terça-feira, 31 de outubro de 2017

A dor azul de Portugal

"É tempo de recordar o novo Estádio da Luz e há, sobre as minhas memórias dele, um momento infinitamente triste. Mas um momento também de aprendizagem. De saber escolher de que lado ficar no momento profundo das opções difíceis.

Quero começar por pedir desculpa a quem me lê. Estamos na altura de recuperar memórias sobre o novo Estádio da Luz - as minhas memórias do antigo perdem-se no infinito - e eu vou rebuscar agora nas lembranças colectivas.
Eu vivi um momento terrível neste novo estádio e nada me fará esquecê-la.
Por isso vou ao baú das minhas histórias já escritas.
Também por isso, peço-vos desculpas.
Dia 4 de Julho de 2004.
Nesse tempo eu era o responsável pela imprensa da Selecção Nacional.
E, confesso, dificilmente encontrei, onde quer que fosse, um ambiente de tão saudável amizade e profissionalismo entre todos. Foi único! Foi único!
Por isso, volto atrás e conto. Ou melhor, reconto.
Reconto tal como o senti e escrevi.
Há filmes que têm vidas inteiras lá dentro.
Havia cinemas com vidas inteiras lá dentro: o Paris era um deles.
Foi no Paris que vi Butch Cassidy and The Sundance Kid. Em português chamaram-lhe Dois Homens e Um Destino. Na adolescência do meu tempo, não deve ter havido muitos de nós que não se tenham apaixonado pela Etta Place. E tido ciúmes do Robert Redford quando ele espreita a sua nudez pela janela e ela responde, simplesmente: 'You're late...'.
Na adolescência não deve ter havido muitos de nós que não tenham tentado passear uma rapariga no quadro da bicicleta assobiando ao mesmo tempo o Raindrops Fallin' on My Head... Aliás, na adolescência do meu tempo, não deve ter existido ninguém que não soubesse assobiar o Raindrops Fallin' on My Head e que não quisesse fazer parte do Wild Bunch.
Vou tudo isto a propósito de ganhar e perder, das vitórias e das derrotas.
Não sei quantas vezes fui ao Cinema Paris ver Butch Cassidy and The Sundance Kid. Umas poucas, pela certa. Sei é que nós saíamos de lá vencedores apesar da derrota final. Isto pode não fazer muito sentido, mas é um facto indesmentível: há homens que, por mais que ganhem, nunca serão vencedores: outros, por mais que percam, vencerão sempre.
No Cinema Paris, nós já sabíamos que não havia meio-termo: era preciso escolher do lado de quem é que seríamos ficar. Por isso é que o título em português não era mau: Dois Homens e Um Destino. O destino era esse.
Nestas coisas da vida, é preciso alma, coração, sentimentos, o que lhe quiserem chamar.
É por eles que se respeitam os derrotados como se fossem vencedores e, tantas vezes, por falta deles se desprezam os vencedores como se fossem derrotados.
Como dizia Bertold Brecht, que tinha sempre boas frases sobre todas as matérias: 'Nem todos os que regressam a casa são vencedores, mas não há vencedor que não regresse a casa'. Eu percebo perfeitamente o que ele queria dizer.
Para quem não se lembra, eu lembro aqui: no final, Butch Cassidy e The Sundance Kid estão na Bolívia, em San Vicente, fechados numa minha de sal, cercados por militares e pelos homens da Agência Pinkerton. É então que Kid, ao ver como eles disparavam, diz:
- They're good!
Com uma frase destas, qualquer caso perdido passa a estar ganho. Aqueles que vencem na vida têm sempre um discurso que vai direito à alma, ou ao coração, ou aos sentimentos das pessoas, como queiram. Por mais simples que sejam as frases ou as palavras.
Em cinema, chamam-lhe freeze-frame: Paul Newman e Robert Redford atiram-se para a frente de armas na mão, a imagem pára, ouve-se o som dos tiros, o filme acaba. Não fugiram ao seu destino.
Dia 4 de Julho também fiz um freeze-frame.
Uma tristeza vermelha; uma alegria azul. A dor azul de Portugal.
A Grécia era campeã da Europa e levou-nos uma taça que era nossa, como se a roubasse sadicamente ao íntimo na nossa alegria.
Esqueçam as lágrimas. A festa azul parece longe, longe, como o som dos tiros. O que fica na memória é aquela imagem parada de quem não pôde fugir ao seu destino.
Agora, o espectador que escolha do lado de quem é que quer ficar.
Eu escolhi!
E sei que todos aqueles, a meu lado, no Estádio da Luz, era vencedores apesar de vencidos."

Afonso de Melo, in O Benfica

De olhos em bico

"China, Japão e Coreia do Sul: 21 dias de aventura, vitórias e boas memórias. Quer dizer... à excepção da comida.

No Verão de 1970, depois da digressão a Angola e a Moçambique, o Benfica rumou ao Extremo Oriente. Era a primeira vez que um clube de futebol da metrópole portuguesa viajava com tal destino. A expectativa era imensa!
Foi no dia 17 de Agosto que o Clube partiu à descoberta de Macau, Hong King, Kobe, Tóquio, Osaka e Seul, do seu futebol, das suas tradições e de, claro está, muitas peripécias. Outra coisa não seria de esperar de uma digressão dos 'encarnados'!
O primeiro percalço foi sentido ainda no voo de ida quando, ao sobrevoar a Tailândia, 'o avião levou fortes abanões atmosféricos'. Eusébio e Vítor Martins não conseguiram conter o susto, chegando mesmo 'a soltar gritos'.
Já com os pés bem assentes em solo asiático, os jogadores foram 'assaltados por um verdadeiro exército de caçadores de autógrafos'. Mas, de todos, Torres foi o que desfrutou 'de uma popularidade ainda maior'. A sua altura não passou despercebida no Extremo Oriente. Segundo o jornalista Aurélio Márcio: 'Mais alto ainda parecia rodeado por miúdos tão miúdos'. O facto de jogar 'de botas calçadas', enquanto os restantes jogavam 'de sapatilhas', também terá contribuído para essa fama em torno das suas dimensões. Ao que consta, as suas chuteiras ficaram danificadas na digressão a África e não foi possível substituí-las a tempo da viagem, 'é que o Torres anda perto dos 50 no calçado'.
Ao longo desses 21 dias aconteceu de tudo um pouco, até presenciaram um grupo de bailarinas a trocar de roupa, 'num ápice, num «strip-tease» inesperado' que deixou os olhos em bico os jogadores que se estavam nos camarins da da Expo'70 em Osaka. A experiência menos positiva terá sido mesmo a gastronomia local. 'Os jogadores não gostaram nada daquilo. Começaram a pedir pão e manteiga e vinho e acabaram mesmo por comer uns valentes bifes'.
No regresso, para além de muitas histórias para contar, a comitiva trouxe diversos objectos que ainda hoje se preservam no Departamento de Reserva, Conservação e Restauro. Entre eles, o galhardete entregue a Simões pelo capitão da selecção de Macau antes do primeiro desafio da digressão, no dia 20 de Agosto.
Muitos dos adeptos desconhecerão que foi igualmente desta viagem que veio a vénia que ainda hoje os jogadores do Benfica fazem, antes do início de cada jogo, em direcção às bancadas do Estádio da Luz. Citando Simões: 'Foi este malvado pequenino que trouxe a ideia dessa digressão'."

