quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Meu candidato leonino (que é, obviamente, Bruno de Carvalho...)

"Porto não quer saber das dificuldades do Boavista nem o Belenenses das do Atlético. Porque terei de estar preocupado com as do Sporting?

«A única coisa que sai da boca (do presidente) é vapor»
Sabemos (embora, muito sinceramente, desconfiássemos) que da boca do Presidente do Sporting... a única coisa que sai... é vapor! Nuno Saraiva dixit e quem somos nós para contrariar o inefável Director de Comunicação lá de casa (deles, claro)?
Vapor que me leva, pelas ruas da memória, ao Almirante Pinheiro de Azevedo, ilustre sportinguista, mas que, por certo, não cuspia nem deitava fumo para a cara de quem com ele se cruzava, por mais exaltado que viesse.

Ou, então, aos dias de praia da Caparica, onde as caminhadas a pé, pelo areal, até à Cova do Vapor, faziam as delícias dos mais novos, por podermos acompanhar os pais até ao local onde Tarzan (o velho banheiro dos meus tempos de infância, na Costa) garantia que, nos seus tempos de menino e moço... se pode ir, com pé, até ao Bugio!
Desses tempos, dos tempos em que era só fumaça e da boca dos presidentes do Sporting saiam coisas que ouvíamos com atenção e respeito, têm os meus amigos que sofrem pelo clube de Alvalade muitas saudades. Saudades que eu, confesso, não tenho!

Espero - muito sinceramente - que o actual Presidente do Sporting seja reeleito, se possível sem concorrência. Sabem todos - já o disse e repito - que se eu pudesse, nas próximas eleições dos nossos rivais, votaria em Bruno de Carvalho.
Mais: iria tantas vezes votar, quantas me deixassem, para o resultado ser esmagador e não abrir a possibilidade de contestação interna. Porque quanto mais tempo ele por lá andar, muito difícil será a recuperação. Eu sei que há sempre intelectuais que desejam ter adversários fortes. Respeito, mas discordo...
Nunca vi o Porto preocupado com as dificuldades do Boavista. Nem o Belenenses com os do Atlético. Então porque terei eu que estar preocupado com as do Sporting?
Longa vida ao seu actual Presidente. Só posso, por isso, congratular-se com aquela preocupação de aferição de sportinguismo em relação a qualquer candidatura que se atreva a ir a votos contra o querido líder. Tão brilhante como aquela de anunciar que poderá haver o perigo de uma candidatura apoiada pelo Benfica.
Como se todos, sem excepção, não o quiséssemos ver dar continuidade ao seu projecto para o Sporting.
Quero que continue à frente do Sporting. Espero que os seus consócios, já agora, me façam essa vontade. Não se ponham, por isso, a inventar candidatos!
Porque, como diria António Aleixo... «vós que lá do vosso império prometeis um mundo novo, calai-vos que pode o povo querer um mundo novo a sério!»

Eu sei que isso também é aplicável ao actual Presidente - que até poderá ganhar esporadicamente - mas, no fim da história, com ele, o Sporting será o que eu desejo!
Apesar de ter pena de ver os meus amigos do Sporting a não poderem dizer o que pensam sobre quem os lidera,... primeiro porque ainda a acreditaram,... e agora... porque têm medo! Medo, claro,... e medo de assumirem ter razão antes do tempo.

Pode ser é que não cheguem a tempo... Deus queira!!!
Apesar de saberem, agora como verdade oficial, que «a única coisa que sai da boca (do Presidente) é vapor».

