"Em São Tomé e Príncipe vivem cerca de 190 mil pessoas. Não vos sei dizer a percentagem de Benfiquistas que existem nestas ilhas paradisíacas, mas pela quantidade de camisolas do Glorioso que por lá vi na semana passada, posso assegurar-vos que não há comparação sequer com os outros clubes portugueses. De um modo muito simplista - e numa análise que nada tem de científica, mas que nasce da observação que fiz durante meia dúzia de dias - posso dizer-vos que, para cada fez camisolas do SL Benfica, devo ter visto duas do FC Porto e um do Sporting. E querem saber a melhor? As camisolas do nosso Clube eram das últimas épocas, como se percebia pelo patrocínio das mesmas. Já a dos outros... remetiam para temporadas longínquas, esbatidas pelo tempo.
Foi, por isso, longe de Portugal que assisti ao protesto da nossa equipa de hóquei em patins na meia-final da Taça de Portugal. Uma tomada de posição justíssima, se querem que vos diga. Nós fomos tricampeões e a Federação Portuguesa de Patinagem entregou o título à agremiação que ficou em segundo lugar.
Foi também por São Tomé que assisti ao alegado 'escândalo' dos emails que resultou em nada, uma brincadeira de meninos queixinhas sem argumentos para a superioridade do Tetracampeonato em campo.
Foi também por lá que fui seguindo online a avalanche de contratações bombásticas do terceiro classificado e as já tradicionais declarações dos seus jogadores e dirigentes ao melhor estilo 'este ano é que é'.
Nada de novo, a caravana vermelha continua a passar e as gentes de São Tomé e Príncipe nem ligam ao ruído do ladrar."
"Pela dimensão, pela história, pelo palmarés, pelo prestígio nacional e internacional, sempre fomos um alvo da inveja dos rivais. Se quando não ganhávamos já assim era, ganhando, e ganhando muitas vezes, o desespero tomou definitivamente conta de algumas almas, e levou a que recorressem aos meios mais sórdidos para esconder os seus fracassos e subtrair os nossos méritos. Eles que se entretenham, pois, com o folclore mediático que criaram e diariamente alimentam.
Nós entretemo-nos com os títulos que conquistámos, e que queremos voltar a conquistar. A cada um o que merece. É simples entender o que procuram: voltar aos tempos do 'Apito Dourado', e fazer no futebol (onde antes havia Guímaros, Calheiros e Silvanos) o que ainda fazem no hóquei (onde há Rainhas e Pintos).
No plano do jogo sujo, da fraude e da intoxicação informativa, sempre foram especialistas. Nisso, são de facto imbatíveis. Nós somos bons é no campo, e será nele, com revigorada motivação, com redobrada capacidade de trabalho, que teremos de dar resposta a todas as provocações de que temos sido objecto.
A próxima temporada desportiva vai ser demasiado importante. Mais importante que as anteriores. Teremos de ser ainda melhores para responder, com vitórias, aos combates que nos movem. No futebol e não só.
A nós, sócios e adeptos, cabe-nos estar unidos em torno do magnífico projecto desportivo que o Benfica tem levado a cabo, e apoiar dia após dia, em todos os momentos, o clube, os seus dirigentes e os seus profissionais. Se assim for, os cães podem continuar a ladrar, que a nossa caravana triunfante seguirá em frente."
"No passado fim de semana tive o privilégio de participar no 20.º aniversário da Casa do Benfica de Zurique. Foi uma verdadeira festa à Benfica, abrilhantada com a presença do capitão António Veloso. Fundada em 24 de Junho de 1997, a nossa embaixada neste conhecido e poderoso cantão suíço é um bom exemplo da forma como se vive o Glorioso. São 13 magníficos dirigentes que gerem a Casa n.º 100 do Sport Lisboa e Benfica, uma instituição que tem esta particularidade que me surpreendeu - 215 atletas federados. Para que conste, a nossa Casa em Zurique possui 14 equipas de futebol, duas delas femininas. E todas as nossas equipas são treinadas por 26 treinadores, formados localmente. As grandes atracções são as equipas de futebol feminino - uma sénior e outra de Sub-16.
Durante a festa foram justamente recordados os anteriores presidentes. Fernando Almeida foi o primeiro líder desta Casa e, infelizmente, já não se encontra entre nós para poder festejar o sucesso que tem sido este modelo de benfiquismo. Manuel Martins antecedeu o actual presidente e também foi homenageado. A missão de António José Figueiredo e seus pares não é fácil. 'Somos uma verdadeira equipa e cada um de nós desempenha um papel fundamental. Aqui respiramos e vivemos os valores e os princípios do nosso Clube, como o orgulho em pertencer à maior instituição portuguesa, a dedicação de todos, mas há algo do qual não abdicamos - a responsabilidade e motivação na busca de melhores resultados', eis a receita que me foi confidenciada pelo actual líder. A todos os presentes ouvi um desejo - venha o Penta!"
"Portugal despediu-se da possibilidade de vencer a Taça das Confederações com a sensação de não ter feito a melhor das exibições na partida com o Chile, equipa fortíssima, bicampeã da América do Sul, que junta uma noção exemplar de colectivismo a várias unidades de luxo. Mas os sinais de compromisso dos jogadores lusos (mesmo que alguns tenham denotado cansaço) e de competência do seleccionador (os mesmos princípios de sempre, desta vez Kazan não foi Marselha...) são suficientemente fortes para que o optimismo continue a acompanhar a equipa de todos nós.
Dentro de menos de dois meses regressa o campeonato nacional e com ele inicia-se a aventura do videoárbitro (VAR). Como se viu na Taça das Confederações, continua a haver margem de erro, mesmo que muito mitigado e é bom que nos preparemos para conviver com essa realidade. No Portugal-Chile ficou por assinalar uma grande penalidade contra a nossa equipa e a culpa não foi do sistema colocado à disposição dos árbitros, assistiu-se, isso sim, a um erro humano pouco desculpável e apenas entendível em função da novidade do VAR.
Porém, o balanço, em termos de verdade desportiva, é francamente positivo; o que continua a fazer falta é lutar contra a ideia de infalibilidade, algo que não existe. Digamos que, numa escala de zero a dez, o erro andava pelo quarto e agora passará a andar pelo um. Mas, percebe-se por algumas reacções (e não só por cá...) que, por um lado, continua a fazer falta mais esclarecimento; por outro, tal como sucede no râguebi, seria bom, em nome da transparência, que se ouvissem as conversas entre o árbitro e o VAR."
As boas tradições são para se manterem, e é uma boa tradição este nosso encontro anual de convívio dos representantes do povo com o clube do povo, o Sport Lisboa e Benfica.
Faz um ano, lançámos como grande objectivo a conquista do nosso primeiro Tetra. Pois bem, aqui está connosco a taça do primeiro Tetra da nossa história, num ano em que fizemos o primeiro triplete dos últimos 36 anos – e que culmina quatro anos em que afirmámos uma hegemonia do futebol português com números que falam por si.
Nos últimos quatro anos, em 16 títulos possíveis conquistámos 11. Houve quem, na mesma altura, não conquistasse nada ou apenas dois. E isso faz toda a diferença.
Resultados desportivos que são o culminar de um projecto de recuperação, credibilização e profissionalização do Benfica em todas as áreas.
Hoje temos contas consolidadas, um património e um conjunto de infra estruturas que nos permite olhar o futuro com total confiança.
Estamos a avançar com um novo ciclo de ambição, que passa por uma nova geração de infra estruturas com o alargamento da Caixa futebol Campus e a criação do novo Centro de Alto Rendimento que se vai localizar no concelho de Oeiras.
Nova ambição que passa também, pela expansão e uniformização das Casas do Benfica, pelo reforço da Fundação Benfica, pela Rádio Benfica e pela criação da nova plataforma digital – o novo site – que vai ser âncora da estratégia de proximidade com os nossos milhões de adeptos espalhados pelo mundo.