Mafalda Esturrenho, in O Benfica

Lixívia 10

Tabela Anti-Lixívia
Corruptos...... 28 (0) = 28
Benfica ........ 23 (-2) = 25
Sporting ..... 26 (+5) = 21

Mais do mesmo: Benfica prejudicado = silêncio; Dragartos beneficiados = silêncio !!!

Na Luz, tivemos um Luís Godinho altamente 'condicionado': o ano passado até fez algumas arbitragens positivas, mas depois do Moreirense-Corruptos, onde foi albarroado pelo Danilo tudo mudou... O ano passado, teve sempre um critério disciplinar apertado, não se importando de mostrar Cartões nos primeiros minutos do jogo (por exemplo: Benfica-Moreirense), mas este ano tudo mudou...
Esteve no Moreirense-Sporting onde 'ajudou' o Sporting a conquistar 1 ponto... e foi o VAR no Marítimo-Benfica, onde fechou os olhos por exemplo a um penalty numa jogada com o Salvio...!!!
Nesta jornada, disciplinarmente na Luz, foi um deixa andar... é verdade o Augusto podia ter levado Amarelo, mas o Babanco, o Etebo, o Tiago Silva entre outros deviam ter levado Amarelos, bem cedo... o Babanco várias vezes...
O único lance na área, foi com o André Almeida... neste caso até desculpo o árbitro de campo, mas o VAR tem que marcar penalty: as imagens são claras, o defesa do Feirense não 'corta' a bola, é o André que tenta fazer a finta, a bola bate nas costas do adversário, que com o pé 'encolhido' entra claramente em contacto com o André...
Os Dragartos, tiveram o descaramento de 'pedir' um penalty contra o Benfica, num lance com o Luisão: o Luís Machado, controla mal a bola, a bola fica para 'trás', o jogador do Feirense tropeça na bola, sem ninguém lhe toca, e só depois cai para a frente, em 'cima' do Luisão... a existir falta, era a favor do Benfica!

Em Vila do Conde, é indesculpável a validação do golo do Sporting: sem VAR até se podia 'entender', mas como VAR é indesculpável!!! O Bas Dost está em fora-de-jogo, por pouco, mas está fora-de-jogo... O facto de minutos antes ter sido invalidado outro golo aos Lagartos pode claro fora-de-jogo, não pode ser desculpa para o VAR (Capela, imagine-se?!!!) nada fazer...
Destaco ainda, uma falta perigosa do Coates, na meia-lua, não assinalada... Outro inimputável, ao jeito do Felipe!!!!

No Bessa, além da tal inimputabildiade do Felipe ter-se mantido... não houve grandes erros com consequência!!! Os dois lances na área dos Corruptos foram bem analisados!

Anexos:
Benfica
1.ª-Braga(c), V(3-1), Xistra (Verissímo), Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
2.ª-Chaves(f), V(0-1), Sousa (Tiago Martins), Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
3.ª-Belenenses(c), V(5-0), Rui Costa (Vasco Santos), Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Rio Ave(f), E(1-1), Hugo Miguel (Veríssimo), Prejudicados, Impossível contabilizar
5.ª-Portimonense(c), V(2-1), Gonçalo Martins (Veríssimo), Prejudicados, (4-0), Sem influência no resultado
6.ª-Boavista(f), D(2-1), Soares Dias (Esteves), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
7.ª-Paços de Ferreira(c), V(2-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
8.ª-Marítimo(f), E(1-1), Sousa (Godinho), Prejudicados, (1-2), (-2 pontos)
9.ª-Aves(f), V(1-3), Almeida (Vítor Ferreira), Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
10.ª-Feirense(c), V(1-0), Godinho (Xistra), Prejudicados, (2-0), Sem influência no resultado

Sporting
1.ª-Aves(f), V(0-2), Tiago Martins (Pinheiro), Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(1-0), Paixão (Hugo Miguel), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
3.ª-Guimarães(f), V(0-5), Hugo Miguel (Sousa), Nada a assinalar
4.ª-Estoril(c), V(2-1), Godinho (Tiago Martins), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Feirense(f), V(2-3), Soares Dias (Tiago Martins), Nada a assinalar
6.ª-Tondela(c), V(2-0), Manuel Oliveira (Tiago Martins), Nada a assinalar
7.ª-Moreirense(f), E(1-1), Godinho (Pinheiro), Beneficiados, (2-0), (+1 ponto)
8.ª-Corruptos(c), E(0-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
9.ª-Chaves(c), V(5-1), Rui Costa (Esteves), Beneficiados, Prejudicados (5-2), Sem influência no resultado
10.ª-Rio Ave(f), V(0-1), Sousa (Capela), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)

Corruptos
1.ª-Estoril(c), V(4-0), Hugo Miguel (Luís Ferreira), Nada a assinalar
2.ª-Tondela(f), V(0-1), Veríssimo (Malheiro), Beneficiados, Impossível contabilizar
3.ª-Moreirense(c), V(3-0), Manuel Oliveira (Tiago Martins), Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Braga(f), V(0-1), Xistra (Esteves), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Chaves(c), V(3-0), Rui Oliveira (Hugo Miguel), Nada a assinalar
6.ª-Rio Ave(f), V(1-2), Sousa (Godinho), Nada a assinalar
7.ª-Portimonense(c), V(5-2), Luís Ferreira (Sousa), Nada a assinalar
8.ª-Sporting(f), E(0-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
9.ª-Paços de Ferreira(c), V(6-1), Manuel Oliveira (Veríssimo), Beneficiados, (5-1), Sem influencia no resultado
10.ª-Boavista(f), V(0-3), Hugo Miguel (Tiago Martins), Nada a assinalar

Jornadas anteriores:
Épocas anteriores:
2016-2017
2015-2016

Champions, Federer, Catalunha e Rússia

"O futuro dos clubes portugueses nas competições da UEFA permanece periclitante. Há sinais de decadência. É o 'ranking' que o diz.

Amanhã e depois os clubes portugueses jogam boa parte das suas hipóteses na Champions. Três jogos de grande dificuldade, que se fossem contagens de montanha no Tour seriam de categoria especial, aqueles que envolvem Benfica e Sporting com Manchester United e Juventus e da primeira categoria, a recepção do FC Porto ao Leipzig. Como pano de fundo de tudo isto está o ranking de Portugal na UEFA, em perda e sem sinais de retoma à vista, que traduz, afinal, um défice de capacidade competitiva. Custa ouvir? Mas é verdade.

'Old Rockers Never Die'
Roger Federer, 36 anos, conquistou ontem, em Basileia, pela oitava vez, o Open local, 95.º título da sua carreira excelentíssima. Federer ultrapassou, em solo suíço, Ivan Lendel (que tem 94 títulos na era-Open), ficando ainda a alguma distância de Jimmy Connors, vencedor de 109 torneios. É bom que tenhamos a noção exacta da dádiva que é poder acompanhar o percurso de Roger Federer, um pouco à imagem do privilégio de seguir a luta titânica entre Cristiano Ronaldo e Leo Messi pelo trono do futebol mundial. São desportistas absolutamente excepcionais.