Porto, modelo que Sporting quer seguir
Tenho a convicção que quem Bruno de Carvalho gosta de imitar é o Presidente do Porto. Só porque retira o exemplo do contexto e do ambiente em que germinou. Um exemplo que, em Lisboa, não é possível de ser desenvolvido.
Porque o ambiente social e o escrutínio na capital não permitem os silêncios e a conivência - mesmo que forçados - que só o céu em tons de cinzento e a frieza do granito permitem acontecer... no Porto.
As duas realidades não são sobreponíveis. Por isso, uma experiência como a do Porto é irrepetível em Lisboa, passados 40 anos e sem o apoio dos diversos grupos da sueca, de geometria variável, mas todos confluindo no fechar de olhos desde que fosse para glória do clube da terra. Irrepetível e impossível de manter nestes novos tempos.
Por isso a reeleição do Presidente do Porto para um novo mandato me deixou descansado.
De facto, enquanto sócio e adepto do Benfica, acabei por ganhar as eleições no Porto,... como espero que o meu candidato arrase nas eleições no Sporting.
O Porto tem um (grave) problema estrutural. E tal como no Sporting (embora com o lastro de tantos títulos... embora não repita como muitos foram conseguidos... para não melindrar espíritos portistas mais sensíveis...), quanto mais tarde iniciarem a renovação,... tanto melhor para mim.
Porque enquanto por lá continuarem, mesmo que, tal como o Sporting, possam eventualmente ganhar, de vez em quando, alguma coisa, o Porto continuará a caminhar para o que eu lhes desejo (como sócio do Benfica)!

Nota de (quase) fim de página
Noto - do que leio e do que ouço - uma preocupação agravada com o que digo e com o que escrevo, de cada vez que os meus adversários têm dissabores, no que aos resultados diz respeito.
Pois, de cada vez que isso acontece, lá se dão ao trabalho de dissecar (e, tantas vezes, de deturpar) o que eu vou afirmando...
Percebo a preocupação... até sobre as minhas atitudes (que tantos danos parecem causar), como tomo boa nota da análise que fazem dos meus comportamentos, das minhas entradas, das minhas saídas, onde estou, ou não estou,... apesar de não saberem porque não estou, nem se queria estar!
Apesar disso - e porque não existe pecado do lado de baixo do Equador (não confundir com um livro fantástico, como esse nome, que eu, queirosiano confesso, considero o que melhor se fez, nesse género, na esteira de Eça, embora aceite mal que se ponha fim a uma tela narrativa envolvente em meia dúzia de páginas) - continuarei a dizer o que quero e o que me apetece.
Até porque não estou cá para agradar a quem quer que seja,... muito menos a quem manda noutros clubes ou a quem os representa (seja a que título for).
Continuarei, por isso, a defender o que meu Pai me ensinou, sobre o que deve ser o comportamento púbico de alguém que tem a responsabilidade (como adepto, sempre) defender o Benfica,... dizendo o que penso.
E nunca deixarei de lutar contra o que entendo ser imoral (para pessoas de bem, de acordo com a definição de imoralidade de Kant).

E sobre o Canelas, ninguém diz nada?
Se perguntar não ofende, então, AFP, FPF, Governo, Partidos? Sobre o Canelas, ninguém diz nada? Medinho?"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Hinos

"Semana de selecções, semana de hinos. Transmissões televisivas a rodos, com interesse entre zero e alguma coisa. Por mim, passo por lá e logo salto para... um livro.
Mas há um momento solene que aprecio: o da cerimónia dos hinos. As câmaras filmam de detalhes interessantes, desde o modo diverso como jogadores sentem (ou não) o hino até às menos respeitosas bancadas.

Há dias, por acaso, ouvi os hinos do Liechtenstein - Itália. Como o da Itália, 'Fratelli d'Italia' - para mim o que mais me encanta - teimava em não ser reproduzido pelos altifalantes, vai daí os transalpinos nas bancadas e os jogadores perfilados, improvisaram-no. Só depois, veio a gravação e, de novo, o entusiasmo das vozes. Uma espécie de duplo hino que sempre tem no sempiterno guarda-redes Buffon o seu intérprete pleno de alma, transbordante de expressividade e de energia. Belos minutos!
Ouviu-se, de seguida, o hino do pequeno principado. E que composição era? O hino britânico ('God sabe the Queen'), ainda que, obviamente, com outra letra em alemão, 'Oben am Jungen Rhein' ('Acima pelo jovem Reno'). Confesso a minha surpresa.

