quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

SLB demorou a acreditar que Apito Dourado ia voltar

"A reacção só apareceu quando constatámos que nos tinham tirado cinco pontos em dois jogos e oferecido dois (ou quatro) a quem interessava.

Ter razão antes do tempo - diz-se em política - é igual a não ter razão... Mas não ter capacidade analítica para perceber e saber ler os dados que a realidade nos oferece ou, lendo-os a tendo a percepção deles, não extrair, daí, as devidas conclusões, é, também, um erro que pode custar muito caro.
Em política, claro. Todos os que por lá andam (ou que andaram ou que lá querem voltar) sabem bem do que falo! Mas, no futebol, também! Ou pior, porque no futebol, não há tempo nem espaço que fiquem vazios por mais do que uns décimos (ou milésimos) de segundo! Dentro do campo, por maioria de razão!
Mas, também, fora das quatro linhas, onde, tantas vezes, se conseguem as condições para que o trabalho no relvado não seja ensombrado por quem não quer que ganhemos e que usa tudo o que pode (e o que não pode, mesmo que seja proibido) para que nós não ganhemos!
Esta reedição do Apito Dourado, é, assim, o regresso de um filme que já conhecemos, anunciado por quem teve capacidade para o anunciar e não se coibiu de dizer ao que vinha!
Então uma invasão de centro de treinos de árbitros não exigiria uma repulsa institucional fortíssima precisamente de quem era o objecto principal (mesmo que indirectamente) dessa acção?
Pois exigia!
Mas não aconteceu!
Então o anúncio feito pelos líderes de uma claque inimiga (não confundir com adversários, porque não se trata disso) de que ou a arbitragem entrava por outro caminho ou então teriam que se haver com os meninos,... não merecia uma violenta posição de quem era o destinatário natural dessas movimentações?
Pois merecia!
Mas não se viu nem ouviu nada sobre isso!
Então as sucessivas nomeações de árbitros dali da zona, para os jogos da equipa em causa, porque mais fáceis de controlar, não impliciria uma voz forte de alguém para denunciar o que se estava a preparar?
Pois implicava!
Mas não apareceu!
E; já agora, mesmo não sendo do nosso campeonato, a famosa história do Clube Futebol Canelas (porque tme quem tem lá dentro e segue os métodos que segue,... a acreditar no que lemos) não mereceria uma palavra de ninguém (até porque, um dia destes, corremos o risco de os vermos a jogar contra nós, numa qualquer competição profissional, com tudo o que isso possa implicar)?
Pois mereceria!
Mas não surgiu!
Ou seja, a reacção só apareceu quando constatámos - como no ano passado - que nos tinham tirado 5 pontos em dois jogos e tinham oferecido 2 a quem interessava (ou 4, se contarmos com a embalagem e a inércia com que iam e que não os fez parar... no jogo contra o Tondela).
Mais vale tarde que nunca... dir-me-ão! Bem sei! Mas iremos a tempo? Muito a tempo, continuarão a dizer-me! Talvez! Mas - para memória futura - nada como reafirmar o que sempre defendi (como é publicamente conhecido): uma atitude preventiva em relação a estas matérias...