Somos reconhecidamente a melhor marca do país. Neste último ano sucederam-se as notícias a colocar o Benfica no top 10 dos mais variados estudos. Seja do ranking da UEFA, do clube que melhor rentabiliza as vendas dos seus activos, em número de espectadores no Estádio, passando pelas inúmeras estrelas internacionais das várias áreas que fizeram questão de aparecer com a nossa camisola.
E um dos aspectos em que mais nos distinguimos, foi pelo reconhecimento do trabalho realizado, pela nossa famosa escola de formação do Benfica.
Neste momento, talentosos jovens que jogam em grandes clubes internacionais procuram vir para o Benfica, porque sabem que para além da forte aposta na sua formação, têm oportunidades de mostrar o seu valor na equipa principal.
Por isso, este ano lá teremos uma nova fornada de cinco a seis jovens vindos da equipa B a iniciar a época na equipa principal. Ganhar faz parte do nosso ADN e é na formação que queremos desde logo construir essa mentalidade.
Em síntese, temos provas dadas, resultados, uma estratégia e um novo rumo já definidos, o que nos torna fortes, unidos e coesos com confiança total no trabalho que temos todos juntos vindo a desenvolver.
Mas, caras e caros Benfiquistas, nas últimas semanas, o País assistiu a uma agitação no mundo do futebol, que procurou instalar a ideia de que todos somos iguais e que teria, caso resultasse, o efeito de destruir os restos de credibilidade que ainda levam adeptos aos estádios e os sócios a apoiarem os clubes da sua preferência.
Ao mesmo tempo, tentou-se criar um manto de suspeita e condicionamento sobre todos os agentes desportivos quando se aproxima o início de uma nova época.
No ambiente de grande agitação que foi artificialmente criado, o Sport Lisboa e Benfica foi brindado com uma sucessão de acusações, todas elas falsas e infundadas.
Neste momento, cabe-nos manter a serenidade e conservar distância em relação a comportamentos que não são próprios da actividade desportiva e muito menos próprios das relações que devem existir entre parceiros do mesmo sector de actividade.
Por isso, importa destacar que só devemos travar as batalhas que nós próprios escolhemos, jamais aquelas para onde nos querem arrastar.
O Benfica em nada contribuiu para este conflito suicida que, no final, acabará por vitimar quem a desencadeou e alimentou de forma irresponsável. Por essa razão, congratulamo-nos pelo facto de o assunto já ter sido levado às instâncias próprias.
Quero garantir aos sócios e simpatizantes do Sport Lisboa e Benfica que no nosso Clube não existem actos praticados à margem da lei, nem condutas que possam ser objecto de censura.
A seu tempo, este facto ficará claro para todos.
Os Benfiquistas não devem estranhar que o nosso Clube esteja a ser o alvo de ódios alheios.
Os sucessos desportivos, a estabilidade financeira e a existência de uma organização muito profissional são motivo de incómodo para quem não pode orgulhar-se de estar no patamar de excelência, que faz do Sport Lisboa e Benfica uma referência a nível internacional.
E desenganem-se aqueles que pensam que nos fazem distrair dos nossos principais objectivos, pelo contrário, a todos os Benfiquistas quero garantir que o nosso foco está e estará no planeamento e preparação da próxima época, nas mais diferentes modalidades, para que no final voltemos a ter as alegrias, que tanto nos faz ter orgulho no nosso Clube.
E por isso não tenham dúvidas, vamos iniciar esta nova época com renovada ambição porque temos um novo feito inédito a conquistar o Penta.
Rumo ao Penta
Sempre com humildade e respeito por todos os adversários.
E sempre contando com esse apoio inexcedível dos milhões de Benfiquistas que por onde a nossa equipa se desloque, estão sempre lá a apoiar.
Mas quero fazer uma confidência sobre o segredo dos nossos resultados, a verdadeira poção mágica para tantos golos marcados e defesas extraordinárias.
O nosso feiticeiro mor chama-se Rui Vitória.
As fantasias mais deslumbrantes são do Jonas, os segredos mais poderosos do capitão Luisão, a poção mais forte de Fejsa que por onde passa ganha todos os títulos. E os pós mais inebriantes saem dos dribles dos nossos vários artistas como o Nélson Semedo, Cervi, Rafa e tantos outros.
Mas temos mais segredos. Investimos em formação em vez de crime informático. Em aprender com os erros em vez de culpar sempre terceiros. Em estabilidade em vez de despedimentos de sucessivos treinadores. Num próprio rumo em vez de alianças negativas.
E por isso digo sempre, a melhor resposta que podemos dar é continuar focados no nosso trabalho e continuar a ter resultados.
Benfiquistas, um Clube com a força dos nossos adeptos, em Portugal e no Mundo, está obrigado a trabalhar para ganhar, para formar, para ser uma referência.
É este o nosso registo, positivo, sólido, ganhador e global. Podem continuar a contar com o Benfica para ganhar.
É jovem, não é seguro que fique no plantel principal, pode acabar na B ou ser emprestado, mas a 'forma' como foi apresentado... e as indicações que vi no recente Euro sub-21, prometem...!!!
Vamos ver como se vai adaptar ao nosso futebol, é um médio-ofensivo, que pode fazer de 8 (e até parece ter boas características para '10'!!!) Nos últimos anos, temos contratado 'poucos' jogadores para esta posição (comparando com outros lugares...), e só por isso, já merecia destaque...
Joga com o pé direito, é alto, marca golos, principalmente de bola parada, mas tem bons pés, e parece saber fazer assistências no último terço...
Com o Pizzi na Selecção, com o Krovonovic a recuperar de uma lesão, nos primeiros treinos da época, o Horta, o Pêpê e agora o Martin Chrien vão ter minutos seguramente... é aproveitar!
"Obrigado a todos os que me criticaram e - também - a todos os que me ajudaram. Mas o maior obrigado, claro, a todos os que me leram.
N - 1
No princípio de 1995, Aníbal Cavaco Silva, então primeiro-ministro de Portugal, quase a completar 10 anos nessas funções (ele que... «nunca foi político» e que passou os 10 anos seguintes a condicionar tudo e todos para poder ser Presidente da República, onde este mais 10 anos... embora - repita-se -... «nunca tenha sido político»), anunciou a sua saída de presidente do PSD, não se recandidatando a essas funções, no Congresso que estava já convocado para o mês seguinte.
E, deixando o PSD como deixou, nos dias seguintes à sua decisão explicou, urbi et orbe as motivações da sua saída.
De entre todas as explicações, houve uma que me tocou - a mim, deputado da então maioria, desde 1987, cargo esse que... apoiando o Governo, sendo ministro de um deles ou na oposição... haveria de exercer até 2009 - de forma especial.
Poucos se lembrarão, até porque esta parte da entrevista a Cavaco Silva é pouco (ou muito pouco) recordada, mas ele explicou que a razão principal da sua saída for ter percebido que, se nas eleições que se realizaram um Outubro, ainda tinha condições para ganhar... já não as teria no acto eleitoral seguinte.
E, assim, teria decidido sair no momento anterior àquele em que seria obrigado a fazê-lo.
Era o que designou da teria N - 1.
Ouvi e - para além de muitas coisas em que me identifiquei com Cavaco... e com algumas em que me sentia nos antípodas do que ele pensava e fazia - não deixei de concordar com esse princípio de vida em democracia.
Devemos sempre deixar os sítios (ou os cargos) de onde seremos obrigados a sair (não interessam agora as causas nem as razões, porque isso é... outra conversa) no momento anterior em que obrigatoriamente o teríamos de fazer.
Claro que as razões dessas saídas poderão ir desde acharmos que não ganhamos as eleições a seguir às próximas (como seria este o caso), de sermos obrigados a sair porque no mandato seguinte deixaremos de ter condições para, em consciência, desempenharmos o cargo para que seríamos eleitos sem violentarmos os nossos valores e os nossos princípios, até à avaliação que fizermos de, se lá continuarmos, a vida se poder encarregar de não deixar que se lembrem de nós como vencedores mas, antes, como vencidos!
Ou seja, N - 1.
Confesso que devo muito - como todos os portugueses - a Cavaco Silva.
Mesmo os que, depois, se desiludiram com ele (e, por maioria da razão, os que nunca se entusiasmaram com a sua liderança).