Catalunha 'On Fire'
Vivem-se dias transcendentes para a história de Espanha e da Catalunha. Ontem, centenas de milhares de pessoas manifestaram-se em Barcelona pelo respeito pela Constituição e não há nota de qualquer incidente sério, o que pode dar alguma esperança na resolução pacífica do problema. Em Girona, de onde o ex-presidente Puigdmont é natural, jogou (e perdeu) o Real Madrid, numa partida que se temia que pudesse fazer disparar emoções para além do futebol. Tal não aconteceu e espero que o desporto, na Catalunha, cumpra o seu destino de factor de concórdia.

Rússia sob ameaça
Depois do atentado de 2016 no Stade de France, voltamos a estar perante uma ameaça directa do ISIS ao futebol, feita através de um dos canais habituais, na dark web. O alvo é a Rússia, que será sede do Mundial de 2018, mas as imagens usadas são, num dos casos, de Leo Messi e Neymar Júnior e no outro, de Deschampos, seleccionador francês, apresentado como «inimigo de Alá». Nestes, como noutros casos de terrorismo, a solução reside em manter a normalidade possível, observando os cuidados que a situação exige. Mas é inevitável um sentimento de desconforto...

Ás
Miguel Oliveira
Uma semana depois da estreia a ganhar em Moto2, na Austrália, o piloto de Almada tornou-lhe o gosto e voltou a triunfar, desta feita na Malásia. O talento de Miguel Oliveira é transbordante e não deverá tardar muito para que dê o salto para o MotoGP. Uma carreia (aos 22 anos) absolutamente fulgurante!

Ás
Lewis Hamilton
é oficial, Lewis Hamilton ganhou, pela quarta fez, o título mundial de pilotos na Fórmula 1. Ontem, no México, numa corrida acidentada e táctica, o piloto inglês teve frieza q.b. para jogar com os pontos, anulando a performance de trás para a frente de Vettel. Para 2018, atenção a Verstappen, ontem vencedor. Vem aí reinado holandês.

Duque
Zinèdine Zidane
Haverá uma maldição a perseguir o melhor treinador do Mundo para FIFA? A Ranieri não valeu ser campeão de Inglaterra pelo Leicester e foi despedido pouco tempo de pois de receber o prémio. Pelo andamento da carruagem, Zidane, vencedor em 2017, também deverá estar atento: a exibição do Real, em Girona, foi... deplorável.

Mou igual a Mou antes de receber o Benfica
«Tenham calma, relaxam um bocadinho, não estejam tão nervosos, é preciso ter calma...»
José Mourinho, treinador de Manchester United
O jogo foi intenso, o resultado manteve-se incerto e o triunfo acabou por sorrir ao Manchester United, apesar da réplica do Tottenham. No final da partida, Mourinho mandou calar os críticos, adoptando a pose desafiadora que tem sido a sua imagem de marca. Pelos vistos, um Benfica assim-assim vai apanhar uns red devils em alta na deslocação de amanhã a Old Trafford.

Amanhã noite de luxo em Alvalade
Antes de jogar amanhã em Alvalade, a Juventus foi ao Meazza vencer o AC Milan por 2-0, com Gonzalo Higuain a revelar-se o grande protagonista da partida e o açambarcador das manchetes dos diários desportivos transalpinos. O Sporting precisa de uma noite inspirada para vencer a Signora.

Um caso de estudo
A Inglaterra sagrou-se, na Índia, campeã do Mundo de futebol no escalão de sub-17, depois de vencer a Espanha numa final em que esteve a perder por 0-2 e acabou por virar para 5-2. O que os ingleses fizeram, nos últimos seis meses, no futebol de formação é absolutamente fantástico: viram fugir a final do Europeu, para a Espanha, nos penalties, ganharam o Torneio de Toulon, foram consagrados campeões do Mundo de sub-20, perderam as meias-finais de sub-21 para a Alemanha nos penalties e derrotaram Portugal na final do europeu de sub-19. A Inglaterra que há poucos anos primava pela irrelevância no futebol de formação, aprendeu com quem devia (Portugal e Espanha, nomeadamente), apostou nas academias e está agora a colher os primeiros frutos de um caminho que acabará por devolver os Três Leões ao patamar de excelência que já conheceram."

José Manuel Delgado, in A Bola

Futuro em jogo em Old Trafford

"Vêm aí dois dias decisivos para as aspirações lusas na Liga dos Campeões. Sim, a fase de grupos da prova milionária da UEFA ainda vai na quarta jornada, mas o futuro de Benfica, Sporting e FC Porto joga-se já esta semana. Águias e leões estão proibidos de perder frente a Man. United e Juventus se quiserem manter intacta a esperança (no caso dos encarnados é caso até para perguntar se ainda há alguma...) de chegarem aos oitavos, no caso dos dragões a expectativa é mais fundamentada e uma vitória sobre o RB Leipzig pode lançar a equipa de Conceição para a próxima fase. Mas atenção aos alemães...
Dos três, contudo, é o Benfica quem mais joga amanhã, no mítico Old Trafford. Porque tem zero pontos e porque uma derrota deixa conjunta de Rui Vitória em situação ainda mais dramática em termos europeus: se perder e o Basileia pontuar com o CSKA diz adeus à Champions, se os russos vencerem na Suíça até o terceiro lugar, e a queda para a Liga Europa, fica em xeque (quase mate). As perspectivas, percebe-se, não são animadoras. E são-no ainda menos se olharmos para os problemas com que Vitória chega a Manchester.
Defrontar o United em Old Trafford com um guarda-redes (Svilar) de 18 anos na baliza e um central (Rúben Dias) de 20 anos como patrão da defesa não estaria, decerto, nos planos do treinador encarnado há uns meses. Mas é, por força da expulsão de Luisão há 15 dias na Luz e de outras incríveis e quase impensáveis circunstâncias - com o comportamento no mercado à cabeça de todas -, o que há. O Benfica tem de dar em Old Trafford a resposta que nem com o Feirense, em casa, conseguiu dar. E isso diz quase tudo."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Chegar ao topo

"Ter uma carreira eficaz não acontece por nos focarmos naquilo que é automático, fácil ou inato em nós. Ter uma carreira eficaz é o resultado de nos focarmos de forma consciente nos desafios, no desenvolvimento das nossas capacidades e no comprometimento, por forma a entendermos os outros, as suas ideias, a nos adaptarmos a novas situações, a amarmos aquilo que fazemos, a zelarmos pela nossa automotivação, a servirmos melhor a equipa e a aprendermos a liderar outros. Obviamente que o talento é importante, mas no futebol moderno simplesmente não chega!
Por isso se a ideia é fazer uma carreira de sucesso, o melhor é aprender com os melhores. Isto significa que, vais ter de superar o teu talento, ir mais além nas tuas competências, e ganhar grande flexibilidade de adaptação. Quais são então os pontos chave onde deves colocar a tua atenção para construir uma carreira de sucesso?
Procura ter clareza na tua vida, sobre quem tu és enquanto jogador e sobre quem tu queres ser no futuro. O que queres realmente? Será que estás a trabalhar para o conquistar? Sem desculpas. 
Aprende a gerar grandes níveis de energia, pois saber gerir a energia dentro de campo, bem como no dia a dia, é fundamental. Estás a conseguir gerar energia sempre que entras em campo para treinar? Eleva a necessidade de uma performance de excelência. Quantas vezes na tua carreira já fizeste a pergunta: vou esforçar-me para quê? Eu não jogo, ou a equipa não ganha, o treinador não é bom... Para quem trabalhas tu afinal?
Aumenta os níveis de produtividade naquilo que é o teu interesse prioritário. Não importa se as coisas não correm como tu gostarias, a única forma de dar a volta à situação é sendo mais produtivo, no treino, no jogo, nas relações, nos resultados.
Cria influência positiva à tua volta. Se não for boa, só significa que fazes parte de um problema. Sê determinado e não olhes para trás – quantas oportunidades já deixaste para trás por falta de coragem?
Chegar ao topo não é um problema, o problema é conseguir manter estes hábitos de forma consistente, independentemente daquilo que possa estar a acontecer!"