Vieira pensa a mesma coisa
Estou tanto ou mais à vontade em aqui o afirmar porque, do que conheço, e soube, por experiência própria, feita de 7 anos de convívio, é essa a posição do Presidente do Benfica.
O que me preocupa, não é, por isso, o que pensa, o que quer e o momento em que pensa e que Luís Filipe Vieira, sobre mais esta vergonha que se está a viver no futebol português. Não, não é! Porque quem teve a coragem de lutar como ele lutou - quase sozinho, ou mesmo sozinho - contra o monstro da corrupção e do Apito Dourado, tem créditos ilimitados sobre isso.
O que me preocupa é outra coisa. O que me preocupa são... os conselhos!
Sabemos, por experiência, que há sempre duas linhas que, no interior das organizações, se enfrentam de forma contínua e permanente. Quem não ouviu falar de pombas ou falcões, de entre as figuras principais de uma qualquer administração americana? Ou entre a linha negra e a linha vermelha dos partidos mais revolucionários? Ou de movimentos revisionistas nos partidos comunistas tradicionais? Para não falar dos traidores kautsquistas ou trotsquistas que combateram o marxismo-leninismo e que deram origem às III e IV internacionais? Ou dos sociais democratas, como traidores reformistas de uma qualquer revolução a todo o vapor? Ou para usar a prata da casa, numa invocação de uma citação de quem penso ter sido (no que estarei muito bem acompanhado) o maior estadista português, o Rei D. João II,... «há tempos de usar de coruja e tempos de voar como o falcão»!!!
Pois há!
Mas usar de coruja contra quem rouba de forma descarada só pode acabar mal!!!
Também nesta guerra sem quartel,... que é a de combater as ajudas a quem só quer que percamos!
No futebol - que faz parte da vida, da sociedade e que trata de... poder - também há sempre estas duas realidades...
Nada de mal nessa dicotomia... até porque o Benfica não foge à realidade, antes faz parte dela!
O que me preocupa, é poder ser essa a estratégia vencedora e seguida (como, me parece, o foi até aqui).
Podem crer que cá fora, entre os sócios, os adeptos os simpatizantes, não há - entre as águias - pombas que queiram esperar mais para só começarmos a reagir depois de termos perdido (de nos terem sonegado...) mais pontos.
Ou depois de os terem oferecido a outros.
E não podemos contar com a ajuda de ninguém para esta luta que terá de ser permanente e contínua até à conquista do 36!
Só com nós.
Que somos muitos, mas só poderemos contar connosco!
Os outros - convençam-se - não vão ter contemplações.
E se, em momentos específicos, poderemos ouvir as vozes escandalizadas de quem foi prejudicado, como o Tondela foi (e falar, ali, logo depois do jogo... é de uma coragem digna de enaltecer e sublinhar), só se  ouvirão vozes contra nós.
Porque uns e outros só querem que não ganhemos.
Ou, para voltar a desligar as coisas pelos nomes... o clube anti-Benfica do Porto e o clube anti-Benfica de Lisboa só querem que percamos, sendo indiferente, entre eles e para eles, quem possa ganhar!!!

Adulterar a verdade
Mas, voltando ao relvado,... que diferença abissal no comportamento das equipas de arbitragem... Na véspera de dois jogos europeus... a nós põem-nos a jogar 10 contra 11,... 50 minutos. A outros, inventam um penálti e põem-os a jogar 11 contra 10,... 50 minutos. Lembram-se dos tempos do Apito Dourado, onde ouvimos e vimos facilidades em jogos cá dentro para poderem estar descansadinhos para jogarem lá fora? Pois é, apesar de ainda nos atirarem à cara com essas vitórias na Europa para tentar disfarçar a forma como conseguiram as vitórias por cá,... como se umas e outras não fossem faces da mesma moeda.
Por isso - disse e repito - não compreendo que não se tenha carregado em cima da arbitragem do último domingo...
Porque fomos objectivamente prejudicados. Desta vez não teve relevância... mas só falaremos se Mitroglou ou outro qualquer não desatar um dos muitos nós que todos - no campo e cá fora - nos irão criar para que não consigamos o tetra/36?
Como também não percebi como se deixa sem referência - repetida e continuada - os ataques nos adeptos indefesos do Benfica... por pretensos adeptos do Braga quando as claques do Benfica ainda lá não tinham chegado.
Apesar de - e nisso andou muito bem o Benfica - se ter alertado as forças policiais para essa eventualidade...
As gentes de Braga, mesmo as mais fanáticas, nunca entrariam nessas agressões, tanto mais que, ao que se percebe, quem atacou os adeptos do Benfica não estará identificado e... não estava lá para ir ao jogo.
Como diz o outro, para bom entendedor... Ou... meia palavra basta... Nas agressões, como em tudo o resto!!!
Carrega Benfica!!!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Festival de golos falhados...