Mas devo-lhe a teorização deste princípio universal que sempre tive como certo: sair dos sítios antes de nos fazerem sentir a mais!
N - 1... na Bola
Este é - se for publicado - o meu artigo 99 em A Bola. Como - anteriormente, nos anos 90 - já havia escrito em O Jogo e no Record.
O 99.º, desde o dia 13 de Agosto de 2015.
Fazendo, desta forma o pleno dos jornais desportivos (embora, com toda a franqueza, não sei de daqui a 20 anos... os jornais serão tão relevantes... ou existam, mesmo, como há... 20 anos).
Mas isso são previsões para outros momentos, que não os de despedida.
Em 13 de Agosto, era o Benfica bicampeão nacional!
Em 28 de Junho - hoje, portanto - o Benfica é tetracampeão nacional.
Com todas as condições para ser... penta!
Por mim, chegou o momento N - 1, em A Bola.
Com um agradecimento público, sincero e muito sentido, a quatro pessoas que gostaria de nomear.
Ao Vítor Serpa, pela responsabilidade formal do convite e pela simpatia com que sempre me tratou, a mim, simples opinador, ele, um velho monstro sagrado do jornalismo desportivo... apesar de não ser... do Benfica!
Ao Paulo Cardoso, administrador da empresa proprietária do jornal, velho novo (ou novo velho??) amigo, com quem me cruzo... muitas vezes, nos almoços, no... Sinal Vermelho!
O mesmo Sinal Vermelho onde me cruzo com o engenheiro Arga e Lima, proprietário de A Bola e legítimo portador das bandeiras de quem fundou a imaginou o jornal como grande referência da imprensa desportiva nacional, herdeiro não só da propriedade, mas também da superioridade moral e intelectual de quem sabe que há coisas que... se têm ou nunca se terão (e ele tem)!
E, por último, ao José Manuel Delgado, grande amigo dos tempos da Faculdade, em que discutíamos tanto futebol que... passámos a ser amigos para a vida.
Para a vida, independentemente de tudo.
E o tudo significa nunca termos deixado de perceber o papel que cada um desempenhava, o que cada um podia contar, ou, mesmo, o que cada um poderia contar... depois de ter ouvido... muito mais do que poderia ser contado.
É assim a vida!
Como em tudo... também na Bola... N - 1.
E se há lugares de onde saímos, por causa do N - 1, para voltarmos... há outros de onde saímos porque já não queremos lá estar!
Com a percepção certa do eu, no tempo e no espaço... onde devemos estar!
É isso a vida!
Conhecendo o nosso mundo (onde somos actores e guionistas) e... as nossas convicções.
Porque, mais do que nos e as nossas circunstâncias... devemos ser nós e os nossos valores!
Para que, com isso, o tempo volte a ser (todo) nosso!
N - 1... Antes do 100
N - 1... antes do 100, antes do penta, antes de... Obrigado aos meus (em termos deste jornal, obviamente)... 4 cavaleiros do Apocalipse (no bom sentido, claro)!
Obrigado a todos os que me... criticaram e - também - a todos os que me... ajudaram!
Mas o mais obrigado, claro, para todos os que... leram! Obrigado a A Bola!
"A situação à volta do Benfica não é confortável. Espero que tudo se esclareça rapidamente pelas vias legais adequadas. Gostaria, por agora, se salientar dois pontos.
O primeiro tem a ver com os agora arautos da verdade, em regime de condomínio fechado. Falam como imaculadas personagens, prenhes de amnésia. Servem-se lautamente de pirataria informática e sentem-se bem nesse mundo de total bufaria. Sentenciam como doutos juízes de instância suprema, reinventam regulamentos, ressuscitam intervenientes, querem fazer confundir datas e épocas e pregam a moral dos ofendidos (de um tetracampeonato). Só lhes falta a essência do nexo de causalidade. Como dizem os italianos, che peccato!
O segundo diz respeito ao meu clube. Sem prejuízo do que há por esclarecer, sinto-me incomodado. Sobretudo, por ver o SLB ser posto em causa por alegada interferência que não foram eleitas, mas que por lá andam. Repudio absolutamente esta degenescência hierárquica e democrática. Não aceito ver o meu clube na praça pública por alegadas práticas de chico-espertismo à revelia dos sócios. Independentemente do que a justiça desportiva e civil decidirem no meio desta emaranhado de acusações falsas ou verdadeiras, o custo reputacional já é significativo. A boa reputação demora anos e anos a ser edificada (como LF Vieira fez), mas pode ser ferida gravemente num breve tempo. O meu Benfica é o da transparência, seriedade, e rigor. O meu Benfica é incompatível com a sua representação por pessoas que ferem esta sua imagem. Nunca é tarde para tomar as medidas que se impõem. É voltar às origens. E respeitar a memória de 113 anos."
Bagão Félix, in A Bola
PS: Costumo concordar em absoluto com o consócio Félix, mas hoje, discordo do ênfase no segundo ponto! Posso até concordar em tese, mas neste momento, existem outros temas mais importantes...
Como Rui Gomes da Silva, afirma hoje, estes reality shows diários, anti-Benfica, não querem Benfiquistas nestes programas... vivem do ódio ao Vermelho... Pessoalmente, defendo à muito, que nenhum representante do Benfica, devia aparecer nestes programas... Mas sei que isso é impossível, agora acho que o Benfica devia fazer tudo para impedir o seu nome (marca registada), ser usado em programas de entretenimento... Não são programas de informação, são no mínimo programas de desinformação...
Não é fácil manter a compostura naqueles antros, e por isso considero as criticas ao Guerra excessivas... Até porque se o Guerra fala demais, é chato, entre outras coisas... pelo menos está bem informado, tem dados correctos, e consegue muitas vezes em directo, desconstruir os mitos anti-Benfica, algo que praticamente mais nenhum comentador Benfiquista consegue fazer...!!! Só o António Melo tem mais 'bagagem' histórica do que o Guerra... e infelizmente o Tó já não tem tempo de antena...
"Sempre que oiço falar do que na vida me atormenta ou me espanta, penso: talvez a Ella Berthoud e a Susan Elderkin resolvam (ou expliquem...) Eu explico: a Ella e a Susan têm um livro que se chama Remédios Literários. Nele usam os melhores romances para tratarem, com as suas metáforas ou seus sinais em doses homeopáticas, de delírios e escapismos, de patifarias e atrapalhações, de minas e armadilhas, de línguas azedas e vícios secos (& mais e não apenas do que é mau ou reles...)
Por exemplo, através de O Monte dos Vendavais de Emily Bronte mostram como a vingança (e não só...) é uma destrutiva cadeia em efeito dominó - que se abre quando Mr. Earnshaw, o senhor dos Vendavais, leva para casa o órfão Heathcliff, deixando Hindley e Catherine os filhos, varridos por ventos de ciúmes e Earnshaw acaba por vingar-se de todos, morrendo. Por entre vinditas que se sucedem, Hindley torna-se jogador, dedica-se à bebida, escondidos subterfúgios levam-no a mais bebida e mais jogo (e acaba morto também...) Dá no que dá, seguem-se paixões imprevistas e seduções perigosas, alianças imprevisíveis e casamentos forçados, fantasmas à solta e prisões sem grades, tropelias magoadas e hipocrisias de viés, culpas imaginadas e desculpas perdidas.
Mas não, não foi só pela vingança (também foi pela artimanha e a videirice...) que o futebol português parece ter caído no seu Monte dos Vendavais - num jogo que não se joga com bola, se vai jogando com rufias a parasitá-lo e mariolas a prostituí-lo. A Ella e a Susan também mostram com a Expiação de Ian McEwan que a mentira se faz de muitas cores - e não apenas com o Briony preso nos seus enganos e inventar narrativas para se salvar. E se, a cada dia que passa (nos seus fariaísmos e suas manigâncias...), há sempre mais do que um Briony a saltar-se, vergonhoso, do fundo dum mail - a virtude que pode haver nisto tudo é o poder acabar-se com eles, extirpá-los. Se tal acontecer, o futebol de verdade ganhou alguma coisa. Aliás, muito."