Há mais hinos em parte plagiados. O uruguaio tem algumas notas musicais da ópera Lucrezia Borgia (1933), de G. Donizetti. Há insinuações sobre outros,como os da África do Sul, Argentina e Bósnia.
Por sua vez,a Finlândia e a Estónia têm hino com a mesma música, de autoria de um... alemão. Por falar em alemão, a melodia do seu hino é do célebre compositor alemão Joseph Haydn (1797).
Por fim, o caso singular do hino espanhol ('Marcha Real') que não tem letra. Daí os jogadores não terem necessidade de a aprender, de afogadilho."

Bagão Félix, in A Bola

Dos títulos

"Meu caro Fernando Gomes
Eu sei que dificilmente precisará de fazer mais do que já fez para que a História o consagre como o maior presidente da FPF, mas há uma coisa que eu acho que precisa de fazer - e sem mais demora. (Já lhe revelarei o quê...)
Decerto se lembrará do que o Vergílio Ferreira descobriu, num breve dia:
- Afirma com energia o disparate que quiseres e acabarás por encontrar quem acredite em ti...
Não, eu jamais cometeria a indelicadeza de dizer que é disparate e o Bruno de Carvalho insiste em afirmar com energia: que o Sporting tem 22 títulos de campeão nacional, não tem 18 - mas digo que não é verdade o que ele afirma com energia. Sim, também sei que é verdade que o Picasso achava que se houvesse ma só verdade não se poderiam fazer 100 telas sobre o mesmo tema - mas, neste caso, há mesmo só uma verdade, a que A Bola mostrou na sua edição de domingo: Bruno de Carvalho não tem razão. Mostrou-o através de documentos vários - e há um da FPF de 1938 que afasta, eloquente, qualquer dúvida:
«Por virtude da reforma a que se procedeu no Estatuto e Regulamentação da Federação, os Campeonatos das Ligas e de Portugal passaram a designar-se, respectivamente, Campeonatos Nacionais e Taças de Portugal».
Mas a verdade mostra-se de forma ainda mais visual numa imagem: o troféu da Taça de Portugal (que foi do Campeonato de Portugal..) onde se vão colocando placas com os nomes dos seus vencedores - e entre os vencedores da Taça de Portugal estão os do Campeonato de Portugal - porque, para a FPF na sua história, uma coisa e a outra são a mesma. Por isso é que lhe disse, meu caro Fernando Gomes,que havia coisa que precisa fazer (sem demora...) - é pôr a FPF em sintonia com a sua história (e a sua verdade...) juntando os títulos do Campeonato de Portugal aos da Taça, a exemplo do que a FPF já faz (e bem...) quando junta os da I Liga aos da I Divisão (e aos que se conquistaram com outras designações...)."

António Simões, in A Bola

Que os túneis da vergonha desapareçam como vapor de água

"Ou estaremos a cuspir no prato que nos dá de comer.

