi. Essa glória vem direita dos pés desses jogadores que muito amaram o futebol vestissem-se de verde, vermelho ou azul.
E eu quero que se lixem as bancadas de honra muito compostinhas, com presidentes enfatuados e de rabinhos apertados a ver se não lhes entra um feijão no olho do cu. Eu sou do tempo em que, para comemorar os maravilhosos golos de Tardelli e Altobelli com que a Itália esmagou a Alemanha, um Presidente da República de Itália, il signor Sandro Pertini, dançou e pulou na bancada de honra, ao pé do rei de Espanha, e sem que o primeiro-ministro alemão, Helmut Schmidt, se abespinhasse. Sandro Pertini também tinha olho do cu e ria-se disso. O que torna o futebol respeitável é a alegria, a pura alegria do jogo.
O que nos derrota não é perdermos um jogo, nem perder um campeonato. O que nos derrota e o que derrota o futebol é a respeitabilidade hipócrita de presidentezecos e comentadorzecos, é o cântico de ódio, o very-light que mata, as cadeiras arrancadas e incendiadas, as estratégias dos presidentes de clubes que escolhem a confrontação de secretaria ou de região ou seja lá o que for como seu único princípio.
Peço muita desculpa, mas o jogo é o pé esquerdo de Maradona, um voo de Damas, o golo de calcanhar de Madjer, o iluminado segundo golo de Eusébio nos 5-1 ao Real de Madrid, o golo fantasma de Geoff Hurst que fez da Inglaterra campeã do mundo em 1966. O erro é, se quiserem, a Vénus da mitologia do futebol. Eu quero."


PS: O 'erro' premeditado não faz parte da 'alegria do futebol'...
E por muito revisionismo histórico que se vá fazendo: Máfia é Máfia... os jogadores até podem não ter a culpa, mas a reeleição, eleição após eleição, de uma Direcção abertamente Corrupta, com uma cultura desportista criminosa, 'mancha' todas as vitórias conquistas nesse período... traindo o talento e o suor de alguns dos jogadores!

O pior antijogo acontece fora do campo

"O nosso futebol parece que vive sistematicamente de modas. Desde do que se diz na televisão durante a transmissão de um jogo até aos comentários mais a quente que são proferidos durante as intervenções pós-jogo. Infelizmente, nem todas as modas são boas e as consequências a curto-prazo são negativas. Não atingem um impacto tão negativo, e infelizmente, porque o futebol em Portugal não tem grande concorrência de outras modalidades e mercados, o que permite que muitos assumam determinadas atitudes sabendo que as consequências são poucas ou nulas. E reforço o infelizmente, porque somente a consequência de um ato faz parar algumas das estúpidas acções que se vê por aí. 
Voltando ao futebol, o final de época é sempre vaticinador de maus hábitos e de um conjunto de atitudes que são consequências de desempenhos e resultados aquém do esperado. E só a falta de consequências para um mercado muito mal tratado como é o futebol, permite que exista uma base de más práticas que vão ganhando o seu espaço de antena, de debate, de fundamentos e até de teorias. 
Apesar de ser a modalidade que mais gosto, tenho de ser sincero comigo próprio. O futebol é aquele que tem piores regras para fomentar uma prática sã e que deixe de lado qualquer possibilidade de antijogo. Tem de partir da cultura que se tenta incutir nos praticantes. E essa cultura tem de ser transmitida e transferida pelos agentes desportivos mais importantes na criação de uma boa cultura desportiva (e educacional e humana), que são os treinadores, equipas técnicas e árbitros.
E este movimento tem de ser tão forte, que consiga ser sempre muito superior ao outro lado da corrente que são alguns treinadores (quero pensar que serão sempre menos os maus treinadores em termos de pedagogia que os bons) e acima de tudo, aos muitos e maus utilizadores do tempo que lhes proporcionam, que são os dirigentes.
E esses dirigentes ganharam nos últimos tempos uma importância indevida, face à necessidade de ocupar as dezenas de horas que uma semana televisiva consegue despender aos mesmos. Esse é o pior antijogo que podemos ter. Para quem ainda não entendeu, o poder e a ferramenta da comunicação são tão poderosos que consegue tornar um não assunto no assunto mais falado semanalmente. A comunicação permitiu que determinadas pessoas parecidas com jogadores conseguissem ser recrutados sem serem sequer jogadores, por isso, não admira que o futebol tenha sido invadido por aquilo que ele permite tão facilmente: que qualquer um possa ter tempo de antena para comunicar o que lhe apetecer, bastando para isso que cumpra os requisitos mínimos para se ter tempo de antena.
Aprendemos que existem três formas de atingir o que pretendemos: uns pela inteligência, outros pelo dinheiro e outros pela força. Que o futebol não se deixe estragar pelo que uns têm a mais e outros têm a menos."