"Da relva para a lama. Da ética normativa para o reino dos interesses sem regras. Da sensatez para a mais autofágica turbulência. Da exemplaridade para o mais reles nível. Da leal competição para a guerra total. Da decadência para a ausência de pudor. Da estabilidade para o arrivismo inconsequente. Da transparência para a mais ordinária delação. Da constatação do erro para a abusiva generalização do dolo. Da cooperação para a vendeta. Da verdade como atitude para a mentira e intriga como táctica. Eis como, com brandura, se pode classificar a patologia do nosso futebol. Transversal aos clubes, em que uns são mais iguais do que outros. E onde a memória se esboroa a cada esquina de oportunismo doentio. Onde uns acusam outros e vice-versa, não se vendo ao espelho e julgando-se imaculados. Onde tudo vale por nada valer. Tudo agora reforçado com a parva delegação de porta-vozes funcionários, sem que se ouçam as vozes que os sócios democraticamente elegeram. Com as crianças hoje, adultos amanhã, a respirarem este ar poluído e até venenoso, sem que haja coragem para dizer basta. Com programas nojentos em alguns canais de tv para os quais, em nome do totalitarismo das audiências, não há limites deontológicos e éticos e onde a prostituída regra é a de que qualquer fim (deles, claro) justifica qualquer meio. Um abandalhamento total com intervenientes que, por vã glória, colaboram no assassinato deste desporto.
Este não é o futebol da naturalidade de se ganhar e de se perder (e saber aceitar). Quem acode à sua reabilitação como (parafraseando António Gramsci) «um reino de lealdade jogado ao ar livre»? É uma utopia? Pois que seja."
"Há não muito tempo nos serões televisivos discutiam-se palavrões. O presidente do Sporting tinha dito «bardamerda» para quem não era do seu clube e o tema rendeu de pano para mangas.
Bruno de Carvalho inspirou-se num termo aplicado num contexto absolutamente distinto e bem mais apropriado pelo seu tio-avô Pinheiro de Azevedo, almirante que em 1975 chegou a primeiro-ministro de Portugal durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) no pós-25 de Abril.
Convenhamos: a afirmação é uma grosseria sem sentido, porém, não tem valor-notícia.
Serve este episódio para sublinhar que o futebol português vive em permanente discussão. Quando não há tema, arranja-se um e essa premência em fomentar o conflito prejudica a hierarquização sobre o que vale ou não a pena ser escrutinado.
No fundo, o exercício do jornalismo responsável até é simples: há que separar o trigo do joio e não publicar ou difundir o joio.
Em termos noticiosos, o denominado «caso dos e-mails» é boa parte dele «trigo». Se se provarem os indícios, as denúncias e acusações imputadas a pessoas ligadas ao Benfica são graves e abalam seriamente as estruturas do futebol português – por muito que haja uma recente tentativa do departamento de marketing encarnado em aligeirar o tema e abordá-lo sob uma perspectiva humorística.
O caso é de polícia (está entregue à Unidade de Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária) e, estando sob alçada da justiça desportiva e civil, é neste âmbito que se terão de apurar factos e responsabilidades.
Contudo, o meu ponto aqui não versa a justiça, mas sim o jornalismo.
Cabe então o quê ao jornalismo?
Na forma como concebo a profissão cabe a quem a exerce tentar apurar informação relevante sobre o processo, verificando-a através de diferentes fontes, relacionar dados e fazer todas as perguntas que têm de ser feitas aos visados até que as devidas respostas sejam dadas. Cumpre-se assim a missão de esclarecimento da opinião pública.
Mesmo que privilegiemos o espectáculo em detrimento da polémica, há que esclarecer os fundamentos de uma suspeição tão pesada que pode manchá-lo de forma insanável.
Defender o espectáculo é, antes de tudo, fazer luz sobre as sombras que pairam sobre o jogo e são o seu principal inimigo.
Há portanto que abordar casos como este com rigor, equilíbrio e espírito crítico. Aliás, sem espírito crítico um jornalista é pouco mais do que um dactilógrafo.
Essa abordagem implica também responsabilidade por parte da comunicação social, que se quiser dedicar-se a debater um tema de justiça consecutivamente deve promover debates sempre com pontos de vista diversos.
Deve de, por exemplo, quando difunde a opinião de um comentador independente ou de determinado especialista em arbitragem ou em direito desportivo, divulgando um parecer como se fosse o único possível, ter em conta se há alguma conotação do formador de opinião com uma das partes em conflito.
Cabe à comunicação social, no fundo, respeitar a inteligência da sua audiência. Ao fazê-lo está a defender-se, porque a batalha além de jurídica é também mediática.
Voltando ao início do texto, não é por culpa das alusões a Pinheiro de Azevedo que o clima de PREC se instalou no futebol português; mas sim da lógica gonçalvista de «estão connosco ou contra nós» que por estes dias se aplica a todos quantos abordam determinado assunto ou se calam sobre ele.
Vasco Gonçalves, general antecessor de Pinheiro de Azevedo como primeiro-ministro no pós-revolução, quis a determinado período do seu (também) curto mandato separar as águas num célebre discurso perante os trabalhadores da Sorefame:
«Hoje, só há duas alternativas: ou se está com a revolução ou se está com a reacção. Não há terceiras vias, nem há neutros aqui. Não pode haver neutros!»
Contrariar o seguidismo que marcou os «tempos de brasa» da jovem democracia portuguesa é um dever do jornalismo, tal como da Justiça."
"Há que desmistificar o futebol profissional como desporto, há que tratá-lo como espectáculo desportivo profissional
Coloquemos os pontos nos ii e explicitemos, desde já, o nosso entendimento e postura em relação à independência e isenção da nossa crítica, ou apoio, ou desapoio, em relação à “sociologia do desporto” que, diariamente, vai acontecendo em Portugal, incluindo ainda algum espectáculo desportivo, profissional, como o futebol, e não só. É que, à partida e a título definitivo, excluímo- -nos de qualquer colaboração que não esta, escrita em jornal.
Esta é a nossa forma de retorno à sociedade civil porque, em relação à militar, demos muito mais do que recebemos, ou melhor, recebemos, sim, ingratidão, indiferença, arrogância, etc., etc., apesar de termos ajudado a transformar, durante 40 anos, alguma gente um pouco boçal em “oficiais e cavalheiros”!
Mas vamos ao que interessa, já que o resto são “águas passadas”; quando nos impomos pelo conhecimento, pela honestidade intelectual, pela seriedade e isenção, a troco de nada, o que recebemos de certa sociedade civil, politizada, é o silêncio, cúmplice de compadrios partidários ou de “irmandades” organizadas à volta dos seus interesses, ambos como forma de proteger o seu estilo “fraterno” de viver numa sociedade que só é solidária para alguns, como aliás Luís de Camões já nos tinha avisado: “terra madrasta que trata uns como filhos e outros como enteados”...
Os que sabem o valor das coisas e não têm a coragem de o reconhecer, de forma pública, porque não estão autorizados, são o exemplo expresso da cobardia; os outros, coitados, são os idiotas úteis, os ignorantes, os pobres de espírito, como diz certa Igreja Católica, e que, por isso, não têm opinião. Ora estamos a falar da reconstrução nacional que se impõe para afastar o mau olhado do diabo que ameaça a solidariedade nacional, embora construída por forma antinatural e até à margem da contabilidade tradicional, apesar de se ter encontrado uma solução em que se juntaram os que, sozinhos, nunca poderão impor a sua vontade...
E agora o que temos é uma indefinição, fruto da incerteza, ou da certeza de que a solução encontrada é precária, durará pouco tempo, e o que vai gerar é apenas o fruto de uma reacção típica da criação de anticorpos como fórmula química natural que garante a imunidade, ou seja, rejeita o que não é natural e que o organismo considera uma doença, para não dizer uma aberração!
Mas então onde é que entra a análise sociológica do desporto? É aqui mesmo, na impreparação que grassa no sector, que apenas continua a gerir o que está, mostrando-se incapaz de alterar seja o que for, ou seja, está inoperacional, porque não tem qualquer ideia-programa para opor ao que existe, que é fruto do antes e depois do 25 de Abril, mas que está paralisado e com os seus efeitos bem visíveis, ou seja, estagnado.