A discussão arrasta-se, e não tem fim à vista, ainda mais nos tempos que correm devido à amplificação do ruído e da polémica nos programas televisivos praticamente diários.
Sempre fui a favor da discussão. Os temas é que são errados.
Não deveriam todos estar a debater se é saliva ou vapor de água – e escrevo «deveriam», porque excluo-me desse tipo de debate –, se há ou não agressão e quem agride primeiro e a quem, e comparar, lado a lado, com temas dos passados recente e da outra senhora.
Deveria perder-se tempo a pensar é como, em pleno século XXI, os túneis ainda são o prolongar de tudo o de mau que tem o desporto, mesmo agora debaixo do ângulo fixo das câmaras, que deveriam pelo menos inibir os intervenientes de actos menos reflectidos.
Concordo com uma manchete que vi entretanto. É o «túnel da vergonha», como são todos aqueles em que se passam situações semelhantes. Seja saliva, seja vapor de água, seja um ou outro a começar, haja ou não antecedentes, é tudo mau de mais. E o prolongar de tudo isto é infernal.
O que aconteceu – e acontece um pouco por todos os estádios – é desvalorizar o produto que se cria. 
Tal como se insinua ou afirma sobre árbitros e arbitragens.
Tal como quando a justiça é lenta e ultrapassa os limites do razoável.
(Sim, o produto não é brilhante: o futebol jogado poderia ser melhor, os estádios estar mais cheios e os craques ter uma maior expressão por metro quadrado, mas é o que temos e é aquele que tem de ser defendido)
Este tipo de comportamentos ainda faz infelizmente sentido num país que não gosta do jogo, mas apenas de ganhar. Mas ganhar para gozar o próprio, para ficar por cima, para se sentir superior ao outro. Ganhar por comparação ao que perde, já nem apenas pelo prazer de ganhar, que só por si está afastado dos verdadeiros valores desportivos.
O mesmo país que passa dias a discutir penáltis, foras de jogo, a insultar árbitros, a acusá-los de corrupção à boca-cheia, e que propaga a ideia da mania da perseguição como desculpa para derrotas e culpa própria.
Ainda o que se divorciou do estádio e do prazer do golo ao vivo, e passou de discuti-lo entre pires de tremoços e minis para fazê-lo nas redes sociais, muitos agora protegidos por avatares e por um confortável anonimato, que acham que lhes dá direito a dizer tudo e mais alguma coisa, em agressão permanente, sem respeito algum por pessoas com direitos iguais.
Era bom que todos os túneis da vergonha, e tudo o que o de mau rodeia o futebol português, desaparecesse como vapor de água. Ou estaremos sim a cuspir no prato que nos dá de comer."

Podem continuara a discutir

" 'Nos dois jogos alvo de testes houve passagem de informação para o campo para que, por serem lances difíceis, a equipa de arbitragem se sentisse mais confortável ao saber que tinha decidido bem.'
José Fontelas Gomes, Presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, sobre a experiência de video-árbitro de Soares Dias e Jorge Sousa

Atenção, as polémicas sobre arbitragem não acabam com o video-árbitro! A inovação tecnológica está a ser vista como a garantia de que os erros dos árbitros desaparecem por completo do futebol, mas não será, nem nunca poderá ser, assim.
Por exemplo: no Itália - Alemanha arbitrado por Artur Soares Dias, chegou a indicação de Jorge Sousa de que a decisão de fora de jogo num lance em que a bola acabou fora bem tomada - ou pelo menos não havia certeza de que tivesse sido mal tomada, porque a indicação do International Board é que só possam ser revertidas decisões «em erros claros e não em situações que podem causar dúvida, pois aí prevalecerá a decisão do árbitro em campo», explicou Fontelas Gomes a A Bola. Mas teoricamente esse lance não se enquadra no protocolo daqueles que podem ser revistos. Se um fora de jogo for mal assinalado, e se depois do árbitro apitar a bola entrar, o video-árbitro não deverá ter intervenção - já o contrário, um golo validado pelo árbitro em campo em que tenha havido fora de jogo não assinalado, pode ser revertido pela TV.
Ainda assim, e sabendo que se usa o desporto nos EUA, como exemplo para o bom funcionamento da tecnologia, o espectro daquilo que pode ser feito no futebol vai além do que se faz, por exemplo, na NBA. Onde um árbitro pode pedir para ver qual o jogador que tocou por último numa bola que saiu, mas se no decorrer dessa visualização descobrir uma falta não pode assinalá-la."

Hugo Vasconcelos, in A Bola

“A barriga era própria dele, não o afetava absolutamente nada”. Ferenc Puskás, por José Augusto

"Jogou contra ele três vezes, pelo Benfica, sempre na Taça dos Clubes Campeões Europeus. Viu-o a marcar um hat-trick na final de 1962 e a falhar um penálti em Madrid, três anos volvidos. Recolhemos o depoimento de José Augusto, que jogou nos encarnados entre 1959 e 1970, sobre Puskás, a lenda húngara do Real Madrid que morreu há 10 anos