Benfiquismo (DCXLII)

Benfica em Manchester... 1993 !!!

Vitória em Viana

Juventude Viana 2 - 3 Benfica

Os bandidos continuam à solta, tal como era expectável... Mais uma vergonhosa arbitragem... Penalty's e Azuis perdoados ao adversário em quantidade apreciável, valeu tudo para condicionar o Benfica, ainda não havia 10 minutos de jogo na 1.ª parte, e já o Benfica tinha 7 faltas...!!! Enquanto o Benfica não podia pressionar, os nossos adversários 'entravam' com tudo, em todos os lances...
Aquilo que me 'agradou', é que todos os jogadores do Benfica, já estão 'mentalizados' para a roubalheira, e portanto não vale a pena perder muito tempo em protestos inúteis...!!!

Mas ganhámos, mesmo sem jogar bem (era quase impossível), ganhámos... E vai ser assim, em praticamente todas as jornadas!!!
Mais uma grande exibição do Pedrão!!!

domingo, 29 de outubro de 2017

Bem...

Benfica 7 - 1 Azeméis

Provavelmente o melhor jogo da temporada... Mesmo com uma 1.ª parte marcada pelas faltas assinaladas contra o Benfica, que acabou por condicionar a nossa recuperação de bola... no 2.º tempo 'libertos' das faltas, acabámos por ter momentos muito bons de jogo...

O 'jogo' não terminou, sem o palhaço do treinador adversário a vomitar parvoíces aos microfones da televisão... Uma equipa cheia de ratos de esgoto, sempre a simular, sempre a dar porrada, sempre a tentar ser xica-esperta, chegar ao fim do jogo a choramingar, dá-me sempre alguma alegria... Se estão com azia, têm remédio para isso!

Vitória em São Miguel

Clube K 0 - 3 Benfica
20-25, 11-25, 19-25

Nova vitória, rodando o plantel disponível... num fim-de-semana totalmente vitorioso, sem perder um Set...

7.ª Youth Cup

Realizou-se este fim-de-semana no Caixa Futebol Campus a 7.ª edição do Torneio Internacional que homenageia o 'nosso' Seixal!!!
Sub-13:
Benfica 3 - 0 Brighton and Hove Albion
Sub-14:
Benfica 1 - 3 Atlético Madrid
Sub-15:
Benfica 7 - 0 Salzburgo
Sub-16:
Benfica 4 - 1 Liverpool
Sub-17:
Benfica 4 - 0 CSKA Moscovo

As contas da Europa e as nossas contas

"Somos, em competição, 'o melhor da Europa' mas somos, em concretização e ambiente interno, dos 'menos bons da Europa'.

1. Se a Espanha e a Catalunha vivem semanas decisivas, as equipas portuguesas participantes nas competições europeias vão viver uma semana determinante. O Benfica sabe que tem de pontuar em Manchester para ainda poder sonhar com uma presença nos oitavos de final da Liga dos Campeões. O Futebol Clube do Porto sabe que se vencer a difícil equipa do RB Leipzig tem acrescidas hipóteses de alcançar os oitavos e o Sporting, mesmo que desfalcado na sua defesa, e igualmente com três pontos, ambiciona ultrapassar a velha Senhora, a Juventus, para arrecadar os milhões que os oitavos proporcionam. Mas sabendo as equipas de Sérgio Conceição e Jorge Jesus que a sua permanência na Europa depende apenas deles a três jornadas do fim desta fase de grupos da Liga dos Campeões. E o Minho também sabe que o Sporting de Braga tem uma tarefa mais acessível que o seu vizinho - que não espanhol! - Vitória de Guimarães para alcançar os dezasseis avos da Liga Europa. Aquela Liga em que o nosso Vitória é um referência, já que é aquela singular equipa que participa numa competição europeia sem que, num concreto jogo desta prova, tivesse qualquer jogador europeu no onze titular! De terça a quinta-feira da próxima semana muitas contas se vão fazer. Ficarão a faltar dois jogos e seis pontos para sabermos, de ciência certa, quem fica na prova dos ricos ou quem fica na competição dos remediados. E, ao mesmo tempo, os tesoureiros das sociedades podem antecipar as suas contas. Ou recebem ainda mais, e abertamente sorriem, ou pouco mais arrecadam e, ainda, esboçam um leve sorriso. Ou sentem, com diferentes angústias - no Porto e em Lisboa - que a Europa esta época acabou e, por aqui., houve um Portexit, ou seja, algum Portugal ficou fora da Europa do futebol. O que será, ainda, uma má notícia para o ranking da UEFA e para o futuro próximo na Europa do futebol português. Como nos apercebemos no momento arranque do Mundial da Rússia do próximo ano.

2. A força da Liga inglesa também já chegou à Europa. Os seus cinco clubes participantes na Liga dos Campeões lideram os respectivos grupos. Pode acontecer que no final da próxima jornada esta realidade não se confirme. Seria uma boa notícia para Benfica ou Real Madrid, por exemplo. Em razão dos resultados obtidos e conquistados... Mas o que é real é que os clubes ingleses dominam na Europa e no tempo em que o Reino Unido negoceia a saída da Europa. E dominam com a consciência que investiram 1.500 milhões de euros no último defeso. E que os seus cinco representantes já utilizaram nestas jornadas da Liga dos Campeões 69 jogadores mas apenas 16 - sim dezasseis! - eram ingleses. O Chelsea utilizou apenas um e o Manchester United três. É a força do dinheiro a potenciar lideranças ganhadoras e conquistadoras. Como se vê com o PSG e a sua capacidade goleadora. Também a Europa do futebol é uma Europa a duas ou mais velocidades. E, infelizmente, o futebol português já está no segundo pelotão. E cada vez mais longe do primeiro e a caminhar dolorosamente para o terceiro... Basta fazermos as contas. Todas as contas mesmo.