Há que desmistificar o futebol profissional como desporto, há que tratá-lo como espectáculo desportivo profissional que é, como negócio, como indústria, mas não como desporto, que de facto não é. Há que ter a coragem de assumir que no desporto profissional não faz sentido controlar e combater o doping, mas sim controlar os jovens do secundário e das faculdades, que se drogam e consomem álcool, num crescendo permanente, mas que ninguém controla ou combate, e isto é que é importante porque é o futuro do país que está em causa.
Há que rever a fórmula da inspecção da actividade profissional, no Estado, dos docentes de Motricidade Humana, já que não são animadores de actividades desportivas, mas sim educadores através do movimento, com objectivos e finalidades bem expressos na lei.
Por fim, há que rever a forma de aconselhamento técnico-profissional junto daqueles que tomam decisões, para que não seja condição única e necessária o cartão partidário, mas sim a competência.
Sabemos que é pedir muito, mas se pedimos pouco ficamos com pouco e, mesmo assim, se tivermos sorte."
"Comecemos com um pequeno exercício de memória: quando o actual presidente do Sporting Clube de Portugal conquistou nas urnas tão honrosa posição, cumprindo assim um sonho de criança, o primeiro alvo que seleccionou para sobre ele descarregar o seu viperino arsenal de setas, bem venenosas, diga-se, foi o presidente do Futebol Clube do Porto - chamou-lhe de tudo!
Estranho? Só para quem andar distraído sobre o vaivém das motivações do mundo da bola: ataca-se sempre aquele que se percepciona como a mais séria ameaça – e o FCP, tendo em conta o seu recente histórico, naquela altura, ainda era visto como o mais temível detentor de poder.
Ora, todos pudemos, entretanto, ver e acompanhar com ternurenta complacência, o namoro, um verdadeiro noivado, que culminou, há dias, com mediático casamento entre estas duas grandes instituições desportivas, casamento que ironicamente teve um convidado de honra, um convidado que, de tão odiado, se tornou omnipresente: o incontornável e obsidiante Benfica. Sim, o clube encarnado, com seu crescente e avassalador domínio, não foi só o sibilino e ínvio convidado, mas a única razão de tão espúrias núpcias. Aos consortes uni-os o ódio e o medo sob as ígneas cores do vermelho. Ontem, era cobras e lagartos do clube nortenho, aparentemente viciado nos sabores da vitória, para agora se engolirem todos os sapos de décadas. Em nome de quê? Do medo vermelho que conjunturalmente os une!
Uma certeza estatística: não há no país, nem, se calhar, no mundo uma única pessoa que não aponte o verdadeiro móbil de tão cálido enlace. Toda a minha gente sabe e o diz à boca cheia (vox populi, vox Dei): é um casamento de conveniência. E os casamentos de conveniência não são pautados pelo amor, mas pelo maquiavélico critério do mal menor.
Se, com Pierre Clastres, fizermos uma breve deambulação pela “arquelogia da violência”, rapidamente nos apercebemos do que verdadeiramente está na gênese de qualquer aliança: o sentimento de vulnerabilidade face a uma ameaça externa, percebida como capaz (credibilidade) de dissolver o núcleo identitário de qualquer um dos aliados. Ou seja, ela baseia-se num pacto segundo o qual cada um se reconhece ser, sozinho, incapaz de fazer frente ao inimigo eleito como ameaça preferencial e prioritária. Ou seja, uma aliança traduz, a fortiori, um aflito expediente de sobrevivência.
É por isso que este casamento de aflitos, com namoro à porta dos gabinetes de Gomes e de Proença, se precipitou com a vitoriosa cavalgada (ou voo?) do clube da Luz, confirmando de forma categórica uma hegemonia que se vinha configurando: foi um casamento de aflitos e à pressa...
Nos casamentos à séria (que os há cada vez menos!), os nubentes e os convidados se manifestam contentes e felizes: neste, só um conviva, porém, tinha verdadeiros motivos para sorrir e que, por ironia, foi o único que não recebeu convite – o Benfica!
Insisto na atitude desesperada de preservação da coesão interna face à imagem antitética de um inimigo, quase sempre imaginário, ou provocado, como aconteceu com o General Leopoldo Galtieri, que, a braços com grave crise interna, mandou, em 2 de Abril de 1982, as tropas argentinas ocuparem as Ilhas Malvinas, sobre as quais agitou um histórico direito de jurisdição, desviando, deste modo, o foco nacional para um inimigo, neste caso, a Inglaterra, que ocupa aqueles territórios desde 1833.
Quando um líder enfrenta oposição interna, o truque clássico, conforme o demonstrou Musafer Sherif, é inventar ou provocar um inimigo externo. E, neste sentido, este recente casamento entre leões e dragões, além de gritar os quatro ventos a temida superioridade benfiquista, denuncia também, com flagrante nitidez, a actual tibieza das lideranças de cada um desses clubes. Cada um dos líderes em causa parece colocar num inimigo externo a verdadeira e única razão da sua força.
E isto entronca numa outra dolorosa verificação que é também uma profecia: verão fugir para a Águia tantos mais títulos quanto mais insistirem em disputá-los exclusivamente contra esse adversário, assim convertido em inimigo devorador.
A motivação traz sucesso sempre e quando ela se alimentar do íntimo de cada agente desportivo e não sacudida pelos ventos do circunstancialismo externo e conjuntural.
Já o afirmei diversas vezes: o que gera o sucesso é só uma motivação endógena, nunca uma motivação exógena.
Porque aos casamentos de conveniência espera-os um mesmo sim, sempre: o divórcio pela certa.
Este casamento em concreto durará só o tempo que demorar o poder a mudar de mãos.
Sim, mais de mãos do que de pés, apesar de ser sobretudo com estes que a bola se joga!"
"Há cinco/seis anos que paira na Luz o receio de o correio electrónico do Benfica chegar ao conhecimento do FC Porto
Sem grande rigor cronológico, tudo parece ter começado a 1 de Abril (jornada 27), esse, o dia das mentiras, quando os jogadores do FC Porto se abraçaram em bizarra comemoração pelo empate no Estádio da Luz, mesmo não tendo chegado à liderança nem relevado competência bastante para lá chegarem em oportunidades futuras.
Qual o motivo, então, de misterioso festejo? Depositar todas as esperanças na parceira com o Sporting, na altura ainda meio clandestina, mas confirmada mais tarde através de curtas missivas entre presidentes, depois de os directores de comunicação dos dois clubes terem sido apanhados em encontro que se admitia protegido da curiosidade jornalística, dada a experiência de quem nele participou, por denunciar a arquitectura de uma aliança contra o Benfica.
Em vésperas da jornada 29, desenrolou-se a novidade número um, a da relevação da existência de uma cartilha entre os comentadores associados ao Benfica e logo a seguir a número dois com a divulgação de nomes a quem seria endereçada. Nessa jornada 29 (15 de Abril), porém, o FC Porto não conseguiu ganhar em Braga e o efeito da mensagem esvaiu-se.
Na seguinte, a 30.ª (22 de Abril), o Sporting não foi suficientemente competente para justificar o acordo de conveniência com o amigo nortenho e o Benfica ficou com o caminho livre para o título. Apostaram-se, então, todas as fichas na viagem do Vitória SC (13 de Maio) à Luz. Outra desilusão: além de um Benfica super inspirado, na altura os jogadores vimaranenses tinham a cabeça já na final da Taça de Portugal.
Campeão a uma jornada do fim, Luís Filipe Vieira libertou o entusiasmo e apontou a patamar mais elevado: o penta!
Soaram os alarmes no Dragão. O Sporting revelara-se aliado de fraca influência, obrigando a uma estratégia mais agressiva com dois objectivos imediatos: desviar as atenções da demorada substituição de treinador e, principalmente, do furacão previsto na torre das Antas, mas ainda ignorado da opinião pública e que teve a ver com a intervenção da UEFA por incumprimento do fair-play financeiro.
