domingo, 25 de dezembro de 2016

A nossa crise chamou-se Jonas

"Facto notável, este de o Benfica ter chegado ao fim de Dezembro vivo para todas as competições nacionais e internacionais que se dispôs a abordar com a seriedade que o seu nome, história e ambição lhe recomendam. E não foi nada fácil ultrapassar a tormentosa série de circunstâncias que, por períodos mais ou menos longos, afastou dos trabalhos da sua equipa de futebol jogadores justamente considerados fulcrais para o êxito.
Agora que a temporada se aproxima do seu meio e perante resultados que garantem uma Consoada pacífica, é caso para se dizer que todos os jogadores do Benfica se tornaram fulcrais, mesmo os menos estimados como tal pela crítica sempre exigente e também pelos adeptos frequentemente impiedosos nos seus rankings e afectos. Um dos méritos maiores de Rui Vitória no conturbado arranque hospitalar de 2016/17 foi o de explicar bem cedo a toda a gente interessada que, ao contrário do que seria de supor, cada lesão - e que rodopio de lesões! - seria encarada como "uma oportunidade e não como um drama".
O treinador não falhou na sua previsão e os jogadores chamados a cobrir as ausências nunca falharam no que lhes foi exigido e não foi pouco. Talvez este primado da confiança somado a um percurso muito positivo da equipa expliquem a indiferença com que um caloroso vizinho da bancada recebeu na última quarta-feira a notícia de que, ao contrário do que tinha sucedido no jogo com o Estoril, seria Mitroglou o titular contra o Rio Ave, ficando Raúl Jiménez no banco a descansar.. "Tanto faz", disse, acabando a sorver o seu cafezinho antes de se dirigir tranquilamente para o seu lugar.
Na verdade, não "tanto faz" porque se trata de modelos diferentes de jogo, mas se nos lembrarmos de que o Benfica mal começou a época e já tinha os seus três avançados - o grego, o mexicano e Jonas - na enfermaria e de que, com estas baixas, não se atrasou em nenhuma das corridas, talvez se justifique a gritante falta de "drama" que nos sossega a cada contrariedade.
Por tudo isto, o regresso de Jonas, o mais fulcral de todos os fulcrais, foi recebido com alegria esfusiante pelos pelos adeptos. Embora não se tenha notado muito, disfarçada que foi pelo empenho geral, o Benfica resistiu categoricamente à crise de meses provocada pela ausência do seu melhor jogador sem que a dita crise molestasse minimamente as ambições da casa.
Um feliz Natal!"

Três cartas presidenciais ao Pai Natal

"(...)
- A Carta de Bruno de Carvalho, publicada no seu Facebook
«Meu NADA querido Pai Natal:
É absolutamente lamentável essa tua falta de isenção. Não tens outra coisa para vestires e outro barrete para meteres na cabeça? Eu prefira que a tua sectária obsessão pelo vermelho ainda fosse de origem marxista-leninista, mas parece-me que é mesmo por seres traficante de influências do Benfica. Bem sei que andas a distribuir kits de almoços do Benfica pelos árbitros de futebol e já fui informado de que viram disfarçado de Barbas na claque do No Names.
Assim, a única coisa que eu te posso pedir neste Natal é que de demitas. Que honres a quadra natalícia de homens pacíficos, tolerantes, generosos como eu.
Fica sabendo que nesta mesma data vou enviar uma carta a Deus, onde irei exigir a tua irrevogável demissão e que, mesmo demitido, nunca mais te aproximes de crianças para as influenciares a serem do Benfica. Também irei Pedir a Deus que as tuas renas sejam doadas ao Jardim Zoológica e que ainda nesta quadra de Natal sejam gentilmente domiciliadas na encantadora jaula dos leões.
Sem respeito algum, este teu inquebrantável opositor»
Bruno de Carvalho, sobrinho neto do almirante sem medo
(...)"

Vítor Serpa, in A Bola

Paz aos árbitros em nome do futuro

"Ainda deve estar para nascer o dirigente que se penitencia pelo fraco investimento no plantel ou, como é hábito e costume, por ter-se substituído aos técnicos na escolha de jogadores. Também está por conhecer o treinador que confessa ter estudado mal o adversário ou falhado na estratégia e na táctica. É por isso que os árbitros são instrumentos valiosos, sem os quais muitos entendidos na matéria teriam de rever procedimentos. São valiosos pela sua função zeladora da correcta aplicação das leis de jogo e também pela cobertura que dão a dirigentes ineptos e a treinadores presunçosos, os quais descobriram neles a tábua de salvação de incompetências ou o vazadouro de desatinos que pretendem esconder do escrutínio público.
Em vez de se destacar o interesse da Liga com cinco intervenientes no grupo da frente separados por oito pontos, que a coloca na primeira linha dos campeonatos mais discutidos da Europa, ou em vez de se valorizar as coisas boas do futebol português, que são muitas, e de se aplaudir os passos firmes que têm sido dados por uma Federação de referência a nível mundial, como é o caso da FPF, continua a desperdiçar-se tempo em discussões inúteis ou em conversas de conteúdo vazio. Há quem prefira mil vezes agarrar-se ao passado em vez de abraçar o futuro. É o medo do desconhecido: manter tudo como está.
De  aí os lamentos que cansam: um presidente sentir-se prejudicado em quinze penalties, um por jornada, ou um treinador ter apontado o dedo acusador a Jorge Sousa, culpando-o pelo atraso pontual para o líder, tendo-se esquecido, porém, que perdeu pontos com Rio Ave,Vitória de Guimarães Tondela, Nacional e SC Braga. Paz aos árbitros, sem eles há treinadores e dirigentes que teriam de mudar de vida..."

Fernando Guerra, in A Bola

Benfiquismo (CCCXXVII)

A primeira vénia na Catedral...!!!
No regresso,
após a digressão ao Japão,
1970