3. Esta semana o Doutor Fernando Gomes assumiu na Assembleia da República um verdadeiro discurso acerca do complexo momento do estado do futebol português. Foi um discurso perturbante mas que evidencia, com a autoridade que lhe reconhecemos e a autenticidade que o caracteriza, o tempo fraturante do nosso futebol. Somos, em competição, o melhor da Europa mas somos, em concretização e em ambiente interno, dos, digamos, menos bons da Europa. O ambiente faz-me lembrar a fórmula de um antigo relevante responsável soviético, Idanov, que no princípio da conhecida guerra fria proclamou que «todo aquele que não está por nós está contra nós»! E, desta forma, Moscovo, na altura - como em parte hoje... - delimitava o amigo e o inimigo e assumia, em pleno, as respectivas consequências. Assumamos que no nosso futebol a clivagem entre a Federação e a Liga é real e efectiva. Pedro Proença, que é por inerência Vice-Presidente da Federação, assumiu, na passada sexta feira, que «não tinha conhecimento das propostas da Federação» (!!!) - ou seja das propostas apresentadas na Parlamento pelo Doutor Fernando Gomes - e que gostava que a Liga «fosse ouvida pela Assembleia da República»! Está assumido, e confessado, o inimigo, o verdadeiro inimigo. E importa assumir a divergência que é confronto. Que já alastrou ao sector da arbitragem. Dizendo o Presidente da Liga que não tem «responsabilidade no sector da arbitragem»! Mas com parte relevante da arbitragem a assumir que é amiga da Federação e, logo, inimiga da Liga. E, desta forma, e claramente sinalizando, poderá fazer greve à prova por excelência da Liga, ou seja, à Taça da Liga! Com legítima dor dos CTT, o principal patrocinador desta competição. As clivagens são claras. E só com alguma generosidade se aceita que tudo possa continuar na mesma... Mesmo muita... Estas são, de verdade, as nossas contas... que não é nosso consolo! Como se fossem reais aquelas palavras de Ambrose Bierse no seu Dicionário do Diabo quando nos diz que «consolação é o facto de saber que alguém melhor do que nós está mais infeliz do que nós»...

4. Na próxima terça-feira a quase totalidade dos jogadores do Benfica irá pisar, pela primeira vez, um dos Estádios mais emblemáticos da Europa e do Mundo, Old Trafford. Terá de ser um momento de clara superação e com permanentes instantes de concentração. Pisar aquele relvado e sentir aquele ambiente é um sonho de qualquer profissional de futebol. E de qualquer verdadeiro amante de e do futebol. Todos desejamos e ambicionamos que sejam noventa minutos para recordar. E a «recordação é o perfume da alma». De uma alma que sente, sempre, uma chama imensa. E intensa!

5. Ver um Estádio quase deserto é uma dor de alma. Ver um lindo Estádio quase sem espectadores é desesperante. Foi o que me aconteceu ontem ao olhar para o Estádio do Restelo."

Fernando Seara, in A Bola

Porta fechada e janela aberta

"O desempenho do Benfica diante do Feirense foi pobre e, mesmo num momento em que os encarnados vivem uma crise exibicional e de resultados, não deixou de ser surpreendente a forma como a equipa de Nuno Manta se empertigou durante largos períodos, gelando as bancadas da Luz em mais uma cálida noite de final de Outubro. Mas nem tudo foi negativo para as águias. Salvaram o resultado e viram as mais recentes apostas de Rui Vitória darem passos firmes em busca da afirmação.
Svilar e Diogo Gonçalves metem pés a caminho
Enquanto a titularidade de Rúben Dias deixou de ser discutível, face ao nível da concorrência directa e à resposta dada pelo jovem central, também Svilar e Diogo Gonçalves tiveram uma noite feliz. O belga no sentido mais literal do termo. Logo no início da partida, ao jogar com os pés, teve a sorte que lhe faltou no encontro com o Manchester United, executando depois duas defesas de grande classe. O jovem extremo, mais dinâmico e envolvido, procura agora o golo para ganhar confiança e assumir-se em definitivo.
Depressão de Jiménez no ocaso de Seferovic
O mexicano não entende e tem razão para tantas dúvidas. Depois de ter sido, durante largo período, mera opção a Mitroglou, a condição de suplente de Seferovic é ainda mais controversa. Frente ao Feirense, Jiménez entrou em campo deprimido, talvez por ver o tempo a passar e o estatuto de titular indiscutível não se tornar uma realidade. O futuro a este nível parece ser, de qualquer forma, mais risonho. Depois de ter passado ‘ao lado’ de tantos jogos, o suíço não deverá ser escolha de Rui Vitória nos próximos tempos."

Do estado da arte

"Prevenir o erro de quem julga deveria ser algo de tão natural quanto consensual.

A adopção do videoárbitro, em português VaR, acrónimo que remete para a nomenclatura de um qualquer antibiótico, está a custar um bocadinho mais do que se poderia supor, mas já é inequivocamente irreversível. Daqui a uns tempos não só não terá adversários declarados como todos aqueles que foram contra a respectiva introdução passarão a ter o pudor, ou talvez o decoro, de esquecer a sua oposição e tal inovação. O que é que se há-de fazer? Há gente mesmo assim, de tudo desconfiada e em tudo preparada para oferecer uma teoria da conspiração. Se os desafios nocturnos fossem disputados à luz de velas, gambiarras e candeeiros de petróleo, e alguém advogasse a respectiva substituição por torres de iluminação artificial, estou absolutamente seguro que nem tal propósito escaparia às malhas da contestação.
O mesmo se poderia dizer também de outro ovo de colombo: a contagem do tempo de jogo. É por demais evidente que a solução para prevenir tantas e tão ostensivas discrepâncias só pode ser aquela que já vigora em diversas outras modalidades, a saber: bola em jogo e o relógio anda, bola parada e o relógio pára.
Mas haverá alguém que possa ser contra isto? Claro que sim, há. Contra isto e contra qualquer outra medida que tire poder aos árbitros. Porque aqui funciona na perfeição o sistema dos vasos comunicantes - o que desce de um lado sobe por outro. Ou seja, prevenir o erro de quem julga deveria ser algo de tão natural quanto consensual. É minha convicção que subtrair discricionaridade equivale a reduzir a margem de erro na decisão arbitral.
Então qual é o problema? O problema é esse mesmo: assim sobraria pouco espaço para se aplicar o coeficiente do erro humano. Ou seja, dando um exemplo concreto: que umas vezes se discuta a intenção e noutras a intensidade. Conforme o caso.
Mas a prova provada que aqui não cabem inocências é dada pela própria UEFA, nomeadamente ao não permitir certas repetições nos ecrãs do estádio. E até em transmissões directas.
Bem pode essa gente proclamar insignes princípios mas viver de acordo com eles é coisa completamente diferente. Reza a lenda popular que no curso do árduo caminho que levou Agostinho de Hipona a transformar-se em Santo Agostinho, este usava orar nestes termos: «Senhor, dai-me a castidade! Mas não já, não já...»"

Pedro Teixeira Pinto, in A Bola

Avalanche na Terceira!!!

Fonte do Bastardo 0 - 3 Benfica
18-25, 13-25, 21-25

Vitória por números surpreendentes na Praia da Vitória! Depois do arranque de época complicado, parece que a equipa está a entrar nos eixos...
Amanhã, temos mais um jogo, desta vez em São Miguel...