A venda de André Silva foi a primeira medida. Claro que o FC Porto tinha de vender jogadores, esclareceu o administrador Fernando Gomes, à margem de uma sessão especial de mercado na Euronext (7 de Junho), salientando, no entanto, que o clube procurará «encontrar soluções no mercado e continuar a ter uma equipa muito competitiva».
Em concomitância, na sua briosa empreitada, o director de comunicação portista continuou a mostrar trabalho bem feito. De tal modo que foi capaz de erguer uma cortina que tem escondido da curiosidade alheia os problemas que a sua Administração enfrenta. Alguém questiona as entradas e saídas no FC Porto ou como vai respeitar-se a ordem superior sem fragilizar a capacidade competitiva do plantel? Não, o foco, como é moda dizer-se, está nos mails, nos sms relacionados com o Benfica e em tudo quanto deles derivará.
Na trincheira benfiquista, o silêncio tornou-se incomodativo para os adeptos e a sua primeira reacção pública teve-a António Simões, a 8 de Junho, no programa Aquecimento da BTV. Proclamou o antigo campeão europeu não se rever «nesta gente a representar o Benfica», clube que, sublinhou, além de maior, «tem de ser o melhor».
Do ponto de vista jurídico, poderá haver matéria para recorrer aos tribunais com dúzias de acções, mas o que família benfiquista quer saber é se os mails e os sms existem e se os conteúdos revelados são verdadeiros e no que isso poderá prejudicar a imagem do emblema. O resto é conversa para entreter.
Dizer-se que o director de comunicação portista a partir de agora estará impedido de dar publicidade ao caso é igual à zero. Nada impede que outros o façam e lhe peçam para comentar, como já deu para perceber. Além de, há cinco/seis anos, pairar na Luz o receio de o correio electrónico do Benfica, pelo menos em determinado período, ou até determinado período, chegar ao conhecimento do FC Porto.
Que se saiba, o risco nunca foi assumido. Por isso, não há volta a dar. É o efeito de convidar para casa ou andar de braço dado com pessoas que comeram sopa nas mesmas malgas dos adversários e da tolice de outras que falam de mais e estimulam amizades que não se recomendam.
Assiste-se a um ataque ao Benfica com origem conhecida. À justiça cabe apurar se há culpas, de acusadores, de acusados, ou de ambos. A Filipe Vieira compete retirar as ilações que a situação recomenda.
O Benfica não deve deixar-se comer de cebolada, como alertou Rui Vitória, mas também não deve o presidente tolerar que gente que o rodeia manche o nome da instituição. Sem medo da verdade, nem das consequências. Só assim o Benfica, além de maior, será o melhor, como preconiza António Simões. "
"Benfica e Porto foram os clubes que mais dinheiro fizeram na última década em transferências. Isto é uma boa notícia. Mas é possível fazer uma leitura negativa...
Os números impressionantes: num ranking de transferências da última década, o Benfica lidera com 727 milhões de euros de vendas, logo seguido pelo Porto com 722 e, nos restantes dez primeiras lugares, só constam clubes ingleses, espanhóis e italianos.
Apesar de assolados pela dívida, os clubes portugueses podem ter encontrado um modelo de negócio sustentável: apostar na formação e no scouting valorizar jogadores e vendê-los muito bem. Se olharmos para outros países da nossa dimensão, ninguém parece ter ido tão longe nesta estratégia. O futebol português encontrou a sua galinha dos ovos de ouro, resta saber se não está também a matá-la.
Colocam-se, a este propósito, dois problemas interligados: a competitividade do futebol português pode ficar ameaçada do médio prazo e a generalização das vendas pode tornar difícil manter o valor do jogador português.
Um dos equívocos muitas vezes repetidos é que a importância das vendas de jogadores no modelo de negócio dos três grandes vai aumentar irremediavelmente o fosso competitivo com os outros clubes.
Na verdade, o campeonato português - como aliás quase todas as ligas - sempre foi desequilibrado, com vendedores crónicos. O problema para Portugal não é a desigualdade interna, mas, sim, o risco de, vendendo cedo de mais, os clubes nacionais perderam competitividade na Europa. Sem presença assídua na Champions e sem passarem a fase de grupos, os clubes portugueses deixarão de ser capazes de vender como agora, pois a percepção positiva sobre o futebol português piorará.
Para já, coloca-se um outro problema. Enquanto até há pouco tempo, Benfica e Porto e, em menor medida, também o Sporting, vendiam jogadores já maduros, hoje, a aposta passa por vender jogadores acabados de sair das academias, com grande potencial, mas longe de terem maturado. Como se não bastasse, estes jogadores são vendidos por valores exorbitantes a clubes de topo, onde a probabilidade de não se afirmarem é grande, por chegarem demasiado cedo.
Enquanto jogadores cada vez mais jovens são promovidos aos plantéis principais dos clubes grandes - o que os tornará menos competitivos na Europa -, estes jogadores são vendidos ainda numa fase muito inicial das sua carreira. O efeito conjugado destas duas tendências tem tudo para correr mal: a competitividade do futebol português diminui, enquanto a probabilidade de jogadores com muito potencial falharem na sua afirmação externa aumenta. Com consequências: os clubes que hoje pagam tanto por jogadores portugueses, poderão deixar de o fazer e o futebol português poderá iniciar uma trajectória de 'holandização'. Clubes menos competitivos na Europa, selecção com dificuldades de afirmação e desvalorização relativa do jogador nacional (basta pensar no valor de venda de jovens talentos portugueses hoje quando comparado com jovens talentos holandeses)."
"Portugal disputa, nestes últimas quinze dias de Junho (se tudo correr bem) uma prova em que é estreante e parece condenada ao desaparecimento: a Taça das Confederações. Responsabilidade acrescida: é campeão da Europa e a Alemanha apresenta-se com uma espécie de equipa B...
Esta edição da Taça das Confederações é a oitava organizada sob a égide da FIFA e, muito provavelmente, a última a que poderemos assistir. O novo calendário internacional que se perfila no horizonte para as selecções deixará de ter espaço para uma prova que, vendo bem, nunca caiu muito no goto das federações nacionais.
Orgulhosa dos seus galões de campeã da Europa, a selecção nacional, que um dia Ricardo Ornellas, um dos mestres do jornalismo, apelidou de Equipa-de-Todos-Nós, vê nesta sua primeira presença na prova a possibilidade da conquista de um troféu que ficaria a matar nas vitrinas da sede da federação, lado a lado com a Taça Henry Delaunay, triunfalmente ganha em Paris, Saint-Denis, na cara dos chauvinistas franceses.
Como durante esta semana e até à saída deste seu jornal teremos vários jogos que não conseguimos reportar antes do fecho, fiquemo-nos hoje pelo um breve historial desta competição.
Foi em 1992 que a Federação da Arábia Saudita teve a interessante ideia de realizar uma competição envolvendo os vencedores da Copa América, da Taça das Nações Africanas, da Taça da Ásia e da Copa de Ouro da CONCACAF. Meias-finais, final e jogo para os terceiros e quartos lugares, tudo em três dias de Outubro, meio à pressa por vicissitudes mais do que compreensíveis, com vitória dos argentinos sobre os sauditas no jogo decisivo de Riade (3-1).
O primeiro passo estava dado.
Três anos mais tarde, em 1995, nova dose. Também na Arábia Saudita. Chamava-se, na altura, Campeonato Intercontinental. Sendo o Japão campeão asiático, acrescentou-se a equipa do país organizador, como não poderia deixar de ser. Seis participantes, já em dois grupos iniciais para apurar os semi-finalistas. Vencedor: Dinamarca, na final contra a Argentina (2-0).
Tudo piava, a partir de agora, mais fino.
Em 1997, já estávamos, muito mais prosaicamente, perante a Taça das Confederações.
Com edição agendada de dois em dois anos. Entravam na liça o campeão do mundo (Brasil, no caso), o campeão da Oceânia (Austrália) e o finalista da Taça da Ásia, os Emiratos Árabes Unidos, já que a Arábia Saudita voltava a apresentar-se como país organizador. O campeão europeu, a Alemanha, declinou a presença, chegando-se à frente o finalista do Euro-96, a República Checa. Atingia-se o número ideal de oito, divisível por dois grupos de quatro, tal como acontece actualmente.