Fundão 4 - 2 Benfica


Quando se falham golos, como o Elisandro o Ré e o Chaguinha falharam, não se pode ganhar jogos... quando os postes também não colaboram, ainda pior... Mesmo assim, se a 6.ª falta do Fundão tivesse sido assinalada, num pontapé descarado sobre o Elisandro, o Benfica teria a oportunidade de fazer o 2-2...
Estes jogos com o Fundão já começam a parecer 'trauma', só tenho pena que o Fundão contra o Sporting tenha outra atitude completamente diferente... mas também é verdade se jogarem da mesma forma, ao intervalo já têm metade da equipa expulsa!!!
Aparentemente o vírus das lesões também já chegou ao Futsal: Bebé, Cristiano, Ângelo, Cecílio, Jefferson...

Escala de Richter

"O sismógrafo futebolístico, ao longo de uma temporada, é a expressão de sucessivos e antagónicos estados de alma e de tão definitivas como precárias sentenças mediáticas de ciência exacta.
Um bom exemplo é o que se diz e escreve sobre o Benfica, que já passou por todas as fases de escala de Richter. O favorito dos favoritos, um tipo de jogo sustentado, uma defesa inexpugnável, uma defesa inconsistente, um ataque com soluções para dar e vender, uma eficácia tremenda, uma equipa com duas faces, uma forma de jogar sem soluções, uma equipa segura, um conjunto de tremedeira, confiança a rodos, perda de identidade, equipa abalada, suplentes à altura, etc. Enfim, para todos os gostos.
Ainda que em tempos e de modos diferentes, Porto e Sporting são apreciados com o mesmo e telúrico ritmo bipolar. O Porto, o outro candidato ao título, já passou entre cinzento e luz (salvo seja), paciente e impaciente, previsível e surpreendente, sem banco e com banco para todas as variações, sem estofo de campeão e campeão à condição, etc.
Nós, adeptos, olhamos para estas variações vertiginosas, entre optimismo e pessimismo inconsequentes. São matéria-prima para todas as apaixonadas discussões. O curioso é o carácter provisoriamente definitivo de cada uma das variações, até que outra definitivamente provisória se instale a seguir. Basta um golinho, um erro do árbitro, um sopro de sorte ou uma boa na trave, para que estabilidade e instabilidade troquem de posição, a depressão vire euforia e esta retorne à decepção, e jogadores sofríveis se tornem imprescindíveis e vice-versa.
Bipolar, mas não tanto, por favor!"

Bagão Félix, in A Bola

O jogador malandro

"Luís Filipe Vieira não deverá demorar muito tempo para voltar a fazer uma ou duas vendas milionárias. Ederson e Nélson Semedo serão os próximos a sair (André Moreira e Pedro Pereira parecem ter o perfil para os substituírem no futuro) por valores que fazem com que a venda do passe de Bernardo Silva (€15,75 milhões ao Mónaco, em 2014) tenha sido uma borla. É certo que não se pode ter tudo (basta pensar, por exemplo, que Ivan Cavaleiro rendeu o mesmo valor e que Gonçalo Guedes custou ao PSG €30 milhões, o mesmo que o Manchester City pagou por Gabriel Jesus ao Palmeiras), mas isso serve apenas para dizer o quão valorizado está o esquerdino português, a fazer no Mónaco o que fez na Luz: percurso ascendente, de quase desconhecido chegado ao Principado a estrela cintilante do competitivo futebol europeu.
Ao contrário do que aconteceu em Wembley, quando marcou frente ao Tottenham (casa emprestada) para a fase de grupos da Champions, Bernardo Silva não marcou em Manchester, nesse louco jogo que terminou com 5-3 para o City, mas é com se o tivesse feito. Jogadores como ele não precisam tanto da estatística porque a alegria não se traduz em números. Faz parte de uma carta especial: apenas de interpretar a táctica, mantém o espírito libertino, faz o adepto sorrir pela forma como trata a bola e desmonta as linhas adversárias com elegância e a desfaçatez de jogador malandro.
Ainda estamos longe, Portugal nem sequer está qualificado, mas ao crescimento de Bernardo e esta nova forma de Cristiano Ronaldo (mais leve, mais artista, menos robótico, mais Cristiano que Ronaldo) podemos esperar um Mundial da Rússia não apenas uma Selecção forte e ambiciosa mas também a jogar muito à bola. Com a palavra ainda a caber a João Mário e André Silva. Haja esperança."

Fernando Urbano, in A Bola