Vitória no Barreiro

Galitos 70 - 81 Benfica
18-23, 28-18, 13-19, 11-21

Boa vitória, em jogo onde nem tudo correu bem, mas o mais importante é vencer, nestes jogos após deslocações Europeias a meio da semana...!!!

Entrada fatal...

Gil Vicente 4 - 0 Benfica B


Aos 20 minutos, já perdíamos por 3-0...!!! Os jovens jogadores têm que perceber que no Benfica não existe facilidades, faz parte do processo de crescimento... Se existem derrotas que servem de lição, esta foi um 'grande' lição!!!

Mais transpiração que inspiração

"Benfica entrou forte, chegou ao golo e desapareceu. Algo se passa! E o Feirense cresceu.

Benfica entra forte... mas
1. Primeira parte com o Benfica a entrar muitíssimo bem, a jogar bonito nos primeiros 10/15 minutos, com dinâmica, agressividade, inspiração e, em virtude disso, a chegar com mérito ao golo. Viu-se, nesse período, um Benfica a querer ganhar o jogo, pois sabia que tinha pela frente um adversário que dificilmente se enervaria, disciplinado e onde só um erro permitiria um golo. E acabou por ser isso a acontecer, com Jonas a escapar à marcação e num gesto técnico perfeito a fazer o golo. A partir daí o Benfica... desapareceu do jogo. Algo se passa! O Feirense passou a controlar, não se enervando apesar de estar em desvantagem. No resto da primeira parte o Benfica foi equipa desconcentrada, dá a sensação de alguns jogadores não estarem fisicamente ao melhor nível. O Benfica dá espaço ao adversário no meio-campo, e tendo o Feirense também jogadores de qualidade nesse sector conseguiu complicar a vida ao Benfica. E, de resto, a equipa de Santa Maria da Feira podia ter marcado ainda na primeira parte.

Feirense domina
2. No segundo tempo o Feirense esteve muito melhor que o Benfica. Mais pressionante, criando oportunidades de golo, colocando o guarda-redes do Benfica à prova, e nesse sentido Svilar esteve muito bem, com duas ou três defesas de grande qualidade que permitiram ao Benfica segurar o resultado e a evitar o empate. Se o Feirense marcasse podia surpreender o Benfica no Estádio da Luz, tendo em conta que durante a segunda parte só em algumas perdas de bola do Feirense é que conseguiu originar situações de perigo, pois o Feirense dominou e controlou e podia ter levado outro resultado do Estádio da Luz.

Mais garra que técnica
3. Muitas vezes ganham-se jogos em que 90 por cento da partida é transpiração e os restantes dez são de inspiração. E foi um pouco isso aquilo que aconteceu ontem ao Benfica: teve mais transpiração do que inspiração. Mas é preciso ter a noção de que por vezes também se ganham campeonato assim. O Benfica está a atravessar fase em que é preciso mais garra, a força colectiva tem de funcionar mais que a parte individual. É certo que o Jonas apareceu bem a desbloqueou o resultado, mas houve mais transpiração do que inspiração. Há que dizer que a vitória é justa, mas se o Feirense tivesse marcado não sei quem ganharia a partida. Não jogando tão bem as equipas têm de se agarrar à garra para chegar às vitórias.

Falta pensador ao Benfica
4. Na parte táctica o Benfica manteve o mesmo sistema da última partida. Faltou um jogador cerebral, como Pizzi - em baixo de forma - costumava ser para dar apoio ao ataque. Nota para Diogo Gonçalves muito bem e dinamizar o ataque sobretudo na segunda parte, merece a titularidade, esteve muitíssimo bem. O Feirense povoou muito o meio campo, esteve superior nesse sector porque o Benfica dá aí muito espaço e o Feirense nesse sentido esteve impecável a defender e a contra-atacar."

Álvaro Magalhães, in A Bola

sábado, 28 de outubro de 2017

O Benfica abusa de Jonas

"A Liga dos Campeões volta na próxima semana. No meio desta semana quase não houve futebol. Realizou-se somente um desafio em atraso da primeira jornada da Taça da Liga. Coisa pouca. Não houve futebol mas houve política.
O presidente da FPF deslocou-se ao Parlamento. Fernando Gomes revelou aos deputados a existência de "uma claque legal que só tem registados 11 elementos". Referia-se certamente à claque do fabuloso Mira-Coelhos Futebol Clube.
Também o presidente da Liga teve intervenção política a meio da semana. Pedro Proença disse aos jornalistas que "a Liga não tem responsabilidades sobre o sector da arbitragem". Não tem responsabilidades, é verdade, mas tem imensa pena. Oh, se tem.
Na cidade Invicta realizou-se a gala dos Dragões de Ouro e o ex-jornalista Francisco J. Marques foi contemplado com a estatueta para o "funcionário do ano". Justíssimo prémio. Chega com uns bons 20 anos de atraso.
O presidente do Sporting ofereceu-se para "dar algumas cadeiras" do curso de ética para dirigentes. Não especificou, no entanto, em quem pretende dar com algumas cadeiras.
A terminar o capítulo da política, o administrador da SAD do Benfica disse saber o que falta para o clube "poder pensar em ganhar a Liga dos Campeões". O que não impede que o pessoal mais bruto se vá preocupando com o que falta ao Benfica para ganhar ao Rio Ave, ao Boavista, ao Marítimo. Sem esquecer que para ganhar ao Feirense foi uma enorme trabalheira.
Ontem bastaram os primeiros 10 minutos à Jonas para o Benfica construir o resultado. Antes de fazer o 1-0 já Jonas tinha rematado por duas vezes à baliza do Feirense. O primeiro foi um remate fraco, o segundo obrigou Caio Seco a fazer uma bela defesa e no terceiro a bola acabou por entrar. Depois aconteceu o que tem vindo a acontecer nesta temporada. O Benfica assim que se adiantou no marcador recuou em toda a linha. Foi exactamente desta maneira que o tetracampeão nacional empatou em Vila do Conde e no Funchal e perdeu no Bessa. Este tem vindo a ser um pequeno Benfica entregue em exclusivo ao talento de um enorme jogador, Jonas. É um abuso de Jonas. E pouco ou nada mais.
Na próxima terça-feira vai o Benfica a Manchester jogar com United para a tal competição muitíssimo importante para quem sabe que tem "o que falta" para a encarar de frente. O que não é o caso do Benfica nem de nenhuma equipa portuguesa. Provavelmente a equipa de Mourinho não terá muitas mais oportunidades de rematar à baliza de Svilar ou de se aproximar com perigo da área do Benfica do que teve ontem o bem mais modesto Feirense, que dispôs, com enorme facilidade, de um número impressionante de ocasiões em que deu cabo dos nervos do púbico da Luz. Isto não é normal."

Fernando Gomes é, agora, o inimigo

"As recentes intervenções do presidente da FPF foram interpretadas por FC Porto e Sporting como se de uma declaração de guerra se tratasse.