Vitória brasileira sobre os australianos 6-0!
Tempos modernos
A edição de 1999 teve lugar no México. A França, campeão do mundo em 1998, decidiu não participar. A prova disputou-se no início de Agosto, embora estivesse agendada para Janeiro.
O México venceu o Brasil e, dois anos depois, já se encontrava estabelecido que a Taça das Confederações serviria para para teste das fases finais dos Campeonatos do Mundo.
Como co-organizadores do Mundial de 2002, Coreia do Sul e Japão receberam a edição de 2001. E participaram nela, como está bem de ver. Com o campeão do mundo e da Europa confundidos na mesma selecção, a França (1998 e 2000), o México teve direito a entrar como titular.
Ao título mundial e europeu, somou o título confederativo, batendo o Japão por 1-0.
Dois anos mais tarde, em 2003, seria a própria França a receber o torneio.
Ganhou outra vez.
Aos Campeões que, na meia-final, tinham visto o seu jogador. Marc-Viven Foé colapsar em campo inanimado ao minuto 71. Seguiu-se a morte.
A partir de 2005, a FIFA estabeleceu que a Taça das Confederações só se disputaria nos anos anteriores às fases finais dos Campeões do Mundo.
E, mantendo o principio de que o grande objectivo era o de servir de teste aos Mundiais, sempre no país que, no ano seguinte, organizasse a prova.
A nova era teria, assim, início na Alemanha.
Seguir-se-iam a África do Sul, o Brasil e a Rússia.
O Brasil conquistaria todas as Taças das Confederações a partir daí, embora tenha ficado de fora da deste ano.
4-1 à Argentina, em Frankfurt; 3-2 aos Estados Unidos, em Joanesburgo;3-0 à Espanha. Mas fala-se à boca cheia pelos corredores que a Taça das Confederações não tem futuro.
Ou melhor, que o futuro dela é já agora. Na Rússia, de onde daremos notícias..."
"A história do homem que ajudou um bom treinador a bem treinar.
John Mortimore chegou ao Benfica no verão de 1976. Depois de Mário Wilson, coube ao treinador inglês orientar a equipa de futebol 'encarnada'. Aterrou em Lisboa às 16 horas e 45 minutos do dia 25 de Julho de 1976. Era domingo. No dia seguinte, após assinar o contrato com o Sport Lisboa e Benfica, deitou mãos à obra e treinou a equipa pela primeira vez.
A prova de fogo chegaria cerca de um mês e meio depois, com o início do Campeonato Nacional, e Mortimore falhou. O Benfica perdeu por 3-0 frente ao Sporting. Rapidamente se começou a duvidar das competências do novo treinador. Mas eis que surgiu outra questão: o idioma. Seria a diferença de idioma que estaria a impedir os bons resultados?
Seguiram-se mais quatro jornadas. Os resultados continuaram a não agradar e Romão Martins, secretário para o Futebol Profissional, comunicou: 'Tenho em mente propor a contratação de um intérprete, só intérprete, enquanto Mortimore não entenda e não se faça entender no idioma português'. Assim o fez e, daí para a frente, tudo mudou.
João Anselmo, major de cavalaria na reserva, 'sócio dos antigos do clube' e já com alguma experiência como intérprete, foi o escolhido para o cargo. 'O dr. Borges Coutinho chamou-me. Recebeu-me (...) e esteve meia hora a falar comigo em inglês. (...) Fiquei'.
Na 6.ª jornada, já com o auxílio do novo intérprete, o Benfica venceu por 2-1 o Boavista. Na jornada seguinte, nova vitória. Depressa João Anselmo se tornou um 'jogador' importante na equipa 'encarnada'. As suas funções, o próprio explica: 'Faço as traduções entre o sr. Mortimore e os jogadores, (...) o massagista, (...) e o roupeiro. Depois acompanho-o no treino. (...) Ele corre, eu corro ao lado dele e tudo o que ele vai dizendo em inglês eu vou repetindo em português'. E, orgulhoso, afirma: 'Nunca perdi (um jogo) e «só conto» com três empates'. E Mortimore reconhece: 'ele foi uma grande ajuda'!
Apesar de um início de época algo hesitante, com o auxílio de João Anselmo, John Mortimore fechou a época em grande: conquistou o título de campeão nacional 1976/77, a três jornadas do fim, e deu o quinto 'tri' ao Benfica. O troféu pode ser visto no Museu Benfica - Cosme Damião, na área 6 - Campeões Sempre."
"Quando João Rodrigues se deixou cair no solo do rinque do pavilhão de Odivelas a festejar, todos nos festejámos com ele. Afinal faltavam 23 segundos para o fim do jogo com o Sporting CP e a recuperação estava consumada. Foi o 6 a 5 que nos deu o Tricampeonato nacional de hóquei em patins, o culminar da longa e dura época 2016/17. Já quase ninguém acreditava que era possível, mas foi. A vitória no derby foi o que faltava para se soltar a festa transmitida em directo pela TVI24 para todo o país. Os jogadores patinaram de braços no ar a festejar e eu, em casa, corri para a televisão a gritar 'ganhámos, ganhámos!'. Abracei a minha mulher, portista (cada um tem a sua cruz...), e ela sorriu com a minha felicidade, porque também ela preza a verdade desportiva.
E depois, a vergonha, o roubo, a falsidade, as imagens de marca da arbitragem portuguesa no hóquei em patins e o reflexo de uma estrutura federativa que tudo fez para que o SL Benfica não chegasse ao Tri. Não era possível o que se estava a passar naqueles últimos segundos. De braço no ar, dois adeptos do Sporting CP e FC Porto travestidos de árbitros anularam o golo limpo do campeão nacional. Não tiveram dúvidas, eles que durante toda a temporada fizeram o que estava o seu alcance para aproximar as suas equipas do coração do topo da classificação. Aquilo que os jogadores rivais não fizeram em campo, conseguiram esses dois elementos com a ajuda de um apito e de uma falta de vergonha sem igual no desporto nacional.
Minto, este modus operandi já tinha sido observado nos campos de futebol portugueses nas décadas de 1980 e 1990. Só mudaram as moscas. Estão muito enganados se pensam que vão sair impunes. Para o ano, que venha o Tetra."
"É costume ler-se e ouvir-se que 'não há palavras' nas mais diversas situações. Estou em desacordo: A língua portuguesa é tão rica que há sempre palavras adequadas para descrever ou qualificar um acontecimento.
Por exemplo, sobre o Sporting-Benfica em hóquei, ocorrem-me 'escândalo', 'roubo', 'premeditação', 'favorecimento', 'golpada', 'vergonha', 'nojo' e todos os seus sinónimos. Também 'incompetência', embora logo de seguida da expressão 'não sejas anjinho'. Mas ainda que me as faltassem, sabendo que as línguas evoluem, poderiam utilizar 'rainhar' ou 'teixeirar', que figurariam rapidamente na gíria popular em detrimento das já gastas de tanto usadas 'gamar' ou 'fanar'.
Mas penso sobretudo em 'estupidez'. O Benfica deveria ter passado esta semana a festejar o tetracampeonato de hóquei em patins.
Há três anos, em Valongo, fomos vítimas de uma arbitragem miserável que nos sonegou que, então, não imaginei ser possível uma arbitragem ainda mais tendenciosa que essa, no entanto trata-se de Portugal, trata-se sobretudo de hóquei em patins, uma modalidade gerida à sticada pelos seus dirigentes federativos desde há largos anos.
E 'estupidez' porque estes dirigentes, medíocres e estúpidos por serem incapazes de se libertarem do fanatismo clubístico em prol do desenvolvimento da modalidade, não entendem que, encontrando-se limitado a Portugal, à Catalunha e pouco mais, o hóquei, sem o Benfica, ficará reduzido a coisa nenhuma. Depois bem podem ir jogar ao pau com os ursos - até já tem stiques - ou aos 'polícias e ladrões'. Duvido é que haja, entre os seus amigos, quem se disponha a fazer o papel de polícia."
