quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Évora em Alvalade

"Já aqui enalteci as qualidades de Nélson Évora. Em Janeiro de 2012, escrevi, nesta coluna, que Évora orgulha Portugal e é um desportista exemplar e generoso. E, mais tarde, em Março de 2015, referi que, face a um longo período de lesões e cirurgias, sempre exprimiu o equilibro e a persistência não apenas física, como psíquica e mental, que moldam os verdadeiros campeões.
Acontece que, agora, Évora surgiu nas notícias não por uma vitória ou medalha, mas por ter sido anunciada a sua transferência do Benfica para o Sporting. Ao que tenho lido, há uma querela jurídica sobre o direito de opção por parte do SLB. Não ponho em causa o seu desejo de mudar, por razões que serão sinceras e vantajosas, nesta fase de ocaso da sua carreira. Nem retiro uma palavra ao que antes enalteci sobre o atleta.
No entanto, acho que há um ponto em que Évora falhou: o sentido mais profundo de gratidão, cada vez mais escassa nesses tempos. Foi no Benfica que, em 12 anos, alcançou os êxitos olímpicos, mundiais e europeus. Foi no Benfica que recuperou de uma grave lesão que quase o levou a terminar a carreira. Embora tendo lido, com agrado, a sua reacção nas redes sociais, teria sido, igualmente, mais elegante e decente não se ter prestado a ser instrumentalizado e apresentado no intervalo de um jogo de futebol, qual troféu de caça nesta doentia guerra entre os dois lados da Segunda Circular. E, também, porque na semana passada, quando foi apresentada a lista do presidente do até agora seu clube e entidade patronal, Luís Filipe Vieira, Nélson Évora decidiu livremente fazer parte da sua Comissão de Honra.
Enfim... é o Outono!"

Bagão Félix, in A Bola

BDC e Jorge Jesus

"O sorriso de Mona Lisa
Um colapso como o que tem vindo a fazer tombar o Sporting pode acontecer em qualquer ano, em qualquer clube e com qualquer treinador. Mas não podia acontecer este ano, neste clube e com este treinador. Depois do quase-quase de 2015/16, gerou-se entre os sportinguistas a expectativa de que este era o momento. Talvez não seja. E, se não for, ou o leão consegue engolir um sapo maior ainda, ou então vai ter de rolar uma cabeça. É assim que eu entendo esta declaração de Bruno de Carvalho, segundo a qual espera ser campeão em maio. Mesmo dito naquele tom debonaire, e mesmo que nunca fosse permitido ao presidente de um clube grande referir-se ao assunto de outro modo: insinua-se ali um alerta ao até aqui intocável Jesus. Só há duas cabeças a cortar em Alvalade, e só será a do presidente se incluir golpe de teatro. Mas, enfim, pode ser que o sapo desça.

Vertei Lágrimas
Um homem sozinho e triste
Mourinho é um mestre até na chantagem emocional. Num mesmo dia, conseguiu pôr Del Bosque a defendê-lo contra os festejos de Conte - tão histriónicos como os do português em tantos momentos no passado - e o mundo do futebol em geral a lamentar a sua pobre situação pessoal, sozinho na cidade, enclausurado num hotel rodeado de paparazzi e com a única alternativa de mudar-se para um apartamento onde não saberá cozinhar mais do que esparguete com atum. Em muitos aspectos, José permanece quem mais ordena. Mas as razoáveis indicações deixadas ontem, contra o City, não chegam para demonstrar que continua a ordenar em todos."

Do Domingo Desportivo à mixórdia oral

"Naqueles dias O programa sobre futebol era um lugar de respeito. O sábado e o domingo passavam ao som das ondas do éter, da Quadrante Norte e da Renascença, relatos melífluos e honestos, todos os relvados cabiam no meu rádio de pilhas.
O mais fascinante nesses dias era a imaginação com que cada jogada era desenhada na minha mente. Responsabilidade, das grandes, dos jornalistas de serviço. Havia um golo no Estádio do Mar? Gritava-se penálti no Mário Duarte em Aveiro? Como teria sido a jogada…?
Da narração, o meu cérebro apreendia cada instante, cada detalhe, protagonistas individuais e clubes. Juntava peça a peça a informação, arquitectava lance a lance e esperava que no domingo à noite - n’O programa em que eu deixava só de escutar e passava também a ver futebol -, tudo batesse certo com as minhas mais pueris previsões.
I Divisão e II Divisão, apresentadores de tom sério, homens respeitáveis e respeitadores do produto. E resumos, muitos resumos de jogos de futebol, o paraíso para uma criança quase adolescente verdadeiramente apaixonada pelo desporto-rei.
Reparem bem no exercício: dois dias a juntar pedaços de som, criar imagens possivelmente falíveis e fazer o teste dos testes em frente à televisão no domingo à noite, n’O Domingo Desportivo.
Rui Tovar, Mário Zambujal, Gabriel Alves, Ribeiro Cristóvão, todos passaram pela condução do programa. Ali mostrava-se futebol, sem pressa e sem preconceito. E, vejam bem, até os artistas do jogo, os futebolistas de Benfica, FC Porto e Sporting, marcavam presença no estúdio. Hereges!
Em silêncio, no escuro da sala, sentado no sofá e com o pai bem perto, o menino registava e decorava, segunda-feira o pátio da escola seria o altar-mor para a exposição de conhecimentos.
O Domingo Desportivo era um lugar de bem. E quem o viu décadas a fio não pode olhar com carinho àquilo que se assiste um pouco por cada um dos canais televisivos nacionais. Há excepções óptimas – o nosso Maisfutebol na TVI24, se me permitem o juízo em causa própria -, mas são isso mesmo, excepções.
A regra é perigosa, palcos de mentiras e acusações, aviltar e degradar, insultar e falar de supostos crimes de arbitragem. Analisar tudo menos o jogo, O futebol. Mixórdia oral em mau Português, peões ao serviço dos maiores clubes, peças de xadrez investidas de poderes malignos. Feio, muito feio. 

Puxe a cassete atrás, recorde um Domingo Desportivo da RTP em 1988:

PS: Gottardi, mago das Chuteiras Pretas no Funchal
Se é futebolista profissional e usa Chuteiras Pretas, retro e lindas, então é possível que o seu nome seja destacado aqui neste espaço.
Depois de Rafael Assis (Desp. Chaves) e Pedrinho (Paços Ferreira), dois dos bons médios na nossa Liga, hoje damos um salto até ao Funchal e destacamos Eduardo Gottardi.
31 anos e em Portugal desde 2010, Gottardi mostrou-se na União de Leiria, fez quatro temporadas no Nacional da Madeira e é desde o último verão o dono da baliza do Marítimo.
Gottardi, um mago das balizas fiel às Chuteiras Pretas. Parabéns, Eduardo!
"

Telma do Benfica !!!

Confirma-se a renovação da Telma Monteiro, por 5 anos...
A Telma apesar de uma proposta milionária (completamente absurda para a realidade portuguesa), optou pela memória futura... optou por ser a Telma do Benfica... Sinal de inteligência e carácter.

Recordo que a Telma, tal como outros, tem tido uma carreira de altos e baixos, com alguma lesões... e algumas grandes desilusões, mas neste percurso de muitos anos, sempre recebeu o apoio e a confiança do Benfica, principalmente por parte da Direcção...