Joguei três vezes contra ele. Cruzámo-nos em campo, jogámos uma final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, trocámos camisolas entre todos. Eles tinham um grande respeito por nós, lembro-me perfeitamente. O Puskás era um jogador extraordinário, um fora de série. Era completo, um organizador de jogo com um pé esquerdo que colocava a bola sempre onde queria. Só jogava com o pé esquerdo, mas estava calibrado. Tudo aquilo que ele fazia saía-lhe bem.
Isto é, quase tudo bem. Há um penálti, num jogo contra nós, que ele manda para fora. Foi em Madrid, no segundo jogo dos quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus (em 1965). Já os tínhamos quase eliminado no jogo do 5-1, na Luz. Os bons também têm direito a falhar, não é?
As coisas, na altura, eram muito formalizadas. Falámo-nos e cumprimentámo-nos dentro de campo, desejámos felicidades um ao outro. Ele tinha acabado de levar 5-1. Eram aquelas conversas de circunstância. Ele falava bem espanhol.
Não troquei de camisola com ele, mas sim com um médio do Real Madrid, já não me recordo quem era. Mas o Puskás jamais será esquecido, é daqueles raros jogadores que o futebol proporciona. No Benfica, falávamos dele antes dos jogos. Era ele e o Di Stéfano, com quem criei uma amizade e, por coincidência, também me encontrei algumas vezes com o Puskás, quando ia a Madrid. O Di Stéfano tinha uma disposição mais ativa, o Puskás era uma figura mais fechada, mas quando tinha que falar, falava bem.
Entre antigos jogadores de futebol, além de um natural entendimento, havia, sobretudo, respeito.
Nos tempos do Real Madrid, tinha uma proeminência relativa, na barriga, em relação aos outros jogadores, sim. A barriga era própria do físico dele, não o afetava absolutamente nada. Ele sabia jogar, e muito bem. Mesmo assim marcava golos, e que golos, muitos à distância. O que gostava mais nele eram as mudanças de flanco que fazia, a partir da intermediária. Ele ia buscar a bola e mudava o flanco para o Gento, era fantástico. Jogava como interior esquerdo, mas era um homem que percorria todo o meio campo, o dele e o do adversário.
Para mim, o Di Stéfano foi um jogador mais completo. A atacar, a defender e a organizar. Tinha uma condição atlética extraordinária, jogava bem de cabeça, e tudo era bonito nele. O Puskás era mais pragmático. Tinha menos jogadas individuais que o Di Stéfano, mas eles completavam-se. Mas o Puskás teria sucesso em qualquer clube e em qualquer tipo de futebol.
As suas características eram espontâneas, de muita visão de jogo. Eram jogadores que marcavam muitos golos, nisso eram iguais. A partir de determinada idade, o Puskás começou a ser mais organizador. Eu, por exemplo, fazia os 100 metros em 13 segundos aos 20 anos, mas, com 30, já não os fazia. Passei a ter mais preponderância, mais tendência para organizar, passei a estar mais no meio campo, deixei de estar agarrado à linha, quando tinha velocidade, destreza na condução de bola e drible. É evidente que, a partir dos 28 anos, as coisas vão diminuindo.
O Puskás chegou ao Real Madrid com 29 anos e continuou a ser um grande jogador. Disputou imensas finais da Taça dos Campeões. Antes de ele chegar a Espanha, apenas o conhecia de nome. Só tinha conhecimento de equipas húngaros pelos jogos que fazíamos contra elas ou quando tínhamos digressões. Mas a explosão do conhecimento, do saber quem era o Puskás, é no Real Madrid. Ele revela-se quando se depara com campos mais exigentes dos que tinha no campeonato húngaro. Ele vai para Espanha quando há um problema político na Hungria e começa a deslumbrar a Europa com o seu jogo. Até acabou a jogar na selecção espanhola.
Quem era melhor, o Di Stéfano ou o Puskás? É como o Ronaldo e o Messi. São dois grandes jogadores com características totalmente opostas. É sempre difícil de definir. Gostava era que eles ainda jogassem os dois juntos, para vermos, como os outros o fizeram. O Puskás tinha lugar em qualquer equipa, ao lado de qualquer jogador, sem dúvida. Por exemplo, joguei na seleção da Europa que deu sete na Jugoslávia com jogadores que nunca tinham jogado juntos.
É um jogador que vai ficar sempre na história do futebol.” "