"Para além do Futebol, de todas as modalidades do Benfica é o Hóquei em Patins a que sigo com maior atenção, e a que mais me apaixona desde os saudosos tempos dos relatos radiofónicos.
É uma modalidade maravilhosa, mas é também uma modalidade frágil, a carecer de cuidados especiais. Praticada em contexto geográfico limitado, não tem, por isso, estatuto olímpico. Sendo tão popular em Portugal, dando-nos tantos títulos internacionais, cabe justamente aos portugueses acarinhá-la, e tentar promovê-la dentro e fora de portas. Até porque faz parte da nossa cultura e da nossa identidade desportiva.
Os principais clubes têm investido muito, têm contratado grandes estrelas mundiais, e, complementando o trabalho dos seus canais televisivos próprios, também uma estação generalista tem transmitido os jogos, ao que parece com boas audiências.
Ora todo este esforço foi deitado para o lixo por um só indivíduo. Paulo Rainha, a quem chamam árbitro, subverteu o campeonato e descredibilizou a modalidade, matando o trabalho de centenas de pessoas, e ferindo a paixão de milhares de adeptos.
Não é fácil calar a revolta. O que se passou em Alverca ficará para a história como um dos mais negros momentos do desporto português.
Caberá aos responsáveis benfiquistas encontrar formas de responder a tão grande insulto à verdade. Seja por mail, por carta ou por telefone, há que lutar para que este tipo de situações não volte a ocorrer, em defesa do próprio Hóquei.
Dentro do rinque, os nossos jogadores foram campeões. E acredito que toda a revolta se transforme em força para conquistar a Taça. Assim os deixem."
Luís Fialho, in O Benfica
PS: Como é óbvio esta crónica foi escrita antes da decisão da Direcção...
"Os anos passam e a Gimnáguia mantém sempre a mesma bitola - um verdadeiro êxito. Quem teve o privilégio de assistir ao vivo ou de ver através da BTV terá ficado extasiado com o espectáculo de cor, som e harmonia. A XXXV Gimnáguia foi um verdadeiro hino ao «fair-play» e à forma como se deve estar no desporto. Numa justissíma homenagem ao anterior presidente da secção de Ginástica do Sport Lisboa e Benfica, Carlos Broa, este evento ficou marcado pelas brilhantes prestações dos 750 atletas de nove clubes. Um dos momentos marcantes ocorreu quando actuou a classe de rapazes do Sporting CP.
Numa prova cabal de desportivismo, a classe leonina foi aplaudida na altura da apresentação e no final. Todos temos que ter orgulho da postura do nosso Clube e da forma como estamos no desporto. O Sport Lisboa e Benfica é o maior clube português não só pelas conquistas desportivas que tem alcançado aos longo dos seus 113 anos de vida, mas também pela forma exemplar como segue à risca os valores e princípios próprios de uma instituição humanista. Parabéns ao João Cardoso, presidente da secção de Ginástica que não pára de crescer.
Esta semana ficámos bem mais pobres. Partiu o Samuel Vitório, um dos obreiros do nosso Centro de Documentação e Informação e do Museu Benfica - Cosme Damião. Natural de Castelo Branco e com apenas 32 anos, o Samuel trabalhou sempre com amor à camisola e era um verdadeiro talento. Vamos todos sentir muito a sua ausência física, mas ficará para sempre o seu exemplo, o seu profissionalismo, a sua dedicação durante mais de seis anos. Até sempre, caro Samuel!"
"Futebol é futebol. O resto é o resto. Por isso mesmo não são as manchetes sobre os problemas financeiros e fiscais do cidadão que ocupa o cargo de director de comunicação do FC Porto que me fazem vibrar como se de um golo do Benfica tratasse. E refiro-me ao tipo de vibração provocada por um golo como o que Lisandro Lópes, com uma cabeçada impecável, marcou no Dragão na temporada passada nos instantes finais do tempo de compensação. São essas as alegrias do futebol. Quanto às questões da vida privada de cada um, salvo dar-se o caso de indiciarem ou acarretarem ilícitos gravosos para as instituições que representam ou para um funcionamento asseado da República, não vejo, com franqueza, o menor interesse público nessas sempre espaventosas divulgações jornalísticas. O director de comunicação do vice-campeão nacional tem direito, como qualquer cidadão, a não ver as suas atribulações pessoais expostas nos jornais e nas aberturas dos telejornais. Viu-se vítima, portanto na quinta-feira logo pela manhãzinha, de uma acção dispensável à luz do bom senso que devia imperar nas sociedades paradisíacas.
No entanto, a vítima da devassa da manhã de quinta-feira entendeu na mesma quinta-feira, à noitinha, revelar num estúdio de televisão ter em sua posse documentos "de índole muito pessoal, muito íntimo" que comprometerão a vida privada de outros cidadãos. Prosseguiu o director de comunicação do vice-campeão nacional: "Isto tem a ver com amantes e coisas assim de árbitros de futebol", o que convenhamos, não pode deixar de ser considerado como uma tentativa de insolvência da vida familiar dos ditos árbitros de futebol.
-Fruta?- logo perguntou um seu colega em estúdio no Porto Canal, na ânsia, reveladora e insensata, de colar a outros os epítetos que, por direito, lhes pertencem. Mas o orador nem pestanejou: "Não vou mostrar, não vou mostrar, jamais mostrarei isto para preservar as pessoas, mas tenho, existe...", que é como quem diz que a "preservação das pessoas" tem os seus limites face à urgência de uma necessidade. E foi assim, em meio minuto (sexual) de emissão televisiva na quinta-feira à noite, que lá se foi a solidariedade devida à vítima (fiscal) da notícia da quinta-feira de manhã....
A sexta-feira, contudo, amanheceria com excelentes notícias do foro judicial e policial que nada têm a ver com a vida privada de cada um, mas com a vida pública de todos, que é o que, na verdade, interessa: o presidente da FPF chamou, finalmente, a Polícia Judiciária e o Ministério Público à acção e a PJ, por sua vez, "intimou" o director de comunicação do vice-campeão nacional a entregar toda a documentação eventualmente roubada e adulterada com que tem vindo a entreter o pagode aos serões.Agora é esperar."
"A renovação do internacional português Eliseu é uma notícia que agrada aos benfiquistas. Primeiro porque é ainda um jogador com valor, dá experiência ao grupo, e cumpre com qualidade sempre que é chamado a substituir o habitual titular Grimaldo. Depois porque é dos mais carismáticos e simpáticos jogadores de todo o plantel. Há uma sintonia entre Eliseu e os benfiquistas. André Moreira dizem estar a caminho da Luz, enquanto Nélson Semedo poderá não sair. São só excelentes notícias, que aguardam confirmação. Queremos o Eliseu de Vespa a festejar o 37º.
O Sporting contratou (?) Fábio Coentrão, e parece estar adiantado para conseguir Mathieu, que se terá já desvinculado do Barcelona. Salários muito elevados, não são, este ano, problema em Alvalade, o Sporting será um adversário forte e de respeito. Pela primeira vez, e a continuar assim, talvez o único.
No museu azul e branco há já um reajuste de espaço para a justa homenagem a Paulo Rainha, o último grande herói depois de Kelvin. Desde longa data, que ninguém fazia tanto em tão pouco tempo pelo espólio azul e branco.
Esta semana voltamos ao trabalho, primeiro com os testes médicos, depois com os jogos particulares. Temos saudades de ver o Benfica em campo, há quase um mês que não ganhamos um jogo. Venha o Neuchâtel Xamax (dia 13) para nos tirar deste purgatório, em que se transforma o defeso sem haver Benfica para saborear.
Muito boa a prestação das nossas selecções. Com a Selecção principal a mostrar rigor, ambição e profissionalismo na Taça das Confederações para muita azia de quem já estava com o veneno preparado. Uma vitória em casa do país organizador, onde em 100 anos de futebol, nunca tínhamos marcado um golo. Os sub-21 também mostram bom futebol no euro da Polónia."