As mais recentes intervenções públicas do Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, colocou o organismo máximo do futebol nacional numa clara liderança na luta contra o que o seu líder chamou - e bem - o discurso do ódio.
Pode ter pecado, apenas, por tardio, mas tanto o artigo publicado nos três jornais desportivos, como a intervenção na comissão parlamentar foram significativas e corajosas. Directas e conclusivas.
Evidentemente que Fernando Gomes sabia que em resultado da sua acção iria ganhar como principais inimigos o presidente do FC Porto e o presidente do Sporting, porque cada qual se sentiria visado por terem escolhido um caminho de confronto sem contemplações e sem margem para tréguas. Sporting e FC Porto criaram uma santa aliança de ataque ao Benfica e a recém afirmada hegemonia do clube de Luís Filipe Vieira. Ambos consideram que os quatro títulos consecutivos foram aproveitados pelo Benfica para dominar o universo do futebol, da disciplina à arbitragem, como se tivesse apropriado da velha herança dos maus princípios e das más práticas que tinham, antes, sido assumidas pelo FC Porto e tinham levado o Dragão a um incontestado domínio de décadas no futebol português.
O FC Porto escolheu o caminho do ataque cerrado pela divulgação dos e-mails que colocam o Benfica numa situação inquieta e frágil perante uma imagem de promiscuidade e de compadrio entre algumas figuras menores da arbitragem e uns quantos benfiquistas marginais, a quem gente responsável do clube, desgraçadamente atribuiu representatividade.
O Sporting, sempre menos hábil, menos racional e, por isso, menos estratégico, atacou com uma obsessão infantil na pequena questão dos vouchers e, sobretudo, através de uma linguagem de varinagem que marca sempre mais quem a fala do quem a ouve.
Neste quadro de guerra civil futebolística, onde só os três grandes clubes são figuras activas e todos os outros figuras passivas, a posição firme e incisiva de Fernando Gomes foi tomada, por parte de FC Porto e Sporting, como uma declaração de guerra.
Sempre mais experiente e competente, o FC Porto deu sinal através das redes sociais e marcou posição inequívoca ao colocar Pedro Proença em inusitado lugar de destaque, sentando-o ao lado de Pinto da Costa, na Gala dos Dragões de Ouro.
O Sporting reagiu intempestivamente no famigerado Facebook do cidadão Bruno de Carvalho, que veio falar de Fernando Gomes, como de um velho ultrapassado dirigente que não quer sair da cadeira do poder e que estaria agarrado ao lugar, esquecendo que estava a falar da figura de dirigente de futebol português de maior prestígio internacional e, sobretudo, de alguém que tem uma notável obra feita a que ninguém, minimamente atento, seria capaz de negar um rara mérito, tudo isto, enquanto ele próprio, presidente do Sporting, ainda terá um longo caminho pela frente para poder fazer qualquer obra e apresentar algum resultado.
Fernando Gomes, até pela força moral da sua posição, do seu estatuto e da sua obra, não terá dificuldades em libertar-se dessa imagem, mas Pedro Proença precisa de encontrar rapidamente uma solução para não se deixar capturar numa guerra que não é, nem pode alguma ver ser a dele.
A verdade é que para o cidadão comum já não resta qualquer dúvida de que Federação e Liga estão de costas voltadas.
(...)"

Vítor Serpa, in A Bola

Holandeses e holandesas

"Nunca me ajustei convenientemente à ideia de que os treinadores portugueses são melhores do que os outros, tantas vezes sustentada pelos próprios. Certamente que sempre houve treinadores portugueses a chegar à elite internacional - Queiroz, Artur Jorge, Mourinho, Fernando Santos... - e fenómenos de qualidade que se aproximam - Leonardo Jardim, Villas Boas... -, no entanto parece-me desacertado deduzir que daqui alguma vez tenha resultado uma liderança intelectual de classe. Uma coisa será, portanto, aplaudir os treinadores portugueses na fina-flor, outra será crer que são, na essência, mais capacitados. É uma visão ingénua, tal como se diz que «nós, portugueses, recebemos melhor as visitas» ou que «nós, portugueses, é que cozinhamos bons petiscos». Como se os outros não achassem o mesmo deles próprios. É pensar de mais em nós, como são quase todos os pensamentos menores.
Mesmo os treinadores holandeses, note-se, estigmatizados pelos legados dos mestres Rinus Michels e Johan Cruyff - esses, sim, de segura liderança intelectual, criadores de escola, de ideologia - não são hoje donos do que quer que seja. Por estes dias, inclusivamente, parecem todos em crise; Van Gaal, Hiddink ou Dick Advocaat têm falhado projectos. Rijkaard, Seedorf ou Van Basten estão esquecidos; Frank de Boer e Koeman não escaparam à onda de despedimentos da Premier League. Paralelamente, até a selecção holandesa anda prostrada, falhando Euro-2016 e Mundial-2018.
Perpendicularmente, de qualquer forma, a melhor treinadora do Mundo para a FIFA, Sarina Wiegman, e a melhor jogadora, Lieke Martens, são holandesas. Aqui, com Ronaldo, estamos a redefinir a cronologia e a narrativa do futebol. Mas nos treinadores somos iguais aos outros temos bons e maus elementos, temos bons e maus momentos."

Miguel Cardoso Pereira, in A Bola

9 factos do Meo Rip Curl Pro Portugal

"1. As previsões de mar para o MEO Rip Curl Pro Portugal eram brilhantes para os primeiros dias de prova. Entenda-se que este ‘brilhante’ vai muito além das motivações do surfista comum. Isto porque os Supertubos estavam de gala mas impunham um respeito de sobrevivência apenas ao alcance de alguns. Falamos dos melhores do mundo e de os colocar perante ondas de consequência mesmo sem ser uma prova do circuito mundial de ondas grandes. Ouvimos reacções extremadas e drama. Confirmamos assim o quão espectacular é receber os melhores do mundo nos Supertubos.
2. O retrato internacional da Praia do Medão, nome original dos Supertubos, retoma agora as suas propriedades de desafio e intimidação lado a lado com qualidade e perfeição. A versatilidade de Peniche em receber provas desta magnitude é boa. Mas melhor são as ondas produzidas pelas bancadas de areia do Medão.
3. Outubro é o mês da excelência em Portugal. Para além da qualidade das ondas, é igualmente importante haver condições meteorológicas que convidem ao evento. Não esquecendo o Outono mas também com alguma sorte à mistura, Peniche brindou os visitantes com autênticos dias de praia como só em Portugal nesta altura do ano.
4. Frederico Morais mantém-se firme na luta pelo prestigiante título de “rookie of the year” (melhor estreante do circuito mundial). Mesmo com o peso emocional da praia toda a apoiar, com uma licra de 150m2 estendida nas bancadas e com os olhos d os que lhe são próximos em cima de si, Kikas não cai. A maturidade e feracidade dentro de água contrastam com a grandeza e devoção fora dela. Como surfista residente na elite do surf mundial, o seu 9º lugar foi o melhor resultado de sempre para um português nesta prova. Frederico aponta e agradece mas fá-lo como só os enormes sabem fazer.
5. Vasco Ribeiro mostra todas as capacidades para figurar entre os melhores dos melhores. Com momentos de superação a si próprio e níveis de confiança elevados, o surfista cascalense fez a melhor onda do primeiro dia de prova (9.37 pontos numa escala de 0-10), eliminou o australiano Owen Wright arredando-o da luta pelo título mundial, e ainda se bateu sem qualquer timidez com o havaiano John John Florence em condições onde este é mestre mas, tivesse o português saído de mais um tubo, e talvez a história hoje contada fosse outra.
6. Viu-se um pouco de tudo. Desde espectadores totalmente vestidos a nadar mar adentro para serem os primeiros a garantir propriedade das muitas pranchas partidas. Passando pela vontade em ver os melhores do mundo na verdadeira primeira fila mesmo que tal implique estar sujeito a ser parcialmente varrido pelas ondas na maré cheia. E terminando pela impressionante quantidade de pessoas que emoldurou a estreita faixa de areia dos Supertubos. Que não haja dúvidas: os portugueses adoram o Surf.
7. Os patrocinadores inventaram-se mais uma vez. Surf em forma bungee jumping, uma campanha de sensibilização e protecção dos oceanos contra os plásticos, drones no ar, gastronomia de mar, e mais um sem número de iniciativas e eventos laterais preencheram a agenda. Para além do surf surfado, animação não faltou. Dia e noite!
8. O título mundial segue para o Havai. Mas não sem a pegada portuguesa ou mesmo europeia. Gabriel Medina, brasileiro, chegou à Europa fora dos lugares de topo. Jordy Smith era detentor da licra amarela antes de França, entregando-a a John John Florence para a prova portuguesa. Mas Medina venceu as duas etapas de forma inédita, apresentando-se quase como alvo a abater, mesmo sem o ser. Uma coisa é certa, após a vitória em Portugal, a mensagem foi só uma: tive que trabalhar bastante!
9. Terminou na passada 4ªfeira mais uma edição do MEO Rip Curl Pro Portugal. E não foi qualquer uma. Pela 9ª vez consecutiva, Portugal constituiu-se como palco por excelência para receber os melhores surfistas do mundo. É bom reviver o sucesso da organização portuguesa. Melhor ainda é constatar que todos – surfistas, espectadores, patrocinadores, parceiros e órgãos de comunicação social – voltam para casa emocionalmente preenchidos. Verdade seja dita: é um dos melhores eventos (e não falo só de Surf) realizados em Portugal. Parabéns a todos os envolvidos."