Bem-vindos à única lei que permite que o futebol se jogue com as mãos

"Bem-vindos à única lei que permite que o futebol, dos passes e golos de pés e cabeça, se jogue com as mãos.
Tinha que haver uma honrosa excepção, caso contrário este jogo não poderia ser tão completo e apaixonante, certo?

Lei 15 - O lançamento lateral
A quem pertence?
Ao adversário do último jogador que tocou a bola pela linha lateral (quer ela tenha saído rente ao solo ou pelo ar).
Pode ser marcado golo directamente de um lançamento lateral (LL)?
Não. Nunca!
Se a bola entrar directamente na baliza adversária, o jogo recomeça com pontapé de baliza. Se entrar na própria baliza, recomeçará com pontapé de canto.
Quais são os procedimentos para que o LL seja efectuado correctamente?
O executante deve:
Estar de frente para o terreno de jogo;
Deve ter, pelo menos parcialmente, ambos os pés sobre a linha lateral ou sobre o terreno exterior a ela;
Lançar a bola com as duas mãos, por cima e por detrás da cabeça, no sítio onde ela saiu.
E os adversários?
Nesse momento, devem estar colocados a, pelo menos, 2 metros do local onde é efectuado o LL. 
Caso se aproximem a menos de 2 metros, devem ser advertidos (cartão amarelo), por comportamento anti-desportivo.
O mesmo acontecerá ao jogador que distraia ou impeça o LL de forma ilegal (por exemplo, saltitando à sua frente ou ao passar pelo executante, tirar-lhe a bola das mãos).
Em ambas as situações (e se o LL tiver sido efectuado correctamente), o jogo recomeçará com um pontapé livre indirecto contra a equipa do infractor.
Por qualquer outra infracção a esta lei, o LL será sempre repetido mas pela equipa adversária (como, por exemplo, se for mal efectuado ou se o executante o fizer longe do local onde a bola saiu).
Quando é que se considera que a bola entra em jogo num LL?
A partir do momento em que ela penetre no terreno de jogo.
Se ela tocar no solo antes de entrar em jogo, o LL deve ser repetido pela mesma equipa.
Outra. Se um jogador executar um LL (correctamente), atirando a bola contra um adversário para poder joga-la logo de seguida, não será punido (ou seja, a jogada será legal) desde que essa acção não tenha sido cometida com imprudência, negligência ou força excessiva.
Ex - Imaginem um jogador que lance a bola, devagar, para as costas de um adversário, com o simples objectivo de ela tabelar e ressaltar para ele: nesses moldes, tudo é legal.
(O mesmo acontecerá se lançar a bola para as costas de um seu colega de equipa).
Dois toques consecutivos do executante... são permitidos?
Não. Após lançar a bola, ele não a pode jogar de novo sem que outro jogador a toque entretanto. Se o fizer, será punido com livre indirecto no local dessa acção.
Mas se esse segundo toque for com as mãos, aí o pontapé livre passará a directo ou até a pontapé de penálti (se for um defensor - e não o GR - e se der esse segundo toque na sua própria área).

Nota final - Não pode ser marcado fora de jogo por um "passe" executado directamente através de um LL. Os defesas que estejam atentos.
Nos dias de hoje, há quem tenha a capacidade de tornar estes lançamentos em verdadeiras jogadas de perigo...
E pronto. Ficou o essencial da Lei 15. Estamos já na recta final deste curso intensivo sobre os aspectos mais relevantes das regras do futebol.
Voltamos para a semana com a 16. Até lá..."

Condenação de cânticos

"O Sport Lisboa e Benfica tal como de imediato reagiu na noite de sábado, repetimos como de imediato reagiu, repete o repúdio e a condenação de forma veemente sobre os lamentáveis e inqualificáveis cânticos de um grupo de adeptos do nosso Clube.
São comportamentos inaceitáveis, que merecem uma pública condenação, tais como os insultuosos cânticos à memória de Eusébio que foram feitos pela claque de outro clube e que estamos certos nada tem a ver com a instituição Sporting Clube de Portugal.
O Sport Lisboa e Benfica aproveita para testemunhar a sua confiança, de que a exemplo da história comum centenária, o dérbi do próximo fim de semana será mais um momento de festa, convívio e sã rivalidade e competição entre os atletas e adeptos dos dois clubes."


PS: Concordo em absoluto com este 2.º comunicado sobre este tema... mas tenho que realçar a minha inquietação pela forma totalmente parcial como foi noticiado este acontecimento... ignorando totalmente as provocações dos claques legalizadas do Sporting. Tal como no "famoso" jogo de futsal, onde as ofensas à memória do Gullit, da Rita e do Tino... foram "apagadas" da história!
Mesmo assim não posso deixar de atestar o nível de acefalia elevado de alguns benfiquistas, que reagem a estas provocações premeditadas da forma mais previsível possível... não me admirava nada que após a polémica com os Corruptos, os Lagartos não tenham "planeado" esta polémica, pois sabiam como seria a reacção!