Felipe, Salmos 44 e 89

"Não admira a complacência bíblica perante a religiosidade posta em campo pelo Filipe.

Tal como um senhor doutor juiz da comarca do Porto (aquele que conquistou celebridade internacional graças à dimensão bíblica de uma sua sentença sobre questões familiares de pancadaria de trazer por casa), também um outro juiz do Porto, não da comarca mas da Associação de Futebol da mesma cidade, se viu no decorrer desta semana em altíssimos apuros teológicos quando foi chamado à prática da justiça em pleno estádio do Dragão, na ocorrência de um animadíssimo jogo entre os donos da casa e os seus vizinhos do Leixões, a contar para aquela coisa diabólica chamada Taça da Liga.
Para quem não sabe, a Taça da Liga é a mais recente prova oficial do calendário da bola nacional e vai este ano para a sua 10.ª edição. Significa que está, precisamente neste momento, a sair da infância e a entrar na adolescência. O FC Porto já esteve presente em duas finais mas não ganhou nenhuma, tendo vindo a ganhar apenas uma enorme aversão ideológica à dita competição. O próprio presidente do clube – a quem chamavam "o Papa", noutros tempos – excomungou a Taça da Liga numa noite inesquecível de 2012, depois de a sua equipa ser eliminada pelo Benfica numa meia-final disputada na Luz e excomungou-a com palavras terríveis: "Desta já estamos livres!", disse Pinto da Costa. E disse-o com tanta ênfase que, de facto, até parece que não podia ter encontrado melhor matéria para pôr à prova o atributo da sua divina infalibilidade.
Os críticos, sempre mordazes, e o público em geral têm feito desta alergia do FC Porto à Taça da Liga um bicho-de-sete-cabeças quando, na realidade, se trata apenas de mais uma coisa muito comezinha do nosso futebol. Tome-se o exemplo da Taça de Portugal, hoje considerada a prova- -rainha, que arrancou em 1939 e que o FC Porto só viria a conquistar pela 1.ª vez em 1956, depois de 17 anos a ver-se livre dela. Enfim, o que lá vai, lá vai…
Voltemos ao juiz da Associação de Futebol do Porto que esteve no Dragão na terça-feira passada. Chama-se Vasco Santos e foi acusado recentemente de ser "um padre" ao serviço da Catedral da Luz. Não admira, portanto, a sua complacência bíblica – "haveremos de pisar os que se levantam contra nós!" (Salmos 44) – perante a aprazível religiosidade posta em campo pelo jogador Felipe, do FC Porto, que vem desde o princípio da época exibindo um fervor ímpar, jogo após jogo, e que só por milagre lá vai conseguindo ficar em campo até ao fim dos 90’ de cada serviço. No desafio com o Leixões – que, por sinal, terminou empatado 0-0 –, o bom do Felipe lá fez o que quis dos adversários – "eu os derrubarei" (Salmos 89) – e voltou a sair em glória. Isto não é para quem quer, é para quem pode.

Cinco vezes o melhor do mundo
CR7, a alcunha que mais soa a fórmula química do que a poesia
Em 2013, quando regressou ao Chelsea depois de um périplo por Milão e Madrid, eterno provocador, entendeu José Mourinho que era o momento para ‘picar’ Cristiano Ronaldo, com quem não terá tido uma relação pacífica no Real. Numa entrevista à ESPN, o treinador português, recordando a sua passagem por Barcelona como adjunto de Bobby Robson e de Van Gaal, atirou: "Aos 30 anos treinei Ronaldo, não este, mas o verdadeiro…" sendo que o ‘verdadeiro’ era o brasileiro Ronaldo, o Fenómeno, e o ‘este’ era o português. Assistindo esta semana à entrega, pela quinta vez, do prémio de melhor jogador do mundo ao capitão do Real Madrid e da Selecção portuguesa, esteve o ‘verdadeiro’ Ronaldo na companhia de um argentino a quem chamaram ‘a mão de Deus’. Esta dupla duplamente de peso prestou homenagem a CR7, alcunha que mais soa a fórmula química do que a poesia, o que não deixa de ser apropriado. CR7 é o mais extraordinário produto que o laboratório do futebol alguma vez produziu."

Futebol precisa de autoridade

"O desprezo dado ao apelo feito pelo presidente da FPF no Parlamento não apanhou ninguém de surpresa.

O desprezo dado ao apelo feito pelo Presidente da Federação Portuguesa de Futebol no Parlamento não apanhou ninguém de surpresa: aqueles que andam há anos a incitar ao ódio e à discórdia dentro e fora de campo não podiam vir agora bater palmas a um qualquer projecto de regulação e concórdia. 
Não é imprescindível uma verdadeira autoridade no combate à violência no desporto? Não são fundamentais sanções mais duras para dirigentes e adeptos infractores? Não são ridículas as multas praticadas em Portugal nesta matéria? Claro que este apelo cai em saco roto junto daqueles que todas as semanas, religiosamente, fazem sair mais um comunicado ou um e-mail a levantar suspeitas sobre os homens do apito ou a procurar o confronto apaixonado e irracional da turba. Nada de novo!"